Fanfics Brasil - As misteriosas irmãs de Beauxbatons Herdeiras da Serpente

Fanfic: Herdeiras da Serpente | Tema: Harry Potter


Capítulo: As misteriosas irmãs de Beauxbatons

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Estávamos finalmente na enfumaçada plataforma 9 ¾ onde alunos iam e vinham se cumprimentando dando risadas altas, famílias se abraçavam se despedindo e crianças corriam atrás de sapos de chocolates que fugiam. Eu permanecia do lado de minha irmã enquanto nossos pais olhavam de um lado para outro preocupados enquanto Louise olhava entusiasmada para a movimentação do local, do qual eu não podia dizer que sentia o mesmo pois toda essa agitação me irritava.
    — Você precisa me passar um pouco dessa sua animação um dia. — sussurrei para ela, que sorriu zombeteira e eu respondi revirando os olhos.


 Enquanto caminhávamos em direção ao trem vermelho um homem de cabelos loiros e grisalhos extremamente gordo, com olhos protuberantes e uma bigodeira prateada que o fazia parecer um leão marinho, se aproximou de nós com um grande sorriso nos cumprimentando,
    — Sr. Ministro, que prazer em revê-lo —  chacoalhou animadamente a mão de meu pai enquanto o cumprimentava para logo em seguida se curvar exageradamente para minha mãe —  Sra Lioncourt, que honra! Esta belíssima e chique como sempre.
    — Muito obrigada…é para isso que trabalho não é mesmo? — minha mãe respondeu sarcasticamente, não dando muita atenção para o gordo idiota. Chique era pouco para definir minha mãe, eu pessoalmente nunca a vi vestir algo que custasse menos de 100 galeões, mesmo que fosse uma roupa de dormir.
    — Horácio, velho amigo, como vai? — meu pai respondeu um pouco desconcertado pelo comentário que sua esposa fez mas que obviamente o gordo com nome de Horácio pareceu ignorar completamente.
    — Eu vou bem, fiquei sabendo que suas filhas serão minhas alunas em Hogwarts, tive de vir pessoalmente para cumprimentá-lo, e claro, servir como guia para que elas não se sintam sozinhas. Fiquei sabendo da situação em Beauxbatons, um pena a vida daquela garota… Mas, sempre acreditei na inocência de suas filhas.
    — É muita gentileza sua Horário — meu pai respondeu ignorando o comentário impertinente sobre a gente. Pensei o quanto aquele velho era puxa-saco. — Deixe-me apresentar minhas filhas, Angel e Louise.


Louise, é claro. abriu o mais deslumbrante sorriso que só ela conseguia fazer e cumprimentou-o. Ela com certeza conseguia ser mais convincente do que eu, mas também não ficava para trás. No fim, todos acabam se encantando pela gente de qualquer jeito.
    — Queridas, este é Horácio Slughorn, ele é um velho amigo e será professor de poções vocês em Hogwarts.
    — É um prazer conhecê-lo senhor, devo dizer que tenho grande entusiasmo pela matéria —  Louise comentou gentilmente.
    Com as bochechas vermelhas e os olhos brilhando, Slughorn respondeu:
    — Deslumbrante! Você tem garotas excepcionais aqui Arthur, será mais do que um prazer lecionar para as duas.
    — Claro, claro… Se não se importa Horácio, eu tive que escapar do Ministério para vir me despedir das garotas, então preciso ser rápido, se é que me entende.
    — Entendo, bom, foi um prazer revê-lo amigo! Vou dar privacidade a vocês.
    E assim o velho professor de poções se afastou.
    — Este Horácio não muda nunca…
    — Margot, pegue leve com ele… Me indicou ótimos funcionários e tem muitos contatos…
    — Hm… — Obviamente minha mãe não estava nem um pouco disposta a pegar leve com ninguém, mas logo se recompôs e nos olhou amorosamente. — Logo terão que entrar no trem queridas, vou sentir falta de vocês.
    — Não tem o que se preocupar mãe, será igual beauxbatons, ficaremos lá o ano letivo inteiro mas logo é férias e estaremos em casa… — Respondi na esperança de reconforta-la. Tentou sorrir mas dava para notar a tristeza em seus olhos, obviamente não era por estarmos indo para uma nova escola em outro país muito mais longe, sabia que algo de estranho rondava a volta de nós. Me recordei de uma noite quando ainda era criança, um meses mais tarde da tragédia em que os seguidores de Grindewald invadiram a mansão, meus pais discutiam no salão da casa algo sobre não conseguir nos controlar e que o feitiço de retenção já não estava mais funcionando.
    Ignorei minhas suspeitas. Abraçamos nossa mãe rapidamente para tentar fazê-la se sentir melhor mesmo sabendo que era inutil.
    — Sinto muito, mãe — Louise sussurrou — Não queríamos te dar tanto trabalho.
    — Magina, vocês foram o milagre que aconteceu na minha vida… —  Ela nos apertou ainda mais forte com os olhos lacrimejando. Ela sempre foi super-protetora desde que éramos crianças, depois do ataque ela recusou diversos trabalhos em palestras e eventos apenas para se manter mais presente e compensar de alguma forma o nosso sofrimento.
    Finalmente, o apito do trem começou a soar sinalizando que já estava de partida.


