Fanfics Brasil - 3 - Tempo Passado Pelas Famílias. Djinns: Os Três Desejos do Lobo

Fanfic: Djinns: Os Três Desejos do Lobo | Tema: ficção, universo alternativo, AOB, Omega verse,


Capítulo: 3 - Tempo Passado Pelas Famílias.

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NOTA DO AUTOR!!!


DeanHarris:


Oi pessoal!


Capitulo atrasado mais finalmente aqui.


Houve uma serie de motivos pra ele sair tarde. Muita coisa pra resolver no final de ano(2018 resolveu se provar ser uma droga de ano mesmo).


E eu e a Zai tentamos reformular o capitulo que não tava do agrado dela. Por isso acabamos levando mais tempo que precisava. O que foi bom por um lado porque acertamos uns pontos pro próximo capitulo e uma Fic paralela que vai contar com alguns detalhes a mais sobre a historia.


Isso veio da pergunta da Ana Lua lá no Nyah.


A ideia é soltar esse extra e o capitulo 4 na semana do dia 1.


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Ahron andava impaciente pelo escritório de seu tio a espera de qualquer notícia sobre a situação de Noah.


Fazia 8 dias desde o desaparecimento e ainda não possuíam pistas o suficiente sobre seu paradeiro.


Sabiam que os lobos de Thomas estavam envolvidos diretamente como nas vezes anteriores, só não conseguiram ainda provas que ligassem o alfa.


Cerca de 3 dias após Noah ter desaparecido, receberam uma ligação do alfa Peter da matilha de Ellicott; a matilha vizinha estava os ajudava nas buscas e haviam encontrado a bicicleta de Noah retorcida dentro de uma caverna, no ponto mais distante do território pertencentes a eles.


A bicicleta possuía ainda fraco o cheiro dos lobos de Cherryfalls, o que atraiu o foco mais uma vez a Thomas.


Ele estava realmente frustrado, descontando sua raiva em um soco na parede a sua frente. isso o fez ganhar um leve olhar do melhor amigo, que o vigiava da poltrona de seu tio do outro lado da sala.


Drakan só estava ali para garantir que ele não faria nada imprudente, sem dar realmente a sua agonia, ou era simplesmente sua típica frieza emocional.


O outro o olhou por alguns segundo voltando sua atenção na leitura daquele maldito livro em árabe.


Isso estava tirando o do sério.


- Você não cansa de ficar aqui lendo essa merda? – Ahron perguntou provocativo, não podia ser o único fora do eixo ali.


- Não. Você deveria seguir o exemplo e achar algo para fazer antes que crie um buraco no chão. Sua avó ia adorar se isso acontecesse. – Drakan não se importou com o tom do outro, desde cedo que ele tentava irritá-lo, como se aquilo fosse ajudar.


- Drakan; somos amigos, mas eu juro que eu vou te socar se você for engraçadinho mais uma vez. Não estou para seu sarcasmo e falta de empatia ao próximo. – Ahron retrucou irritado pela maldita calma do amigo.


No fundo ele queria ter aquela calma toda, para conseguir ajudar com a situação decadente de sua família com o sequestro de Noah.


Mas o que ele estava fazendo? Surtando de preocupação quase arrancando os cabelos, enquanto ficava responsável pela casa, e dos residentes que não estavam envolvidos nas buscas.


O que não era fácil com a avó isolada mal trocando qualquer palavra com ele, e um tio grávido, que podia ter uma síncope a qualquer momento. E não menos um amigo filha da puta que estava agindo como babá chata.


Ficar naquela casa a tanto tempo, estava o deixando louco.


 - Me bater? Assim como você fez o beta Gerard?


Drakan jogou na cara do amigo.


Era muito cretino de sua parte, ainda mais se considerar o peso do momento que o levou a isso. Mas Ahron tinha que ser responsável por seus atos mais cedo ou mais tarde, em algum momento aquelas atitudes imbecis podem lhe custar caro.


- Você só está nessa situação por sua própria irresponsabilidade! Socar o beta Gerard podia ter gerado algo muito pior do que seu afastamento das buscas! Você é o futuro alfa, imagina se por sua culpa, Thomas põe fim à ‘paz que temos’?


O moreno revirou os olhos impacientemente enquanto mordia a ponta do dedo tentando se acalmar.


- Uma paz tão bem estabelecida, onde o alfa desgraçado deles sequestra o membro da nossa matilha, e sai impune – Ahron ironizou.


- Sei que errei; e me arrependo! Não tinha como eu ouvir todas aquelas mentiras... é meu irmão que está lá fora! – Drakan deu de ombros, o amigo vinha com essas desculpas novamente.


- Entendo muito bem a situação Ahron. Não vai ser nem a primeira e nem a última vez que eles mentiram. Descontar suas frustrações em atitudes idiotas não nos favorece.


O moreno deu um sorriso sem graça assim que Drakan se aproximou dele o parando, sempre sério.


- As coisas podiam ter ficado mais delicadas do que estão. Você não tem idade para isso, pense antes de agir! Você é o próximo alfa!


Drakan suspirou derrotado, seria um longo caminho até ele se tornar o alfa que precisavam.


- Se quiser desestressar fale comigo antes! Podemos lutar quando precisar.


O moreno confirmou em um leve balançar de cabeça, aquelas últimas semanas o ruivo vinha sendo muito prestativo, cedendo muito do seu tempo a família amiga.


- Eu sei; a cabeça anda tão cheia, essa rotina complicada dos últimos tempos. Noah foi como um estopim. – Ahron se jogou no sofá do escritório. Seu olhar ia e vinha para a sacada aberta onde ele podia ver ao longe o portão da propriedade da família.


- As coisas também não andam bem com tio Lukas. Tem 2 dias que ele não come de tão preocupado, anda parecendo um zumbi, só chora. Ontem ele quase cortou os dedos quando ajudava vovó com o jantar.


Aquilo chamou a atenção de Drakan, ele estava ajudando a família, mas não estava tendo contato com a avó e o tio de Ahron. Isso o incomodou um pouco, ele podia ter sido mais atento e prestativo com outras coisas importantes.


- Isso não é bom pro bebê, quer que eu ajude? – Drakan ofereceu Lukas era querido por todos, um homem tão doce.


Noah tinha muito do homem.


- Se você tiver alguma ideia que seja ‘natural’ é bem-vinda, a situação dele está nos preocupando. Nem o tio Logan conseguiu convencer ele. – Falar de seu tio e primo ainda nem nascido o fez se arrepender do pensamento egoísta que teve a pouco, mal, ele decidiu seguir com o principal motivo que os mantinha naquela sala.


- Seu pai e seu irmão, deram alguma notícia?


Drakan demorou um tempo para responder, olhando o celular para algum feedback.


- Nada diferente. Ele ainda deve estar no trabalho. Tarif também não mandou nada, ele e seu tio não devem ter conseguido muita coisa ainda, mas meu pai deve estar indo ajudá-lo logo.


- Não me agrada a falta dele nesse momento, mas alguém tem que manter as aparências, para os velhos de merda.


Ahron pensou alto, acompanhando Drakan que se servia do café, recusando a xícara oferecida por ele enquanto tentava filtrar o recente acontecimento para salvarem Noah.


Os vigias da matilha conseguiram capturar um dos lobos de Thomas durante a madrugada anterior. Um garoto, 18 anos, que dizia acampar com amigos na reserva.


Isso não levantava nada fora do normal com as férias de verão em pleno andamento. Contudo tal acampamento além de extremamente longo, também demandava um alto consumo de alimentos que não condizia a quem acampa. Tudo que era consumido pelos campistas era comprado pelo jovem em lojas de conveniência e farmácias 24 horas, sempre na madrugada, horário onde por tabela a matilha diminuía a quantidade de vigias.


