Fanfics Brasil - 2-Tampa de chumbo Djinns: Os Três Desejos do Lobo

Fanfic: Djinns: Os Três Desejos do Lobo | Tema: ficção, universo alternativo, AOB, Omega verse,


Capítulo: 2-Tampa de chumbo

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Segundo capitulo revisado!


Com um plus de que de presente de aniversario pra Zai fiz uma capinha pra historia.


 


Esperamos que gostem do capitulo.


 


Lembrando que todos os méritos vão para Zazie_oin! Estou postando a historia a pedido dela, lembrando que as explicações do porque zai não esta assumindo a historia estão na categoria de jornal.


 


E que essa é uma historia original todas as ideias pertencem a Zazie_oin.


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Ele devia ter dançado na sua cara que nem aquele cara que fazem react, durante a santa ceia! Brincando de wrecking ball com a cruz de cristo! Porque era muita sacanagem.


Yoruan remoía seus pensamentos enquanto se esparramava ainda mais no banco da praça de sua escola.


Resolveu ficar por ali, para lavar a alma.


O lugar estava praticamente vazio devido ao horário, salvando-se por alguns moradores que estavam em uma festa final da rua curva.


A dor e humilhação pelo que fizeram com ele, ainda pareciam incoerentes pra ele, doendo em seu peito estilhaçado.


Quando foi que tinha se tornado tão idiota, para não ter desconfiado daqueles dois? O sentimento que tinha por Kevin o cegara tanto assim?


Quando viu a casa vazia, o juízo berrava o óbvio, mas amava tanto o infeliz deixando pequena centelha de esperança acesa. Idiota de sua parte.


Nunca foi ciumento, e jamais fiscalizou a vida do namorado da mesma forma que uma de suas ex já havia feito.


E também, Kevin não se dava o trabalho de inventar qualquer desculpa para seus furos e atrasos, o que não era algo incomum já que ele fazia isso desde que eram somente amigos.


Yoruan suspirou cansado, ele e Kevin vinham discutindo muito nos últimos meses. Pensando bem, Kevin nem parecia o garoto quem se apaixonará a pouco mais de um ano.


Vinha com cobranças e comparações desnecessárias, restrições a sua privacidade devido ao dito “ciúmes” dele com qualquer um no mundo.


Claro, e aquela ainda tinha aquela babacada de prova de amor com a primeira vez.


Yoruan riu seco ou se lembrar dos infindáveis pedidos do loiro, e das suas inúmeras declarações dignas de pára-choque de caminhão.


Não que ele fosse virgem, longe disso, o loiro sabia.


Antes de cair de cabeça naquele relacionamento, teve suas namoradinhas e ficantes soltos. Todos rápidos e superficiais. Diferente do relacionamento recente, onde procurava algo sério.


Kevin já vinha dando em cima dele há algum tempo.


O que na época foi uma surpresa pra ele, já que até onde sabia ele era o bi do grupo de amigos, e Kevin nunca tinha ficado com um garoto antes, ao menos nenhum deles tinha conhecimento de algo do tipo.


No início ele achou que era uma brincadeira e conforme as investidas de Kevin vinham aumentando, o fez pensar: porque não? Eram amigos, se conheciam bem e há tanto tempo, por isso achou que o loiro poderia ter um bom relacionamento.


Aos poucos ele foi cedendo, se apaixonando a ponto de realmente pensar que havia encontrado alguém que realmente amava, mesmo que não sejam companheiros eram compatíveis para dividir uma vida.


Mas convenhamos, mesmo negando ele nunca realmente sentira-se muito à vontade, para aprofundarem o relacionamento com o agora ex.


Ele o amava, muito, mas... quando chegavam ao ponto de sexo, não sentia qualquer tesão e até um fundo de repulsa lhe vinha de vez em quando.


Não sabia se era pela total falta de pegada e romantismo do loiro, sua era sua recente posição submissa (por mais que ele fosse um) em um relacionamento, ou se era o extinto dele dizendo que não era pra ele ser com Kevin.


Apesar de tudo o outro sempre foi carinhoso, a sua maneira. Constantemente dizendo que o amava lhe dando presentes entre outras coisas.


Só que hoje ele vira muito bem como Kevin o amava!


Bastardo maldito! Deveria ter cortado as bolas dele fora.


Apesar de que era melhor virar a boca para lá, tê-lo envenenado acidentalmente já era um problema mais do que suficiente. Seu pai o mataria quando soube.


- Certo! Estou magoado, querendo trucidar aquela dupla de infelizes, mas ainda é meu aniversário! Não preciso acabar minha noite assim!


Yoruan tentou se animar, levantando do banco de concreto em um súbito ataque de ânimo.


- Ah… Que belo presente foi o que ganhei...


Quem ele queria enganar? Esse de longe era o pior momento de sua vida!


O corpo mais uma vez afundou no banco, sem cuidado desceu a touca até os olhos, voltando a chorar.


O melhor a se fazer era voltar para casa antes de ficar muito tarde. Ele também tinha que dar alguma satisfação à família, que provavelmente estaria se perguntando onde o casal felicidade estava.


Yoruan se largo ainda mais no banco, mais um pouco e ele estaria deitado no chão.


Não queria encarar ninguém na rua.


A fofoca já devia ter se espalhado. Todos já devem saber do que aconteceu com ele na casa dos Berron’s.


