Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Mas ainda não consegui o que pretendo, minha querida... Eu quero você, já esqueceu? Não gostei de ser abandonado! — ele acrescentou, apertando-a com mais força.

— Não posso acreditar que você se deu ao trabalho de vir tão longe apenas para isso! Não acha que já tem mulheres demais?!

— Mas é a você que eu quero, minha linda fugitiva... Poderíamos fazer uma bela dupla, se você não fosse tão escrupulosa.

— Se eu fosse uma ladra, é o que você quer dizer. — ela retrucou, tentando soltar-se. — Chega, Gerald, não temos mais nada para conversar!

— Ah, não, minha querida? Então é com esse Herrera que devo me informar sobre a transformação da minha secretária preferida em uma “Mia” qualquer?

A humilhação e a raiva a transtornavam. Dispunha-se a lutar quando de repente o sentiu ser puxado para trás.

— Acho que a moça não está gostando do seu jeito de dançar, Lasker. — a voz de Alfonso já não escondia a fúria que o fazia torcer o braço de Gerald, quase a ponto de quebrá-lo. — O baile acabou para você. Hora de cair fora.

Com o rosto contorcido pela dor, Gerald disse, rubro de raiva:

— Você pensa que é muito esperto, Herrera, mas está fazendo papel de bobo, defendendo essa linda garota. Ela não é...

— Chega, Lasker! Mais uma palavra e eu lhe quebro todos os ossos! — empurrando-o com violência, Alfonso parecia disposto a cumprir a ameaça. — Fora!

— Certo, cowboy, como quiser... Mas prometo que você vai lamentar isso!

Com um olhar virulento para Anahí, Gerald encaminhou-se para porta, quase derrubando a atônita Damayanti.

— Alfonso... — Anahí voltou-se para ele, como se quisesse dizer alguma coisa.

— Agora não, Mia. Vamos embora. — passando o braço pela sua cintura, Alfonso a levou para a outra sala.

Maite surgiu, preocupada.

— Mia, algum problema? O seu amigo parecia estar com tanta pressa...

— Ele não é um amigo, Maite, na verdade, é uma pessoa muito inconveniente. Eu apenas trabalhava para ele, como secretária.

Anahí ainda não podia acreditar que Gerald não a houvesse desmascarado. Não era próprio dele desistir com tanta facilidade.

Enquanto Alfonso apanhava os casacos no hall de entrada, Anahí inclinou-se para Maite e a beijou com afeto.

— Obrigada por tudo, e lamento que a vinda do meu ex-patrão possa ter perturbado uma reunião tão agradável. Mas isso não voltará a acontecer, prometo.

Alfonso despediu-se também e saíram para a noite escura.

A caminho de casa, viajaram algum tempo em silêncio, olhando pensativos as manchas de luz dos faróis que iluminavam a estrada deserta.

Em certo momento, as mãos de Alfonso contraíram-se no volante.

— Você quer falar sobre o que aconteceu ou ainda não confia em mim?

Havia um traço de amargura na voz dele.

Num impulso, Anahí acariciou a mão forte, dizendo com carinho:

— Alfonso... Desculpe por ter envolvido você nessa história sórdida e obrigada pela sua lealdade. Eu sei que lhe devo uma explicação. — respirando fundo, ela continuou: — Eu trabalhei como secretária para Gerald Lasker durante seis meses. Os "documentos" a que ele se referiu são opções para prospecção de petróleo, que ele roubou de Petter, um grande amigo meu. Eu simplesmente os tomei de volta e devolvi ao verdadeiro proprietário. Gerald é um homem perigoso e pensa que os papéis ainda estão comigo, eles valem muito dinheiro.

Com um solavanco, a caminhonete entrou no acostamento e parou.

Alfonso desligou a chave e voltou-se para ela.

— Você sabe que ele não estava apenas atrás dos papéis, Mia... É a você que ele quer. Esse sujeito significou mais que um simples patrão, não é verdade?

— Oh, não, Alfonso!

— Não precisa mentir para mim. Não conheço seu passado, mas imagino que muitos homens já passaram por sua vida. Por que não? Você é linda e inteligente e tem estrelas no olhar... — Alfonso puxou-a para si e a estreitou com ternura contra o peito. — Não importa os homens que você já conheceu, que já desejou, com quem já dormiu. Sei apenas que não posso mais viver sem você e que a farei esquecer todos eles. Mas preciso que confie em mim, que me ajude a compreendê-la. Porque não consigo esquecer a noite que passamos juntos, ao lado da lareira, e quero tê-la de novo em meus braços, quero fazer amor com você, sempre.

Enfiando as mãos sob o suéter dele, para sentir melhor o calor do seu corpo, Anahí ergueu a cabeça para olhá-lo.

Ele murmurou, contra seus lábios entreabertos:

— Quando você me abraça e me deseja também, eu não tenho dúvidas, não tenho medo de perdê-la. Veja o que você faz comigo, fico louco só de tocá-la... Venha, vamos para casa, vou esquecer nosso trato e aquecê-la em minha cama. Lá poderemos conversar tranquilos, certo? — Alfonso soltou-a, com um sorriso terno.

Aninhada contra o ombro dele, Anahí olhava a escuridão da noite.

Sentia-se exausta, incapaz de qualquer raciocínio. Sabia que a hora de contar a verdade a Alfonso havia chegado e sentiu medo.

Chegando à fazenda, ele a ajudou a descer da caminhonete e a envolveu com sua jaqueta. A noite estava fria e silenciosa.

Subiram as escadas muito juntos, abraçados.

O som da porta corrediça do estábulo sendo aberta os fez parar no alto da varanda.

Viraram-se para ver a silhueta de Juan recortada contra o quadrado de luz e ouviram sua voz alta e ansiosa:

— Alfonso?! Venha rápido! Temos problemas!