Fanfic: Aún Hay Algo | Tema: REBELDE; PONNY; AYA
Um milhão de coisas começaram a passar diante de meus olhos como uma lembrança, me tirando dali e me levando a época mais feliz da minha vida, ao lado dele. Meu coração batia feito uma britadeira, minha pele se incendiava a lembrança de cada toque e juras trocadas. Era ele, era Poncho. Eu conheceria aqueles olhos em qualquer lugar do mundo. Então fui tirada do meu transe. Nossos olhares se perderam.
- Anahí. – Velasco sussurrou meu nome com rispidez me trazendo de volta a realidade.
Olhei para ele atordoada sem saber o que estava acontecendo.
- Você pode falar sobre a porcaria do seu trabalho social com as crianças. – Ele ainda sibilava de forma ríspida ao pé do meu ouvido. E
Eu apenas assenti e me posicionei frente ao microfone. Eu estava completamente atordoada, sem saber o que estava acontecendo, procurando o olhar dele novamente..., mas não conseguia.
- Bom dia a todos. – Disse tímida, o que não era do meu feitio, mas em eventos políticos eu não conseguia ser eu mesma. – É uma honra estar aqui nessa manhã com vocês, podendo compartilhar de alguns feitos que só tem contribuído para Chiapas. – Disse respirando fundo ao final da frase, eu sabia que não estava sendo convincente como Velasco queria, mas ficaria melhor quando eu tivesse que falar sobre as crianças. – Bem, fazem alguns meses que vocês sabem que resolvi vir morar aqui e estar perto daqueles que necessitam de atenção como é o caso das nossas crianças da creche solidária de Tuxtla Gutiérrez. – Pausei meu discurso novamente e sentia minhas mãos suando. – Lá estamos oferecendo cuidado em período integral para crianças de 3 a 4 anos quais os pais não têm condições de ficarem com seus filhos em casa e necessitam trabalhar, são crianças de todas as idades e na maioria dos artesões locais. Estamos oferecendo todo amor e carinho, além de suporte a estes pais com aconselhamento psicossocial, algumas doações de alimentos e roupas. – Sentia que todos prestavam atenção em mim a espera de um deslize. – Bem, tem sido muito proveitoso e esperamos poder expandir a rede das creches solidarias por todo o estado de Chiapas. Cuidar de nossos pequenos é olhar para o futuro. – Disse de forma sincera. – Obrigada a todos que acreditam nesse trabalho.
Finalizei minha fala me afastando do microfone e ficando ao lado de Velasco que assumiu o circo novamente. Voltei a procurar o olhar de Poncho em meio à multidão e foi falho, ele não estava mais lá. Senti meu peito se encher de tristeza novamente. Velasco ainda falou por pelo menos mais quinze torturosos minutos de pura mentira. Estávamos nos dirigindo ao carro quando ele me puxou pelo pulso e me levou até um lugar longe de todos.
- Você está me machucando. – Protestei.
Ele me encostou em uma parede enquanto eu protestava tentando afasta-lo.
- Você pode me explicar o que diabos aconteceu para você ir tão longe durante o discurso? Você não parecia nem um pouco concentrada na sua atuação, e olha que me falaram que você era boa atriz. – Disse me encarando com os olhos cheios de raiva.
- Eu não estava bem. – Limitei-me a dizer apenas isso. – Você pode me soltar?
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Tem algo de errado com você. – Disse me puxando e nos direcionando novamente para o carro.
- Não tem nada de errado comigo. Só não me sinto a vontade fazendo isso. – Disse quando entramos no blindado preto que nos levaria para um almoço com empresários.
- Você ainda não entendeu que não tem que se sentir à vontade, meu amor? – Perguntou pousando sua mão sobre minha coxa.
Estremeci com o contato dele.
- Velasco... eu estou de saco cheio e as pessoas sabem disso melhor que você. Você não percebe que todos olham para mim com preocupação como se eu estivesse doente? As pessoas sabem que essa Anahí ao seu lado não sou eu. – Disse confrontando-o.
Ele revirou os olhos e mordeu os lábios me olhando. Nojento.
- As pessoas esperavam que você sempre fosse aquela Anahí que acreditava em fadinhas. Mas advinha, essa mesma Anahí caiu num jogo de sedução e agora só sai do meu lado se morta.
Meus olhos se encheram de lagrimas. Fechei-os tentando conte-las, não queria chorar novamente na frente de Velasco. Sim eu fui idiota, eu achei que ele era diferente dos outros, que ele queria mudar o mundo...
- Velasco, chega de ameaças. – Disse com a voz firme. – Eu estou aqui, agora deixe-me pelo menos viver, ser livre, trabalhar... – fui dizendo num fio de voz.
- E que tipo de primeira dama você será se continuar trabalhando no que você chamava de trabalho... e pior, ser livre para você significa ficar atrás daqueles seus amigos idiotas e fazer seu fã clube me chamar de corno. – Disse apertando sua mão sobre minha coxa.
Meu estomago estava cada vez mais embrulhado.
- Pode parar de me apertar? – Pedi olhando-o nos olhos.
Ele tirou a mão de minha coxa com cara de poucos amigos.
- Agora, como a boa atriz que você sempre foi, pode fingir-se interessada nesse almoço? – Disse enquanto chegávamos restaurante no centro da cidade.
Apenas assenti querendo me poupar de choro. Ficamos alguns minutos parados a frente do restaurante enquanto eu me recuperava.
