Fanfic: O Cálice do Desejo e a Trindade Dourada - I (Saint Seiya) + 18 | Tema: Saint Seiya

 Sala do Grande Mestre

Por um bom tempo, eu fiquei em estado de choque olhando para a porta da sala! Processava o que tinha acabado de acontecer e, sim, ele me deixou excitada e sozinha! Coloquei o meu vestido de qualquer jeito e fui andando para o meu quarto, enquanto repassava o abandono milhares de vezes. Eu estava triste, chateada, excitada, frustrada e muito estressada! Acho que as oscilações de Gêmeos são contagiosas! Torcia para chegar logo no meu quarto.

Me joguei na cama, deitei e fiquei olhando para o teto, agora era eu que não parava de remoer as palavras do Saga, isso sim é um inferno! Aquele filho da mãe orgulhoso! Meu corpo me cobrava cada promessa feita e não cumprida! E eu não fazia a menor ideia de como conseguir que isso acontecesse, ele estava furioso comigo!

Ouvi uma batida na porta e, depois, a porta abrindo lentamente.

(Afrodite) – Com licença, Atena! Posso entrar?

Me sentei na cama.

(Atena) – É claro, por favor, entre.

Fechando a porta, ele se aproximou de mim, colocou a mão no meu queixo e levantou meu rosto analisando cada traço com seus olhos azul-celeste.

(Afrodite) – Atena, o que o Saga fez com você? Porque de todos os rostos que eu esperava ver, esse com certeza não era um!

(Atena) – Esse é o problema, ele não fez nada!

Me levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro.

(Afrodite) – Não entendi? E o seu vestido maravilhoso todo rasgado??? Foi para quê? Para nada? ... Minha nossa! Não me diga que ele não deu “conta”?

Tive que sorrir.

(Atena) – Não, não é isso! É claro que ele dá “conta”, é que ele está tão possuído pela raiva, mágoa e pelo ciúme que quis me punir!

(Afrodite) – Atena, pelos deuses! Descreva “punir”, por favor!

(Atena) – O Saga simplesmente me provocou! Quase me fez ter um orgasmo, e ele nem tirou a calça! E ele estava querendo tanto quanto eu! Mas para me punir por não tê-lo chamado antes, não fez nada! Me deixou neste estado deplorável de estresse, raiva, desejo e um monte de coisas que eu nem sabia que existia!

(Afrodite) – Nem é genioso o rapaz! – ironizou

(Atena) – E eu amooo esse gênio dele! Parece que estou sempre brincando com fogo... e hoje eu me queimei!

(Afrodite) – Pelo menos tem duas outras opções para lhe servirem e aliviarem o seu stress!

(Atena) – Você está falando do Mu e do Milo?

(Afrodite)- Sim! Pelo gênio do Saga, você vai ficar um bom tempo assim, sem alívio algum!

(Atena) – Não, eu não quero outro, eu quero ele! Ele que acendeu esse fogo, ele que apague! Não paro de repetir a fala dele em minha mente, a promessa do que faria e não fez! Agora, sou eu quem está enlouquecendo! Ele queria que eu sentisse o inferno na pele e ele conseguiu!

(Afrodite) – Certo, e como pretende fazer que ele a te satisfaça?

(Atena) – Eu não faço a menor ideia! E na hora que eu mais precisava pensar, estou uma pilha de nervos tão grande que não estou conseguindo juntar um mais um! E o pior é que tenho a impressão que a vingança dele não acabou ainda!

(Afrodite) – Ok, mocinha, enquanto vai pensando em um milagre dos grandes, vá se arrumar porque vim avisar que em breve servirão o almoço e logo todos os cavaleiros estarão reunidos para almoçarmos! Sugiro que esteja lindíssima! E temos o vestido perfeito!

As nossas refeições na Sala do Grande Mestre, geralmente eu sou a última a chegar com o Afrodite e, ao me verem, se levantam, eu os cumprimento e nos sentamos a mesa. Hoje seria igual, mas EU estava diferente, estava linda no vestido de seda azul claro que deslizava sobre um grande decote em V com alças finas e um fenda na perna esquerda, calçando um dos lindos sapatos que eu tinha de salto e fui ao encontro dos cavaleiros que me aguardavam. Eu tinha o espaço de uns quinze metros de “passarela” da porta até chegar à mesa, e esse era o meu tempo de fazer o Saga repensar o “não” que me deu.