Talvez devesse ficar ali mais um pouco, antes ligar para o pai ou Frannie e pedir para um deles o buscar, ou ele ir para casa.


Oof...


Tudo que queria naquele momento era se esconder debaixo de uma pedra, e sumir até aquilo passar.


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Thomas observava o garoto solitário pelos vidros escuros da SUV.


Estavam parados do outro lado da escola há pouco mais 2 horas, após o ruivo andar sem rumo e finalmente parar ali.


Haviam parado no estacionamento que ficava do lado de fora da escola, junto de alguns carros que muito provavelmente seriam de alguns moradores, ou até de frequentadores da associação que ficava aos fundos da escola.


No primeiro momento que chegaram algumas crianças jogavam bola no gramado à frente da escola, oriundas da festa que acontecia no final da rua.


Conforme a noite foi avançando eles também voltavam a suas casas, deixando somente o garoto e seus subordinados no local.


Enquanto isso, Thomas praticamente vibrava, finalmente conseguiu apanhar um deles.


Vigiava a família Walker há alguns meses, e quando notou que o elo fraco era o segundo filho do altivo Dominic, tratou logo de planejar um modo de telo.


No plano original iriam levar o garoto nos próximos dias.


Thomas já estava planejando um álibi aos seus homens, revisado tudo para evitar possíveis falhas. Por fim decidiu participar da última ronda onde participaria diretamente.


E qual foi sua surpresa quando o namorado safado do garoto facilitou tudo, deixando o ruivo longe daqueles que poderiam impedi-lo.


Tudo estava se acertando sem que ele precisasse se esforçar muito. A captura do primeiro ingrediente para a perfeita conclusão de seu plano ambicioso, a coleta dos demais itens e agora o principal detalhe de seu futuro glorioso.


Não foi fácil encontrar o filho rebelde dos Walkers, sabendo que Djinns são extremamente raros nos Estado Unidos e de como as poucas famílias se escondiam bem, dado a suas raras habilidades e o perigo que era se alguém conseguisse os controlar, os clãs sempre erram fortemente protegidos, principalmente com seus jovens que ainda não possuíam controle sobre si.


Encontrar uma família como aquela que não reforçava tanto suas proteções, e que não haviam ensinado os filho em uma idade tão vulnerável, era um prato cheio para Thomas.


Dominic e aquela putinha loira, não iam desconfiar até que fosse tarde.


Sorrindo satisfeito, Thomas não pode deixar o pensamento escapar. Ele finalmente teria o merecido acerto de contas contra os malditos da matilha de Riverwest.


- Senhor. O garoto está deixando a praça. - O motorista trouxe novamente a atenção do Alfa ao menino que começava a sair do banco sem ânimo.


Não havia ninguém na rua, o grupo mais próximo estava bem longe deles.


- Façam o trabalho de vocês. - O Beta assentiu, arrancando o carro sobre o ruivo, não o acertado por pouco já que esse não era o objetivo.


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Caído no meio fio, Yoruan olhou assustado a SUV parada pouco a frente.


Por acaso ele tinha cara de pino de boliche, para o maluco tentar atropelá-lo?


Pela primeira vez na vida ele entendeu aquela maldita história de sexta feira 13 ser o dia do azar. Tudo estava dando errado naquela noite!


Apoiando-se nas mãos raladas, ele se ergueu pronto para discutir com o motorista maluco. Mudando de ideia assim que três dos maiores homens, que vira em toda sua vida pararam à sua frente. Todos vestiam roupas pesadas demais pra época e que recobriam todo o corpo.


Porque mesmo teve a brilhante ideia de ir a uma praça vazia no meio da noite chorar ao invés de ter corrido para casa?


- Olá Jeannie... – Disse Thomas com um leve deboche na voz. Exibindo todos os seus 2,00 de altura vigorosamente. Com gosto observou o corpo pequeno e bem torneado do ruivo recuar em desconforto, o rosto bonito e jovem ainda inchado e vermelho pelo choro.


Thomas achou que aquela cara sofrida combinava bem com o menino, não se importaria de vê la mais algumas vezes.


Ajeitando o terno de risca que usava se aproximou ainda mais do menor, oferecendo seu lenço em um gesto suave.


- Peço desculpas pela grosseria de meu motorista. Posso levá-lo ao hospital ou outro lugar para recompensá-lo? – Tentou soar amigável, diferente dos homens a suas costas.


Yoruan olhou o homem de cabelos castanhos entre o assustado e o confuso.


Ele o havia chamado de que? O nome não lhe parecia estranho isso fez seu desconforto com a situação crescer.


Apesar da boa aparência, ele podia sentir o perigo que vinha do estranho somado aos dois caras atrás dele, só deixava ainda mais seu senso de alerta ligado. Ele tinha que sair dali o mais rápido possível.


- Obrigado, mas eu estou bem! Se me derem licença. – Yoruan foi cortês enquanto tentava se afastar. Era melhor ser educado porque ele não sabia que tipo de maluco ele estava lidando.


Mal deu dois passos quando foi impedido pelo armário careca que rapidamente se colocou à sua frente.


- Ei! - Praguejou irritado.


- Acho que não entendeu Y-o-r-u-a-n! - Thomas ditou rente à orelha do ruivo. A respiração quente rente a nuca fez seu corpo enrijecer. Quando foi que ele ficou tão perto assim? E como diabos ele o conhecia?


- Nós iremos dar uma volta. Quer você queira ou não.


