Fanfic: A Babá e A Fera *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 15

Anahí

Luna está na escola, Alfonso foi para o escritório, e eu ainda estou de férias de verão, então pego um livro e vou ler no jardim.

É uma bela área verde que está dividida em seções, há a piscina para adultos e a piscina para crianças, numa área tranquila, sombreada por árvores e um mini toldo.

Uma das empregadas me contou que Alfonso costumava se sentar ali durante o verão para trabalhar.

Não consigo imaginá-lo sendo uma pessoa ao ar livre, mas ele adorava estar na praia e ter os pés na areia.

Vou para a área de banho de sol, aproveitando que todos estão na casa e que ninguém pode realmente ver esta parte do jardim, o que é uma sorte, porque eu realmente não quero que todos me vejam de biquíni.

Um biquíni que Alfonso me comprou, junto com alguns novos vestidos de verão.

Eu tentei recusar a deixá-lo pagar, mas o homem é tão teimoso...

Eu tiro o vestido que estou usando e me deito em uma das espreguiçadeiras, abro o meu livro, mas me distraí com pensamentos em Alfonso.

Tanta coisa mudou em tão pouco tempo, ou talvez, eu só quero pensar isso.

Eu não sou namorada dele, na verdade, não sei o que sou.

Eu estou sendo paga para cuidar da filha dele e mesmo que eu tenha me apegado rapidamente aos dois, uma palavra e eu estou na rua, sem teto e sem emprego.

Uma sombra escurece a área acima de mim.

— Agora, me diz se essa visão não é um bom motivo para vir para casa... — a voz profunda de Alfonso ressoa ao meu redor.

Eu penso em pegar meu vestido e me cobrir, mas não há nada que ele não tenha visto antes e a maneira como ele está olhando para mim agora, leva embora todas as inseguranças que eu tenho sobre o meu corpo.

— “Grandes expectativas.” — diz ele, apontando para o livro, ele se senta na cadeira à minha frente. — Eu li quando era criança. A vida de Pip é interessante o suficiente, mas a forma como Dickens descreve isso é incrível. É o tipo de linguagem que foi usada e foi esquecida.

— Isso é porque estamos em tempos modernos...

— Sim, mas passamos por toda a transição de Pip sendo mais jovem e lidando com a pobreza e as decisões que ele tomou no passado, e refletem quem ele se torna à medida que ele cresce.

Estou gostando do fato de estarmos sentados e conversando sobre algo diferente de Luna, ou algo que leva ao sexo.

Eu poderia sentar aqui e vê-lo falar sobre isso o dia todo.

— Gostei de Pip desde o início. — ele diz, levando o livro das minhas mãos e folheando as páginas.

— Por quê?

— Eu acho que... meio que me vi nele. Ele comete erros estúpidos, acho que essa é a parte que me identifico tanto.

Eu balanço a cabeça.

— Além de trabalhar muito, que erros você cometeu?

Ele ri.

— Mais do que posso contar, estou longe de ser perfeito.

— Mas você é um perfeccionista.

— Sim. — ele franze a testa e olha para longe, sua expressão ficando distante.

— Me desculpe se eu disse algo errado...

Ele me dá um sorriso triste.

— Não. É só uma coisa que minha ex-mulher costumava me dizer.

Eu engulo seco.

— Você sente falta dela?

— Não. — ele me entrega o livro de volta. — De certa forma, quando ela me deixou, senti um pouco de alívio. A parte que eu não consegui lidar, foi ela deixando Luna. — suas narinas se dilatam e a culpa inunda sua expressão. — E então eu fiz praticamente a mesma coisa...

Eu estendo a mão e pego a mão dele.

— Eu tinha minhas desculpas. Trabalho. Dinheiro. Sentindo que Luna estaria melhor com alguém além de mim. Eu me culpei por casar e ter uma filha com alguém que não era capaz de amar ninguém além de si mesma. De certa forma, eu me perguntava se não era como Stacey.

— Incapaz de amar os outros?

— Sim. — ele se desloca em sua cadeira e captura o meu queixo, seus olhos verdes focados em mim. — Mas eu estou começando a pensar que estava errado.

Eu respiro fundo.

Ele se mexe abruptamente e em seguida, a próxima coisa que eu sei, é que estou em seus braços e ele está me levando como um homem das cavernas para dentro da casa.

— O que você está fazendo?!

— Eu vou foder você. — ele beija a ponta do meu nariz. — Duro. E não achei que você iria querer os empregados assistindo.

— Eu sou uma empregada. — eu digo, envolvendo meus braços em volta do seu pescoço.

Ele grunhe.

— Não por muito mais tempo, se eu puder evitá-lo.

Meu estômago torce em suas palavras.

Ele está pensando em me demitir?

Eu sabia que isso não duraria para sempre, mas pensar que está quase acabando antes de começar, faz meu peito doer.

Divirta-se, meu corpo grita.

Proteja-se, meu coração martela de volta.

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PS: Reta final