Sala do Grande Mestre

Como o esperado, todos que me aguardavam se levantaram quando me viram passar pela porta e, como sempre faço, vi que todos me olhavam e fui ao encontro deles.

(Seiya) – Essa é a ... Saori?!

(Milo)- Minha nossa! Que delícia de mulher é essa nesse vestido?!

(Mu) – Milo, você está pensando em voz alta, de novo!

(Milo) – Ah, desculpa!

(Kanon) – Pelos deuses...

Me aproximando da mesa, só queria olhar um par de olhos específicos: os olhos azuis do Saga. Queria ver o arrependimento e o meu pedido de desculpas não verbais. É claro que ele estava me olhando, desde o decote nos seios à fenda nas pernas. Nossos olhos se encontraram e levantei uma sobrancelha em questionamento “não quer reconsiderar?”. O que recebi foi um sorriso irônico puxado, seguido de braços cruzados, ou seja, nada feito! Teimoso! Minha irritação aumentou!

Chegando ao meu lugar e, controlando a voz, pedi que todos se sentassem e assim o fizeram. Como eu fico na ponta da mesa, os cavaleiros se distribuem sentando-se de maneira aleatória. Hoje, à minha direita estavam: Afrodite, Shaka, Saga, Kanon, Máscara da Morte e Aldebaran. A minha esquerda: Mu, Milo, Seiya, Camus, Aiolia, Aiolos e Shura.

Tive que puxar um sorriso para mim mesma, Saga fez questão de sentar-se à frente de Seiya, ou seja, as duas bombas relógios bem no centro!

Os pratos chegaram e todos iniciaram suas refeições. Olhei para o meu prato e percebi que não estava nem um pouco com fome, remexi o peixe, as verduras e nada de vontade de comer.

Observei que todos comiam, inclusive o responsável por me deixar emocionalmente instável, que se deliciava com a sua refeição tranquilamente. Acho que eu estava fuzilando-o com o olhar!

Senti um toque suave no meu braço esquerdo e, ao virar, vi lindos olhos verde-escuros me olhando. Disse baixinho:

(Mu) – Atena, está tudo bem?

(Atena) – Não, não está, mas não se preocupe!

(Mu) – Como não vou me preocupar se você não está se alimentando? Não chegou ao menos a experimentar sua comida!

Eu olhava o lindo rosto preocupado de Mu, ele tinha o poder de me acalmar. Sorri.

(Saga) – Tudo bem com você, Atena?

Ao contrário de Mu, a pergunta cínica do Saga fez meu sangue ferver:

(Atena) – Quer mesmo saber, Saga?

Ele colocou os talheres na mesa, passou o guardanapo na boca e depois cruzou os braços, e com um sorriso cínico, me disse:

(Saga) – Adoraria saber o que está acontecendo com você, Atena!

É claro que ele gostaria de saber!

Todos à mesa prestavam atenção.

(Atena) – Eu não estou bem, na verdade nunca estive tão mal! Eu arrancaria a cabeça de um nesse exato momento!

Exemplificando, peguei o meu garfo e ataquei o peixe, que só não morreu porque já estava morto no meu prato!

Ouve um silêncio imediato na mesa, ninguém se movia, acho que estavam em estado de choque!

Até que o Saga deu uma gargalhada que ecoou na grande sala, como se estivesse lavando a alma depois de muito tempo!

Que filho da mãe! Ainda sorrindo, me disse:

(Saga) – Atena, isso é simples de resolver... com certeza deve existir algo que você possa fazer!

Cruzei os braços diante da atitude de Saga. Vou avisá-lo que o remorso mandou lembranças.

É claro que os outros se olhavam tentando entender a piada não dita!

(Máscara da Morte) – Nonon, que pena! Quando o seu irmão enfim conseguiu se livrar do mal humor, ele vai e enlouquece! Acho que nem o exorcismo o salva agora... chegamos tarde!

