Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Eu fui criada por várias famílias adotivas. Meu pai morreu um ano depois de minha mãe, quando eu tinha onze anos.

Ele não pareceu muito impressionado. Observando-lhe os pés nus, disse:

— É uma história triste. Um pouco parecida com a da Cinderela.

Anahí resistiu ao impulso de esconder os pés.

— Nem tanto. A Cinderela tinha mãe e irmãs adotivas, mas no meu caso, as outras crianças estavam na mesma situação que eu. É estranho uma família cuidar de uma criança apenas por dinheiro, não acha? Talvez algumas façam isso por amor, mas não tive essa sorte.

— Você não parece ter sofrido muito. — Alfonso apontou o desenho da camiseta. — É um sol bem alegre, não é?

O sol tinha uma boca pintada, que sorria.

— E bem bochechudo, também...

Obviamente, ele se referia aos seios redondos, empinados sob o tecido.

Anahí perturbou-se.

— A camiseta que você usava no estábulo, no outro dia, tinha um arco-íris. E atrás, tem alguma coisa escrita? — ele estendeu a mão e segurou-lhe o ombro, virando-a para ver as costas, depois, soltou-a. — Um sol sorridente, um arco-íris... Você gosta de mensagens otimistas, não é?

Anahí não pôde evitar um sorriso.

— Bem, um arco-íris sempre pode levar a um pote de ouro, você sabe.

A reação dele foi inesperada. Endireitou imediatamente o corpo, pondo-se em guarda.

— O único pote de ouro que existe por aqui, Mia, é o da sua camiseta. Se é isso que você procura, já deve ter percebido que veio para o lugar errado.

— Ora, Alfonso! — Anahí riu, jogando a cabeça para trás.

A raiva fê-la esquecer o papel de Mia e a noção de conveniência.

— Não seja presunçoso... Quem você pensa que é?! O homem mais rico do mundo?! Saiba que conheci homens que poderiam comprar dez fazendas como esta, e se eu quisesse uma vida fácil, não precisaria vivê-la às custas de um rancheiro cabeça-dura como você!

— É mesmo? — ele retrucou, com ironia. — E o que fez com eles, para acabar aqui, sem um centavo?

Anahí tremia de indignação.

— Já percebi que você sente um prazer especial em me insultar. Mas saiba que suas insinuações não me atingem, nem me interessam suas opiniões, nem sua fazenda, ou sua pessoa! Até agora, pelo que eu sei, não lhe devo nenhum favor!

Olhavam-se como inimigos, prontos para a luta.

Com os cabelos revoltos e a respiração ofegante, Anahí fechou os punhos quando Alfonso deu um passo em sua direção.

Ele os segurou com mãos de aço.

— Seria uma imprudência tentar usar suas garras, Mia... Para uma mulherzinha da cidade, você deveria ser mais civilizada.

O rosto enfurecido estava perigosamente perto.

Anahí ergueu o queixo em desafio, torcendo o corpo para soltar-se.

Conseguiu libertar os pulsos, mas foi agarrada pelos cabelos da nuca, a cabeça inclinada para trás, um braço poderoso a puxou pela cintura, e, sem transição, Alfonso a beijou com violência.

Aturdida, prensada contra o corpo dele, Anahí resistiu, afastando a cabeça.

— Por que você é tão provocante?! — ele murmurou com raiva contra os lábios macios dela.

— Solte-me, Alfonso... Não vou discutir com você me prendendo assim!

— Mas eu não quero discutir com você... — ele sussurou, pressionando mais o corpo contra o dela, e procurando-lhe a boca para outro longo e ardente beijo.

Anahí sentia contra as coxas a excitação dele, e uma estranha lassidão a invadiu, a cabeça pendeu para trás, os lábios abriram-se para corresponder ao beijo, e as mãos trêmulas procuraram a abertura da camisa para explorar com delícia os finos pêlos do peito viril.

Deixou de resistir e raciocinar, mais nenhum pensamento lhe ocorria.

Abandonou-se à torrente de sensações eróticas, despertadas pelas formas do corpo masculino colado ao seu, pela respiração ofegante que lhe abrasava a pele.

Num movimento impaciente, a camiseta de Anahí foi tirada para fora da calça.

As mãos ásperas de Alfonso insinuaram-se, acariciando a carne macia e quente, explorando as curvas suaves das costas, da cintura, subindo então para procurar os seios, mãos possessivas e exigentes, que a apertavam e dissolviam por dentro.

Os lábios de Alfonso tornaram-se mais doces, as carícias, mais insistentes.

Tudo o que Anahí percebia eram os toques das mãos ansiosas, a suavidade da pele e dos cabelos dele, e a virilidade agressiva que pressionava, exigindo resposta.

Sem perceber, ela enroscou um pé descalço na perna musculosa, e, num movimento felino, carregado de pura sensualidade, ergueu-se para moldar seus quadris ao centro do corpo masculino.

Alfonso gemeu e afastou a boca.

No instante seguinte, Anahí sentiu-se escorregar, até seus pés tocarem o chão frio.

Libertando-se dos braços que o prendiam pelo pescoço, ele a empurrou com violência.

Anahí o fitou aturdida.

Ofegando, sem quase mover os lábios, Alfonso murmurou:

— Então era assim que você beijava Oscar? Pobre coitado... Você significa problemas, Mia, e eu soube disso assim que a vi! É linda e desejável, um desafio para qualquer homem. Não espere que eu me desculpe, mas juro que isso não voltará a acontecer.

Anahí o segurou pelo braço, para impedir que saísse.

— Alfonso, espere! — sua boca tremia, e os olhos azuis brilhavam com indignação.

O olhar dele desceu para a mão que lhe segurava o braço, e Anahí se retraiu imediatamente.

— Agora, se não se importa, vou continuar o meu trabalho. — Alfonso passou por ela e saiu da dispensa.

Quando a porta de tela bateu na cozinha, ela sentou-se, tremendo, e escondeu o rosto nas mãos.

Oh, meu Deus, isso não não pode estar acontecendo comigo..., pensou desesperada.