O menino ficou estático, sentindo a garganta prende assim como o desconforto em seu estômago evoluir para algo que não sabia descrever o que era.


Ele tinha que fugir dali.


Com os olhos tentou achar alguma rota que pudesse fugir, vendo o terceiro ocupante do carro ainda encostado no mesmo, não parecia muito interessado nele, o olhando no que talvez fosse... pena?


Engoliu seco quando viu a arma pendurada na cintura do careca da mesma forma que com pavor o viu subir uma touca ninja pela cabeça.


Não era uma boa ideia correr, mas no momento que escolha ele tinha?


Claramente aqueles homens queriam pegar ele, caso contrário não estariam com roupas tão pesadas que recobriam quase toda sua pele, inibindo o seu toque.


Tirando forças de onde ele nem sabe empurrou o homem atrás de si o fazendo cambalear um pouco enquanto tentou correr do pequeno grupo. Queria gritar por ajuda, mas sua voz estranhamente parecia presa na garganta, por mais que tentasse gritar, nada saia.


Não chegou a se distanciar muito quando ele sentiu o solavanco do beta agarrando sua camisa, o puxando com força, prendendo seu braço esquerdo a suas costas.


O alfa que tinha sido segurado por seu sobrinho, sorria enquanto se recompunha e se voltava ao carro que havia acabado de chegar para buscá-lo.


Não precisava estar junto do menino, caso algo desse errado os dois betas que vieram com ele podiam muito bem cuidar de tudo.


Ele ainda demorou um pouco até entrar, apreciando o desespero de Yoruan que se debatia como um animal na tentativa de fugir de Austin. Nesse meio período ele também voltou a redescobrir que possuía voz, berrando insultos e pedidos de socorro o que pareceu atrair os moradores.


- Vá fazer seu trabalho. Não queremos mais testemunhas do que o necessário. – Thomas ordenou ao sobrinho, assim ele estava seguro no carro reserva que partiu pelo sentido contrário.


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Phillipe realmente não estava de acordo com aquilo, nem agora com o garoto ruivo, nem com o mais novo dos Maleks. Mas, contrariar Thomas era algo que somente alguém que não tem nenhum amor a vida faria.


O que não era seu caso.


Enquanto Austin tentava imobilizar o menino, ele tratou de deixar as coisas fáceis, e saírem o mais rápido possível antes que a polícia chega-se.


Já possuíam um plano de fuga de Eugene, incluía placas frias, e a troca de veículo em Springfield; cidade vizinha, onde alguns dos subordinados de seu tio compraram uma casa a alguns meses, para assim manter o monitoramento da família Walker constante e sem levantar qualquer suspeita.


Assim que terminou, correu com certa pressa para ajudar o beta mais velho.


O ruivo não deixou as coisas tão fáceis quanto o garoto Malek, esperneava e gritava, tentando tocar em qualquer parte da pele que conseguisse morder e até arrancar a máscara de Austin, que tinha soltado alguns chingos a cada tentativa do menor em acertá-lo.


Agradeceu por não ser ele a fazer a pior parte do trabalho.


Por mais que o garoto teve-se uma aparência delicada, não podiam esquecer que ele ainda era um dos membros daquele clã assustador.


- Segura as pernas dele. Quando estivermos no carro você apaga! – Austin ditou irritado, o malditinho estava dando mais trabalho do que o planejado.


E aquilo realmente o está irritando.


Havia desviado de algumas cabeçadas, chutes e ainda tinham os gritos altos, que provavelmente lhe renderia uma dor de cabeça.


- Realmente vai ser uma pena marcar uma pele tão bonita como essa. - Phillipe brincou enquanto tentava controlar as pernas fortes que lhe chutavam a todo o momento.


- Quero ver dizer isso quando ele tocar ‘a pele bonita’ em você. – Um arrepio percorreu o moreno, mesmo que ambos estivessem cobertos da cabeça aos pés eles não queriam dar aquela sorte. Ainda tinha pesadelos com o xerife de Riverwest e a pequena caçada às bruxas devido à morte do filho do alfa rival.


- O que pensam que estão fazendo? – Algum engraçadinho berrou do outro lado da rua. O infeliz se aproximava rápido, sobrando para Phillipe resolver.


Sem muito caso ele soltou a ruivo que não esperava aquilo, facilitando um pouco a Austin que pode finalmente arrastá-lo, mesmo que por um espaço curto.


- Ei! Estou falando com você? Deixem a menina! – O homem berrou mais uma vez, determinado a ajudar Yoruan, mas nada que uma arma apontada para ele não finda-se toda aquela coragem.


- Olha, eu não quero problemas. É só deixar ir. Eu não vou contar nada a polícia! - Phillipe queria sorrir ao ver toda a coragem do homem de meia idade sumir em um piscar de olhos. Até o moleque estava tendo mais coragem que o senhor.


Realmente não iria atirar, ficando satisfeito em ver o “herói” correr para longe só pelo engatilhar a arma.


- Não fique parado aí moleque! Apaga ele logo antes que a polícia chegue. – Austin berrou já as portas do carro. Ele ia ficar responsáveis pelo menino até chegarem à casa que estavam.


Os olhos verdes de Yoruan se arregalaram, em que merda ele havia se metido? O careca cobria sua boca com um dos braços na tentativa de calá-lo e manter sua cabeça firme.


Com dificuldade ele conseguiu cravar os dentes no braço do homem, arrancando um urro de dor do maior.