Nos retiramos dos braços de nossa mãe antes que ela nos enforcasse de tanto apertar, nos despedimos mais uma vez e seguimos com pressa para dentro do vagão para que pudéssemos ter paz de toda aquela sentimentalidade. Ao adentrarmos na locomotiva, ouço meu pai gritando enquanto corria para nos alcançar.
    Sem fôlego e com dificuldade para respirar ele fala:
    — Quase que me esqueço — põe as mãos dentro do bolso e tira um pequeno pacote embrulhado dele — Isto é para as duas…Espero que gostem, é apenas uma pequena lembrancinha.
    O trem apitou mais uma vez.
    Louise pegou o pacote rapidamente e nos colocamos para dentro do trem que logo começou a se mover, observamos nossos pais acenarem em despedida até se perderem no horizonte.
    Finalmente.
    Olhamos uma para a outra e sorrimos. A locomotiva vermelha estava lotada de alunos que conversavam entre si e nossa presença ainda não tinha sido notada, decidimos então procurar por uma vagão vazio, uma missão que eu pessoalmente achei quase que impossível.
    Se eu havia dito que ainda não haviamos sido notadas isso passou a mudar logo que começamos a procurar por um assento, todos nos encaravam e nem disfarçavam, em especial os garotos que saiam dos vagões ou colocavam as cabeças para fora para bisbilhotar.
    — Eles nem disfarçam —  Louise sussurrou para mim — Assustamos tanto assim?
    — Irmã, esses olhares não são de medo — brinquei com ela ao passarmos por um grupo de garotos que pararam tudo que estavam fazendo para nos olhar, um deles que segurava um pote de doces deixou cair metade do conteúdo no chão.


Conseguimos encontrar um vagão vazio no fim do trem onde pelo jeito circulavam muitas pessoas da Sonserina, consegui perceber pelos vários alunos que já estavam de uniforme exibindo o símbolo e cores da casa. Decidimos então que faríamos o mesmo e trocamos nossas roupas.
    — O que era que nosso pai deu? — perguntei lembrando do pacotinho que ele deu para Louise.
    Ela enfiou a mão no bolso tirando o pequeno pacote embrulhado em um papel de presente da qual ela tirou rapidamente revelando ser uma caixinha de jóia. Abriu-a revelando dois colares com uma pedra negra incrustada em uma prata,
    — Que estranho. — Louise comentou observando atentamente o colar.
    — O que é estranho? — perguntei curiosa pegando um dos colares. Olhei para as pedras e percebi que não eram simplesmente negras, se olhasse atentamente parecia fazer algo se movendo dentro dela, como uma névoa.
    — Tem magia nesse colar — ela respondeu. — Mas eu não sei responder de que tipo.
    Passei a mão suavemente pela pedra, pude sentir as pontas de meu dedo formigarem levemente. De fato tinha algum feitiço ali.


