Fanfic: Adorável Impostora *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Anahí levantou-se, tentando controlar as batidas do coração.

Quanto ele teria ouvido?

— Parece que você já se sente em casa, não é? — ele disse.

— Oh, desculpe, eu queria apenas usar o telefone...

— E o que há de errado com o da cozinha?

Anahí corou.

— Bem, eu estava olhando a casa, e a porta do seu quarto estava aberta. Realmente, só entrei para admirar os móveis, e quando vi o telefone...

Vendo que ele lançava um olhar para a escrivaninha, acrescentou depressa:

— Ora, você está pensando que eu entrei em seu quarto para bisbilhotar?!

Alfonso caminhou até a mesa, e examinou os papéis.

— A menos que você entenda de inseminação artificial, não há nada aqui que possa interessá-la. Eu voltei para conversar com você.

Num gesto inconsciente, Anahí prendeu o cabelo atrás da orelha. Não conseguia controlar a respiração ofegante, e lamentou haver tirado o blazer para lavar a louça.

Alfonso certamente percebia que ela não usava nada sob a blusa branca.

— Conversar sobre o quê?

— Sobre a sua partida, é claro.

Anahí torceu as mãos.

— Eu planejava ir agora, mas...

— Mas está sem dinheiro, certo?

Não havia como negar o fato.

— É verdade. — ela suspirou.

— Sei... E precisa de um empréstimo. — o olhar de Alfonso percorreu-lhe o corpo e a pergunta veio brusca: — Você está grávida?

— Ora, claro que não! — muito vermelha, Anahí acrescentou: — Escute, Sr. Herrera, não quero nada que eu não possa pagar.

— Pela sua conversa ao telefone, parece que as coisas aqui não aconteceram como você planejava. O que quis dizer sobre deixar as coisas esfriarem?

— Sr. Herrera, juro que qualquer coisa que tenha ouvido, não tem relação alguma com o senhor ou com Oscar. — Anahí respondeu, enfática.

Mas ele não parecia convencido.

— Oscar ficava muito tempo em Denver, mas quando vinha para cá costumava falar sobre as pessoas com quem trabalhava. Criminosos, prostitutas, viciados, essa espécie de gente... — as palavras seguintes foram um insulto deliberado. — Oscar contou-me que você era uma dessas pessoas.

Dessa vez Anahí se enfureceu.

Como se não bastassem seus próprios problemas, tinha de assumir os de Mia!

Enfrentou-o, decidida.

— É mesmo? E o que eu devo fazer agora? Confessar que sou uma viciada ou uma prostituta? Não sou procurada pela polícia, se é o que lhe interessa.

Cruzou mentalmente os dedos, esperando que pelo menos essa última parte fosse verdadeira, não acreditava que Gerald chegasse a denunciá-la.

— Você poderia ser mais explícita. — observou Alfonso.

Mas como Anahí apenas encolheu os ombros e olhou pela janela, ele continuou, com um sorriso desagradável:

— O que eu acho é que você se meteu em alguma encrenca, encontrou um homem que teve pena da sua situação e o seduziu sem nenhum escrúpulo. Ou então, por que se casaria com Oscar? Uma mulher tão bonita e saudável não teria dificuldades em encontrar um marido que a sustentasse, uma pessoa que não fosse doente como ele.

— Mas qual era o problema dele? — Anahí deixou escapar.

Arrependeu-se no mesmo instante.

Encostando-se à mesa e cruzando os braços, Alfonso a olhou com desprezo.

— Oscar era cardíaco, Mia. E você é uma péssima atriz... Quando ele piorou e voltou sozinho para cá, impedindo-me de procurá-la, percebi a espécie de mulher que você é.

Anahí começou a tremer. De nada adiantaria discutir com ele.

Olhou para fora, desanimada.

— Vejo que deseja partir... — Alfonso prosseguiu. — Juan vai levá-la até a cidade, e você terá dinheiro suficiente para chegar a Denver ou qualquer outro lugar. Devo isso a Oscar.

— Não estou pedindo nenhum favor. — retrucou Anahí, tentando recuperar o orgulho. — Eu quero pagar com meu trabalho pelo preço da passagem.

— Você quer dizer trabalhar aqui? Na fazenda? — Alfonso a olhou de alto a baixo, e continuou com ironia: — Fazendo o quê? Ordenhando vacas?

Anahí aproximou-se da mesa, fitando-o com frieza.

Passou o dedo pela superfície empoeirada, mostrando-o em seguida para ele.

— Há muito trabalho precisando ser feito nesta casa que valeria o preço de uma passagem até Cheyenne. Acho que uma semana seria o suficiente para pagar também pela minha estadia.

Houve uma longa pausa, antes de Alfonso murmurar com expressão enigmática:

— Uma semana pode ser muito tempo... Acha que pode aguentar por tanto tempo um trabalho honesto?

Ignorando a provocação, Anahí indagou com firmeza:

— Aceita ou não?

A expressão de Alfonso continuava indecifrável.

Quando ela já não suportava mais sustentar o olhar penetrante, ele respondeu:

— Não custa tentar... Juan e eu teremos muito trabalho nas próximas semanas, e vamos precisar de ajuda com a casa. Sabe cozinhar?

— Sim, é claro.

— Muito bem. Então, pode começar.

Anahí dirigiu-se para a porta, mas ele a reteve:

— Mais uma coisa, Mia. Sugiro que você use o telefone da cozinha quando quiser falar com seus amigos... A partir de agora, fique longe do meu quarto.

— Compreendo. — disse Anahí, com o rosto vermelho, antes de fechar a porta.