Só que o garoto, por inexperiência demonstrava extremamente nervoso e inseguro em meio as suas compras, o que fez a delegacia receber diversas queixas e alertas sobre o rapaz.


Com isso Kaab, xerife e pai de Drakan, mobilizou alguns policiais ligados a matilha a procura do garoto, enquanto alertava seu tio, que discretamente também começou a procurava o garoto a sua maneira.


Por 2 dias ninguém havia conseguido nada do garoto que desapareceu junto do dito acampamento, isso até a última madrugada.


Um atendente chamou a polícia sobre um vândalo, extremamente nervoso, que agrediu um dos funcionários da sua loja em posto de gasolina nos limites da cidade.


Desde então seu tio Logan e Tarif estavam na fazenda Walker, onde tinham uma ‘conversa rápida e amigável’ com o rapaz.


Conversa essa que teria que terminar até o início da noite, pois era o tempo que Kaab podia o rapaz até oficialmente o prender.


- Não duvide do meu irmão. – Drakan tirou o moreno de seu mundo particular.


- Aquele velho é tão competente quanto meu pai. Ele vai conseguir o que precisamos a tempo.


- Não é só isso. Thomas já está me cansando. – Ahron desabafou.


- O pai louco matou meu avô e a primeira mulher do meu tio; Depois vem Thomas e mata membros inocentes da nossa matilha, William quando criança, meus pais, Luca, quase mata Aidan, causa um dano sério a minha avó que teve de amputar uma das pernas, sequestra Noah e tudo o que aqueles malditos anciões fazem é passar a mão na cabeça dele.


Ahron suspirou, algo que ele estava fazendo muito principalmente nessa semana.


- Dinheiro e poder podem fazer muitas coisas. Thomas alimenta os seus vícios deles e com isso nós e outros grupos sofremos, mas é difícil conseguirmos nos aproximar de outros anciões com todo o cerco que fazem. – Ele se perguntava se qualquer um dos velhos tinha notado a aparente vontade de Thomas obter o lugar deles, não seria nem um pouco estranho um dos velhos aparecer morto e o outro tomar seu lugar. Drakan desejava do fundo do coração que isso nunca acontecesse, porque seria um inferno na terra.


- Tem certeza que vocês não podem fazer nada com todo esse poder? – O moreno perguntou atraindo a atenção de Drakan que demorou um pouco para entender o que o outro disse, mesmo tendo compreendido.


- Que?... Não, não somos nenhum personagem de desenho over power; e existem regras a serem seguidas.


Ahron deu de ombros, as coisas poderiam se resolver de uma vez só esperava que preço a ser pago pela espera não fosse mais alto do que já estava sendo cobrado.


Com certa letargia se levantou, observando o relógio de relance. Ainda havia tempo até que todos se encontrassem na casa de hóspedes da propriedade.


Fazendo um sinal com a mão, ele chamou Drakan, não muito interessado em deixar seu café.


- Eu vou sair um pouco e andar. Você vem nani?


- Alguém tem que trocar suas fraldas..., mas, depois do meu café. -  Tudo que Ahron pode fazer foi revirar os olhos e aguardar o amigo. Faria bem eles respirar ar puro.


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Betani estava extremamente desgostosa com o marido e Zamira. A dita “amiga” de Dominic e mãe das duas crianças ruivas da família.


Os 2 estavam tendo uma discussão acalorada, onde a Djinn loira na maior parte do tempo tentava fazer Dominic enxergar a realidade das coisas, contudo ele estava ignorando completamente os sentimentos da mulher, assim como todo resto.


Isso a irritava, tanto quanto o descaso do marido.


Se ele fazia isso com Yoruan, que claramente era seu filho favorito. Imagina o que ele podia fazer com um de seus meninos?  Isso a fez repensar um pouco sobre seu relacionamento, e até começar a compreender algumas das atitudes de Zamira e de Frannie.


Se não fosse o desejo de Dominic, que havia aceitado quando se casaram, ela mesmo já teria feito mais do que estava fazendo.


Não se dava com os meninos. Principalmente de Yoruan, que representava o fantasma da vida do marido.


Contudo ela não queria nenhum mal os ruivos. Os garotos ainda eram os filhos de Dominic e irmãos mais velhos de seus 3 preciosos anjos, que os amavam.


Ela só não queria os enteados próximos a ela, dando graças por eles logo estarem longe para terem a própria vida.


- Me pergunto se foi certo eu ter aceitado as vontades de Dominic assim tão fácil... – Betani falou sem realmente ter a quem. Fazendo sua mãe levantar uma sobrancelha, em dúvida se respondia ou não.  - O que eu faço?


- Não sei querida. Já tentou convencê-lo a retirar essas restrições de todos nós?


Marry era uma senhora de 53 anos e trabalhava em um hospital onde ajudava com relação a aqueles não humanos. Ela era a única que sabia a verdade de Dominic e sua família, principalmente porque foi por ela que ambos se conheceram.


- Já tentei junto do moleque várias vezes. Mas Dominic insiste que não é de interesse de ninguém além da família. Nos últimos 2 dias ainda cismou que Yoruan fez o mesmo que aquela vez que Fannie e ele fugiram para a praia. Ele não que entender que isso é diferente.


Betani parou de mexer a panela de guisado por um momento, se lembrando do novo estado de negação do marido, o que não era normal a ele.


3 dias depois de Yoruan ter desaparecido, Dominic se convenceu que era tudo birra adolescente pela traição sofrida, alegando que ele tinha feito o mesmo quando Sandra o deixou.


Todos sabiam que nem ele mesmo acreditava totalmente naquilo, mas aquela coisa estranha que estava o movendo o deixava cego para as coisas à sua volta. Tanto que ele fez um novo desejo que impedia aqueles que sabiam do ocorrido procurarem qualquer tipo de ajuda ou mencionar Yoruan, a não ser dentro da própria família e diretamente a ele.


Caso eles tentassem, se esqueciam ou simplesmente não conseguiam falar.


Seu pai, por exemplo, várias vezes tinha se convencido que Yoruan estava na casa de campo de um dos amigos tentando se recuperar da humilhação que foi ver Kevin o traindo com Linda.


Com isso já estavam beirando 4 dias de seu desaparecimento.


- E o menino que Yoruan estava namorando? – Marry perguntou a filha assim que essa voltou a cuidar do jantar.


- Dominic já cuidou dele. Depois que William contou sobre Linda, ele e Frannie foram até o hospital entender o que aconteceu com Yoruan. Dominic o curou, mas ele não terá uma única noite de paz. – Marry engoliu seco não sabendo se sentia pena do garoto.


- Ele não vai conseguir contar a ninguém sobre os pesadelos então estaremos bem.


- E qual foi a versão que contaram ao mundo?


- Uma overdose por uso de uma droga que não conseguiram identificar. Kevin já está em casa. Fiquei sabendo que Linda estava com ele todos esses dias.


Marry deu um sorriso sem graça a filha, Linda estava sendo outro problema.


 - Realmente eu não sei o que está acontecendo com essa menina. Insiste em dizer que Yoruan teve o que mereceu, seu irmão teve que prender ela dentro do quarto depois de ser chamado pela terceira pela polícia pelo escândalo que Linda estava fazendo no hospital.


- Eu disse para Willian que se ele não tivesse pulso, Linda seria um problema. Ele não quis ouvir, depois vem tentar apontar o dedo sobre a vez que Fannie e Yoruan fugiram de casa.


- Seja mais compreensível com seu irmão. Não é fácil para ele também.  – Marry defendeu o filho enquanto ouvia as vozes de Zamira e Dominic aumentarem consideravelmente.


- Dominic conseguiu achar algo sobre meu neto?


Aparentemente Jessica havia conseguido alguma informação com um amigo que morava perto da escola, onde uma garota havia sido levada a força em um carro, ninguém tinha certeza do que aconteceu e a polícia ainda não tinha divulgado nada, fazendo Dominic usava isso como muleta para sua ideia idiota de que Yoruan só queria ficar sozinho.