— Eu sugiro não usarmos até saber o que nossos pais estão aprontando. — ela disse devolvendo o calor de volta para a caixinha e eu fiz o mesmo.
    — Sem objeções — concordo.

Um tempo da viagem passou, sentia pessoas ainda atentas a cada movimento nosso curiosas, pareciam apreensivos se chegavam perto ou não.
Foi quando uma garota de cabelos lisos e negros entrou no vagão e sentou-se em nossa frente, ela usava vestes da sonserina e parecia ser uma veterana do último ano, os olhos dela combinavam com o cabelo, eram sérios e os traços do rosto eram severos e bem maduros. Ela nos encara sem disfarçar,
Fingimos não nos incomodar com seus olhares. Louise continuou com a atenção presa em algum de seus livros enquanto eu apenas observava a paisagem passar rapidamente pela janela. Foi a garota que cortou o silêncio:
  — Então… Vocês são as supostas psicopatas?
  — Perdão? — respondi fingindo não entender a insinuação.
 — É o que todos comentam por aqui… Mas aparentemente ninguém tem coragem de vir perguntar pessoalmente. Sinceramente não acho que vocês sejam coisa alguma, o pessoal gosta de exagerar, mas se o diretor aceitou vocês aqui não devem ser grande coisa… Aquele velho é um imprestável. — ela disse com um sorriso cínico no rosto.
     — Você está certa. Não somos mesmo grande coisa. — Louise respondeu, tirando os olhos do livro e a encarando seriamente.     
    A garota riu.
    — Meu nome é Walburga Black — estendeu a mão para mim, um pouco relutante eu a cumprimentei — Vocês parecem ser legais. Fico feliz que tenham caído na Sonserina.
    — Obrigada, eu acho... Bom, eu sou Angel Duerre de Lioncourt — respondi— e essa aqui enfurnada no livro é minha irmã Louise.
    — Me disseram que vocês eram gêmeas, mas nem sequer parecem irmãs… Quero dizer, você é morena — olhou para mim e depois para minha irmã —  e você é ruiva....Tipo, super ruiva.
    — Mas somos irmãs, nem todos os gêmeos são parecidos…— disse calmamente. Esta era uma das coisas que as pessoas mais comentavam sobre nós, não parecemos nem ser da mesma família. Claro, se não fossem os olhos…
    — Entendo…
    Uma senhora sorridente abriu a porta da cabine.
    —  Olá, alguém está com fome? — ela carregava um carrinho cheio de doces variados. Quando olhou para mim e para minha irmã, nos reconheceu imediatamente e empalideceu, mas continuou com o sorriso forçado. A gente passou muito por isso quando fomos comprar nosso material no Beco Diagonal, aparentemente alguém na redação do jornal está se esforçando bastante para fazer nossa reputação ser bem mal falada. No entanto, achei engraçado então me aproximei para comprar alguns doces.
    Comprei alguns variados doces e paguei a mulher que saiu nervosa pelo corredor o mais rápido que pode.
    — Vocês causam bastante nervosismo nas pessoas — Walburga ria — Viu a cara dela? Parecia que tinha visto um bicho-papão!
    — Besteira — revirei os olhos pegando algumas varinhas de alcaçuz e oferecendo a Louise. Aparentemente teríamos bastante daquele tratamento pelo nosso caminho, mas eu tinha que admitir gostar muito da sensação de medo que dava nas pessoas.


