Fanfic: Infalível Destino | Tema: VONDY

Dulce estava nervosa, havia dito tudo o que queria, dali em diante as escolhas deviam partir de Christopher, ela lembrou de cada palavra que seu pai lhe disse poucas horas antes de morrer.

'Nunca desejei te jogar essa merda toda, você foi tudo que me restou, foi por você que lutei todos esses anos, e eu não posso te proteger agora - ele lamentava com lágrimas nos olhos - mas sei que você é forte, como sua mãe era - ele tossiu algumas vezes com dificuldade - Vou ver enfim minha Blanca - ele deu um sorriso ao pensar que a morte ao menos vinha para algo bom - Não esqueça ursinha, se quiser sobreviver não demonstre suas emoções, não se mostre vulnerável, e não esqueça que você nunca estará sozinha, eu e sua mãe vamos sempre estar com você'.

A ruiva sentiu a garganta arder, por dentro estava desmoronando, mas por fora sua expressão era fria e não mostrava mais nada do que determinação.

Ela olhou para a figura imponente a sua frente, qualquer pessoa teria medo do grande Christopher Uckermann, mas ela não, talvez até tivesse mas por fora ela não mostrava mais nada do que desdém.

-Onde conseguiu isso? - ele perguntou com sua voz calma e fria mas Dulce era mestre em ler o que se passava nas expressões dos outros.

-Não tem importância - ela disse como se não importasse.

-Está tentando ganhar dinheiro? - Dulce riu com a pergunta e viu os olhos de Christopher faiscantes de raiva.

-Não preciso do seu dinheiro, e não vejo como ganharia dinheiro com essas informações - ela apontou para os papéis - Pra controlar uma empresa desse tamanho eu achei que você era mais inteligente.

-Saia daqui - ele rosnou - Agora, antes que eu mesmo lhe ponha pra fora.

-Achei que quisesse descobrir a verdade - ela falou levantando e indo até sua bolsa - mas se não quiser então tudo bem, acho que estava enganada, você realmente não é nada inteligente.

-Eu já sei a verdade - ele falou com raiva levantando da mesa e encarando Dulce, a ruiva tremeu por dentro, há alguns meses atrás ela teria corrido apavorada dali mas não agora, não depois do que tinham feito a ela.

-O meu pai morreu - ela disse por fim o olhando - Acho que você sabe disso, acho que todo mundo sabe, mas eu não sou idiota como você Christopher, eu não vou acreditar em uma mentira só porque o resto do mundo acha que é verdade.

-Você não passa de uma garota magoada - ele falou voltando a sentar, já estava cansado daquela conversa.

-Pense o que quiser - ela deu de ombros - Mas eu sei que não sou uma garota magoada, pensei que você me ajudaria mas acho que me enganei, você é tão fraco e estúpido quanto os outros - ela falou recolhendo os papéis que antes Ucker lia da mesa dele e os guardando.

-Onde você vai com isso?

-Não te interessa - ela falou sem dar importância, revirando os olhos.

-Você não pode simplesmente sair assim - Ucker rosnou mais uma vez estava louco de vontade de agarrar aquela garota e fazê-la o olhar como ela deveria.

-Eu não sou sua empregada, o que faço com minhas pernas diz respeito apenas a mim.

-Esses papeis também são do meu interesse - ele exigiu elevando a voz.

-Não posso fazer nada por você Senhor Uckermann - ela falou com a voz calma e baixa e Ucker sentiu a raiva lhe percorrendo as veias quanto mais ficava irritado mais Dulce parecia não se importar, parecia que nada poderia afetá-la - Como eu disse - a ruiva continuou a falar perto da porta - Eu não estou magoada, eu estou com raiva - ela sorriu com se apreciasse o sentimento - eu quero vingança, dolorosa e torturante, se você não me ajuda eu encontro quem me ajude.

Ucker olhou mais uma vez para a mulher a sua frente que parecia uma miragem, as palavras dela tinham soado tão frias que se ele fosse inimigo dela, ficaria apavorado, ele sabia que ela não iria desistir daquele objetivo.

-Se é isso mesmo - ele falou assim que ela pegou na maçaneta da porta - Como eu poderia lhe ajudar?

Dulce deu um riso nervoso enquanto virava pra ele, suas mãos suavam de ansiedade e de toda aquela pressão mas ela se concentrou em deixar sua voz firme.

-Case comigo - ela disse simples e viu Ucker parar a olhando atônito, parecia uma criança aterrorizada, Dulce deu um pequeno sorriso abrindo a porta - Como eu imaginava - ela falou antes de sair - Você é tão medroso que chega a dar pena, não me admira que em todos esses anos você não tenha descoberto nada, você não passa de um covarde.

