Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo VI

A manhã seguinte começou agitada.

Anahí preparava o café da manhã quando Alfonso entrou na cozinha, vestia os velhos jeans, uma camisa azul escura, e trazia as botas nas mãos.

Sentou-se à mesa com expressão fechada.

— Bom dia. — ela disse, em tom de reprovação. — Você não deveria estar na cama?

— É possível eu tomar uma xícara de café? — foi a resposta dele.

Anahí levou o bule e uma xícara para a mesa.

Ele estava muito pálido, com sombras escuras sob os olhos.

Ela não resistiu.

— Se como veterinário você trata os animais da forma que trata a si mesmo...

Alfonso encarou os irados olhos azuis, a boca contraída, e, em seguida, o desenho impresso na camiseta branca.

Um meigo sorriso encurvou-lhe o canto da boca.

Quando ia responder, Juan entrou.

Olhando para Alfonso e Anahí com ar de expectativa, disse alegremente:

— Bom dia, Mia! Bom dia, Poncho, como se sente hoje? Parece que as compressas da Mia funcionaram, hein?

Ao lado do fogão, Anahí parecia absorvida tirando o bacon da frigideira.

Quanto a Alfonso, respondeu apenas:

— Funcionaram tão bem que já estou pronto para voltar ao trabalho. — ao ver que Juan esboçava um protesto, cortou-o com firmeza: — Então, você vai levar o trator para o campo sul?

Anahí notou o desapontamento do velho rancheiro.

O que ele teria planejado na noite anterior saindo daquela forma? Que ela e Alfonso dormissem juntos ou que apenas se aproximassem, como bons amigos?

Quando lhe serviu o prato fumegante, tentou consolá-lo com um sorriso.

Depois do café, Juan ajudava Alfonso a calçar as botas, quando ouviram o galope de um cavalo.

Logo em seguida, Damayanti Quintanar irrompeu na cozinha. Sem nenhuma cerimônia, correu para Alfonso, exclamando:

— Poncho! Vim assim que pude! Maite ligou ontem à noite e nos contou sobre o acidente, mas mamãe não me deixou sair! Você não deveria estar na cama?!

— Não há nada de errado comigo! — ele respondeu irritado. — Por que toda essa agitação?!

— Mas, Alfonso...

— Damayanti, aprecio muito sua preocupação, mas francamente, a última coisa de que preciso agora é outra mulher atrás de mim! Estou saindo para trabalhar, por que não vai para casa?! — com uma careta, levantou-se com cuidado, e saiu mancando em direção à porta, o telefone tocou, e como ele estava mais próximo, atendeu. — Alô... Sim, está. Um momento. — com as sobrancelhas erguidas, voltou-se para Anahí e estendeu-lhe o fone: — É para você.

Ela o apanhou com vivacidade.

— Sim?

— Oi, doçura... — a voz de Petter parecia preocupada. — Será que liguei na hora errada? O sujeito que atendeu não parecia lá muito satisfeito.

— Tudo bem por aqui. É um prazer ouvir você. — enquanto falava, ela olhava para Alfonso, de pé a seu lado.

— Vou ser rápido, Anahí.

Petter ditou-lhe um número, que ela repetiu mentalmente, desejando não esquecê-lo.

— Já entendi, obrigada. — escolhia as palavras com cuidado. — Vou escrever logo. Cuide-se, está bem?

— Não se preocupe comigo. Acho que não irei vê-la por algum tempo, não é? Quero lhe dizer obrigado, querida. Não esquecerei o que fez por mim. E é você quem precisa tomar cuidado, até que os documentos estejam seguros com meu advogado. Promete?

— Claro que sim. Até logo. — Anahí esperou até ouvi-lo desligar, e recolocou o fone no gancho.

Alfonso parecia zangado.

— Vejo que é seu amigo de Denver... Petter, não é?

Anahí o olhou, espantada.

Mas como ele poderia saber?

Lembrou-se então da manhã em que Alfonso a surpreendera no quarto, ela havia chamado Petter pelo nome, e parecia inútil negar isso agora.

— É verdade. — disse simplesmente.

— Parece que seus amigos estão sentindo sua falta...

— É, parece. — ela assentiu, pretendendo encerrar a conversa.

Juan havia saído antes de o telefone tocar, para buscar a caminhonete, e nesse momento estacionava em frente à varanda.

Alfonso enterrou o chapéu na cabeça e saiu mancando para encontrá-lo.

Damayanti, que até aquele momento permanecera imóvel olhando de um para o outro, voltou-se para Anahí, de punhos cerrados, e disse com raiva:

— É tudo culpa sua! Foi por sua causa que ele caiu! Alfonso não podia sair machucado desse jeito!

Anahí irritou-se:

— Ora, Damayanti, não seja boba... Alfonso é bem crescidinho para decidir o que deve fazer, você não acha? Não vejo por que seria eu a culpada.

— Você pensa que é muita esperta, mas não me engana! Maite contou o que você tem feito por aqui, mudando tudo, se intrometendo na fazenda, mas aposto como tudo isso é puro fingimento!

— Escute, Damayanti, eu sei o que você sente por Alfonso, mas também...

— Sabe, nada! Se você não estivesse aqui, eu é que estaria cuidando dele!

"Se eu não estivesse aqui, queridinha, ele não teria caído do cavalo, nem você estaria aqui para ajudar a ninguém", Anahí pensou.

Nada disse, no entanto, era cansativo o mau gênio da garota, que parecia odiá-la.

— Você enganou o Oscar, mas não engana o Alfonso, ele é muito mais esperto! Se fica andando por aí nessas suas roupas apertadas, pensando em seduzi-lo também, fique sabendo que Cláudia era duas vezes mais bonita que você e mesmo assim ele a mandou embora.

— Cláudia?

Mas quem era Cláudia? Era a primeira vez que Anahí ouvia esse nome.

— A mulher dele, é claro. — os olhos de Damayanti se estreitaram, demonstrando suspeita. — Todo mundo sabe o quanto ela fez para conseguir se casar com o Poncho. Mas foi só vir para cá e ver como é a vida na fazenda para voltar correndo para a cidade. Alfonso despreza mulheres como vocês, fique sabendo. Nem montar um cavalo você sabe!

Chocada, Anahí a olhava sem dizer palavra.

Alfonso... Casado?!

Passando por ela, a irada jovem abriu a porta de tela, e voltou-se para olhá-la de cima a baixo.

— Se você quer saber o que eu penso, tem alguma coisa errada nessa sua vinda para cá, justo no dia do enterro do Oscar. — disse com desprezo. — Essa sua história foi muito mal contada. Que provas você tem de ser realmente casada com Oscar? Só a sua palavra? Eu não acredito nela, e vou dizer isso a Alfonso!