Fanfic: Everything Has Changed | Tema: Ponny (AyA)

Enquanto isso Poncho estava enrolado, saía apresado de sua sala para uma reunião com seu pai, que era o presidente da empresa. Não se viam com muita frequência, apesar de trabalharem no mesmo lugar, era cada um em resolvendo seus respectivos negócios. Poncho também evitava ter que manter contato, fazia seu trabalho corretamente e o que precisasse com o pai, pedia para sua secretária, e era somente assim que se viam por maior tempo. A conversa era o básico do básico. Era chato as coisas serem assim, mas era como tinham que ser.

Quando encerraram a reunião, já era tarde. Antes de ir passou em sua sala e pegou alguns papeis para terminar de revisar em casa.

Ucker:  Não cansa desse lugar não? – Falou vindo logo atrás na recepção.

Alfonso:  Ta fazendo o que aqui ainda? – Virou-se.

Ucker:  O mesmo que você, trabalhando.

Alfonso: To acabado, o dia foi um porre.

Ucker:  Nem me fale, e amanhã tem muito mais. Bem que podia me dar umas férias hem patrão.

Alfonso:  Que férias o que! – Bateu em sua cabeça. – Não trabalha não pra ver.

Ucker:  E outra, você também devia tirar umas.

Alfonso:  Quem sabe daqui um tempo... Um bom tempo.

Ucker:  Vai dar curto-circuito desse jeito. – Riu. – Admiro sua disposição, sério cara. – Bateu em suas costas.

Alfonso:  Obrigado. – Chegaram ao estacionamento e foram até seus carros, que estavam próximos.

Ucker:  Tenho alguns documentos que você precisa assinar, não consegui falar com você hoje.

Alfonso:  Acabei de sair de uma reunião, só hoje tiveram duas. Não tive tempo nem de ir buscar a Any na faculdade, pedi que fosse com a Dul.

Ucker:  É, a Dul me falou. Por que a Any nunca vai com o próprio carro?

Alfonso:  Ue, porque acostumei a levar e buscar ela na faculdade desde quando eu ainda estava lá. E mesmo depois de ter saído continuo fazendo, é o mesmo caminho. – Deu de ombros. – Você já sabia disso.

Ucker:  É que vocês são um grude, sinceramente. – Riu balançando a cabeça. – Não sei como são só amigos até hoje.

Alfonso:  Somos e vamos continuar sendo. Não sei o que quer dizer com isso. – Abriu a porta do carro, colocando suas coisas sobre o banco.

Ucker:  Me engana sim com esse papo... Até parece, trata ela como se fosse sua.

Alfonso:  Mas é minha, minha amiga. – Levantou as sobrancelhas. – São cuidados de amigo.

Ucker:  Amigo que sempre quer saber aonde vai, com quem vai, a que horas volta. Que não pode ver ela com outro, que já logo trata de espantar cada homem que chega perto dela. – Soltou um assobio rindo em seguida. – É... Amigaço você.

Alfonso:  Também não é assim.

Ucker:  Como é então? – Cruzou os braços.

Alfonso:  Só a protejo, não quero que nenhum otário faça alguma coisa que vá machucá-la depois.

Ucker:   Conta outra, cara! – Riu alto. – Dos namorados que ela teve na época que ainda estávamos na faculdade você não foi com a cara de nenhum. E hoje, pelo mesmo quando você está por perto dela, arruma um jeito de espantar todos que chegam nela. Vai me dizer que não é ciúme?

Alfonso:  Já disse, só cuido...

Ucker:  Porque não quer que nenhum idiota... Blá blá blá. O único que tem medo que isso aconteça é você, a Any sabe se cuidar muito bem sozinha e esse final de semana passado foi prova disso. Any não perdeu tempo não meu irmão, soube que arrasou na balada. – Riu da cara do amigo.

Alfonso:  Que conversa é essa?

Ucker:  É isso mesmo, ouvi Dulce conversando umas coisas aí com as meninas. Mas é claro que eu não vou ficar falando, ainda não to pronto pra receber titulo de fofoqueiro.

Alfonso:  Seja o que for que você ouviu, foi problema dela. – Se segurava por dentro para não arrancar nada dele. – Não da pra saber o que ela faz o tempo todo.

Ucker:  Nem precisa. Se não tem motivos pra atrapalhar, deixa a garota viver.

Alfonso:  Eu não to impedindo ninguém de viver.

Ucker:  Morre de medo de um desses idiotas roubar o coração da “sua princesa”. – Debochou.

Alfonso:  Não enche, ok. Any e eu somos amigos, é normal eu querer cuidá-la. Conta nos dedos há quantos anos nos conhecemos. Não enche a paciência cara, cada palhaçada que você fala viu.  – Destravou o carro. – Vai pra casa que sua mulher ta te esperando.

 Ucker:  Eu vou. – Riu. – Mas pensa aí no que eu disse. – Viu o amigo revirar os olhos em tédio.

Cada um entrou em seu carro e partiu. Poncho foi perdido em seus pensamentos em todo percurso até sua casa. Que mania os outros tinham de se intrometer nos cuidados que tinha com Any. Por ser sua amiga, se sentia na obrigação de cuidar e protegê-la, mas será que agindo assim a sufocava? Suspirou. Não sentia que a incomodava, na verdade incomodava à ele imaginar tendo que dividi-la e vê-la com outro. E o que Ucker falou também não saia da cabeça, claro que saindo sozinhas, as três, Any não ficaria de braços cruzados. Não perguntaria nada à ela, sabia que não tinha o direito de ficar se intrometendo na vida dela, era egoísmo de sua parte, mas não conseguia ficar tranquilo com isso. Claro que tinha ciúmes, e muito.

Chegou em casa e o único que fez foi ir direto para seu escritório, trabalharia mais um pouco antes de ir descansar. Tirou a gravata, desabotoou os primeiros botões de sua camisa e sentou-se em sua mesa. Não sabe quantas horas ficou lá, mas quando olhou no relógio já passava de meia noite. Fez um lanche rápido antes de subir para o seu quarto, tomar um banho e se aprontar para dormir.