Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

As horas passaram sem que Anahí se desse conta.

Só quando algumas pessoas já se dispunham a partir percebeu que era quase meia-noite.

Foi quando todos ouviram o toque da campainha.

— Ora, quem será? — disse Maite, enquanto observava Christian abrir a porta para um desconhecido.

Anahí voltou-se, como os outros, para ver o retardatário e sua curiosidade transformou-se em choque.

Um homem loiro, de altura média, muito bem vestido, apertava a mão de Christian, enquanto dizia algo que a distância a impedia de ouvir.

"Gerald!"

Por um segundo, Anahí pensou que iria desmaiar. De olhos arregalados, viu-o caminhar em sua direção, com o mesmo velho sorriso pérfido torcendo-lhe o canto da boca.

— Olá... Mia. — saudou Gerald Lasker, mostrando os dentes brancos e regulares num sorriso sem calor, os olhos duros faiscando atrás das lentes dos óculos. — Que prazer vê-la de novo!

Ela olhou para a mão estendida, e pegou-a num gesto automático.

A violência do aperto quase esmagou-lhe os dedos.

— Detesto chegar sem ser convidado... Mia, mas estava passando pela região e não quis perder essa oportunidade de encontrá-la. Um empregado da fazenda teve a gentileza de me dizer onde você estava e decidi arriscar a vir até aqui, apesar da hora. — Gerald não lhe soltava a mão.

Maite olhou para Anahí, estranhando seu silêncio. Depois virou-se para o recém-chegado, dizendo com cortesia:

— O senhor é bem-vindo, Sr... Desculpe, mas não ouvi seu nome.

— Lasker. Gerald Lasker, de Denver.

— Bem, Sr. Lasker, é um prazer receber um amigo de Mia. — ela lançou um olhar interrogativo para Alfonso, que observava o recém-chegado com visível hostilidade. — Por favor, fique à vontade. Gostaria de comer ou beber alguma coisa?

— Obrigado, Sra. Chávez. Não estou com fome, mas aceitaria um drinque. — e Gerald voltou-se novamente para Anahí , como se não pudesse deixar de olhá-la.

Maite saiu e o som de rock entrou pela porta aberta.

Os três continuavam em pé no meio da sala.

Anahí ainda não dissera uma única palavra e Alfonso parecia não estranhar esse silêncio, apenas encarava Lasker, que por sua vez não desviava o olhar dela.

Finalmente, Gerald virou-se para Alfonso.

— Suponho que você seja o fazendeiro com quem Mia está vivendo. Herrera, não é?

— Mia está hospedade em minha casa, se é o que você quer dizer. Alguma objeção?

— Não, é claro. Já faz algum tempo que não estamos mais... juntos.

Anahí aos poucos recuperava o controle.

Ah, mas que homem sem escrúpulos! O que ele estava querendo insinuar, com essas palavras?! E por que não a havia desmascarado ainda?!

Talvez quisesse amendrontá-la, antes de tentar recuperar os documentos, ou apenas divertir-se um pouco, antes de revelar a farsa.

Ou ambos, o que, sendo ele quem era, seria o mais provável.

— Seus amigos mandaram lembranças. — prosseguiu Lasker. — Estão preocupados com a falta de notícias. Se Ellie não me tivesse dado seu telefone, eu com certeza nunca iria encontrá-la.

— Sim? — Anahí disse vagamente, antes de lembrar que Ellie era a sobrinha de Kate, a amiga de Petter.

Com certeza Gerald a convencera a dar seu número, e através dele, pesquisara o endereço.

Ele continuou, estudando-lhe a reação:

— Não tenho visto Petter, ele parece ter desaparecido de circulação. Como você, aliás. Sabe onde eu poderia localizá-lo? Preciso de informações sobre certos papéis que, por coincidência, também desapareceram. — ele agora mal dissimulava a raiva. — Detesto incomodá-la com isso, mas eu preciso desses... documentos.

Damayanti entrou com uma bandeja, o que deu a Anahí tempo para recompor-se.

Ela notou a curiosidade estampada no rosto da jovem enquanto servia as bebidas.

— Gostaria de poder ajudá-lo, Gerald. — respondeu afinal, fingindo indiferença. — Mas se esses papéis são os que estou pensando, você terá de procurá-los com Petter. Os documentos já estão com ele.

— Tem certeza?

— Absoluta. — ela respondeu, fitando-o desafiadoramente.

Alfonso, que até esse momento apenas ouvira atentamente o estranho diálogo, pareceu perder a paciência.

— Bem, Lasker, agora que você já conversou com a moça e conseguiu suas respostas, talvez fosse melhor terminar o drinque e seguir seu caminho. Não há muita coisa num lugar como este que possa entreter homens como você.

Gerald olhou para cima, para poder encará-lo.

Com um sorriso maléfico, respondeu:

— Não concordo, Herrera... Acho este lugar extremamente interessante. Mia sabe que gosto de me misturar com toda espécie de gente, não é, querida? E antes de eu ir embora, Mia, que tal dançar um pouco, para lembrar os velhos tempos? Ou prefere terminar nossa conversa aqui mesmo?

Antes que Alfonso pudesse se manifestar, ela murmurou uma desculpa e seguiu Gerald para a outra sala.

Ninguém mais dançava, e várias crianças, um pouco afastadas, reuniam-se em torno de um vídeo-game.

Com um movimento brusco, Gerald agarrou Anahí e a forçou a dançar.

Alfonso os observava com os olhos quase cerrados, encostado ao umbral da porta.

— Isto está melhor do que eu esperava... — murmurou Gerald, segurando-a com firmeza e introduzindo a perna entre as dela, forçando maior intimidade.

Anahí corou e o empurrou com violência.

— Pare com isso, Gerald! Já disse que não tenho as opções, então por que você não vai embora?!