- Desgraçado me mordeu! - Austin reclamou odiando ainda mais o menino.


Controlando o riso, Phillipe voltou até o ruivo, vendo o olhar assustado dirigido a ele, pedindo para não lhe fazer nada.


Com pesar Phillipe ofereceu um sorriso triste a Yoruan.


No período que ele ficou de vigia, havia gostado do garoto. Sentido pelo dia de merda que ele estava tendo.


Talvez, se não fosse às circunstâncias, quem sabe, não poderiam ter se tornado amigos?


- Desculpe olhos bonitos, ordens da chefia... – Terminando com um soco bem dado no estômago do menor, o deixando pálido no mesmo instante que havia terminado.


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Era aquilo que chamavam de ver estrelas?


Yoruan se viu perguntando em um rápido momento enquanto se curvava pela dor e falta de ar.


Sua visão ficou turva, e pode sentir o corpo ficar gelado, igual a quando a pressão cai, amolecendo nos braços do careca sem qualquer indício de toda a força que ele apresentou antes.


Isso foi mais do que o suficiente para seus sequestradores. Rapidamente o colocaram no banco do passageiro.


Ainda atordoado ele sentiu um cheiro extremamente doce, pouco antes de ter algo que ele julgava ser um pano forçado sobre sua boca o fazendo o perder a consciência.


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Austin sorriu cansado.


Finalmente o moleque tinha se ‘acalmado'.


Foi um alívio quando ele havia cedido em seus braços, após ter resistido tanto.


Realmente o garoto havia conseguindo cansá-lo, por isso não teve o menor cuidado quando o atirou no banco do passageiro. Satisfeito que o mais complicado finalmente havia acabado.


- Podia ser um pouco mais cuidadoso! Ele é uma pessoa e não um saco de batatas.


- Repita isso quando for você que fizer todo o trabalho duro. – Retrucou. Phillipe era mole para o seu gosto.


Com presa, ele pegou o frasco e o pano que eram oferecidos pelo castanho.


O pano já estava embebedado na essência que faria o resto da mágica até o dia que o menino viria a servir a seu propósito.


Fechando a porta do seu lado com o carro em movimento, ele não teve pressa em colocar a cabeça do menino já desfalecido em seu colo.


Com cuidado esvaziou todos os bolsos do ruivo, jogando pela janela tudo que pode-se atrapalhar, mantendo os documentos pessoais que seriam descartados de outra maneira e assim dificultar mais a identificação da polícia.


Com um suspiro ele garantiu um pouco mais de essência no garoto.


Aquilo tinha um cheiro horrível, quase como peixe podre, contudo para manter o Djiin calmo ele não se importava de ter aquilo praticamente esfregando sobre seu nariz, mesmo que por horas.


Agora tudo que tinham que fazer era chegar a Springfield.


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A reserva de Riverwest era conhecida por ser uma das maiores do estado. Tombada patrimônio nacional, após o fechamento da antiga mina de ferro e carvão décadas atrás.


Preservava uma extensa área de mata e vida natural, onde diversas espécies desfrutavam de sua amplas terras.


A floresta fazia divisa com três cidades.


Riverwest que detinha a maior quantidade de hectares e a responsabilidade pela segurança e investimentos da reserva que ficava em um parque nacional.


A tradicional Ellicott, conhecida pelos seus vastos campos floridos, e uma região montanha, que atraíam multidões durante seus festivais de primavera e inverno.


E a pequena Cherryfalls, que ganhou esse nome por um raro fenômeno nas quedas locais, que ganhavam um tom rosado ao fim da tarde.


A região em si era um local conhecido por sua beleza e tranquilidade.


Tranquilidade essa que não desfrutada pelo jovem Noah, que estava escorado a uma das paredes em seu pequeno cativeiro de pedra. Tentava dormir um pouco, e assim, quem sabe esquecer a fome e a sede que lhe abatiam.


Fazia três dias que fora jogado naquela caverna pelos homens de Thomas.


Chora-ra tanto nesse tempo chamando pelos irmãos e tio como se eles realmente pudessem ouvir, e salvá-lo daquele tormento.


Ainda tinha dificuldade pra entender o que tinha acontecido...


Em um minuto estava feliz pedalando até o mercado a pedido de sua avó, e no outro estava amarrado no porta-malas de um carro cheio de maníacos.


Arrependia-se tanto por não ter sido mais cuidadoso.


Seu tio havia avisado toda matilha para ficarem atentos aos homens de Thomas, que estavam sendo vistos com mais frequência em seus territórios.


Mas era alta temporada de férias de verão a cidade estava lotada. Não acreditava que ele o alfa rival teria a audácia de cometer algo tão imprudente como atacá-los com tantos olhos atentos.


Não somente ele teve a cara de pau, como também o levará próximo de sua casa, em um claro desafio ao seu alfa.


Thomas era um louco, maluco, completamente insano!


A ânsia que ele e seu pai dividiam pelo controle do território que pertencia à matilha de Riverwest, sem realmente se importarem com quem estavam ferindo e os métodos que tinham de usar para conseguir o que queriam, estava levando a desgraça de todos a anos.


Thomas ainda parecia ser movido por algo mais forte que seu pai.


Não se importando em aterrorizar a própria matilha que também vinha enfrentando sérios problemas, trazendo sofrimento aqueles que não compactuam com a demência de seu alfa.


- Que barulheira é essa? – Noah se perguntou curioso.