Isso fez Fannie ligar a sua mãe, perguntando porque ela ainda não havia chegado para ajudar descobrindo que Dominic não havia sequer dito a ela por não ser a verdadeira mãe de Yoruan. Resultando em uma mulher irada, esmurrando sua porta às 5 da madrugada totalmente desgrenhada por atravessar 2 estados sem qualquer descanso.


- A namorada de Frannie... – Betani não pode terminar de falar quando ouviram gritos um guincho alto da sala, seguidos de coisas quebrando.


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Eram tantos sentimentos passando por Zamira que ela mal sabia o que realmente fazer.


Um de seus meninos estava desaparecido a dias e a possivelmente havia sido sequestrado e ainda por alguém que conheça o Ritual de Salomão era aterrorizante.


Isso apertava seu coração cada vez mais.


- Sabe que tudo isso é culpa sua? Se tivesse levantado esse seu desejo idiota, deixando de lado o maldito orgulho e ter criado os meninos como deveria junto da nossa família, não estaríamos assim agora!


Ela estava mentalmente acabada, mal tinha dormido durante a viagem chorando o caminho todos sem ter comido mais do que um pedaço de torrada no momento que David parou para um rápido descanso.


A voz angustiada de Frannie exigindo o porquê deles não terem chegado foi um dos piores momentos de sua vida.


Como Dominic pode esconder algo assim dela? Fazendo com que ela se tornasse a negligente.


Mal conseguiu se manter de pé enquanto ouvia, David ficou preocupado, terminando a conversa com Frannie e arrumando as coisas para partirem imediatamente.


O amor que ela sentia por ele aumentou mais naquele momento, seu companheiro estava sendo incrível fazendo tudo o que podia e o que não podia para ajudar e consola-la.


Haviam se unido há pouco mais de 2 anos e já passaram por tantos altos e baixos.


-  Não tente me culpar Zamira! Yoruan só está sendo teimoso, por isso não precisamos de ninguém fora da família. Daqui a pouco ele vai estar aqui.


Dominic rebateu enquanto se sentava folgadamente no sofá branco.


Yoruan só estava sendo uma mula teimosa, não era a primeira vez que o filho saia por tanto tempo sem dar notícia, da primeira vez ela fez o mesmo drama e os menino voltaram ainda melhor do que saíram. Ele mesmo fez aquilo quando era mais jovem.


- Meu Deus Galen. É do nosso filho que estamos falando, não uma criança qualquer! Yoruan não ia repetir o mesmo erro ainda mais por um namorado idiota, ele não é você. - Zamira praticamente berrou indignada.


- Não venha com isso! Você não sabe como é perder alguém, o que passei por perder Sandra! – Dominic começava a se irritar com a velha amiga.


- Não sei o que é perder alguém? Você me fez perder minha família a 16 anos atrás e está fazendo perder meu filho agora! – Zamira berrou ao homem que a muito tempo ela não reconhecia.


Desde o dia que Sandra o abandonou, e ele deixou de ser Galen se tornando Dominic, foi o dia que o juízo pareceu ter lhe fugido pelos ouvidos, assim como todo o sentimento que não fossem voltados a aquela maldita fada.


- Eu não sei o que ouve entre vocês aquele dia, mas deve ter sobrado algum amor por seus filhos, ao menos para o filho da sua tão inestimável união. – Ela foi sarcástica ao final, o amigo sempre foi deu um valor exagerado a tudo que era de sua companheira de alma.


Era quase como uma obsessão que só piorou com o tempo, mesmo com o casamento atual era claro a todos que Dominic largaria tudo caso Sandra volta-se do buraco do inferno que ela havia se enfiado.


- Yoruan pode ter sido sequestrado por algum louco, a possibilidade ainda de alguém conhecer aquele maldito ritual. – Zamira se aproximou, descontando todos os seus sentimentos em um soco no tampo da mesa de centro entre ele.


 - Não percebe o quão fora do normal é isso?  Yoru algo estúpido por uma besteira.


- Como não? – Dominic ainda trocava os canais da tv tentando se fazer de indiferente, mas Zamira conseguiu pegar o olhar de canto que ele havia dado onde seu punho tinha acertado.


- Os meninos fugiram por um ano inteiro sem dar qualquer satisfação até o dia que aquele policial apareceu com os 2 na nossa porta. – Ele já estava ficando irritado, ainda se for alguém como a loira, que não fazia mais parte de sua família.


Conhecia os filhos, aquilo não era para tanto alarde... ele entendia o filho, era o único que passou por algo bem próximo.


Sem contar que se algo tivesse acontecido com qualquer um dos filhos ele saberia, todos estavam sobre suas proteções, no primeiro risco ele teria o conhecimento e poderia ir ao filho ajudá-lo. Djinns tinham certas limitações sobre o que podiam fazer a outros djinns, mas quase tudo se pode dar um jeito então mesmo que ele não pode-se ver onde o filho estava, ele podia confiar em suas proteções que nunca haviam falhado com ele.


Aquilo irritou ainda mais Zamira. Dominic queria justificar sua negligência com outro erro!


- Eles tinham 15 anos, estavam com medo de serem separados graças a sua maldita ideia de me tirar de casa, eles sabiam que iam acabar separados, porque eu não abriria mão de Frannie e você de Yoruan tudo para agradar sua esposinha!


A Djinn olhou para o companheiro procurando ajuda. Talvez uma outra abordagem poderia desembaçar os sentidos do ruivo, e o fazer enxergar as coisas antes que ela o fizesse engolir o maldito controle em suas mãos.


- Dominic o que Zamira está tentando dizer: Yoruan não seria capaz de cometer o mesmo erro. Eles entenderam da última vez, estar longe até o momento não é do feitio dele. A muitos motivos para estarmos preocupados, talvez a proteção que você tenha colocado nele quando mais jovem tenha falhado. Caso isso tenha acontecido a possibilidade de ser tarde, e ninguém deseja isso. – David tentou. Não entendia muito a dinâmica que vinha acontecendo a anos na família, mas Dominic claramente era a maior fonte de problemas dela, assim como aparente única solução por seu rancor e egoísmo.


- E quem é você para dizer que há motivo de preocupação? Não é um de nós; não sabe como funciona as coisas, e o que é natural ou não. – Dominic não gostou da nova intromissão, olhando com altivez o animalzinho de estimação de Zamira.


- Você é só simples shifitterzinho que nunca irá entender a magnitude de seres como nós. Minhas proteções nunca falharam e não vai ser hoje que isso vai acontecer, então quieto no seu canto gatinho, pois eu sei cuidar dos meus diferente de você, e sei que meu filho está bem!


- Veja como você fala com meu companheiro! – Zamira tentou avançar ao ruivo, ninguém podia falar com eles dessa maneira, ainda mais Dominic sabendo da história de David. O marido repreensivo a parou no caminho, a fazendo recobrar um pouco de sua postura.


- Quando você vai parar com esse comportamento estúpido? No dia que Yoruan ou qualquer um de seus outros filhos forem encontrados em uma vala qualquer? Eu não quero ver isso somente porque sua soberba é tão grande quanto seu orgulho idiota. – Se agarrando ao braço do marido como muleta para não se exceder mais do que já estava ela tentou mais uma vez.


Como se arrependia das decisões que havia feito no passado. Ela havia pensado em seu filho na época e na doce criança que era Yoruan, abandonado pela mãe e com o pai fora de seu normal. Se ela tivesse pensado melhor, talvez ela conseguisse junto do pai de Galen uma forma de os manter sem ter sacrificado tanto de sua vida e da própria vida dos meninos.


- Eu estou te implorando Galen, se você não quer levantar seu desejo, ao menos perdoe o que quer que aconteceu entre você e seu pai, e o procure. Proteções podem ser quebradas, você sabe disso melhor do que ninguém. Você não está acima de possíveis erros.


