Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Pegue as cartas e as fichas, Juan... Vamos ver se ela é tão boa quanto diz. — a expressão rígida e a voz gelada de Alfonso não concordavam com o brilho intenso dos olhos. — Vamos jogar aqui, ao lado do fogo. A menos que Mia prefira outro lugar.

— Não, aqui está ótimo. — ela concordou, sentando-se num extremo do sofá.

Não era fácil comportar-se com naturalidade.

Alfonso acomodou-se na outra ponta e Juan, que parecia desanimado, puxou sua cadeira para a mesinha de centro.

Alfonso distribuiu as cartas com mão experientes e o jogo começou.

Uma hora mais tarde, a pilha de fichas de Anahí já tinha aumentado bastante, principalmente às custas de Juan.

Quando Alfonso levantou-se para cuidar do fogo, o velho rancheiro tentou brincar:

— Poncho, o que você acha dessa desta garota? Quando ela abre esses olhos azuis e fecha a boca desse jeito, não sei se tem todos os ases ou se está apenas blefando...

— Ora, Juan, você está fazendo o jogo dela... — Alfonso respondeu, espreguiçando-se. — Talvez esteja cansado, depois desse longo dia, hein?

Juan o olhou com uma ruga de incompreensão na testa, mas em seguida seu rosto iluminou-se e ele concordou com vigor, ergueu-se, com um bocejo exagerado.

— Tem razão! Foi um longo dia e estou bem cansado... Mas vocês dois devem continuar jogando. — disse de imediato, quando viu que Anahí dispunha-se a levantar também. — Ainda é cedo pra vocês, jovens... Eu os verei amanhã.

Depois da saída de Juan, Anahí apanhou as cartas, embaralhando-as com destreza.

Esperava algum comentário de Alfonso sobre sua partida, mas ele apenas sentou-se e estendeu a mão para cortar o baralho.

Passou-se outra hora.

As fichas de Anahí diminuíam, à medida que as de Alfonso aumentavam.

Ele jogava para ganhar, com intensa concentração, ela cometia erros, distraída e inquieta.

— Você vai? — perguntou Alfonso, empurrando duas fichas.

— Eu pago. — ela respondeu, com voz inexpressiva.

O sorriso dele ampliou-se.

Abriu o leque de dez, valete, dama e rei de copas.

— Bem, vejamos... Será que a senhorita teria um flush? Ou talvez um straight flush? Ou, quem sabe, tem apenas nervos de aço?

— Você sabe como pode descobrir isso. — ela desafiou, empurrando na direção dele as fichas que lhe restavam.

Imediatamente ele dobrou a aposta. E Anahí não podia mais cobri-la.

— Preocupada, por não poder bancar sua vitória? Posso aceitar uma promissória, você sabe... — ele provocou.

— Promissória para quê? Você sabe que estamos jogando à leite de pato!

— É mesmo? — ele zombou, com as sobrancelhas erguidas. — Mas também poderíamos jogar a sério, para variar. Apostar coisas em vez de fichas.

— Não. — Anahí meneou a cabeça. — Não há mais nada que eu possa apostar.

— E por que não seu salário?

— Não, muito obrigada. Preciso desse dinheiro para minha passagem.

A essas palavras, Alfonso assumiu uma expressão misteriosa.

— Nesse caso, eu poderia aceitar algumas respostas como pagamento.

— Eu não gosto de perguntas.

— Tem medo? — ele desafiou.

— Não de você, se é o que gostaria de ouvir.

— Muito bem. Então mostre as cartas.

Com relutância, Anahí desceu seu jogo.

O dez de paus estragava o flush, o que lhe deixava apenas um par de dez.

Odiou o sorriso de Alfonso.

— É, parece que você está sem sorte, mesmo... — mudando de tom, insistiu: — E agora, que tal as respostas?

Anahí sentia-se esgotada e muito vulnerável.

— Alfonso, se você não se importa vou deitar. Estou exausta.

Ele a impediu de levantar-se, segurando-a pelo ombro.

Inclinou-se para a frente, tenso.

— Eu me importo, sim!

Ela não podia fugir, magnetizada pelos olhos verdes.

Pensou em como ele reagiria, se dissesse: “Muito bem, Sr. Herrera. Meu nome é Anahí Portilla e eu nunca tinha ouvido falar sobre você ou Mia ou Oscar, antes de encontrá-lo na rodoviária. Estou fugindo de um escroque, que não hesitaria em quebrar meus dois braços para recuperar uns papéis que eu trouxe para cá. Vim parar aqui por acidente, querido Alfonso, e, para minha infelicidade, apaixonei-me por você!”

Lágrimas vieram-lhe aos olhos.

— O que está acontecendo com você?! Fale, maldição! — Alfonso quase a sacudiu. — Tenho tentado não esquecer o que você fez a Oscar, mas quando vejo sua maneira de agir, de olhar, de sorrir... Nada combina! Você é tão linda, Mia... Linda e desejável. Diga-me, o que você foi para Oscar? O que a impediu de vir junto, quando ele voltou para casa?

Incapaz de responder, Anahí fechou os olhos.

Com uma exclamação abafada, Alfonso puxou-a contra o corpo e a envolveu nos braços.

— Não posso evitar isso... — sussurou, mergulhando o rosto nos cabelos dela. — Preciso abraçar você, preciso tocá-la... Oh, Mia, preciso fazer amor com você!

Anahí deixou de resistir contra as emoções que a impeliram para aquele homem. Contra todos os seus planos e sem que nada tivesse sido planejado, ele surgira em sua vida e lhe dera novo significado.

Não podia mais pensar, nem criar outros impedimentos que a afastassem daqueles braços poderosos, da boca máscula que secava suas lágrimas, que a beijava, murmurando palavras de amor e desejo...

Seus braços instintivamente subiram para rodear os ombros largos e ela abandonou-se ao prazer que aquelas mãos quentes despertavam.

Com suavidade, Alfonso reclinou-a no sofá e estendeu-se a seu lado.

O fogo crepitava e sua luz avermelhada conferia uma dimensão estranha e mágica aos movimentos lentos dos corpos, estreitamente unidos num abraço interminável.

Num longo ritual erótico, despiram-se, lentamente, descobriam-se, numa exploração sensual que os levava a emoções inebriantes, à descoberta de prazeres intensos e inesperados.

Mãos e bocas acariciavam-se, os movimentos tornavam-se mais ansiosos, a respiração mais ofegante, os murmúrios mais apaixonados...

— Oh, Alfonso... — Anahí sussurrou.

No momento em que a penetração se tornou inadiável, seus corpos se entrelaçaram, e, juntos, encontraram o ritmo que os levaria, num crescendo irresistível, à inefável ventura do prazer compartilhado.