Nos três dias que ele tinha sido preso, mal ouviu os guardas que cuidavam de suas necessidades básicas, e de repente havia uma grande gritaria que parecia se aproximar.


Ficou esperançoso! Será que a matilha finalmente o encontrou?


Levantando o corpo com cuidado, Noah foi até a porta de metal pesado encostando a cabeça nela, queria entender o que estava acontecendo.


- Porra! Beta Austin não tinha dito que ele não acordaria?


- Eu não sei inferno! Segura esse bostinha direito! Desgraça não quero ele perto de mim.


- Merda! Ele não para quieto.


Noah não conseguira entender muito bem devido ao som abafado.


Haviam trazido mais alguém?


Seja quem for, estava tão ou mais irritado do que os outros dois lá fora, soltando tantos palavrões que ele jamais pensou em ouvir em uma única frase.


Quando já estavam mais próximos, Noah se afastou apressado, se encolhendo ao lado de algumas vigas instáveis que haviam caído do andar superior em algum desmoronamento.


Assustado com o barulho alto da porta sendo arremessada contra a parede, ele pode ver as sombra dos lobos que ficavam responsáveis por sua cela, berravam uns com os outros em um misto de medo e raiva.


O isso o deixou curioso. Não era qualquer um que tirava aquele tipo de reações dos subordinados de Thomas.


Com cuidado ele se inclinou para frente tentando ver alguma coisa sem ser notado, tendo a certeza depois que ele estava vendo umas das coisas mais estranhas que ele viria na vida.


O homem que sempre o levava ao buraco que chamavam de banheiro, entrou na cela, arrastando com dificuldades um estranho garoto ruivo, enquanto seu carcereiro estava caído no chão um tanto desorientado.


O garoto estava sendo puxado pelos cabelos pelo lobo nojento, um segundo homem que não conhecia tentava conter seus braços já amarrados, mas não parecia impedir de tentar acertar os homens, golpeando com os braços e chutes baixos, mas certeiros, provavelmente foi um desses que tinha acertado o lobo que agora mal se segurava na porta.


Algo mais chamou sua atenção no outro menino.


Haviam tatuagens que pareciam brilhar como fogo, elas cobriam seus braços, torço e rosto, era algo estranhamente bonito de se ver ao mesmo tempo em que assustador.


Noah voltou a se encolher em seu ‘esconderijo' assim que o lobo na porta o notou o ameaçando com o olhar para que ele não tenta-se fugir.


Não queria problemas com nenhum deles, por isso era melhor ele ficar o mais quieto possível se mantendo fora até tudo acabar.


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Yoruan fora jogado na cela minúscula como um saco de batatas podre. A força que o homem que o segurava pelos cabelos foi tanta, que ele sentiu parte ser arrancado no processo. Pela quantidade de vezes que haviam recorrido a esse método desde que haviam o pego, não duvidava que ele estivesse com falhas feias no cabelo.


Os lobos que o haviam arrastado saíram apressados da cela, nunca deixando de olhar por cima de seus ombros, praticamente correndo para fora assim que ele conseguiu se colocar de pé.


Desengonçado, correu até os mesmos, se não estivesse em uma situação tão perigosa teria rido do desespero com que fecharam a porta à sua frente o fazendo praticamente dar de cara com o metal.


- Seus filhos da puta! Vocês vão ver só quando eu sair daqui, seus merdas! Vou fazer questão de foder com todos vocês! Assim como fiz com seu amiguinho. Seus chupadores de paus! Vão preferir beijar os pés do capeta, do que me ter pela frente!


Chutava a porta com força, não se importando de como ficariam seus dedos ficariam depois, o que ele queria era fazer um estrondo com a ponta de ferro da bota e quem sabe causar medo nos engraçadinhos.


Realmente queria entender o que estava acontecendo.


Tinha acordado durante o trajeto do que ele entendeu ser uma caverna, estava no ombro de um lobo em forma humana. Ainda estava atordoado do negócio que usaram para fazê-lo dormir, o que o deixou com algo parecido com uma ressaca, e aqueles montes de alfas e betas pronunciados pelos homens não estava ajudando.


Demorou um pouco para notar que o atrevido que lhe carregava por alguma razão estava dando algumas apalpadas em sua bunda, em meio a uma discussão sobre o desperdício que era o alfa monopolizá-lo.


Desesperado e um pouco mais consciente, ele se aproveitou de que suas mãos estavam livres, e sem jeito conseguiu tocar o pescoço descoberto do homem deixando seu veneno fluir.


Assim que o corpo do lobo caiu ele tentou se levantar ainda usando o infeliz caído como apoio, aproveitando que os outros lobos que andavam, mas frente ainda estavam entretidos em sua conversa e não notado a falta do amigo.


Quase caindo novamente no chão ele correu de volta pelo túnel, seus passos altos chamaram a atenção dos outros lobos que irritados o perseguiram, mas ele não conseguiu ir longe, sendo parado por um muro no rosto do maldito motorista careca que o aguardava em uma das esquinas do corredor feito na rocha.


O beta não havia confiado completamente na essência e muito menos nos moleques que iriam levar aquela coisa até a cela do pirralho Malek, por isso estava acompanhando o translado por garantia. Parecia que todos ali se esqueceram que o moleque por mais que não tivesse habilidade alguma, não precisava mais do que um toque pra matar alguém.


