Fanfics Brasil - Freedom Just Dance

Fanfic: Just Dance | Tema: Miraculous Ladybug


Capítulo: Freedom

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Seu sono era profundo. Apesar dos movimentos bruscos e das falas desconexas, Adrien não acordava. Sua cabeça balançava de um lado para o outro sobre o travesseiro e seus olhos pareciam travar uma guerra sob suas pálpebras. Um grito de medo, fraco e abafado, saiu por sua garganta. Mais um pesadelo, aquilo não parava.


No canto do enorme quarto um pequeno expectador assistia a tudo com atenção. Parecia preocupado. Subiu na cama e começou a passear por cima do garoto com cautela. Precisava acorda-lo. Como se tivesse descoberto o que fazer, o pequeno animal chegou perto da cabeça do ser adormecido e passou sua longa cauda felpuda sob as narinas do amigo. A reação foi instantânea, Adrien levantou de repente despertando de seu péssimo sonho e...


ATCHIM!


- Qual é, Plagg! Você sabe que não pode fazer isso! Agora eu vou ficar espirrando pela eternidade! – ele coçava o nariz que já estava bem vermelho.


O bichano, que com o movimento brusco havia ido parar do outro lado do cômodo, olhou para ele com reprovação. “Seu mal agradecido!”


Adrien olhou de relance para o relógio digital sobre sua cômoda e levou um susto. Estava atrasado.


- Droga! ATCHIM! – correu para o banheiro, teria que tomar um banho de gato e se arrumar em menos de dez minutos ou perderia a primeira aula.


Terminou de se arrumar e desceu para a sala do café que ficava no primeiro andar. Sentado na ponta da enorme mesa retangular de mogno estava Gabriel Agreste. Vestido com a sua postura imponente de sempre ele lia alguma matéria interessante em seu jornal. Adrien se aproximou da mesa e esticou seu braço sobre ela para pegar uma fruta, não teria tempo de se sentar para comer.


- Não vai tomar o café da manhã? – a voz grave de seu pai ecoou pelas paredes e chegou aos ouvidos de Adrien no momento em que ele agarrava uma maçã na fruteira. Gabriel tinha dobrado o jornal e olhava fixamente para o filho.


- Estou atrasado.


Mordeu um pedaço da fruta e começou a se encaminhar para fora da sala em direção ao átrio principal da mansão.


- Tem certeza de que quer mesmo fazer isso, Adrien? – ele sabia que o pai não estava se referindo ao café da manhã. Parou de andar e puxou o ar antes de responder.


- Tenho. Não quero mais viver assim, pai. Não posso mais viver preso ao passado.


- Se é o que deseja. – Gabriel fez uma longa pausa. – O Sr. Monteaur e Natalie vão te acompanhar na ida e na volta para a escola. Para todos os lugares que você for eles vão junto. Quero ser o primeiro a ficar sabendo se você tiver que fazer algo fora das atividades curriculares e extracurriculares que a Natalie te inscreveu, estamos entendidos?


Adrien sorria de orelha a orelha, virou na direção do pai e assentiu.


- Sim, pai. É só isso que eu quero, um pouco de liberdade.


- Ótimo. – pegou o jornal que havia dobrado e voltou a ler.


A expressão no rosto do Sr. Agreste era impassível. Mas Adrien não ligava, havia conseguido o que queria.


Correu para fora da sala sem ser interrompido dessa vez. Sabia que mesmo se seu pai não tivesse concordado com a ideia, ele próprio teria dado um jeito de ter aulas como um adolescente normal. Não aguentava mais ficar preso naquela mansão. Ele queria se divertir, queria fazer amigos.


A limusine já o esperava do lado de fora da mansão.


- Finalmente o senhor conseguiu, Sr. Agreste. Meus parabéns.


James Monteaur era o motorista particular da família desde que Adrien se lembrava.


- Qual é, Jim! Sr. Agreste é o meu pai, já pedi para você me chamar de Adrien.


James sempre o tratava com muita educação. Adrien apreciava isso, mas não queria ser comparado ao pai.


- Tudo bem, sen... Desculpe. – ele pigarreou levando a mão com o punho fechado de encontro à boca. – Adrien.


Adrien sorriu e deu um leve soco no ombro do motorista.


- Assim é melhor, Jim.


- Adrien, estamos atrasados. Temos que ir. – alertou Natalie.


