Fanfics Brasil - Eu não posso fazer o amor da minha vida sofrer Junto a ti | Ponny (+18)

Fanfic: Junto a ti | Ponny (+18) | Tema: Rebelde, AyA


Capítulo: Eu não posso fazer o amor da minha vida sofrer

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Narrado por Anahí.


— Quer dizer que você e o Alfonso se chuparam e depois você o mandou embora da casa que também é dele? — Dulce ria escandalosamente do que eu contei e eu a olhava perplexa, sem acreditar que ela estava lidando com a situação dessa forma. Juro, eu realmente esperava que ela fosse agir com mais seriedade. Talvez fosse melhor ter chamado o Christian. — Qual é a porra do seu problema?


— Eu não sei. — mordi o lábio inferior, nervosa. — Quer dizer, eu sei. Aliás, você também sabe.


— Sei? — ela fez-se de fingida e eu revirei os olhos. Dulce era a minha melhor amiga e eu contava absolutamente tudo para ela. Ninguém me conhecia tão bem quanto ela, nem mesmo o Alfonso. — Tá, eu sei.


— O que você sabe? — Christopher apareceu de repente e deu-me um susto. Até coloquei a mão no peito para concretizar como a sua presença havia me assustado. — Qual foi, Any? Parece que viu uma assombração.


— Quase. — brinquei, tentando descontrair. Mas eu ainda estava assustada. — O que você tá fazendo aqui?


— Não fala assim do meu mozão. — Dulce falou e selou os seus lábios com os de Ucker. Sorri por ver essa cena. Eu amava vê-los juntos. Eles eram o único casal que eu não me importava em segurar vela. Quer dizer, mais ou menos...


Ao encerrarem aquele contato por meio dos lábios, Dulce falou: — Mas é verdade, amor. O que faz aqui? Achei que ia sair com o Poncho agora pela manhã.


— Eu realmente ia, amor. Mas quando eu estava na frente da casa da mãe dele, pronto para tocar a campainha e chamá-lo, ele me ligou e falou que não estava muito bem para sair depois de ter sido chupado e expulso da própria casa logo em seguida. E adivinha só? Tudo pela Anahí. — ao ouvir o namorado, Dulce gargalhou muito, mas muito alto. Dei-os um olhar mortal, como se fosse jogá-los no meio da rua e esperar um carro passar por elas. — Aí eu decidi vir pra cá e tive a sorte de encontrar vocês. — Christopher sentou-se à mesa com a gente.


— Eu estava justamente perguntando pra Any como ela teve coragem de expulsar o Alfonso da própria casa dele. — Dulce continuou rindo e eu os ignorei completamente, focando no atendimento da cafeteria em que nós estávamos. Era o nosso lugar preferido no mundo. Antigamente, Dulce, Christopher, Alfonso e eu vínhamos muito aqui. Basicamente todos os dias. Porém, desde que eu me separei de Alfonso, eu nunca mais tive coragem de vir. Eu tinha medo de ter uma crise de choro devido às inúmeras lembranças que esse lugar me proporcionava.


— O que vocês desejam? — perguntou um rapaz muito bonito e simpático. Encarei-o com um sorriso. Seu nome era Alex Sirvent, se não me engano. Ele era interessantíssimo. Até a Dulce, que costumava odiar os homens que não eram o seu namorado, já o elogiou para mim. Impressionante, não? — Ah, deixem-me adivinhar. Chocolate quente e brownie, sim?


— Parece que alguém já nos conhece muito bem. — murmurei.


— E como não? Vocês são os meus melhores clientes. — ele sorriu. Dulce e eu nos entreolhamos por um instante e depois olhamos para ele novamente. Tive que me controlar para não rir da cara que ela fez. Era como se Dulce dissesse: “eu aposto um braço que ele diz isso para todos que vêm aqui”. — Inclusive, se me permite dizer, senhora Herrera, a senhora fez muita falta. É bom tê-la de volta.


— Você é um doce, Alex. Muito obrigada. — falei amigavelmente. Quando ele estava saindo para buscar as nossas comidas, eu o segurei pelo braço. — Ah, só mais uma coisa, Alex: a partir de hoje, me chame de senhorita Portilla. Ou melhor, me chame de Anahí. Não precisamos de tanta formalidade. — ele balançou a cabeça positivamente e saiu. Notei que durante o percurso, Alex ainda tinha um sorriso no rosto. Intrigante.


