Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Apoiou a mão no ombro bronzeado, para recostá-lo de volta nos travesseiros, e sentiu-a queimar.

— Por que está fazendo isso? — ele murmurou.

— Isto o quê, Alfonso?

— Essa atenção, esses olhares... Que papel você está representando agora? — agarrando-a pelo pulso, puxou-a para a cama.

Perdendo o equilíbrio, Anahí caiu sobre ele.

— Cuidado, Alfonso! Suas costas!

— Esqueça as minhas costas! — ele falou através dos dentes cerrados.

Os rostos encontraram-se muito próximos.

Apoiada ao peito nu, Anahí a princípio resistiu. Mas uma boca muito firme e cheia procurou a sua, enquanto a mão rude mergulhou na massa sedosa e revolta de seus cabelos, impedindo-a de fugir.

Alfonso, com a outra mão, acariciou-lhe sensualmente a nuca, o pescoço delgado e desceu pelas costas para pressionar os seios macios contra os rígidos contornos de seu peito.

Ela agora respondia com ardor ao beijo e às carícias, e quando sentiu a camiseta subir, puxada pelas mãos ansiosas de Alfonso, afastou-se ligeiramente para sentir nos seios o contato da pele quente.

Com um gemido, Alfonso afastou a boca e encostou o rosto ao dela, respirando pesadamente.

— Mia eu quero você... — sussurrou, com voz rouca. — Você é uma feiticeira. Minhas costas estão me matando, estou inteiro dolorido, e ainda assim não consigo afastar as mãos de você!

Anahí sentia-se desfazer, fundir-se à carne lisa e quente que acariciava com sensualidade e ternura, perdia-se naquele corpo masculino, único, que desejava explorar e devassar, com sofreguidão.

As palavras que ele sussurrava pareciam vir de muito longe, mas, aos poucos, a repetição apaixonada do nome "Mia" chegou à sua consciência.

Mia!

De volta à realidade, afastou-o bruscamente, tentando raciocinar.

Mia era desconhecida, era a mulher que ele odiava e ao mesmo tempo queria, a causadora de tantos conflitos que ele queria!

Mesmo sabendo que era a ela, Anahí, que Alfonso na verdade desejava, e ainda que essa atração fosse correspondida, não seria moral, mantendo a farsa, fazer amor com ele.

Ergueu-se, pálida e alterada, tentando abaixar a camiseta com mãos incertas.

Alfonso, ofegante como ela, olhava com espanto e incompreensão.

— Pode me explicar o porquê dessa atitude?

Ela ajeitava os cabelos com os dedos trêmulos, procurando palavras que dissipassem aquele mal-estar.

— Olhe, Alfonso... Sinto muito, acho que perdi a cabeça, e você também. Nós tínhamos concordado que isso não voltaria a acontecer, lembra-se? Não é porque estamos sozinhos, que... Não podemos!

— Não podemos? E por que não? — a interrogação e seriedade nos olhos verdes mostravam que sua confusão era real. — Você está comprometida com outro homem? Havia alguém, além de Oscar?

Tudo o que Anahí queria era fugir dali.

Suas mãos mostravam uma tendência alarmante para tremer, e as enterrou nos bolsos traseiros do jeans.

O olhar de Alfonso desceu para os seios arfantes, e um princípio de pânico a fez reagir com agressividade.

— Não devemos, só isso! Não tenho de responder sobre meus motivos! Estou apenas de passagem por aqui e não seria bom ter um envolvimento com você!

— Apenas de passagem... — ele repetiu, devagar. — Suponho que este lugar deva lhe parecer uma prisão, não é?!

— Não me parece que "prisão" seja um termo adequado às Montanhas Rochosas... — ela respondeu, com um curto sorriso. — Na verdade, gosto muito daqui, bem mais do que poderia imaginar. Mas irei embora logo, Alfonso, e o que penso não importa, afinal.

Alfonso levantou um braço e apoiou nele a cabeça.

Olharam-se, ele, agora, calmo e controlado. Anahí, perturbada, já não conseguindo dominar a tensão.

Com uma exclamação abafada e os olhos cheios de lágrimas, ela virou-se de repente e saiu, quase correndo.

No seu quarto, trancou a porta e encostou-se nela, desesperada.

Horas mais tarde, Anahí desistiu de tentar dormir.

Sentia-se febril e inquieta, e afastando com impaciência o lençol enrolado no corpo suado foi até a janela.

Os olhos muito abertos tentavam enxergar além da escuridão.

Era um erro apaixonar-se por Alfonso Herrera.

Queria ser livre como seu pai, queria viagens e aventuras, Alfonso estava certo, quando dissera que ela se sentia prisioneira.

Mas, prisioneira de quê? De um lugar? Ou da atração incontrolável que sentia por um homem que havia surgido do nada e a apanhara numa armadilha involuntária?

Naquele longo dia Alfonso lhe oferecera uma possibilidade real de aproximação, que ela havia ignorado.

O que antes deixara de fazer por conveniência, contar a verdade, ela agora não faria, por vergonha.

Sua farsa deixara de ser inocente e se revertera contra ela mesma.