E então ela simplesmente saiu, ergueu o olhar ao passar pela recepção, as pessoas ali a olhavam e ela sabia o motivo, tinha praticamente invadido a empresa e o escritório de um dos empresários mais influentes do país, ainda o havia chamado de fraco, covarde e burro...

Mas quer saber foda-se, ela não ia ligar pra isso, estava cansada demais, cansada de tentar se fazer de forte quando por dentro a dor e o ódio a consumiam, só havia uma única coisa que ela queria fazer...

Christian...

Sim, ela precisava dele naquele momento, quando o táxi chegou em frente ao prédio onde morava ela saiu quase correndo, quando entrou no seu apartamento foi jogando os saltos num canto qualquer e tirando o vestido de uma vez só.

Christian apareceu na sala nesse momento, vestindo apenas uma box enquanto segurava um pote de sorvete e uma colher.

-Gata... - ele falou doce sem ignorar o corpo da ruiva, mas mais do que isso ele não ignorou os olhos marejados dela, deixou o sorvete e a colher na mesinha de centro enquanto agarrava a cintura de Dul e a trazia pra mais perto, a ruiva suspirou se agarrando a ele e com um impulso envolveu as pernas no corpo dele.

Christian a levou até o quarto da ruiva enquanto escutava os primeiros soluços dela

-Não fica assim Ariel - ele falou fazendo a levantar o rosto e o olhar, Dulce soluçou ainda agarrada a ele - Você sabia que poderia não dar certo.

-Er... Era minha única chance - ela lutou contra as lágrimas - eu não tenho um plano B.

-Você ainda pode se casar comigo - Christian sugeriu tentando diverti-la mas Dul negou com a cabeça.

-O meu pai não teria inserido a cláusula no testamento a toa, ele queria isso, ele me disse... E eu sou tão fraca que não consegui - ela murmurou voltando a chorar.

-Ok Ariel já chega, você não precisa dessa merda, tenho dinheiro suficiente pra nós dois durante um bom tempo, podemos viajar, ir pra alguma praia, eu pegava umas gatinhas você uns caras e depois a gente se pegava, podiam ser as férias do sexo - ele sugeriu e Dulce riu em meio as lágrimas.

-Eu não posso amor, eu não posso - ela disse negando com a cabeça - eu verifiquei o túmulo da minha mãe - ela falou por fim e Christian a olhou completamente surpreso.

-Você o que? Quando foi isso?

-Faz dois dias - ela murmurou sem jeito - foi na ilegalidade, usei um dos contatos do meu pai, fiz como uma profissional, não deixei rastros.

-Dul... - Christian começou a falar já imaginando o que viria pela frente - Mais uma mentira? - ela assentiu - O que descobriu?

-O que meu pai tentou me esconder quando me deixou sozinha, ele tinha razão, por isso me afastou de tudo isso, porque sabia que se eu entrasse eu não pararia.

-Ariel você precisa deixar isso pra lá por mais doloroso que seja, isso vai te consumir.

-Que consuma, que me mate aos poucos, eu não me importo - ela disse fria mesmo com as lágrimas sendo derramadas por seus olhos - eles tiraram tudo de mim Christian, tiraram tudo, e eu não vou esquecer, ele vai pagar pelo mal que me fez, vai pagar por esse sofrimento, eu vou arrancar tudo dele Christian, se o Christopher Uckermann não me ajudou então tudo bem, eu não preciso dele, eu vou me vingar sozinha, nem que isso custe minha vida, eu vou fazê-lo pagar.

Christian suspirou não tinha como tirar essa ideia da cabeça da ruiva, então apenas ficou ali abraçado com ela, enquanto ela deixava as lágrimas fluírem, a vida as vezes era injusta e maltratava quem não merecia, Dulce não merecia nada disso que estava acontecendo a ela, Christian lembrou do sorriso dela quando eles se conheceram, era tão vivo e alegre e agora, depois de tudo, ele se perguntava se esse sorriso ainda existia, ele achava que não, pelo menos não enquanto o coração dela tivesse tão cheio de raiva, rancor e ódio, não enquanto a vida dela estivesse sendo resumida a uma teia de mentiras, ele só conseguia torcer pra que isso terminasse logo e que sua amiga pudesse sorrir como há alguns anos atrás...

Minhavidavondy: obrigada por acompanhar ;) é uma fic de minha autoria, tomara que goste de mais esse capítulo.