— É impressão minha ou esse tal de Alex deu em cima de você? — Christopher perguntou.


— Acho que não. — respondi tranquilamente, olhando ao redor. Hoje a cafeteria estava lotada. Que péssimo. — E se tiver dado, que diferença faz? Ele não tem nenhuma chance.


— Pelo visto nem ele nem ninguém, né? Nem mesmo quem deveria ter. — engoli em seco. Dulce e suas patadas nada sutis.


— É verdade. — Ucker concordou, olhando-me fixamente. — Quando eu cheguei vocês estavam conversando sobre o Alfonso, não é? — eu assenti. — Ouvi você dizer que sabia de alguma coisa, amor. O que sabe? — ele perguntou para Dulce.


Encarei Dulce em desespero.


— Devíamos contar pra ele, Any. Na verdade, pra todo mundo.


— Cala a boca, Dulce. — falei com as mãos trêmulas. Dulce não podia falar nada.


— Contar o quê? — Ucker perguntou, confuso.


— Dulce María! — chamei o nome daquela que eu chamava de melhor amiga. — Não se atreva.


— Eu estou cansada de esconder isso das pessoas, Any. Principalmente do meu namorado e do Alfonso. Por favor, conte. Confie no Ucker como eu confio.


— Portilla, o que você está prestes a me contar vai explicar o porquê de você ter sido uma cavala com o Alfonso? — Christopher perguntou sério, com o maxilar travado. Depois da família de Alfonso e de mim, eu sabia que ela era a pessoa que mais gostava de Alfonso no mundo.


— É... mais ou menos.


— Então conta. Eu estou querendo te matar por estar fazendo o meu brother sofrer tanto.


— É muito difícil pra mim, Ucker. — admiti. Ele me encarava como se fosse sugar a minha alma. — Você sabia que vocês dois são as pessoas que mais sabem sobre a minha separação?


— Sem enrolação, Anahí. Por favor. Me conte, confie em mim. — Ucker pediu.


— Ok. — suspirei, rendendo-me. — Eu vou contar.


Flashback on.


Mais uma vez eu acordei com aqueles malditos gritos vindos da sala. Suspirei e coloquei as mãos nas orelhas, tentando impedir-me de continuar ouvindo mais uma das discussões sem pé nem cabeça dos meus pais. A verdade é que eles estavam se enfrentando noite e dia, sem espaço para pausas. Brigavam por tudo. Absolutamente tudo era motivo para o inferno acontecer.


Eu já não aguentava mais. Eu precisava fazer alguma coisa para ajudá-los.


Em um impulso, saí do meu quarto e fui até a sala. Chegando lá, ouvi perfeitamente bem o que eles tanto gritavam um para o outro.


— VOCÊ PENSA O QUÊ? PENSA QUE PODE FICAR SAINDO SEM MIM? ENRIQUE, VOCÊ É O MEU MARIDO E EU EXIJO QUE VOCÊ ME RESPEITE!


— MAS EU TE RESPEITO, PORRA! VOCÊ NÃO VÊ QUE ESTÁ SURTANDO? EU SÓ FUI EM UM BAR COM UNS AMIGOS, SOMENTE ISSO. NÃO FIZ NADA DEMAIS.


— QUEM ME GARANTE ISSO, ENRIQUE? VOCÊ PODE TER ME TRAÍDO E EU NUNCA VOU SABER, PORQUE ESSES INFELIZES QUE VOCÊ CHAMA DE AMIGOS NUNCA VÃO ME DIZER! EU TE PROÍBO, OUVIU? EU TE PROÍBO DE VOLTAR A SAIR COM ELES!


— VOCÊ ESTÁ MALUCA? QUER ME MANTER EM CATIVEIRO? EU AINDA SOU NOVO, TISHA! APESAR DE TERMOS UMA FILHA, EU AINDA TENHO IDADE PARA QUERER ME DIVERTIR COM OU SEM VOCÊ.


— É ISSO QUE VOCÊ CHAMA DE DIVERSÃO? SAIR À NOITE E CHEGAR EM CASA DE MANHÃ FEDENDO A BEBIDA? EU NÃO VOU QUERER ISSO PRA MINHA VIDA, ENRIQUE! SE VOCÊ NÃO MUDAR A PARTIR DE HOJE, EU VOU ME SEPARAR DE VOCÊ.