Caído no chão foi fácil imobilizar Yoruan e arrastá-lo para aquela cela imunda por mais que ele dificulta-se o caminho.


Yoruan soltou um berro de raiva, esmurrando a porta pela última vez antes de dar lugar à dor enquanto escória as costas pela parede atrás de si.


Com as mãos amarradas ele tentou limpar o sangue quase seco que escorria pelo nariz.


Teria sorte se somente fica-se com o olho inchado, também estava preocupado com aquelas estranhas marcas no corpo, tinha lido algo sobre aquilo uma vez, mas ter isso no corpo era bizarro.


- Ah... vo... vo... você está bem? – Alguém perguntou o fazendo levantar a cabeça, mas não conseguiu ver ninguém. Muito delicadamente um cheiro de lobo jovem chegou ao seu nariz.


Esse era diferente dos lá de fora, tinha alguns toques sutis que não batiam com os outros lá fora, além do cheiro de sujeira e vômito.


Noah estava temeroso, não querendo de sair de seu esconderijo o outro garoto podia ser hostil com ele.


- Dolorido, mas vou sobreviver. – Yoruan respondeu, ainda esperando o lobo aparecer.


Tomando algumas goladas de ar, Noah aos pouco foi saindo de seu esconderijo. Ficando ainda mais nervoso ao ter a atenção do ruivo que estava todo desgrenhado.


Yoruan piscou algumas vezes ao ver o menino menor que parecia um ratinho assustado, agarrado a aquele monte de pedras mal o olhava nos olhos transparecendo todo seu medo.


Ficaram naquele silêncio por algum tempo, Noah de cabeça baixa e acuando de vez em quando dava algumas olhadas para Yoruan, desviando assim que conseguia a atenção do ruivo novamente.


Com os ombros caídos e ainda de cabeça baixa o moreno saiu de trás das pedras, esfregava os braços como se aquilo lhe desse coragem sem nunca deixar de olhar para o ruivo que pareceu perder o interesse por ele.


Yoruan não queria forçar o outro garoto, deixando de incomodá-lo e focando em se acalmar e assim talvez aquelas marcas sumissem.


Quando já estava um pouco mais calmo, Yoruan tentou livrar os braços, sentindo uma ânsia subir pela garganta assim que o gosto do pano sujo chegou a ele.


Suspirando em desgosto ao ver o quão forte estavam os nós que fizeram em sua camisa. Jessica havia gastado tempo e dinheiro pra fazer ela.


Ele mal tinha conseguido afrouxar um dos nós quando notou que o moreno se aproximando.


- Eu posso soltar pra você! – Noah ofereceu sem saber se realmente deveria estar fazendo aquilo, mas o ruivo não lhe pareceu tão mal depois de um tempo.


Yoruan ficou quieto pensando se deveria realmente aceitar a ajuda.


Não era seguro, por ele ainda estar muito emotivo e poder envenenar o outro sem querer, ainda mais com aquilo.


Noah não esperou por uma resposta se aproximando com cuidado, achando estranho quando o outro puxou os braços para longe dele.


- Desculpa, eu só queria ajudar.


- Não é isso... não sei o quão ruim pode ser se você encostar em mim com essas coisas. - O moreno olhou confuso, procurando uma explicação melhor.


- Sério. Você não vai gostar dos resultados se fizer isso.


- É tão mau assim?


- Hum, fiz uns estragos lá fora antes de me tacarem aqui.


Noah pensou realmente em desistir, mas eles precisavam estar em bom tom, já que iriam dividir o lugar.


- Tudo bem! Eu posso soltar os que estão mais em cima sem encostar em você e talvez você consiga tirar uma das mãos. É melhor do que nada.


Yoruan pensou por mais algum tempo se não era melhor esperar até talvez aquilo passar. As tatuagens não pareciam estar mais tão vivas. Mas seus pulsos doíam e podia ver alguns roxos mais escuros em um deles. Com cuidado ele estendeu os braços arrancando um leve sorriso de Noah.


Yoruan se aproveitou do momento para analisar o menino que obviamente era mais jovem não passando talvez de uns 15.


Ou podia ser o fato do moreno ter feições mais afeminadas. Ele mesmo ficou em dúvida até notar o detalhe no pescoço.


Ele era pequeno. Realmente pequeno, talvez não passando dos 1,50.


O rosto era fino e delicado, que contrastavam com os olhos grandes de um dourado bonito, cílios longos e a boca rosada era pequena e saltada.


Era magro e assim como ele possuías curvas acentuadas em uma escala maior e fechando o conjunto os cabelos negros e longos se que não fosse pela bagunça que ele estava, lhe daria um ar de boneca.


- Sou Noah... e você?– Disse ainda inseguro, desatando o último dos nós mais complicados para a felicidade de Yoruan, que além de finalmente livre pode colocar a camisa novamente escondendo a pele.


- Yoruan, mas pode me chamar de Yoru.


Uma risada abafada de Noah chegou aos ouvidos de Yoruan fazendo seu humor ruim azedar um pouco mais. Não era novidade alguém rir dele ou de seu irmão pelos seus nomes estranhos não tinham culpa do mau gosto dos pais.


Noah tentou controlar o riso que cortava sua garganta seca, não era algo educado rir do nome de alguém mesmo sendo estranho. Sua risada só piorou com a cara feira do ruivo o fazendo engasgar quebrando o clima tenso que ele vivia nesses dois últimos dias.