Dominic largou o controle da tv no sofá, se levantando para longe da loira. Mais uma vez ela tocou naquele maldito assunto, mesmo sabendo que ele odiava aquilo.


Não era o errado ali. Por culpa deles sua vida virou um inferno por muitos anos.


Graças seu pai ele perdeu uma das coisas que mais lhe era importante na vida! Ninguém ali entendia o vazio que ele tinha em sua alma, um vazio que foi ocasionado por aqueles que ele julga poder confiar.


- Não precisamos de mais monstros nessa história. – Dominic disse em uma raiva contida.


Zamira riu sem graça.


Aquilo só podia ser brincadeira?


- Esses monstros são parte da nossa família!


Dominic estava mais uma vez pensando na mulher que o abandonou ao invés do que realmente era importante, se tinha um monstro nessa história com toda certeza era Sandra.


- Não somos monstros como você afirma. Se aquela mulher não foi capaz de entender, não era você que deveria ter invertido as coisas.


- Eu não fiz nenhuma inversão! Você não sabe o que aconteceu. – Dominic rebateu aumentando o tom de voz completamente indignado pela a loira que tentava o coloca contra a parede.


- Mas você fez! – Zamira era séria. Por mais que Dominic quisesse se fazer de bom moço ele não tinha como, lhe faltava dedos se fosse numerar cada um deles.


Um sorriso amarelo surgiu em seus perfeitos dentes brancos ao ver o Djinn olhar por cima do ombro garantindo que ninguém ouviria.


Era engraçado. Para alguém que não devia, ele estava temendo demais.


- Distorceu tanto as coisas que foi capaz de ameaçar a vida dos meus filhos! Os Força a negar suas origens como a praga.


- Fale mais baixo. – Dominic exigiu ainda mais irritado.


Ninguém precisava ouvir aquilo, a cada palavra dita por Zamira ele dava um rápido olhar a entrada da sala, verificando se as mulheres ou Frannie não estava ouvindo aquele tipo de besteira.


-  O que Dominic? A verdade dói? Deveria ter pensado nisso antes de pôr a vida do meu filho em risco!


- Meu filho Zamira! Meu!  - Dominic errou em fúria, se aproximando tão rápido da única mulher na sala mal dando tempo a David se pôr à frente da esposa na tentativa de defendê-la se for necessário, ficando parcialmente aliviado quando o ruivo parou poucos passos à sua frente.


Mesmo assim ele não iria vacilar, uma das coisas ele aprendeu no pouco tempo junto da família, era que Dominic era muito imprevisível e Djinns podem ser muito violentos quando menos se espera, ele já havia tido o desprazer de ver aqueles dois lutarem algumas vezes e nunca era algo bonito.


- Você não é a mãe de Yoruan, assim eu dito as coisas sobre ele! – Dominic encarava a loira sem hesitar em suas palavras.


Ele pode ver como o aperto dela ficou maior no braço do marido, pelos leves nuances em seu rosto estava o machucando.


Realmente não se importava com a raiva dela, Zamira tinha de entender seu lugar e sua função desde o nascimento dos meninos.


Se ela queria continuar a brincar de mamãe da Happy Family não deveria ter feito sua mala e ir morar com o companheiro em outro estado.


- Você praticamente tutorou ele em um momento de necessidade. Foi você que escolheu nos seguir, não a obriguei a nada, se você não foi capaz de entender o seu papel na época não vai ser agora morando com esse daí que você vai entender. Uma boa mãe como você julga ser, jamais teria deixado seus filhos por um homem.


Dominic sabia que ele estava cutucando onde não devia, Djinn genitores são extremamente ligados a seus filhotes, ofender a forma de sua educação ou uma de suas crias, não era algo aconselhável a se fazer.


Mesmo assim ele não esperava ser atacado pela loira.


Zamira estava praticamente em choque com as palavras anteriores. Isso fez com que Dominic desviasse sua atenção a David que não havia gostado nada da última declaração.


Praticamente dizendo que ele era um dos motivos da ruína familiar deles.


Mas o guincho incrivelmente alto da loira o fez se voltar com urgência, e quando Dominic notou já havia recebido um o soco no rosto o fazendo cambalear alguns passos para trás, sem entender.


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Zamira estrangulou parte do grito de ódio na garganta, antes de saltar sobre o ruivo o socando. David infelizmente estava no caminho e foi ao chão com mais força do que realmente pretendido, mas tudo o que via era vermelho.


Galen não podia ter dito uma única daquelas palavras. Ela não era mero objeto para ser descartado quando acabava sua utilidade.


Era a mãe dos meninos, independente do sangue que corria em suas veias. Foram anos dedicados a cuidar e amar ambos, somente aceitou entrar em um relacionamento com seu companheiro porque os filhos eram praticamente adultos e incentivaram mais que qualquer outro a sua procura por felicidade.


Ela havia seguido com o companheiro sim! Depois de garantir que tudo estava bem entre eles e a família do pai, sempre esteve em contato, se mantendo o máximo possível com os filhos independente da distância, os meninos sempre tiravam alguns dias para ficar com ela, assim como ela e David vinham ter um tempo com ele independente do motivo ou época do ano.


Então não tinha como ela aceitar aquelas palavras vis.


Agindo pelo instinto, que berrava para o fazer engolir cada uma daquelas palavras, ela avançou sobre ele se arrepender.


David caído tentou ainda para-lá, mas já ele mesmo desistiu iniciando uma luta entre os dois.


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Fannie descia as escadas correndo. Que diabos estava acontecendo para tamanha gritaria? Seus pais não estavam se dando muito nos últimos anos, mas não algo assim a ponto de chamar tanta atenção.


Se bobear os vizinhos já tinham se amontoado no quintal tentando entender o que estava acontecendo. Mas graças, a Deus nenhum deles pode ver à cena deplorável que acontecia na casa.


A sala estava parcialmente destruída, partes das paredes de madeira estavam fundas, com gesso trincado em outros pontos, marcas de chamuscados também faziam parte do conjunto próximos a estante onde o desenho de aniversário do irmão estava.


O peixe dos irmãos mais novos agonizava no chão entre os cacos molhados do aquário, os sofás estavam com rasgos fundos, atirados aos cantos do que foi a sala, sendo que um deles estava escorado na metade não destruída do rack da Tv que ainda funcionava por mais que estivesse com a tela quebrada.


E no centro da sala sobre os destroços da mesinha de centro, estavam seus pais, com todos os seus atributos. Sua mãe esganava Dominic que tentava a todo custo se livrar dela e se manter consciente.


David e sua avó tentavam fazer com que sua mãe solte-se o homem, mas ela estava muito bem engatada sobre o dorso dele aplicando um mata leão com o que Fannie pode entender ser gosto?


Olhar o Dominic o fez perder a respiração. O ser tão estoico ajoelhado no chão com claras dificuldades de se soltar, foi um choque tão grande quanto a briga anormal. Isso mostrava que ele não era tudo aquilo que ele sempre dizia batendo no peito...


O rosto inchado estava tão vermelho quanto seus cabelos, um dos braços tentava afrouxar o aperto de Zamira, mais arranhando os braços dela do que conseguindo realmente se soltar. A falta do ar e o peso extra sobre ele o estavam fazendo ceder mais e mais, somados a camisa lavadas de sangue pelos cortes a suas costas e a pernas e mão que usava para apoiar no chão estavam feridas pelo vidro quebrado da mesa de centro.


Betani por sua vez estava atirada a frente do marido, segurava o rosto cortado pelas garras do mesmo. Sua respiração era rápida assim sua mente que tentava encontrar uma maneira de ajudá-lo.


Os restos da cadeira que tentou usar inicialmente para bater em Zamira, ainda estavam ao seu lado a fazendo cogitar a ideia de tentar mais uma vez com um pedaço maior. Mas o chamado desesperado de David ao enteado, fez ela se acalmar mesmo que um pouco.


