Fanfic: Segunda Chance Meio-Irmão - Trendy (finalizada) | Tema: Trendy, HOT

Nós não chegamos à cabana até quase meia-noite. Demorou mais do que eu esperava para embalar a van de papai, e então houve todas as dramáticas despedidas - abraçando Becca e jurando mandar uma mensagem para ela todos os dias. Despedindo-se de nosso círculo mais amplo de amigos, estabelecendo chats em grupo para que possamos nos irritar com os memes durante todo o verão. Planejando nossa próxima festa no começo do semestre de outono, porque, oh meu Deus, vai ser nosso último ano, e vamos viver isso!

Pela primeira vez em quando, vejo que não estou ansioso pelo verão. Não do jeito que eu estava há apenas alguns dias, de qualquer maneira, quando pensei que seria apenas eu e papai. Naquela época, eu podia sonhar em encontrar um cara fofo que vivesse em uma cabana próxima e flertar com ele durante todo o verão. Agora, tenho um monte de novos problemas para se preocupar.

Como é a nova esposa do papai? Ela é uma pessoa louca? Ela teria que ser meio louca para correr em um casamento tão rápido, não seria?

Seu filho é louco também? Ele vai me acompanhar todo o verão me deixando louca? E se ele é um esquisitão total, obcecado com insetos ou coleta de cobra ou algo grosseiro?

Papai fica me fazendo perguntas sobre a escola, mas estou distraída, meio adormecida. Quando chegamos às cabanas, só quero desmaiar. Bem, primeiro use o banheiro, depois desmaie.

Mas quando nós puxamos o carro, papai pigarreia. "Então, sobre os arranjos de dormir..."

Meus olhos se arregalam. Eu nem sequer pensei sobre isso. Há duas cabines conectadas - a mais importante que papai e eu compartilhamos da última vez, com um grande quarto principal e o sofá em que papai costumava dormir. E o pequeno com dois quartos individuais separados. Mas claro, papai precisa do mestre agora. Ele é casado.

"Esperar. Eu estou compartilhando com esse garoto?

"Vai ficar tudo bem, Dul, confie em mim."

Eu olho para ele. "Você poderia ter me avisado", murmuro enquanto nós puxamos a entrada da garagem.

Apesar do meu humor, a vista da cabine desencadeia todos os tipos de fogos de artifício nostálgicos lá dentro. Há o balanço de pneu que Alfonso e eu costumávamos nos revezar, empurrando um ao outro. Ele me girou mais e mais rápido, até que eu gritei por misericórdia. Então ele se arrependeu, me ajudou - principalmente eu gostei da parte em que ele me pegou em seus braços para me ajudar a deslizar para fora do pneu - e trocávamos de lugar.

Há o lago que mergulhamos todos os dias naquele verão. E o ponto entre os dois grandes pinheiros, a colina gramada acima do lago, onde nos beijamos na noite passada...

Meu peito dói.

Não sei dizer se são nervos, azia ou apenas a velha e familiar dor nostálgica. Porque eu sei onde aquele beijo levou - para um grande e gordo lugar nenhum.

Tudo bem, eu digo a mim mesmo. Eu vou ter um tempo melhor neste verão. Eu farei novas memórias. Melhores.

"Você precisa de ajuda com suas malas?" Papai pergunta enquanto estacionamos lá fora.

Em resposta, eu pego as malas que peguei separadamente e bato a porta do carro.

"Não fique brava!", Ele grita atrás de mim, mas eu já estou subindo o caminho para a segunda cabana. A pequena cabana, a cabana, eu ficarei preso com algum estranho completo.

Eu abro a porta. Está escuro, quieto por dentro. Boa. Pelo menos chegamos aqui primeiro, então posso reivindicar o melhor quarto.

Mas primeiro prioridades. Eu tive que usar o banheiro praticamente desde que entramos no carro do papai três horas atrás. Eu deixo cair minhas malas no pequeno espaço de cozinha/sala de estar, que mal é grande o suficiente para conter uma única poltrona de dois lugares e uma mesa, e empurrar a porta do banheiro.

Então eu congelo.

Leva meu cérebro um momento para alcançar o que estou vendo. Um cara parado de costas para mim, meio nu, no meio de urinar.

"Desculpe!" Eu suspiro e bato a porta entre nós antes que ele possa se virar.

A imagem ainda está gravada em minha mente. Seu cabelo castanho e sujo nas costas. Tempo suficiente para tocar a nuca, o que levava a um traseiro muito atraente e muito atraente. Músculos do ombro afiados que caíam nas costas, o short baixo nos quadris, baixo o suficiente para que eu pudesse dizer que cada centímetro de seu corpo era tão musculoso quanto seus braços e ombros.

Porra.

Meu coração bate e inclino minha cabeça contra a parede, prendendo a respiração.

Eu posso fazer as contas, claro. Isso tem que ser ele. O misterioso meio-irmão.

Talvez Becca estivesse certa depois de tudo. Talvez ele seja gostoso. Quero dizer, é difícil dizer pelas costas, ele pode ser um cara-de-pau, mas de alguma forma, tenho a sensação de que ele é tão bonito do ângulo frontal quanto da traseira.

Eu bato minha cabeça contra a parede levemente. Não é o que eu preciso agora. Eu não preciso desse intruso irritante na minha vida para ser gostoso também. Eu só preciso de um verão longe, um verão para relaxar. Não conheço algum novo membro da família que vai me deixar louco.

Eu finalmente tenho meu coração de corrida um pouco sob controle quando o banheiro é liberado. Eu me empurro para cima, forçando um sorriso. Se nada mais, eu posso ser educado.

Então a porta se abre e o chão cai de baixo de mim. Eu estou naquela ponte de novo, caindo, só que desta vez, não é uma sensação agradável.