- Desculpe, mas Yoruan? Isso parece nome de algum produto japonês estranho.


- Muito engraçado Barbie Teresa! Não duvido que minha mãe tenha lido um rótulo de shampoo quando resolveu me dar um nome, mas não sou a bonequinha de porcelana aqui. Sossega o facho.


Agora foi a vez de Noah ficar de cara azeda.


Barbie Teresa?


Aquele ruivo maldito havia andado com seus irmãos sem que ele soubesse?


Imitando a carranca de Yoru, Noah se sentou ao seu lado mantendo uma boa distância do outro por garantia, de canto de olho ele pode ver o sorriso debochado do ruivo o deixando ainda mais bravo.


Ruivo maldito!


- Então... sabe onde estamos? – Yoru perguntou sério quebrando o leve clima que cresceu entre eles tão rápido quanto ele surgiu.


Noah pouco a pouco perdeu a cara brava. Cansado, deitou o rosto sobre os braços apoiados nos joelhos dobrados dando uma leve confirmação com a cabeça.


- Estamos na velha mina. Fica no território da minha matilha, mas não tenho ideia de como sair daqui. – Noah encolheu ainda querendo sumir no chão.


- Mina? Com certeza eu não estou mais em Eugene. – Yoruan pensou em voz alta se deixando abater também.


- Eugene? Nunca ouvi falar. A onde fica? - Perguntou curioso.


- Oregon. - Noah ficou calado por alguns segundos pensando no que dizer, deixando claro ao ruivo que ele não estava nem um pouco perto de casa.


- Estou bem longe, não é?


- Sim. Aqui é RiverWest, Washington.


- Ah puta merda! – A cabeça de Yoruan deu uma leve corrida para absorver o que foi dito.


Washington podia ser um dos estados vizinho, mas eram horas até chegar nele. E talvez mais algumas horas até aquele lugar.


Noah por sua vez se aproveitou do breve silêncio fechando os olhos por alguns segundos enquanto se perdia em pensamentos.


Thomas havia enlouquecido de vez para se dar o trabalho de ir atrás de alguém tão longe de sua matilha, a questão era o por quê?


O silêncio o fez se sentir ainda mais fraco e impotente, como sairiam das garras de Thomas? Sua matilha era a última esperança, mas eles não tinham vindo resgatá-lo em dois dias, esperava que o encontrassem logo.


Tentando não pensar muito no que podia acontecer, Noah voltou-se para Yoruan que apertava os pulsos arroxeados, e para sua curiosidade as estranhas tatuagens do maior de alguma maneira pareciam sumir. Não brilhavam mais como fogo ate onde ele podia ver pareciam tatuagens comuns, mesmo ainda espalhadas por todo o corpo.


- Suas tatuagens...


- Isso? – Yoru puxou um pouco a manga da camisa mostrando o braço ainda marcado por linhas escuras. - É um pequeno detalhe que diferencia um Djinn de uma pessoa comum. – Explicou. Seria aberto com o outro, não lhe serviria de nada seguir com a história de seu pai e fingir ser um mago.


- Meu pai tinha comentado sobre elas, mas confesso que é uma novidade pra mim também.


- Djinn? - O termo não era estranho. Onde ele havia ouvido?


- É jinns, Djinn, gênio da lâmpada coisas desse tipo, entende...? – Noah levantou a cabeça em ânimo, se aproximando mais de Yoru o interrompendo, esse que espalmou as mãos a sua frente o lembrando de manter distância.


Seus olhos cheios de esperança focaram o ruivo.


Poderiam finalmente sair daquele lugar!


- Então você pode realizar desejo? E nos tirar daqui?


Yoru não pode evitar de sentir-se mal pela esperança que encheu o garoto, desviando o olhar do jovem lobo.


- Se eu pudesse fazer tudo o que dizem, eu não estaria nessa situação. – Respondeu curto, ficando mal quando Noah se esvaziou.


Em desconforto Yoruan começou a brincar com os alargadores de suas orelhas.


Não queria soar tão rude. Amargando um pouco com o que disse tentou explicar melhor sua inutilidade com djinn.


- Olha Noah... me desculpe. Talvez até houvesse um jeito, se eu tive ideia de como se faz. - Noah se viu confuso mais uma vez com o ruivo.


- Meu pai meio que educou eu e meus irmãos como pessoas comuns. Aconteceu algo com ele que o deixou apreensivo sobre nós sermos, nós. - Yoruan encarou sentido.


- Ele não nos ensinou nada. O máximo que sei fazer é controlar o veneno na minha pele pra não matar ninguém e algumas outras coisas bobas, que não vão ser úteis para sairmos daqui. – Não estava mentindo, ele e Fannie conseguiam fazer pequenas coisa mudarem de lugar, ou até trocar algumas cartas de baralho e roubar um pouco no jogo, mas eles sempre estavam juntos, e havia tocado nos objetos assim como tinham que vê-los pra dar certo, sem contar que isso os cansava.


- Por isso que eu pedi pra você não tocar em mim, eu estou num mar de sentimentos que não posso garantir algum acidente.


Noah derrotado voltou a se encostar na parede escondendo o rosto entre as mãos.


Estava tão perto e tão longe de sair daquele lugar maldito.


O choro subiu de uma vez para a preocupação de Yoru, que tomou aquilo para ele mais do que deveria.


- Me desculpe Noah. Eu... - Queria confortar o menor, mas ainda tinha receio de machucá-lo.