A mulher era alta e seu cabelo liso e preto ia até a altura dos ombros. Usava um óculos de armação quadrada que caía muito bem em seu rosto. Natalie o conhecia desde que ele era bebê e, do jeito dela, sempre se preocupou com o bem estar dele. E ele também era grato por isso.


Entraram no carro e seguiram por ruas e avenidas durante alguns minutos. Adrien quase não conseguia se conter, sua ansiedade era palpável. Seus pés batiam contra o chão do carro em um ritmo desconexo e seus dedos tamborilavam a música que tocava no rádio.


- Não fique nervoso, Adrien. Você vai se sair bem. – Natalie segurava seu ombro e um pequeno sorriso escapou de seus lábios. Adrien assentiu.


Já podia ver a escola pela janela do carro, o colégio era gigantesco, ocupava um quarteirão inteiro.


- Chegamos. – James falou assim que o carro parou na frente da entrada.


- Obrigado, a vocês dois. Até mais tarde. – dizendo isso saiu do veículo e se dirigiu às escadas da entrada, precisava correr.


Assim que adentrou o pátio do colégio Françoise Dupont teve que diminuir os passos para apreciar o local. Era até ridículo de pensar, mas nunca havia estado em um lugar como aquele. Era a primeira vez que colocava os pés em uma escola de verdade. Parou de admirar o pátio do colégio quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso, tinha colocado o alarme para tocar para avisá-lo quando estivesse atrasado. Faltavam exatamente trinta minutos para o final da primeira aula. Praguejou baixo. Tinha perdido metade da aula.


Correu em direção à escada e quando chegou ao segundo andar se deparou com uma menina de cabelos azuis escuros em frente à porta de sua sala, ela parecia estar falando sozinha. Sorriu internamente ao perceber em qual situação a menina se encontrava, ele se sentia da mesma forma. Sabia que se ela não estivesse ali seria ele em frente à porta tentando decidir se entrava ou não.


- O dilema de quem chega atrasado. Eu sei muito bem como é. – falou assim que a garota se virou desistindo de entrar na sala.


Ao se apresentar e estender a mão para cumprimenta-la Adrien percebeu que os olhos dela eram de um azul profundo, quase hipnotizante. Notou ela corar ao perceber sua presença. Sentiu uma sensação estranha percorrer seu corpo até que...


ATCHIM!


Plagg, seu cretino.


Pegou seu antialérgico dentro da bolsa e pingou algumas gotas em sua boca. Durante o pequeno diálogo que teve com a garota percebeu que ela corava com extrema facilidade. Acabou achando aquilo extremamente fofo.


Ao perceber que Marinette estava com vergonha de entrar na sala e chamar toda a atenção para si decidiu ajuda-la. Afinal, ele suspeitava que ao entrar na sala todos olhariam para o modelo adolescente filho de Gabriel Agreste, um dos maiores estilistas da França. Não estava ansioso para essa parte, mas sabia que assim sua nova amiga ficaria livre de qualquer constrangimento.


- Entendo, - disse após a garota explicar o porquê não iria entrar na sala naquele momento. – mas e se entrarmos juntos? Digamos que eu também não quero toda aquela atenção para mim.


Ela o encarou por alguns minutos sem dizer uma palavra. Teve que insistir e perguntar novamente. Sorriu a ouvi-la concordar com o seu plano.


Abriu a porta e os dois entraram um ao lado do outro. Mais uma vez, ficou maravilhado por estar finalmente vivendo como um adolescente normal. O lugar era composto por duas fileiras de mesas duplas que se dispunham gradualmente um degrau acima do outro. A mesa da professora ficava no patamar térreo, no centro da sala. A luz do dia, que entrava pelas enormes janelas à direita, lhe trazia uma enorme sensação de paz.


Seus olhos repentinamente foram desviados para a primeira mesa à direita, uma garota de cabelo loiro acenava freneticamente para ele, era Chloé Bourgeois. Já se conheciam há um bom tempo, seus pais sempre faziam projetos juntos envolvendo moda e o ramo de cosméticos. Chloé, no momento, era a pessoa mais próxima de um amigo. Natalie não havia falado nada sobre ela estar na Françoise Dupont também. Adrien acenou de volta para a garota e lhe ofereceu um singelo sorriso.