Frannie iria ser mais útil do que ela.


Elas haviam demorado um pouco para sair da cozinha e ver o que acontecia na sala, quando chegaram; Zamira foi prensada contra uma das paredes, Dominic enfurecido e todo tatuado não esperou ela se recuperar, enrolando o cabelo loiro dela em uma das mãos a puxando por eles, enquanto socava seu rosto com punho livre.


Zamira fazia alguns barulhos quase animalescos, mal abrindo a boca para soltá-lo para talvez não ter os dentes acertados pelos socos. David tentou auxiliar a esposa, mas foi atirado no rack por uma rajada de Dominic o fazendo quebrar o móvel e a Tv.


Ela ficou ali parada olhando os 2 e o estado destruído de sua sala, sem saber o que fazer realmente. David havia comentado algumas vezes sobre as brigas violentas de Zamira e Dominic nos últimos anos, mas ela sempre esteve cuidando dos filhos então nunca havia visto algo igual, sempre achando que tudo não passava de exagero.


Sua mãe em algum momento passou por ela para ajudar David, mas ela mesma já olhava assustada o estado do marido.


Ele possuía um corte fundo sobre o olho que sangrava muito, suas roupas em frangalhos estavam cobertas de sangue, um corte fundo em seu estômago, sem contar os diversos cortes e arranhões por todo o corpo. Seu rosto retorcido pelo ódio, possuía alguns roxos próximos a boca que se mesclavam as tatuagens de fogo azuis brilhantes.


Não conseguiu ver muito de Zamira, o corpo truculento de Dominic a tampava, mas entre os socos era visível o rosto ensanguentado devido aos socos, seu olho direito estava roxo e inchado assim como seu nariz. Suas roupas assim como a de seu marido estavam lavadas de sangue, e sua saia tubinho tinha um rasgo na lateral de ponta a ponta sua perna tinha cortes e alguns roxos, mas nada aparentemente tão preocupante.


Não diferente de Dominic o corpo dela estava repleto de suas tatuagens em um amarelado mais fraco parecendo diminuir a intensidade a cada novo soco que ela recebia.


David também não estava em um estado melhor, ele tinha alguns cortes e roxos e uma parte de sua blusa estava queimado assim como a estante do outro lado da sala.


Um novo grito de dor chamou a atenção dos três, principalmente de David, que ainda apoiado em sua mãe tentou ir até a esposa a todo custo.


De alguma forma Zamira tinha enfiado suas garras no estômago de Dominic que largara os cabelos dela, se curvando levemente em dor. Com isso a Djinn o chutou em direção a mesa de canto fazendo suas garras saírem do estômago de Dominic junto de um jorro de sangue.


Seu marido cai sobre a mesinha a estilhaçando. Enquanto se levantava de cima do vidro, a loira pulou sobre suas costas a rasgando com suas garras.


Isso fez com que ela voltasse a si. Em necessidade de auxiliar Dominic, Betani fez a única coisa que ela conseguia pensar enquanto observava sua mãe e David tentarem convencer Zamira a parar enquanto desviavam de alguns golpes que ela tentou acertar neles; ela pegou uma das cadeiras da mesa de jantar ainda resistente, avançando sobre a outra mulher na tentativa de golpeá-la nas costas.


Sua mãe tentou impedi-la, mas ela já estava próxima demais dos Djinns, sendo acertada por um golpe de Dominic no momento que ele conseguiu alguma força para se levantar do chão.


Isso a fez perder o equilíbrio, e facilitou com que Zamira conseguisse enforcar Dominic o fazendo cair no chão novamente, agora com a humilhação de encarar a mulher completamente indefeso.


- Frannie! Me ajude antes que ela mate seu pai. – David gritou pelo enteado cedendo seu lugar a ele enquanto puxava a esposa pela cintura.


Foi com dificuldades que Frannie soltou um dos braços da mãe, tendo os seus próprios braços cortados pelas garras ainda enfurecidas dela, e com um puxão mais forte David conseguiu separar Zamira de Domnic, levando os 2 ao chão. A esposa ainda se debateu em seu colo tentando se soltar enquanto observava o pai de seus filhos estirado de costas sobre os restos da mesinha, tentando recuperar o ar com dificuldade.


O Homem segurava o tornozelo do filho ajoelhado a seu lado enquanto deixava Marry olhar os ferimentos do abdome.


- Que merda aconteceu aqui? Os monstrinhos estão assustados com todo esse escândalo! – Frannie chamou a atenção dos pais agora que estavam mais em seu estado normal. Zamira que já não tentava se soltar do marido, ficou estática por alguns segundos enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.


Seu filho a viu daquele jeito, não era para ele a ver nenhum deles assim! Seus olhos pidões se voltaram ao filho enquanto ela estendia os braços em direção de Frannie em um pedido de aproximação.


Precisava de seu filhote, principalmente para curar os machucados que ela fez sem intenção.


Frannie a puxou dos braços do padrasto com quase a mesma necessidade que ela, ignorando a dor pelos cortes. Ela o tocava com tanto cuidado sempre passando aquele calor natural a ele, o curando mais rápido do que vezes anteriores.


Zamira apesar do cuidado ficava novamente com raiva de Dominic. Graças ao enorme imbecil sentado no chão, ela não foi nem capaz de ensinar o básico a seus meninos.


Ela não iria assumir em voz alta, mas ela estava orgulhosa do estado que deixou Dominic, se arrependendo um pouco por não ter feito algo mais efetivo.


- Isso foi um pequeno mal-entendido. – Dominic respondeu o filho em um fio de voz. Sua respiração ainda não tinha se restabelecido por completo e Marry enfaixava seu dorso, mas nada que um dia ou 2 não resolvesse.


- Mal-entendido? – Zamira berrou sentido o filho apertá-la em seu abraço e David se aproximar, tão inconformado quanto ela.


- O único mal-entendido aqui é você! Que acha que brincar de família por uns dias te faz mais pai do que eu que não tenho sangue de Yoruan nas minhas veias.


- Está me chamando de negligente? – Dominic tentou se levantar e peitar com a loira, caindo no mesmo lugar pelo puxão da sobra que ainda fazia curativos nele.


- Estou! Porque? Vai inventar mais uma de suas histórias mentirosas? Você mal os conhece qualquer um dos seus 5 filhos. Os de Betani você pode até conhecer um pouco mais porque ela tenta colocar a casinha em ordem. Mas e os meus meninos? Você mal sabe quem eles são, dando migalhas de amor e atenção para correr atrás de um maldito fantasma do passado. – Dominic fingiu não ouvir, pedindo para Marry o ajudar a se levantar até o sofá e cuidar de Betani que segurava o ferimento em seu rosto com uma toalha, manchada de sangue.


- Eles são tão unicamente seus filhos amados, que os ameaçou de morte! Somente para seu pai não se aproximar por causa daquela vadia que mentiu para você e o descartou como um lixo qualquer assim que o interesse acabou.


Zamira se curvou de dor sobre o filho ao mesmo tempo que Dominic berrou para ela se calar.


O preço pelo descumprimento do desejo do ruivo começava assim, pequenas dores como uma corrente elétrica percorrendo seu corpo, que vão crescendo gradualmente caso ela continua-se a falar do passado.


Fannie por sua vez olhava ambos os adultos em confusão.


Ele e o irmão conheciam algumas partes da história do pai e da mãe cretina de Yoruan. História essa que seu pai aparentemente usava para mais situações do que eles conheciam. Principalmente para as falhas do homem.


O pai já os haviam abandonados por meses sem dar qualquer notícia ou encaminhar dinheiro o suficiente para manter os 3 e a casa. Fez ele e Yoruan se decepcionar várias vezes, e com isso fazer o irmão mais novo se sentir culpado por ele ser o filho da mulher que destruiu o pai, mas ouvir as últimas palavras de sua mãe o fez se sentir pior do que antes sobre ele.


