Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo V

Alfonso estava sob o lençol, com o rosto muito pálido.

O acolchoado tinha sido puxado para os pés da cama, o jeans e a camisa formavam uma pilha no chão.

Ele não parecia em condições de tomar o banho, pensou Anahí.

Lembrou-se de que vira no armário do banheiro uma caixa de remédios e uma bolsa térmica.

Voltou para lá, encheu a bolsa com água bem quente e apanhou um analgésico.

Alfonso continuava imóvel, de olhos fechados.

Ela parou ao lado da cama, silenciosa.

Que corpo magnífico... Atlético, musculoso, carregado de energia e força.

A pele parecia muito suave e elástica, e os pêlos macios eram brilhantes. Todo ele era um contraste entre dureza e suavidade, frieza e sensualidade...

Os ombros eram muito fortes, mas a curva até os quadris estreitos era longa e suave. O lençol fino modelava-lhe as pernas e sua evidente masculinidade.

Alfonso abriu os olhos. Viu a bolsa nas mãos dela e a firme determinação do seu queixo. Esboçou um sorriso e lhe permitiu colocar a bolsa sob as costas.

Anahí inclinou-se, e por um momento os longos cabelos cobriram o rosto dele.

— Quer que eu ajeite o travesseiro? — perguntou, solícita.

Ele assentiu em silêncio, sem desviar os olhos dela.

Anahí passou o braço sob os ombros nus e o segurou com firmeza. Enquanto com a outra mão arrumava o travesseiro, o rosto de Alfonso encostou involuntariamente no seu seio macio.

Muito vermelha, ela o reclinou de volta e se afastou.

— Você é bem pesado... — brincou, com um sorriso forçado.

Mas como ele nada dissesse, continuou, sem muito propósito:

— Juan só voltará no fim da tarde. É melhor eu tirar a sela de Sam e soltá-lo, não acha?

— Sim, faça isso. — a expressão dele era impenetrável.

Anahí apanhou as roupas do chão e saiu, constrangida com o olhar fixo dele.

No caminho para a cozinha, ouviu o barulho de um motor. Quando abriu a porta tela, viu um velho Chevrolet azul que se aproximava.

Mesmo antes de ele estacionar, reconheceu a mulher sorridente atrás do volante. Era Maite Chávez.

— Bom dia, Mia! Pensei em dar uma passada, para saber como vão as coisas... Ouvi dizer que ainda estava por aqui. — os olhos penetrantes de Maite a examinavam com interesse. — Mas você parece preocupada, menina... Aconteceu alguma coisa?

Em poucas palavras, Anahí contou sobre o acidente.

— Bateu as costas, hein? Vamos lá dar uma olhada...

Entraram, e Maite notou imediatamente a mudança.

— Mas como a casa está bonita, Mia! — exclamou, olhando com aprovação o vaso de margaridas sobre a mesa da cozinha.

Anahí sorriu, satisfeita. Num impulso, apanhou o vaso e o levou junto para o quarto de Alfonso.

Quando elas entraram, ele afastou o braço dos olhos.

— Maite? Mas, o que...

— Eu mesma, rapaz. Ouvi dizer que você deixou um velho pangaré como o Sam derrubá-lo. — Maite falava com afeto, aproximando-se da cama.

— Mia lhe disse isso? — ele olhou para Anahí, que colocava o vaso sobre a cômoda.

— Eu contei a Maite que você estava me ensinando a como não montar num cavalo. — Anahí disse, sorridente, desejando melhorar-lhe o humor, mas os lábios dele mantiveram-se apertados na mesma linha rígida.

Mudando de expressão, ela voltou-se para a mulher:

— Não acha que é melhor chamar o médico? O tombo foi bem feio...

Maite fez várias perguntas a Alfonso e pareceu concordar com ele.

— Acho que não foi tão grave. O importante agora é ficar na cama e colocar compressas quentes nas costas. Mia, você deve mantê-lo deitado.

— Olhe aqui, Maite...

— Quieto, menino! Mia não vai se importar em vigiá-lo por alguns dias... — andando pelo quarto, a determinada mulherzinha alcançou o acolchoado amontoado aos pés da cama. — Mas o que o edredon de Ruth está fazendo aqui, como se fosse um cobertor qualquer?! Olhe só, Mia, a delicadeza destes pontos... Esses pequenos retalhos foram cortados de velhos vestidos, camisas, qualquer pano que estivesse à mão... É um belo trabalho, não acha?

Anahí alisou apreciativamente o grosso acolchoado.

— Sem dúvida, é um trabalho de arte. E de muita paciência, também.

— E o que ele está fazendo aqui, jogado dessa forma?! Alfonso, como você pode usar a herança de sua mãe com tão pouco caso?!

— Ora, Maite, não me venha com sermões... Não vê que não estou em condições de me defender? — a voz de Alfonso era severa, mas os olhos sorriam.

— Bem, nesse caso, vamos cuidar para que você fique logo em condições. Mia, enquanto eu preparo uma compressa de vinagre para as costas, você traz uma toalha e gelo para o tornozelo, está bem?

Quinze minutos depois, Maite dizia, satisfeita:

— Muito bem, Poncho. Você parece ótimo, agora. Precisa tomar um banho bem quente para relaxar os músculos, mas vai precisar da ajuda do Juan para entrar e sair da banheira, a menos, é claro, que deixe Mia e eu fazermos isso.

A expressão de Alfonso tornou-se sinistra.