Fanfic: A Babá e A Fera *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 14

Alfonso

Nossa viagem para a praia foi perfeita.

Apesar dos problemas com o negócio, eu consegui, pela primeira vez na vida, relaxar e me soltar.

E uma ligação que recebi esta manhã, dizendo que as ações estavam começando a subir novamente, provou que o mundo não entraria em colapso sem mim.

Eu estou vivo há mais de trinta anos, mas até este fim de semana, nunca percebi que eu realmente nunca vivi. Não realmente.

Eu carreguei o peso desta companhia nos meus ombros por muito tempo. Nunca satisfeito. Sempre querendo mais.

Agora percebo que o que eu queria não era o que eu realmente precisava.

O que eu preciso é de Anahí.

Eu odeio estar de volta ao trabalho, eu quero ir para casa, e não só hoje, mas talvez pelo resto da semana.

Eu quero fazer alguma coisa espontânea, e mais importante, eu quero conhecer melhor Anahí.

Me sinto vivo quando estou perto dela, tocando-a e sentindo como seu corpo responde a mim.

E foda-se se isso não corresponde a quem eu sou.

Eu não quero trabalhar, estou aqui em corpo, mas não em espírito. De modo nenhum.

Eu odeio estar aqui, Maria está sentada à minha frente, absorta em seu iPad.

Eu olho para ela por um minuto.

Ela olha para cima e franze a testa ao me ver olhando para ela.

— O que foi?

— Tire o dia de folga.

— Desculpe-me?! — ela pergunta como se não tivesse certeza de ter me ouvido corretamente.

— Você me ouviu.

— Eu acho que eu fiz... Fala para mim novamente. — ela ri. — Isto é uma piada, você sempre tem algo para eu fazer.

— Você já deveria saber que eu não brinco e além disso, quando eu faço uma oferta como essa, você deve pegar sua bolsa e ir embora. Não questione isso.

Ela abre e fecha a boca como um peixe dourado e eu posso dizer o que está passando pela cabeça dela.

— Sim, eu estou bem. Não, eu não perdi minha mente, e por que ainda está em meu escritório?

— Ok... — ela diz com apreensão e fica de pé.

Eu a ignoro enquanto volto a me sentar na minha mesa e começo a escrever uma mensagem de “Fora do Escritório”.

Demoro um pouco para descobrir como fazer isso.

Eu costumava xingar quando mandava um e-mail para alguém e dizia que eles estavam fora do escritório e depois era informado com a data que eles estariam de volta.

Se uma pessoa pode estar longe de um escritório e não ter ninguém para representá-lo, então, em meu livro, eles são indispensáveis, e isso não é uma coisa boa.

Ninguém deveria estar fora do escritório se não tem alguém que assuma a responsabilidade pelo trabalho.

Maria hesita perto da porta como se não tivesse certeza se deveria fechá-la ou deixá-la aberta.

— Feche. — eu falo, sem olhar para cima.

Logo percebo que eu nunca deixei ninguém encarregado de nada e que reprogramar meus compromissos seria trabalho de Maria.

Mas confiar em alguém para fazer o meu trabalho em si, era um assunto diferente.

Eu fecho meus olhos, respiro fundo e, uma vez que começo a listar minhas tarefas, não é tão difícil.

Eu só tenho que dizer às pessoas que são responsáveis por esses assuntos e a única coisa que torna isso difícil é que não estou acostumado a delegar nada a ninguém.

Mas a partir de hoje, isso vai mudar.