Havia um lugar vago na mesa ao lado da porta. Deu um primeiro passo em direção ao seu lugar, mas percebeu que Marinette não se moveu. Virou de costas e se deparou com o olhar dela congelado olhando para um ponto fixo da sala. Foi aí que Adrien percebeu que não tinha sido um bom plano. Ela era, realmente, muito tímida. Aconteceu o que a garota mais temia. Adrien amaldiçoou a si próprio internamente. Não queria que isso tivesse ocorrido.


Droga.


Precisava fazê-la se mover, os dois já haviam ficado muito tempo parados ali na frente da sala toda. Logo as pessoas começariam a comentar ou achar estranho e não seria um bom começo para o primeiro dia de aula. Segurou a mão de Marinette e a puxou com cuidado para o lugar atrás de sua mesa que, para a sorte de ambos, também estava vago. Depois de acomodar a garota no lugar dela, dirigiu-se ao seu.


Sentia que boa parte dos olhares da sala eram dirigidos a ele, tentou não se importar com isso e prestar atenção no que a professora dizia. Depois de todos os alunos terem respondido à chamada, Madame Guilly começou a falar de algo que lhe chamou a atenção. Logo depois dela ter respondido a pergunta de Nino, o garoto ao lado, sua cabeça virou um turbilhão.


Um espetáculo de dança.


Adrien não esperava por isso.


- Eu, sinceramente, espero que esse projeto dê certo, crianças. Será um grande desafio para todos nós, mas eu garanto que valerá a pena. – ela voltou a se sentar em sua cadeira. – Assim que bater o sinal indicando o final dessa aula, e o início do segundo período, iremos para o auditório. Hoje vou explicar para vocês tudo o que precisam saber sobre o espetáculo. Podem dar uma pausa por enquanto.


- Vai ser bem maneiro, não é? – Nino olhava para ele com expectativa.


- Vai sim. – sorriu para o garoto. - O único problema é que eu não sei dançar.


O garoto gargalhou e segurou seu ombro.


- Relaxa, cara. Você vai pegar o jeito.


Nino parecia ser uma ótima pessoa. Pelo jeito tinha feito mais um amigo.


- Espero que você esteja cer...


- ADRIEN?!


Foi interrompido assim que uma garota de longos cabelos castanhos pulou em seu colo. Adrien a olhou espantado enquanto Nino ria baixinho ao seu lado.


- Hm... Sou eu. E-e o que é você? – se atrapalhou, podia sentir suas bochechas pegarem fogo. – Digo, quem é você?


A garota, percebendo o mau jeito com que tinha chegado, levantou depressa e se recompôs.


- Desculpe. – pediu envergonhada. – Me chamo Lyla. – Então, se virou e foi embora ser dar chance de Adrien dizer mais nada.


- Uau, isso foi estranho. – comentou Nino finalmente parando de rir.


Adrien sorriu sem graça e olhou para trás na direção da garota. Ela parecia tão embaraçada quanto ele.


- Hey, cara. Acho melhor você ir falar com ela, já faz alguns minutos que ela está te encarando.


Adrien não entendeu.


- Quem? – perguntou ao se virar para frente.


- A Chloé.


Adrien olhou para Chloé e ela não parecia estar muito feliz, mas, ao notar seu olhar, abriu um grande sorriso.


- Você tem razão. Já volto.


Adrien respirou fundo e andou lentamente até o lugar da garota.


- Hey. – falou quase em um sussurro.


- Adrien! Que surpresa! Não esperava que viesse falar comigo.


Ele teve vontade de revirar os olhos. Apesar de suas atitudes infantis Chloé era uma espécie de amiga, não podia simplesmente ignora-la.


- Decidi vir te dar um “oi”.


Chloé se levantou e o abraçou.


- Que fofo da sua parte, Adrien. Bom, bem que você poderia sentar ao meu lado nas aulas. – disse enquanto encarava Nino do outro lado da sala.


- Mas e eu?! – uma menina de óculos que estava sentada ao lado de Chloé se pronunciou.


- Tenho certeza que você não se importaria, Sabrina. – afirmou enquanto fuzilava a garota com o olhar.


Adrien, sentindo-se desconfortável com a situação, decidiu terminar a conversa naquele momento.


- Sabe o que é? Eu e o Nino estamos nos dando super bem. Não acho que seja nesse...


Não teve tempo de terminar a frase, o sinal tocou no momento em que ouviu alguém gritar seu nome.


- Adrien Agreste. – a voz misteriosa disse com escárnio - E você disse que não queria chamar atenção!


Quando se virou uma Marinette totalmente furiosa o encarava.



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Autor(a): Any Rochester

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