Ele pensou em algum momento matar os 2. Ele realmente pensou em algo tão horrível quanto aquilo?  


- Querida! – A voz do padrasto o fez sair de seu choque. Passando a mãe aos braços de David enquanto ele se afastava um pouco dos pais.


- Eu estou bem! – Zamira sorriu leve, apesar de acompanhar com o olhar o filho que se encostou no pequeno balcão junto à janela. - Galen... – Ela tentou mais uma vez, talvez algumas pancadas pudessem fazer o ruivo pensar direito.


- Não me venha com essa de Galen. Posso ter cometido um erro, mas você e eu não estávamos na mesma situação. - Dominic cortou a loira.


- Eu vou usar seu nome quantas vezes eu quiser. Essa coisa de Dominc é somente por vontade de Sandra! Já estou cansada de tantas mentiras e omissões por causas daquela vadia...


Zamira ironizou quando falou de Sandra. Pelas caras de Marry e Betani nem elas mesmas sabiam do verdadeiro nome do homem.


Sentindo a dor mais uma vez ela não se importou em continuar.


- Ela deve ter sido a única coisa que você realmente se importou na vida. Porque você não pensou duas vezes quando nos largava várias sem qualquer notícia ou ajuda de custo para tentar achar ela, mesmo depois dela ter te abandonado. - Ela se aproximou mais do ruivo quase o empurrando no sofá, Frannie foi quem a impediu se colocando à sua frente.


Ele queria ouvir toda aquela história e outra agressão física não o ajudaria.


- Eu cuidava deles! E não hesitei um único momento para o bem-estar de qualquer um dos meus filhos. Passei noites em claro cuidando deles quando doentes, mantive a casa várias vezes sozinha porque o dinheiro que você mandava mal dava para um único mês. Quantas horas de trabalho eu tive que negociar para cuidar das necessidades dos meus filhos? Quantas coisas eu tive que ouvir de pessoas horríveis, por toda sua ausência.


- Eu sempre entrava em contato quando podia. Voltava sempre nas datas importante! – Dominic tentou se defender.


- Isso não é o suficiente para ser pai Dominic! Você pode ser agora para com sua esposa. Mas eu fui os 2 para os meus filhos. Eu sou a mãe de Yoruan, não Sandra! Diferente dela que não pensou duas vezes antes de abandonar o próprio filho e companheiro, eu deixei minha vida inteira por amor aos meus filhos. É a mim que eles procuram, não a você! – Zamira se virou para a morena que estava sendo cuidada pela mãe.


- Eu posso não gostar dela por vários motivos, mas Betani fez mais bem a você do que qualquer outra pessoa em anos, mesmo que pouco, ela te aterrou a algo novamente.


Dominic não olhava para ninguém na sala. As palavras de Zamira lhe dava um amargor dolorido na garganta.


- Você nunca teve tempo para ninguém que não fosse Sandra. Mesmo casado, você brinca de família, dando migalhas de amor a seus filhos! – Ela apontou Betani, que ficou rígida no sofá, olhando a loira um tanto confusa.


- Não pensa em como eles se sentem? Na falta de não saberem nada sobre quem são, só porque você é fraco! – O olhar raivoso de Dominic a fez ficar mais satisfeita do que ela imaginava, afinal ele voltou a reagir... já é um progresso.


- Mãe já chega... – Frannie falou sem emoção, observando o pai de relance visivelmente abalado, apesar da raiva no rosto.


Betani também estava visivelmente mal.


Amava Dominic, mas Sandra era uma presença forte mesmo depois de 16 anos. Com isso o homem nunca pode realmente dar o devido valor a ela e seus filhos. Ela pedia toda a noite para os filhos não notarem as atitudes de seu pai com a família, mas se nada fosse feito ela via seus preciosos meninos serem tão hostis ao pai quanto seus irmãos. Ao menos se for algo como Yoruan, que mesmo distante ainda é respeitoso e amoroso.


Em passos largos ela viu a loira se afastar de seu marido enquanto se abraçava a procura de conforto.


- Agora isso! É como se você tivesse esquecido o que aconteceu com a sua mãe... Do inferno que ela passou por aquele maldito o ritual! Você não pensou que algo assim pode acontecer com seu filho?


Ela tentou disfarçar, mas David notou a dor voltar a ela por descumprir o pedido de Dominic


- Não existe a possibilidade de acontecer algo como aquilo. Estamos seguros aqui. - Dominic rebateu em um tom amargo mais alto do que pretendia surpreendendo Frannie tanto quanto as novas informações que lhe estavam sendo dadas.


Um ritual? Ele tinha ouvido falar de algumas coisas assim acontecendo com algumas espécies, mas ele nunca imaginou algo assim acontecer ainda mais com eles.


Algum maluco podia estar fazendo algo...; ele tinha até medo de pensar, ainda mais lembrando dos sonhos que ele andava tendo com o irmão debilitado pedindo ajuda. A cada sonho Yoruan parecia pior, e a cada dia ele mesmo também ficava mais fraco e debilitado. Nos últimos 2 dias ele começou a vomitar sem motivo aparente. Sua pele e físico haviam tido uma perda mais significativa do que os demais membros da família.


Mas ninguém tinha notado o quão ruim ele estava, somente Jessica, e isso só aconteceu após ela o ver vomitando no meio da rua, o enchendo com tentativa de garantir que ele estivesse saudável.


Ainda mais impaciente ele se aproximou muito rapidamente do pai, o puxando pela gola da camisa rasgada.


O homem não fez qualquer tipo de esforço para impedi-lo por mais que não tenha gostado, encarando o filho quase que com descaso.


- Do que a mãe está falando? –  Frannie exigiu não obtendo resposta. Isso fez seu estômago afundar em um misto de sentimentos que ele não sabia identificar.


Aquilo parecia ser pior do que pode julgar.


Sentia uma forte vontade de socar o mais velho, o soltando com brusquidão no sofá a fim de evitar fazer algo ainda mais estúpido, andando inquieto pela sala evitando o contato que sua mãe tentava fazer.


Ele esperava uma resposta, independente de quem fosse. Mas ninguém disse nada, fazendo a sala cair em um silêncio doloroso.


- Que droga! Digam alguma coisa! Que é esse ritual? – Ele esperou mais uma resposta que não veio o deixando ainda mais irritado.


- Se acontecer algo Yoru eu juro que eu vou...


- Frannie por favor tente não se exaltar. – Zamira pediu ao filho, obviamente tendo a reação contrária.


- Me acalmar? Você tem coragem de me pedir isso? Diferente de vocês eu estou desesperado pela ausência do meu irmão! Não venham me pedir para ficar calmo. – Frannie se aproximou perigosamente da mãe, a mulher ficou surpresa com o filho se mantendo estática no lugar, enquanto David ao lado os separavam pedindo para o enteado se afastar.


- Você fala muito de Yoruan, mas não a vi movendo um músculo para correr atrás dele. Pelo contrário está aqui falando com esse..., implorando por algo que nunca vai acontecer! Porque você mesma não ajuda a procurar? Ele não meteu vocês naquela merda de desejo ou sei lá o que!


- Querido, você não entende! – Zamira tentou explicar, mas ele já estava cheio de desculpas.


- Então alguém me explica! Já estou cansado disso tudo! Se é assim que vocês querem manter essa família, com mentiras que custam a vida de um de nós. Temo que eu não vá mais fazer parte dela.


Ouvir as últimas palavras de seu filho fez Zamira se perder por um momento, ela não podia perder outro de seus filhos, não aguentaria perder mais uma vez sua família com motivos quase iguais aos da primeira vez.


- Querido? – Betani chamou o marido com mais vontade, temendo o pior da parte de Zamira que estava a ponto de jogar sua vida fora pelo filho.


