Fanfic: Mi Guerra Y Mi Paz. | Tema: Vondy, RBD

 2 anos atrás...

- Vem, Dulce.

Anahí puxava minha mão impaciente, me arrastando junto com ela enquanto descíamos as escadas. Tive que tomar um certo cuidado para não tropeçar e sair rolando. A mansão dos Uckermann estava lotada. Era quase impossível se mexer, parecia uma boate ou algo do tipo. Não sei, de fato nunca estive em uma boate. Vários copos e latinhas de cerveja estavam jogados pelo chão, a música tão alta que parecia que ia estourar os meus ouvidos, as pessoas se amassando em todos os cantos... Annie parou de correr quando encontrou quem ela procurava. Parou atrás de Christopher, que conversava animadamente com sua turminha de babacas enquanto bebia algo que não identifiquei o que era, e o cutucou gentilmente.

- Christopher. - chamou, praticamente gritando por conta da altura do som.

- O que você está fazendo aqui, Anahí? - virou-se encarando-a com uma expressão furiosa. Ele sabia que eu estava ali também, mas não me encarava. Eu era quase invisível, e confesso que achava isso bom, pois quando ele me notava era para me magoar profundamente.

- Eu moro aqui. - respondeu o óbvio, cruzando os braços e fazendo um bico que foi impossível não rir.

- Pois eu fui claro quando disse pra você não sair do quarto.

- Dulce e eu estamos cansadas desse barulho e dessa gente mesquinha, Christopher. Ou você bota essas pessoas pra correr, ou vou ligar pra mamãe.

- E por que essa garota está aqui? - apontou, me encarando com um olhar gélido que me deu medo. As pessoas já paravam o que estavam fazendo pra nos observar, e eu estremeci. Christopher nunca perdia uma oportunidade para me humilhar - Ela não tem casa? A propósito, ela não tem um pai que cuide dela? Olha só, pessoal. - chamou, atraindo literalmente todas as atenções agora - a amiguinha insuportável da minha irmã acha que manda na MINHA casa agora. Cai fora, garota. E você também, Anahí.

Tudo o que consegui fazer antes das lágrimas sairem brotando dos meus olhos foi sair correndo. Era sempre assim, ele me humilhava, as pessoas riam e eu acabava chorando. Mas falar do meu pai já era demais pra mim. Ele sabia muito bem que papai havia morrido quando eu ainda era pequena e que sofria muito por isso. Pude ouvir Anahí me gritar enquanto corria atrás de mim, mas não respondi. Não queria falar com ninguém. Entrei em casa e tranquei a porta enquanto os soluços escapavam de mim sem que eu pudesse evitar. Eu só queria sumir.

Acordei agitada por causa do sonho que tive. Ou melhor, pesadelo. Lembrar daquele episódio ainda me causava diversas sensações esquisitas, era como se eu levasse um murro no estômago. Sentia um amargor horrível na boca. Foi a partir desse dia, que resolvi ir embora. Fugi, achava que não podia aguentar mais. Fui covarde, talvez, mas já não importava mais. Eu não era mais a mesma e ninguém nunca mais me humilharia daquele jeito.