- Porque isso está acontecendo? - Perguntou Noah a ninguém, com a voz abafada pelas mãos, precisava dizer o que lhe pesava.


- Eu, eu só queria ter uma vida normal! Mas Thomas sempre vem e destruí tudo. Ele já fez tanto mal pra minha família. – Noah chorou ainda mais enquanto contava às experiências que teve com Thomas, fazendo Yoruan notar o quão pior era a situação deles.


Noah ainda contou sobre a morte dos pais, e de como Thomas havia matado seu primo e quase um de seus irmãos mais velhos.


Entre outros casos que se não fosse pelo aparente poder que ele exibia, já o teria levado à morte por qualquer conselho de anciões decente.


E quanto a Noah ele tentava limpar as lágrimas grossas que ainda escorriam em seu rosto, mas a cada nova tentativa ele chorava ainda mais. Envolto a sua tristeza foi com um susto que ele sentiu ser puxado pelos braços de Yoruan o fazendo se afastar de medo pelo aviso recente.


- Tá tudo bem. Eu cobri as mão com as mangas, não vou tocar direto em você. - Yoruan respondeu carinhoso, enquanto fazia um pequeno carinho em suas costas do moreno assim como fazia com seus irmãos.


Enquanto houve tecido, o toque não seria um problema.


O pequeno carinho acabou por incentivar o menino mais jovem a voltar a chorar.


Noah nesses dias nunca se viu tão necessitado de ser cuidado. Deixando o ruivo o puxar até que sua cabeça estivesse me seu colo, onde se agarrou com força a cintura delgada do outro enterrando seu rosto no estomago liso chorando ainda mais do que antes.


- Não quero morrer! – Noah disse com sua voz abafada, estava apavorado pelo futuro.


- Não como eles! – Ele se afundou ainda mais no dorso de Yoruan como se pudesse se fundir a ele. - Eu, eu, eu quero ver minha família de novo, eu estou com tanto medo Yoru! Não quero morrer, não quero!


O perto Noah começava a doer nem por isso Yoruan deixou de cuidar do menino, mantendo ainda o carinho com uma das mãos enquanto a outra coberta pela manga era passada com cuidado nos fios negros.


Cuidar do pequeno lobo também estava o ajudando. Passada a adrenalina e o que lhe foi contado todo o peso do que ele passou desde a casa de Kevin recaiu sobre ele. Se mesclando com a dor de não poderem sair daquele lugar.


Ele queria chorar também, tremia de nervoso o que parecia ser ignorado por Noah que o apertava ainda mais, no fundo ele começou a compartilhar a esperança de que a família do menino os encontrassem antes que o pior acontecesse.


Mas naquele momento tinha que cuidar de Noah. Não demorou muito tempo para que o choro diminuísse, assim como a força do abraço, muito provavelmente o menor iria dormir logo.


- Tudo vai dar certo Noah, enquanto estivermos juntos não vou deixar que nada aconteça com você. Eu posso não ser útil para nos tirar daqui agora, só... vou dar um jeito. - Yoruan sabia que aquilo era uma meia verdade. Mas precisavam de algo para se acalmar e que também para que ambos se agarrassem e se manterem “bem”.


Contudo isso não fez o gosto amargo que sentia na garganta desaparecer.


Talvez por ter a chave da liberdade deles e mesmo assim não saber usá-la, e pela primeira vez na vida ele sentia raiva de verdade de seu pai.


Mas aquilo parecia ter funcionado um pouco com Noah, que levantou o rosto o olhando crente em sua promessa, antes de se ajustar melhor em seu colo e procurar dormir.


Olhando melhor seus braços, as tatuagem estavam em linhas finas logo ele podia parar com aquele cuidado exagerado todo, ou assim ele esperava.


Temia o que poderia ser deles naquele lugar.


Se o tal Thomas fosse metade do que Noah lhe contou, não desejava pelo futuro deles ali.


Queria chorar, chamar pelos pais e por seu irmão, mesmo ele sabendo que eles jamais ouviriam. Se amaldiçoando pela sua imensa estupidez em não ter ido direto para sua casa.


Apesar de que o jeito como Thomas o abordou, o fez notar que ele estava sendo vigiado há algum tempo, então ele tentaria algo mais cedo ou mais tarde.


Mas talvez se ele estivesse mais perto da família aquilo podia ser evitado.


Mas, e Noah?


Decidiu afastar aqueles pensamentos. Não os ajudaria pensar no que não aconteceu, já estava na merda mesmo...


Ele tinha que se ocupar em encontrar um modo os livrar dali. Não podia se dar ao luxo de se deixar levar, por qualquer pensamento ou sentimento desnecessário. Pelo menos não agora, nem naquele lugar.


 


Continua...


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Isso que dá nascer numa sexta feira 13.


Espero que os 2 saim logo desse problema.


Deixem um comentário, todos serão passados pra zai.


Caso queiram tiram alguma duvida ou alguma explicação com mais detalhes, pode haver um jornal ou capitulo extra explicado.


Fiquem com deus e tudo de bom.



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Autor(a): DeanHarris

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- NOTA DO AUTOR!!! DeanHarris: Oi pessoal! Capitulo atrasado mais finalmente aqui. Houve uma serie de motivos pra ele sair tarde. Muita coisa pra resolver no final de ano(2018 resolveu se provar ser uma droga de ano mesmo). E eu e a Zai tent ...


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