- Podemos ir. – Eu disse.
Saímos do carro de mãos dadas alguns paparazzi nos aguardavam e tiraram fotos e mais fotos. Senti-me sufocada durante todo o almoço onde meu papel era apenas elogiar Velasco. Parecia que a qualquer momento minha cabeça ia explodir. Era um pesadelo.
- Então, para quando é o casamento? Seria ótimo para sua imagem Velasco. – Um dos homens da mesa.
As vezes eu tinha que ser mais forte do que imaginava, tinhas vontade de me levantar e gritar a todos que ali não existia amor, existia ameaça e muita infelicidade. Essa vontade crescia cada vez mais em mim.
- Em breve, vamos um passo de cada vez, não é meu amor? – Velasco perguntou colocando sua mão sobre a minha.
Eu podia sentir a vontade de gritar crescer dentro de mim. Respirei fundo, pedindo forças a Deus.
- Sim. – Foi a única coisa que consegui respondendo e desviando meu olhar para outro canto qualquer do restaurante.
Cada segundo daquele dia passou como se fosse uma eternidade. Eu praticamente não interagia com os convidados de Velasco. Eu podia sentir o olhar fuzilante dele toda vez que meu olhar encontrava com o dele. No final, depois de longas horas nos despedimos, tiramos todos juntos uma foto, claro, não podia haver encontros sem fotos. Fomos o caminho todo até o hotel em silencio. Eu sabia que Velasco não estava contente com meu desempenho de namorada perfeita.
Chegando no hotel, para minha infelicidade ele me acompanhou até o quarto e fechou a porta com certa força me fazendo pular. Era hora.
- O que está se passando nessa cabecinha??? – Ele veio para cima de mim me encurralando na parede.
Senti o fogo correr em minhas veias, claro que de raiva.
- O que se passa na sua cabeça? – Eu disse elevando meu tom de voz. – Você é louco!
Ele me interrompeu.
- Agora você quer me enfrentar? – Disse com raiva nos olhos me prensando contra a parede.
Meu estomago protestou e eu simplesmente vomitei em cima de Velasco, já tinha suportado o suficiente por um dia.
Ele me puxou pelos cabelos me fazendo gritar de dor e me jogou na cama saindo do quarto e batendo a porta com uma força descomunal.
Estava jogada na imensa cama, libertando todo o choro que prendi por um dia inteiro. Eu já não me importava em estar suja, só queria libertar toda minha dor e mágoa que parecia infinita. Meus olhos ardiam de tanto chorar, minha cabeça parecia que iria explodir e eu só conseguia pensar em todas as escolhas erradas que me levaram até a este ponto. Me sentia culpada e merecedora de tudo que estava sofrendo.
Quando tive forças levantei-me e fui para o chuveiro, tirando minha roupa e deixando as lagrimas tomarem conta de mim novamente enquanto a água quente caia sobre minha cabeça.
Tomei meu banho e apenas vesti o roupão felpudo me jogando sobre a cama. Alguns minutos se passaram até que lembrei que eu tinha que responder Maite. Relutante peguei meu celular e abri o aplicativo de mensagens, ela havia me mandado 5 mensagens.
“Any, o Poncho acha que você não está bem, ele conversou comigo, diz que não te vê nessas fotos todas, não te reconhece.”
“Ele quer saber o que está acontecendo, quer conversar com você, entender o que está acontecendo.”
“Any, pelo amor de Deus me responde! O Poncho foi atrás de você em Chiapas.”
“Any, você o viu?”
Eu não sabia o que responder. Pensei durante alguns minutos até digitar algo.
“Eu o vi, May. E sim, eu não estou bem.”
O meu teatro iria acabar e eu iria acabar com Velasco.
Autor(a): cecilqv
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Eu olhava a tela de meu celular fixamente para um contato em especial, Christian Chavéz. Meu grande irmão que assim como May nunca me deixou sair da vida dele, por mais que eu tentasse para sua própria segurança. Mordia os lábios deliberando se deveria convoca-lo para minha loucura ou não. Eu não queria meter meus amigos ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 10
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hittenyy Postado em 09/10/2018 - 23:48:23
Poncho descubrindo o crápula que o Vv é,Anny ver se ajuda tmb né
cecilqv Postado em 12/10/2018 - 20:44:31
Ainda vamos ter muita coisa que o Poncho vai descobrir! Capítulo novo já está postado ❤️
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hittenyy Postado em 04/10/2018 - 23:33:59
Ava até a vaca da Diana tmb vai atrapalhar aff já não basta o Velasco
cecilqv Postado em 09/10/2018 - 21:54:17
Não sei, será que ela vai atrapalhar? Capítulo postado!
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hittenyy Postado em 30/09/2018 - 19:43:08
Esse Velasco é um crapula o Poncho tem que ajudar a Anny ele e a Mai,cnt
cecilqv Postado em 04/10/2018 - 13:20:18
ainda vamos passar muita raiva com ele! Capítulo novo postado!!
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dudavondysiempre Postado em 28/09/2018 - 23:55:37
Cnt
cecilqv Postado em 04/10/2018 - 13:19:46
capítulo novo postado!!
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dudavondysiempre Postado em 28/09/2018 - 11:55:34
OMGGGGGG CONTINUAAA
cecilqv Postado em 30/09/2018 - 11:33:24
Eeeeh temos uma leitora ❤️ Já tem mais dois capítulos postados!!!