"Alfonso?"

Porque não há como confundi-lo da frente. Não faltando aqueles olhos castanhos tempestuosos, cheios de confusão agora, ou aquelas sobrancelhas arqueadas, agora franzidas. Ele parece exatamente o mesmo, apenas mais velho - seis anos mais velho, para ser preciso. Esses anos só o tornaram ainda mais bonito, infelizmente. Ele tem maçãs do rosto afiadas, uma mandíbula que pode cortar vidro e barba por fazer, que provavelmente poderia fazer o mesmo.

E é claro que ele tem que estar sem camisa para que eu possa ver o quão bem o resto dele melhorou também. Ele está preenchido, não mais o musculoso, mas esquelético, garoto de 16 anos em minhas memórias. Ele é francamente incrivelmente lindo, e isso me deixa furiosa e quente de uma só vez.

“Dul? O que você está fazendo aqui?” Sua voz é a mesma também.  Profundamente, quase barítono, um som que imediatamente me catapulta de volta àquele verão. Todas aquelas conversas de fim de noite e de descontração que costumávamos ter.

"O que você quer dizer?" Ele franze a testa. Seus olhos buscam os meus e há algo surgindo neles. Algo que eu não quero perseguir ainda. "Espere..." ele diz, e só isso me faz querer desobedecer. Corra enquanto ainda posso.

Eu odeio o jeito que ele olha para mim. A maneira como ele vê o que ninguém mais consegue.

"Você terminou?" Eu aponto por ele no banheiro.

"Sim mas-"

Eu corro ao redor dele e bato a porta entre nós. Pelo menos isso me dará tempo. Um minuto para recolher meus pensamentos.

Eu ouço meu pai agora, em algum lugar lá fora, gritando. As portas do carro batem, a porta da cabine se abre e fecha, e eu sento no vaso sanitário, com a cabeça nas mãos, tentando respirar fundo.

Vai ficar tudo bem, digo a mim mesmo. Isso tudo é algum tipo de mal-entendido.

Eu ouço a voz de uma mulher também, e meu estômago aperta. Sentindo o que eu já sei, no fundo. Mas não pode estar certo. É impossível. Seria insano.

Termino de lavar as mãos, demora o máximo que puder enquanto as enxugo. Então eu finalmente abro a porta para encarar a realidade.

Encontro os três do lado de fora, no pátio que liga as duas cabines. Papai, parecendo elegante no paletó que ele usava para me pegar. Alfonso, parecendo de alguma forma ainda mais gostoso agora que ele puxou uma camiseta, porque é uma camiseta apertada, gruda em seus músculos em todos os lugares certos, e revela apenas o suficiente para que eu queira desesperadamente ver o que está debaixo dela novamente.

E bem entre eles, em um vestido leve de verão, sorrindo e feliz, mesmo que isso faça meu coração afundar... Susan.

"Ei pessoal", eu digo a eles, minha voz trêmula.

“Dul.” Susan está de pé em um segundo, depois me abraçando, apertada. Eu a abraço de volta, automática, porque ela sempre foi doce comigo, sempre me mimava sempre que saía com Alfonso em sua casa durante as festas familiares. Ela é ótima e eu a amo muito. Isso só piora isso. "Eu disse a seu pai que deveríamos tê-la avisado primeiro." Susan recua, sorrindo com simpatia. “Mas você o conhece. Ele adora surpresas.”

"Pai." Eu olho além dela. Estreito meus olhos para impedi-los de rasgar. Não, não, por favor, não deixe isso estar certo.

"Eu te disse que você amaria sua nova madrasta, não é?" Papai está sorrindo, seu sorriso tão grande e brilhante que me mata. Eu quero que ele seja feliz, eu realmente gosto. Eu quero que Susan seja feliz também. Mas isso tem que estar junto?

Ele não podia escolher literalmente mais ninguém no planeta?

Papai está de pé agora também, juntando-se ao abraço, e eu tenho meus braços ao redor dos dois, tentando me manter de pé. “Eu… Parabéns, pessoal. Eu não... eu não...”

"Viu isto chegando?" Papai termina para mim. Ele ri um pouco. Retorna. “Nem eu, para ser honesto. Susan e eu somos amigos há tantos anos, nunca pensei...” Eles se separam para sorrir um para o outro e, se elas se beijarem agora, eu vou morrer. Eu me afasto do abraço e lancei outro olhar para Alfonso.

Dói quase fisicamente olhar para ele agora. Meu meio-irmão. O meu primeiro beijo. O cara que eu sonhei por anos. O cara que eu levei séculos para superar, o cara que ainda faz meu peito doer por causa da maneira como ele correu de mim. O cara que só, infelizmente, ficou dez vezes mais quente com a idade.

Ele também está me observando. Pela primeira vez, não consigo ler a expressão em seu olhar tempestuoso. Se eu não soubesse melhor, eu quase diria que ele parece preocupado, talvez triste.

Pelo menos uma pessoa aqui sabe como reagir adequadamente, então.

“Uau, você parece tão maravilhoso. Eu não posso acreditar quanto tempo tem sido.” Susan também está me observando, acariciando meus ombros novamente, como se tivesse certeza que eu era real. “Você é uma mulher agora, Dul. E caramba, ela não está linda, Alfonso? Olha como ela se tornou adorável.”

O olhar de Alfonso nunca vacila. Nunca se separa do meu. "Ela está ótima", diz ele, voz baixa e cheia de energia que não consigo ler.

Minhas bochechas queimam, em brasa. Funcionou para Cersei Lannister, penso eu, espontaneamente. Cale a boca, Becca interior, eu me repreendo imediatamente depois.

Isso não está acontecendo. Isso não pode acontecer.