— Vocês vão se dar muito bem na Sonserina, pelo menos a reputação de más já tem haha… — disse rindo antes de levantar-se — Bem, foi um prazer conhecer as duas. Eu espero encontrar vocês no salão principal… Agora tenho que encontrar minha prima pois estamos quase chegando. Até mais. — e assim a garota saiu acenando para nós antes de sumir pelos corredores.
    — Ela é um pouco estranha, não acha? —  Louise comentou voltando para seu livro.    — Ela é da família Black, faz parte do Sagrado Vinte e Oito. São super ricos, orgulhosos e um tanto preconceituosos, bom eu diria muito. Toda a família Black vai para a Sonserina. — falou sem tirar o livro da cara.
    — Você realmente fez a lição de casa, ein? — arqueei uma sobrancelha para ela em zombaria. Ela sorriu e deu de ombros.
    O resto da viagem foi entediante, depois de um tempo as pessoas foram perdendo o interesse na gente e seguiram com suas vidas, algumas crianças do primeiro ano corriam pelo trem e outras armavam peças com bombas de bostas. Eu apenas observava as paisagens correrem rapidamente pela janela do trem, o céu escurecia e o sol logo era substituído pela lua e as estrelas iluminando os campos silvestres e os rios. O trem começou a diminuir a velocidade no ritmo em que meu coração acelerava de excitação observei minha irmã e ela também já não lia seu livro mais.


— Ansiosa? —  perguntei
— Muito.


                    (...)


 


Abrigo do Ministério em Londres — 00h00

Margot estava sentada em sua cama observando tristemente o retrato de duas crianças que outrora eram felizes, que gargalhavam e faziam caretas. Sentia saudade dessa felicidade em suas filhas. Ouviu a porta de seu quarto ser aberta lentamente por Arthur.
    — Vai dar certo querida. Temos que ter esperança… — ele disse se aproximando e massageando seus ombros tensos do estresse.
    — E se não der? E se Dumbledore estiver errado?
    — Não podemos pensar nos “e se”. Entreguei a elas o pacote, vai ficar tudo certo. — ele virou o rosto dela para que pudesse olhar em seus olhos que estavam marejados.
    Ela abriu um sorriso forçado e minúsculo.
    — Você é tão positivo…
    Ele abraçou sua esposa fortemente para confortá-la. Estava tão preocupado quanto ela, mas precisava se manter forte para que ela não caísse, as duas garotas eram muito importantes para sua mulher e por isso tinha que fazer de tudo para descobrir que tipo de magia estava envolvido nisso.
    — Vai dormir, querida. Precisa descansar — ele depositou um delicado beijo na testa, acariciando seus macios cabelos cacheados. Ela assentiu e se arrumou na cama, mas sem largar o retrato, abraçando-o fortemente para sentir como se suas crianças estivessem de novo ali.
    Arthur esperou sua mulher cair no sono fazendo cafuné em seus cabelos, quando percebeu que finalmente ela tinha dormido, levantou-se e voltou para seu escritório e sentou-se em sua mesa. Ficou uns segundos olhando para o teto pensando no que fazer.
    Olhou para as duas gavetas que haviam em sua mesa, pegou a varinha e apontou para ela, em um segundo, uma terceira gaveta apareceu. Quando abriu para pegar o conteúdo dela, porém, levou um susto.
    — Não está aqui! — exclamou desesperado, remexendo na gaveta. — Videturo! — apontou freneticamente para gaveta. — Videturo! Videturo! — exclamava repetidamente.


Não funcionou. O livro sumiu. Talvez o único livro que pudesse lhe dar as respostas… Mas, como? Ele havia colocado proteção na gaveta, ninguém sabia onde ele estava. Passou as mãos no cabelo desesperado, tentando pensar.
    — O que faço agora? — murmurou para si mesmo. — Voltamos mais uma vez a estaca zero…
    Ficou um tempo ali, parado, olhando para sua mesa estático. Foi quando teve uma péssima ideia, péssima e terrível ideia. E saiu do escritório apressadamente  com um jornal do “Profeta Diário” na mão em qual o título dizia.
          


                       “GRINDEWALD DOMINA PARTE DA EUROPA”



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Autor(a): jovanaserafini

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Quando o trem finalmente parou já havia crianças dos primeiros anos se empurrando para sair em uma pequena plataforma escura, esperamos a maior parte da multidão sair para finalmente conseguirmos descer. Senti meu nariz congelar com o vento gelado da noite. Uma luz era agitada entre os alunos enquanto um funcionário de Hogwarts gritava para que os ...


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