(Kanon) – Verdade, meu irmão perdeu qualquer noção de perigo na vida! Atena está com fogo nos olhos e ele ri e faz piada?

(Máscara da Morte) – Observação, o Sassá é péssimo com as piadas!

Tentando amenizar o “climão” que ficou depois da minha histeria, respirei fundo. Mantendo minha voz calma novamente, cruzando os braços, perguntei de modo geral na mesa:

(Atena) – Cavaleiros, o que vocês fazem quando estão estressados?

Foi uma sequência de tosses, entalados com a comida, outros cuspiram a água que estava na boca pronta para ser engolida. E muitos rostos chocados!

(Atena) – E então?

Apenas se olhavam, esperando o primeiro a falar.

(Shaka) – Eu medito, a meditação é a liberação de qualquer sentimento apreensivo da alma!

Ouvi vários suspiros de alívio dos outros.

(Máscara da Morte) – Tinha que ser o Loirinho para salvar a gente dessa enrascada!

(Atena) – Interessante, Shaka. Milo?

(Shaka) – Com certeza, não é a meditação!

(Milo) – Ai caramba! Atena, não sei como responder a isso!

(Atena) – Só quero saber o que você faz quando está estressado.

(Máscara da Morte) – Correção, o que ele faz quando está estressado, alegre, triste, eufórico, depressivo...

(Milo) – Muito engraçado! Como você responderia a essa pergunta, espertalhão, sem ser expulso do Santuário ou chocá-la?

(Máscara da Morte) – Fácil, falando a verdade, oras! É ela quem está perguntando!

(Camus) – Você não ousaria!

(Aiolia) – Não duvide dele!

(Shura) – Não se esqueça que ela é a Atena!

(Máscara da Morte) – Sim, e é uma mulher também, não notou? Que, pelo jeito, quer saber mais da vida, correto, Atena? Ela só quer se aliviar do estresse, certo?

(Atena) – Sim, exatamente isso, o que é que eu perguntei de mais?

(Saga) – Para mim, não perguntou nada de mais!

(Kanon) – Como não? Está louco?

(Saga) – É só responder a pergunta dela, não vê o quão estressada ela está?

Essa versão sarcástica do Saga estava me dando nos nervos, ele estava se deliciando com o meu inferno!

(Atena) – Máscara da Morte, poderia responder a minha pergunta, por favor?

(Máscara da Morte) – É claro, Atena! Creio que é unânime e meus amigos irão concordar que isso alivia bastante, é uma palavra grande mas com efeito de alívio imediato!

(Atena) – E qual palavra mágica seria essa?

(Máscara da Morte) – a palavra é M-A-S

(Aiolos) – Pelos deuses! Ele vai mesmo dizer isso?

(Milo) – Não acredito!

(Máscara da Morte) – S-A-G-E-M!

Ouvi um monte de suspiro de alívio coletivo!

(Máscara da Morte) – A massagem é extremamente relaxante e poderá ajudá-la com seu estresse!

Kanon deu uma cotovelada no Máscara da Morte.

(Kanon) – Quer nos matar do coração!

(Máscara da Morte) – Ai, Nonon! Já disse que gosto de coisas mais suaves! Não sou desses que gostam de uma coisa mais pesada, não é Dite?

(Afrodite) - Máscara da Morte, fico impressionado como sua cabeça pensa tão rápido para besteiras!

(Máscara da Morte) – Assim você me deixa encabulado, amor!

Afrodite arremessou uma maçã na direção da cabeça do Máscara da Morte, que conseguiu pegar no alto.

(Máscara da Morte) – Obrigado, Dite, sempre preocupado com o meu bem estar!

(Afrodite) – Deixa de ser ridículo!

(Atena) – Tem razão, mas a massagem precisa de uma outra pessoa – olhei para Saga que ainda se divertida com a minha situação – Não tem nada que eu possa fazer sozinha?

Novamente, mais tosses, engasgos e cuspidas de água!

(Máscara da Morte) - É claro que tem! E advinha? Você só precisa de uma das mãos para fazer!

