Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Quem foi... Você falou com Gerald?!

— Sim, é claro... E você não vai acreditar! Chegamos a um acordo, afinal, vou permitir que ele seja meu intermediário. Lasker é um gênio financeiro e a proposta dele foi irrecusável. Sabe que eu acho que ele estava mesmo apaixonado por você?

— Como pode pensar uma coisa dessas?! Gerald nunca vai se apaixonar por ninguém que não seja ele mesmo! É um vaidoso, um narcisista...

— Ora, ora, se não fosse ele você não teria encontrado o seu príncipe encantado, não é? Eu achei que isso fosse acabar em casamento...

Anahí explicou brevemente os fatos que a levavam a deixar a fazenda e Alfonso Herrera.

Conversaram durante algum tempo, e quando ele desligou, sentia-se um pouco mais confortada.

Foi até a cozinha, para despedir-se de Mia e Miguel, e, sem conseguir conter as lágrimas, saiu para o sol brilhante da manhã.

Terminal rodoviário de Prospect...

"Isso já me aconteceu antes", pensou Anahí, sentada na mesma cadeira dura da sala de espera.

As paredes continuavam descascadas e lá estava o velho cartaz das Montanhas Rochosas.

Tudo parecia o mesmo, apenas ela tinha mudado.

Seu ônibus sairia em uma hora.

Enrolada na capa para se proteger do frio, recomeçou a chorar, as emoções da chegada em Prospect lhe pareciam banais, comparadas ao sofrimento e depressão que experimentava naquele momento.

Foi quando o som familiar de um motor e o ruído de uma freada brusca a fizeram erguer a cabeça.

Não, ela estava delirando, não poderia ser Alfonso!

Mas foi ele que, como um furacão, entrou na sala.

Os olhos verdes brilhavam sob o chapéu e a boca reduzia-se a uma linha estreita e determinada.

Em duas passadas encontrava-se junto dela, agarrando-a com mãos de aço e erguendo-a sem esforço.

Sem uma palavra, Alfonso apanhou a mala e com a outra mão ainda lhe segurando o braço, quase a arrastou para fora.

— Mas... Alfonso! Meu ônibus parte em menos de uma hora!

— Pois vai partir sem você! — ele disse apenas, num tom que não admitia protestos.

Forçou-a a subir na caminhonete, e em poucos minutos, estavam na estrada que levava à fazenda.

Anahí não ousava fazer nenhum comentário, mesmo quando ele saiu da estrada principal e entrou num desvio abandonado, ela permaneceu calada.

O caminho terminou abruptamente num paredão rochoso.

Alfonso desligou o motor e virou-se para ela.

— Muito bem, Anahí Portilla, agora podemos conversar em paz?! Ou ainda não é o momento?!

Encolhida contra a porta, Anahí tremia.

O rosto de Alfonso perdeu a dureza e ele estendeu a mão atrás do banco.

— Vista isso... Encontrei no seu quarto. Não gostou do presente?

Anahí apanhou a jaqueta de pele, envolveu-se nela e com uma exclamação abafada, atirou-se nos braços dele.

— Oh, Alfonso, tive tanto medo de que você não viesse! Eu precisava descobrir se você de fato me queria, se me perdoava! Entende por que eu fui embora sem dizer nada?!

Apertando-a contra o peito, ele respondeu, com voz rouca:

— Anahí... Eu não suportaria, se você me abandonasse. Como poderia viver, sem poder segurá-la assim entre meus braços, sem poder mais beijá-la, sem vê-la mais andando pela fazenda nos seus jeans apertados?

Aninhada contra o peito forte, Anahí começou a contar sua história.

Falou durante longo tempo, às vezes de forma incoerente, misturando os fatos do presente com as emoções do passado, e Alfonso acariciava-lhe os cabelos, apertando-a contra si.

— Mas por que não me contou tudo isso antes?! Por que não confiou em mim?! — ele lamentou, interrompendo-a. — Não acha que foi você mesma que tornou as coisas tão complicadas?

— Ah, Alfonso, mas eu tinha tanto medo da sua reação... Você não parecia tão bonzinho como parece agora. E quando percebi que estava apaixonada, tive mais medo ainda.

Abraçada a ele, Anahí sentia a força e a ternura do corpo másculo que a inebriava.

Agora, finalmente, podia responder sem culpa ou reservas aos toques sensuais dos lábios e mãos que a acariciavam, abandonar-se ao desejo há tanto tempo reprimido.

Amaram-se no largo banco da caminhonete, isolados naquele desvio, cercados pelas altas montanhas silenciosas.

O tempo fluía lentamente.

Alfonso levantou a cabeça do seio macio em que repousava e olhou o rosto relaxado de Anahí, em que os cílios escuros faziam uma sombra delicada.

Percorreu-lhe com o dedo o contorno dos lábios e ela sorriu:

— Será que nunca vamos fazer amor numa cama, como todos?

— Bem, se a cama nupcial dos Herrera for suficiente para a madame, poderemos providenciar isso para daqui a pouco...

Anahí abriu os olhos, rindo.

— Oh, Alfonso! Suficiente?! Aquela cama é até grande demais!

— Não se pensarmos na atividade que vamos ter para fazer os novos pequenos Herrera...

A voz de Anahí se encheu de ternura:

— Bem, os próximos pequenos Herrera, talvez. — levou a mão dele até a curva suave de seu ventre. — Mas o primeiro parece que não vai ter toda essa mordomia...

A princípio, Alfonso apenas a encarou, franzindo a testa. Depois, um brilho de compreensão surgiu no fundo dos seus olhos, e ele murmurou:

— O que você quer dizer com isso? Você... Anahí, isso é verdade?!

Ela assentiu, sorrindo.

— Bem, claro que é preciso confirmar, mas... — interrompeu-se com um pequeno grito, sufocada pelo abraço emocionado de Alfonso.

Assim ficaram, unidos em silêncio, por longo tempo.

Quando afinal se separaram, Alfonso disse, com um meio sorriso malicioso:

— Muito bem, Anahí Portilla... Parece que, mais uma vez, você terá de mudar seu nome. Que tal "Sra. Herrera"? Mas agora, meu amor, é melhor acostumar-se, porque desta vez é para sempre.

FIM