Para sua felicidade o marido pareceu atendê-la, interrompendo qualquer ação impensada da loira.


- Escute sua mãe e se acalme moleque.


Frannie se voltou ao pai, que manteve uma pausa longa na fala.


-Sua mãe está falando sobre uma história antiga os Djinns. – Dominic disse contragosto, mas seria pior para ele se Zamira viola-se sua vontade e esvair-se em sangue na frente do filho.


- Por mais que eu não tenha os ensinado sobre desejos você tem que entender que somos seres egoístas, e com isso os desejos sempre vão ser vantajosos a nós. Por isso não medimos esforços para “contratante” não notar a verdade enquanto sua ganância é alimentada.


Isso é um detalhe sobre os seus que aprendeu a odiar. Ser um Djinn assim como qualquer outro demônio não era algo não era algo agradável, somente aos infelizes que davam o azar de se envolverem com eles.


- No passado isso se tornar um problema, com nossa população crescendo e as demais diminuindo a ponto de sermos taxados de praga. Um bom exemplo é com os vampiros mais tarde na Europa, ou íncubos e súcubos a alguns anos atrás.


Os meninos tiveram sorte de não terem visto o problema que os íncubos e súcubos geraram em meados dos anos 60 a 80, muitos lugares adotaram métodos de extermínio pela grande área de atuação deles em alguns países. Somente depois de um acordo muito discutido eles finalmente se acalmaram.


- Rei Salomão então decidiu acabar com tal mal, convocando sua corte e sábios a fim de acharem uma solução, assim eles criaram o ritual de Salomão. Não é muito falado no ocidente, mas no islã é contado como o rei Salomão pendendo 72 demônios em um vaso. - Dominic suspirou procurando conforto em Zamira.


O ritual sempre foi um medo constante até que aos poucos os djinns aprenderam a se manter mais à espreita, diminuindo os casos relatados e com o tempo os seres sobrenaturais foram jogados ao imaginário, e o próprio ritual se tornou um mito assim como os feitos pelo rei. Ou assim pensavam até ele ser usado em sua mãe.


- O ritual prende o djinn a um contratante. O escravizando em pró das vontades do mestre em questão. O preço que seria pago pelos desejos é revertido ao djinn, os matando aos poucos. Salomão usou um vaso de bronze e foi com isso que surgiu a história da lâmpada mágica.


 Fannie engoliu seco, orando mentalmente para que tudo estivesse bem com seu irmão.


- Tem, tem uma maneira de quebrar isso? De quebrar o contrato? – Fannie perguntou angustiado.


- Nas histórias dizem que a com a quebra aquilo que o prende ou com o contratante libertando seu servo, apesar do último ter uma baixa probabilidade de acontecer o primeiro é uma mentira. O Jinn muitas vezes morre de esgotamento ou um milagre pode acontecer e o contratante vir a falecer por morte natural, o que inutiliza o contrato, mas isso só funciona se o contratante anterior não passar a “lâmpada” para outro responsável. Se o mestre morrer por meios não naturais, o Djinn ficará preso a seus restos ou ao local pelo resto de seus dias. Sem conseguir se alimentar e com o desgaste ele eventualmente vai morrer.


Dominic suspirou olhando para Zamira que não deixou de observá-lo.


- Morrer? Não, isso é só história... não é? Se isso acontecer com Yoruan ele pode...? - Fannie apertou a mão pelos cabelos sentindo o estômago embrulhar. Aquilo não podia de maneira nenhuma acontecer com seu irmão - Tem que haver outra maneira.


Desnorteado ele ameaçando andar até o pai, desistindo no primeiro passo enquanto voltava ao banco junto da janela tentando disfarçar a ânsia de vômito que subiu em sua garganta.


A grande probidade de algo similar já estar acontecendo ao irmão o fez ficar ainda pior.


Entendia que em algum momento no passado era uma medida cruel mas necessária, merda, eles estudavam sobre o mal que foi a era da luxúria de anos atrás, nas aulas extra que eles tinham aos não sobrenaturais. Mas os tempos são outros, e eles não eram assim. Então algo assim era somente ganância de alguém muito desequilibrado e cruel.


- Frannie. – Sua mãe chamou sua atenção ao se aproximar. - Não há outra maneira; acredite nós tentamos.


Então foi isso que aconteceu com sua recém descoberta avó? Definhar até a morte.


Buscou os olhos do pai que os tinha presos nos cacos de vidro ensanguentados no chão.


Dominic se perdeu em suas tristes lembranças de como foi o fim de sua amável mãe.


Sua família ainda estava na Turquia vivendo o mais humanamente possível a anos, mas de alguma maneira um grupo de caçadores mercenários, haviam descoberto quem eles eram os perseguindo constantemente para onde quer que eles fossem.


Seu pai e tios tinham feito algo durante uma das fugas e garantiram que todos estavam seguros. E foi assim por meses, mas logo após o nascimento de seu irmão mais novo, sua mãe desapareceu os deixando extremamente preocupados.


Capturar um Jinn não era algo fácil, e caso acontece-se o contratante não media esforços para garantir o ritual até a lua cheia mais próxima.


Com sua mãe fraca pelo parto recente ela foi uma vítima fácil.


Messes depois quando a encontraram em uma cidade longe de onde eles recentemente moravam, ela já estava em um estado deplorável. Presa a um contratante morto por um dos filhos por questões de herança.


Nas semanas seguintes eles tentaram de tudo para salvá-la, até que em um ato de misericórdia e desespero ela foi morta por seu pai.


Foi um golpe duro a todos. Seu pai foi quem mais sofreu por ter sido ele a matar sua companheira de alma. E em um súbito momento de força pensando no único filho ainda menor e na segurança de todos os outros membros do clã, ele buscou asilo nos Estados Unidos, devido a política do país e a segurança que poderiam ter.


Nem todos concordaram com ele e com isso o clã se dividiu, sendo que a maioria permaneceu em território turco até onde ele tinha conhecimento.


- É impossível que isso aconteça, não é? Você disse isso! – O filho exigiu mais uma vez. Se ajoelhando a sua frente na tentativa de obter mais atenção.


- Frannie. – Dominic tentou falar sendo cortado pela voz falha do filho, ao ver a incerteza em seu rosto, se afastando dele.


- Você... você não sabe? – Frannie disse derrotado.


- Deixou o meu irmão, lá fora achando que ele está fazendo alguma idiotice, enquanto a possibilidade de algo assim acontecer? Você tem algum juízo? A algo no lugar do seu coração que não seja uma pedra? Ou ele está tão cheio de merda quanto a sua cabeça? –


Frannie voltou a andar sem rumo pela sala.


Desgostoso com os modos de seu filho, Dominic se levantou irritado, puxando o garoto pelo braço pronto a educá-lo.


- Olha como fala, ainda sou seu pai e exijo respeito! – Disse autoritário. Frannie não tinha gostado nada do agarre duro que estava recebendo do pai, forçando seu braço das mãos dele com mais força do que ele queria. O pai o olhava com seu olhar baixo e raivoso, pronto a soca-lo.


- Se eu disse que não a possibilidade disso acontecer, é porque não há! Aqui é seguro, a leis de proteção que não havia no passado. Qual é a probabilidade de alguém sequer conhecer o ritual? E por qual motivo ir logo atrás de nós? Ninguém sabe o que somos. – Dominic tentou se conter, por mais irado que ele estivesse com o filho, não queria fazer outra besteira na mesma noite.


- Eu não sei! – Berrou Frannie. - Tudo que sei que meu irmão está desaparecido há dias, e que... – Ele hesitou mais uma vez, mas se ele contasse sobre os sonhos seu pai não ia acreditar como todas as vezes anteriores que ele e Yoruan tentaram, assim como os demais.


-  A muita coisa que tem que ser levado em consideração, Droga! Enquanto você manter a merda dessa teimosia em não querer aceitar as coisas, coisas piores podem acontecer!


