Fanfic: Defendendo um criminoso | Tema: Herroni e Vondy

Seus braços doíam, de longe Maite ouvia vozes, lentamente foi abrindo os olhos, mas a claridade e a forte dor de cabeça a fizeram fecha-lo novamente

- Mai, abra os olhos - Apesar de Maite notar carinho naquela voz, ainda era um tom firme, ele era mandão até quando ela estava "doente"

- Saí de perto de mim - Disse tentando se mexer, mas ele a segurou

- Não faça muito esforço, o médico disse que a pancada foi forte, mas você ficará bem

- Cadê aquela selvagem? - Perguntou assustada, e Alfonso riu

- Ela está lá em baixo, preparando uma sopa para você

- Hahaha eu não como nada que ela fizer

- Eu tomo junto para provar que não está envenenada

Maite sentia seus braços totalmente doloridos e quando os ergueu para mira-los estavam avermelhados no pulso

- Bom... Ela te amarrou até eu chegar, ficou com medo de você ser uma ladra

- Me leva para minha casa Alfonso, eu não quero ficar aqui

- Aqui você ficará até melhorar, irei cuidar de você

- Christopher me ajudará, tenho certeza

- E o que você irá dizer a ele?

- A verdade, que fui espancada pela sua irmã

- Ninguém pode saber da existência dela Maite, ninguém - Disse se levantando nervoso da beirada da cama onde estava sentado

- Por que Alfonso? Por que ninguém sabe que ela existe?

- Ela é filha do meu pai... Com uma amante

- E daí? Isso acontece com frequência, com todo respeito mas sua mãe nem está viva para sentir desgosto

- Meu pai nunca foi muito bom comigo, mas eu achei que ele não pudesse ser tão mal

- Do que você tá falando?

- A mãe dela foi morta na frente dela quando ela tinha 13 anos, sabe a ordem de quem? Isso mesmo do meu pai. Era para mata-la também, mas ela escapou. Cansada de fugir, um dia ela apareceu na minha casa, e disse para acabar logo com aquilo, eu obviamente não entendi nada, e foi aí que descobri tudo. Desde então eu a escondo de tudo e de todos, os capangas do meu pai são mais fiéis do que cachorros, por isso você não pode dizer sobre ela a ninguém

- Procure a polícia, eles irão protegê-la

- Só pode ser uma piada né Maite? A gente sabe muito bem que não irá adiantar

- Foi ela quem matou Ben Tupper?

Alfonso suspirou antes de responder

- Sim

- Sabia que você estava acobertando alguém

- Ela e Ben estavam tendo um lance, eu a adverti várias vezes, mas não adiantou. Depois de uns 6 meses de namoro ele começou a ficar violento com ela, e ela resolveu terminar, marcou um encontro na casa abandonada, ele foi, e quando contou que queria separar ele a bateu e começou tentar abusar dela, e então para se defender ela o matou

- Se ela pudesse aparecer daria legítima defesa, e esse rolo todo não teria acontecido

- Maite eu prefiro ir pra cadeia do que perder Francisca

- É... Com licença - Disse a jovem na porta

- Pode entrar Fran - Disse Alfonso

- Eu trouxe uma sopinha - Falou sorrindo tímida

Maite não disse nada e nem expressou nenhuma reação

- Me desculpa, mas fiquei com medo, pensei que iria me fazer algum mal

- Eu entrei em sua propriedade, você estava no seu direito - Disse não olhando para a menina

- Espero que goste da sopa - Disse e por fim saiu

- Poderia ter sido mais gentil

- Sinto como se tivesse sido atropelada por um ônibus, então desculpa se não consigo ficar mostrando os dentes - Falou revirando os olhos

Alfonso não respondeu, apenas foi até ela e a ajudou sentar um pouco para tomar a sopa, como prometido ele tomou a primeira colherada

- Vamos contar até 10, se eu não morrer você come

Por fora revirou os olhos, mas por dentro Maite realmente tinha medo e contou até 10 de verdade

- Abre a boca - Disse levando a colher até a boca da morena

- Eu posso comer sozinha

- Eu acredito, mas não vai, irei ajudá-la

Maite não teimou mais, apenas aceitou aquele cuidado. Não demorou muito para o prato estar vazio, a comida estava bem saborosa

- Quer descansar?

- Não

- E um banho? Quer tomar?

- Como? Minha visão turva, meus braços nem se mexem direito e não tenho roupas

- Roupas pego alguma da Francisca, e eu posso te ajudar banhar

Ela o encarou com deboche

- Ou se sentir mais confortável Fran pode te ajudar

- Prefiro você

Ele então abriu a torneira da banheira e quando a mesma enchia seguiu para o quarto da irmã onde pegou uma camisola e uma toalha. Ajudou Maite a se levantar calmamente, e a despiu com delicadeza a pegou no colo e a mergulhou na água quente da banheira

- Oh! Isso é maravilhoso - Disse a mulher fechando os olhos de prazer

- Se quiser te dou uma - Falou sorrindo

- Pare com isso, eu só estou aqui porque vi sua irmã saindo da sua casa quando eu estava chegando para devolver aquele carro

- O que foi? Não gostou da cor? - Perguntou enquanto lavava o cabelo da morena

- Você já me pagou Alfonso, uma quantia até maior do que o esperado

- O carro é uma forma de expressar ainda mais minha gratidão

- Aí! - Gritou quando o mesmo tocou para lavar o ferimento em sua testa, além do corte ao redor estava todo roxeado

- Nunca quero apanhar da minha irmã - Disse fazendo uma cara de dor - Respire fundo tá, é necessário lavar para evitar infecções

- Isso vai demorar horrores para sarar, o que eu vou dizer a Christopher?

- Diga que algo caiu do seu armário, sei lá

- Eu preciso falar com ele

- Vai falar que esta na onde?

- Que sai às pressas para ir a casa de uma tia que estava muito mal no interior

- Boa desculpa

A conversa cessou, Maite não sabia explicar o que estava sentindo, acreditou que Alfonso teria malícia enquanto lhe ajudava tomar banho, porém isso não aconteceu, ele fez tudo com carinho, dava para ver em seu rosto que não tinha se oferecido com segunda intenções. E depois ele a secou e a ajudou se vestir, a camisola era um pouco provocante

- Desculpa mas não achei outra camisola mais decente

- Tudo bem

Ele então penteou seus cabelos e depois a deitou novamente

- Vou deixá-la descansar ok? Qualquer coisa é só gritar, estarei no quarto ao lado

- Obrigada - Respondeu sonolenta e os olhos se fecharam novamente.