(Camus) – Pelos deuses! Você não vai dizer isso a ela!

(Máscara da Morte)- Relaxa, Picolé! É ela quem quer saber! Quer que eu a desobedeça?

(Shura) – Ela não sabe o que está perguntando!

Saga, sorrindo, mordia uma maçã tranquilamente e me ofereceu um pedaço! Ele sabe qual o pedaço que eu queria e não era da infeliz da maçã!

(Atena) – E então, Máscara da Morte, o que seria?

(Aiolia)– Que os deuses nos perdoem!

(Máscara da Morte) – Atena, como eu dizia, você pode aliviar-se sozinha, usando a sua delicada mão, você irá descer até a região...

(Aiolia/Aiolos/Shura/Camus/Kanon/Shaka/Afrodite) – Você não vai dizer isso a ela!!!!

(Milo) – Atena, mande ele parar!

(Atena) – Quietos!!! Deixem ele falar!

(Máscara da Morte) – Ouviram? ELA que quer ouvir! Continuando... você descerá a sua delicada mãozinha até a região debaixo dos seus pés e pressionará os pontos de pressão do corpo. Essa técnica se chama acupressura, foi criada pelos chineses, e funciona!

Agora ouvi um monte de ar sendo expelido pela boca que, pelo jeito, os cavaleiros estavam segurando.

Saga sorria e isso me irritava muito! Realmente eu estava com as oscilações de Gêmeos, e ele claramente não!

(Saga) – Tenho que admitir que é impressionante sua capacidade para sair pela tangente Máscara da Morte!

(Máscara da Morte) – Obrigado, Sassá! Isso vindo de você é um enorme elogio! Nem vou dormir de emoção com essas palavras!

Saga, ainda sorrindo e balançando a cabeça, olhou para mim com o sorriso cínico de novo no rosto:

(Saga) – Aprendeu alguma coisa, Atena?

Duvido muito que tais técnicas resolvam meu problema!

(Atena)- Sim, obrigada pelas explicações, Máscara da Morte.

Duvido que o Saga faça quaisquer uma dessas coisas!

(Máscara da Morte) – Estou à disposição para mais informações, se julgadas necessárias, Atena!

(Camus) – Você não existe! Quase nos matou do coração!

(Kanon) – Sua mente é brilhante para essas coisas!

(Máscara da Morte) – Obrigado a todos! Estão me devendo, depois de livrá-los dessa saia justa!

(Aiolia/Shura/Milo) – Com certeza, cara!

Todos rindo e eu ainda estressada! Que injusto!

Peguei meu copo com água, como quem pega um pescoço que quisesse quebrar em mil pedaços! Virei a água toda de uma vez! Olhei para Saga, que calmamente me olhava de volta, com seu ar superior de que nada o atingia.

Arrastei minha cadeira de forma brusca e me levantei, os cavaleiros se levantaram na mesma hora.

(Atena) – Não precisam se incomodar, voltem a se sentar, por favor. Perdi o apetite, mas vocês fiquem a vontade!

Todos se sentaram, eu permaneci em pé no meu lugar. Olhei para o causador de todos esses problemas, Saga de Gêmeos, isso não iria ficar assim.

(Atena) – Saga?

Me olhando encostado na cadeira, de braços cruzados, ainda com sorriso de superioridade.

(Saga) – Sim, Atena?

(Atena) – Poderia me acompanhar, por favor?

Afastando as costas da cadeira e apoiando os braços cruzados na mesa, me olhou com uma sobrancelha erguida:

(Saga) – Poderia repetir, por favor?

(Atena) – Saga, poderia me acompanhar, por favor?

(Saga)- Isso é uma ordem?

(Atena)- Não, não é uma ordem!

(Saga) – Então eu posso optar em não ir?

(Atena) – Sim, você pode optar em não querer me acompanhar!

(Saga) – Neste caso... – voltando a encostar as costas na cadeira – me desculpe, prefiro permanecer aqui, obrigado!

Todos à mesa ficaram em estado de choque novamente!

Saindo, me segurei para não queimar meu cosmo e golpeá-lo! Esse filho da mãe, orgulhoso, teimoso e vingativo!!!