- Escute aqui moleque!


- Não! Escute aqui você! - Fannie berrou se erguendo sobre o pai fazendo o homem realmente se enfurecer acertando um forte tapa no filho, o fazendo dar alguns passos para trás.


Fannie segurou o rosto vermelho incrédulo, de todas as coisas que ele havia feito bater nos filhos nunca foi uma delas.


Sua mãe guinchava no colo de David, que a impedia de saltar sobre Dominic em sua defesa.


- Suma da minha vista antes que eu faça algo a mais que me arrependa.  – Fan ameaçou respondê-lo.


David prevendo as ações do enteado, foi mais rápido em pará-lo.


- Fan, por favor! Depois nos falamos. – David pediu educadamente, deixando claro em seu tom as entrelinhas em suas palavras caso ele não fizesse o que lhe foi mandado.


Não era por que o garoto agora era maior de idade que não receberia algum castigo por seu comportamento.


Frannie ficou parado encarando o padrasto, se decidindo se obedecia ou não. Em um urrou de raiva e frustração, ele passou a mão pelo rosto respirando fundo enquanto saia da sala, em um ato infantil, descontou suas frustrações no único vaso que ainda resistia no chão, o quebrando em um chute.


- Frannie! – David o repreendeu. Ele pouco se preocupou indo ver se os irmãos mais novos estavam bem no quarto deles.


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- Está feliz? - David perguntou soltando a esposa, exigindo calma dela. – Sua excelente dinâmica conseguiu piorar ainda mais as coisas. Realmente não cogitou a ideia de seu filho estar em perigo e relevar essas restrições e agir como qualquer outro pai faria?


- Cale a boca. -Dominic rebateu, enquanto voltava se sentar nos restos do sofá, não e esperando a explosão de humor de Betani.


- Vá a merda Dominic, faça logo o que tem que fazer! Se você não tem capacidade para isso esqueça esse maldito desejo e deixe-nos fazer algo. Já que você não se importa com seu filho “preferido”, ao menos faça isso em respeito a meus filhos e eu.


Se conseguisse, ela teria entrado em contato com qualquer pessoa que pudesse ajudar, ou conversar diretamente com o pai do marido se o homem fosse tão capaz como Zamira tanto insistia, mas o desejo de Dominic impedia a todos de fazer qualquer coisa.


Isso a fazia se arrepender de ter aceitado o mesmo em seus votos de casamento, se ela tivesse tido mais tempo para pensar sobre aquilo não teria aceitado.


Zamira do outro lado da sala parecia satisfeita, se aproximando em apoio.


O sapato de Dominic havia apertado, mas isso ainda não havia perfurado o quanto precisava.


- Esse assunto já foi encerrado Betani. Não insista também e não estarei ao seu lado hoje à noite. – Sem mais, ele saiu de casa, largando no meio do caminho a camisa rasgada, e pegando um casaco qualquer no armário.


Enquanto isso Betani olhava o marido pegar o carro na garagem e sair em uma pressa desnecessária, Zamira que também via tudo a seu lado largou as cortinas, que ela segurava, com mais raiva do que o necessário, mantendo o bico que Yoruan tinha quando insatisfeito.


- Esse maldito idiota! – Zamira esbravejou, enquanto acompanhava David e Marry recolher algumas coisas da sala parcialmente destruída.


- Tem algo que possamos fazer? - Perguntou Betani ainda concentrada na janela, pensando em muitas coisas ao mesmo tempo.


- Eu..., devia ter ouvido seu conselho. Não devia ter aceitado aquela condição idiota.


- Cada um de nós teve seus motivos para ter concordado com Dominic, não precisa se sentir mal por isso. Mas enquanto os termos valerem não podemos fazer nada sem correr risco.


- Foi impudente o que você fez Zamira, as coisas podiam ter saído muito pior do que foram. – Marry chamou a atenção da loira quando se aproximou dela. Se ela não fosse um Djinn ela não teria ficado somente com desgaste pelas dores sofridas.


- Eu estou bem. Por não ter falado muito o preço não é tão grande, passei por coisa pior no passado.


David não sabia se aceitava aquela desculpa, mas Zamira tinha mais que o dobro da sua idade, então ela devia saber do que estava falando.


Por sua vez, Betani não havia notado o tom da conversa ao seu lado. Em sua cabeça uma ideia começava a pipocar.


Vendo a expressão da morena, Zamira se adiantou, puxando o celular do bolso enquanto se sentava no banco junto à janela.


- Se você está preocupada com a sala, eu prometo que ela estará igual até o final da noite. – Sem pressa ela começou a procurar alguns móveis de entrega rápida, similares aos que foram destruídos. Assim como um novo aquário e peixe para os meninos.


Betani levantou a cabeça saindo de seu pequeno mundo demorando um pouco para absorver o que a outra havia dito.


- Não estou pensando na sala; Fannie... ele está preso ao voto?


Zamira e David trocaram um olhar significativo. Sabiam onde ela queria chegar, eles mesmos já tiveram uma ideia bem similar.


- Nenhum dos meninos foi exposto ao desejo.


- Ele pode ir atrás de ajuda. – Marry olhou a filha se perguntando se ela havia esquecido do novo adendo do marido dela.


- Betani, Dominic fez com que qualquer um que fale sobre esse assunto se esquecerem do que estão falando de Yoruan.


- Eu me lembro mãe. Com Fannie fora do primeiro desejo, seria mais fácil de ir atrás de alguma ajuda.


- Fannie ainda deve considerar o homem como família para o desejo permitir que ele fale o que está acontecendo. – David rebateu; não era uma ideia ruim, os meios para executar ela que eram.


Marry concordou. Era um tiro no escuro em um único alvo.


- Temos de ter fé de que irão entender. Quanto ao que deve ser contado eu posso tentar passar só o essencial para Frannie. – Zamira se voluntariou, recebendo um pedido de David para eles tentarem algo diferente.


- Zamira por favor! Nós já discutimos isso.


- Entendo que se preocupa amor.  – Ela disse com carinho. – Mas eu sou a única que tem as informações necessárias. Não sei até onde Galen contou a vocês, só que ele adquiriu o costume de contar algumas coisas um tanto fantasiosa ou distorcidas. Por isso tem que ser eu, e Frannie pode buscar algumas coisas na internet, não precisaria colocar minha vida tão em risco.


- E se Dominic descobri? O desejo não vai alertá-lo? – Marry tentou novamente.


- A certas coisas que se não for muito bem especificado não virão acontecer. Em momento algum ele disse saberia imediatamente quando descumpríssemos o desejo. Podemos ficar em um hotel e justificar qualquer sumiço por causa do que aconteceu aqui, até que eu esteja melhor. Isso também daria tempo para Frannie buscar ajuda. Fugir não é algo incomum para um adolescente rebelde, ainda mais para os nossos segundo o próprio Galen.


Zamira rezava que aquilo funciona-se, o tempo até a próxima lua cheia era curto e até lá muitas coisas podiam acontecer.


 


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NOTAS DO AUTOR:


DeanHarris: As cenas de lutas são coisas minhas. Zai tem dificuldade em escrever coisas do tipo dai eu fiz isso pra ela desde antes dela apagar a história.


Esta 100% do jeito que eu quero essas cenas? Não. Por mim tinha que ser mais detalhada e pesada, mas Zai que é a dona da história mesmo, pediu pra ficar assim.


 


Sobre o Dominic\Galen ele é um cara complicado e orgulhoso. Tem muita coisa dele que ainda vai ser contada e o primeiro extra que vamos soltar é sobre ele.


A visão destorcida dele sobre Sandra e algumas coisas do passado. Lembrando que é a versão da história dele, podendo ou não ser a verdade.


Bom é isso por enquanto. Esperamos vocês no próximo capitulo. Tchau!



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Autor(a): DeanHarris

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