— ESTÁ QUERENDO ME DEIXAR ACUADO ATRAVÉS DESSA AMEAÇA RIDÍCULA? VOCÊ NÃO PENSA NA NOSSA FAMÍLIA? NA ANAHÍ?


— CLARO QUE PENSO! PENSO MUITO MAIS DO QUE VOCÊ, INCLUSIVE. PORQUE AO CONTRÁRIO DE VOCÊ EU NÃO ABANDONO A NOSSA FAMÍLIA POR CAUSA DE “AMIGOS” QUE NEM SÃO AMIGOS DE VERDADE! — mamãe cuspiu as palavras. Ela estava possessa. Nunca a vi assim. — MAS EU TENHO CERTEZA QUE A ANAHÍ VAI PREFERIR ME VER BEM DO QUE EM UM CASAMENTO QUE APÓS 25 ANOS DE UNIÃO, ESTÁ COMEÇANDO A ME DESGASTAR!


— VOCÊ PODE TER CERTEZA QUE SE VOCÊ SE SEPARAR DE MIM, EU VOU FAZER DE TUDO PARA QUE ELA NUNCA MAIS QUEIRA OLHAR NA SUA CARA!


— OLHA AQUI, SEU... — em vez de continuar soltando a sua ira em cima do meu pai, Tisha percebeu a minha presença e se calou. Em seguida, Enrique guiou o seu olhar para mim e eu podia jurar que o vi ficar pálido. Ambos estavam surpresos por me verem ali. Irônico, não? Levando em consideração que eles estavam berrando, qualquer pessoa minimamente curiosa e afetada com a situação viria dar uma conferida. — Querida, eu não sabia que estava aí.


— Eu... é... eu... — papai estava nervoso, sem saber como reagir ao ter sido pego no “flagra” por mim. Naquele instante, eu estava surpresa. Surpresa por ouvi-lo dizer que me deixaria contra a minha mãe porque ela queria o divórcio. Mesmo sem querer, eu acabei vendo um lado dele que eu não conhecia. Um lado sórdido, perigoso. — Vou dar uma volta. — avisou antes de abrir à porta e sair do meu campo de visão.


Olhei para minha mãe sem saber o que falar. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e eu senti o meu peito doer. Odiava vê-la assim.


Corri para perto dela e a abracei. Abracei-a com força, apertado. Eu queria muito poder tirar aquele sofrimento de seu coração. Ela estava tão frágil e vulnerável... Céus!


— Mãe, por favor, não chora.


Ela desabou em meus braços. Chorou desesperadamente em meus ombros, como eu nunca a vi chorar antes. Sem perceber, as lágrimas também escapavam de mim.


— Você ouviu o que ele disse? — ela perguntou, atormentada. Afastei-a de meus braços para poder olhá-la nos olhos. Enxuguei algumas lágrimas que desciam e ela fez o mesmo comigo. — Ele tentará colocar você contra mim.


— Ele não vai conseguir, mãe. Eu te prometo isso. — rebati confiante, observando seu peito subir e descer de uma maneira descontrolada. Estava com medo dela ter um ataque aqui, na minha frente. Eu juro que morreria só de susto. — Você vai mesmo se separar? — ela assentiu. — Vocês estão juntos há tanto tempo, mãe. Será que não vale à pena reconsiderar algumas coisas?


— Any, vem cá, por favor. Senta aqui. — ela me puxou para o sofá e nós nos sentamos nele, uma de frente pra outra. — Seu pai e eu estamos nos desentendendo há bastante tempo. Por mais que você só esteja percebendo agora, não é algo recente. Por mim, você nunca perceberia o quão ruim ele pode ser quando quer, mas não deu pra evitar. Você acabou ouvindo mais do que deveria. — as lágrimas continuavam descendo por seus olhos e eu tremia por não saber como acalmá-la. O que fazer? O que dizer? — Filha, em várias das nossas brigas o Enrique me bateu. Você consegue entender a imensidade disso? — arregalei os olhos, incrédula. O quê? O meu pai? O homem que eu sempre deduzi ser o melhor homem do mundo? — Eu estou muito infeliz, querida. Eu cheguei até aqui por sua causa, porque não queria que você tivesse que lidar com pais separados. Porém, agora você tem 17 anos e próximo ano, além de fazer 18, você também vai se casar. Acho que já posso deixar de me preocupar tanto com você com relação a isso, não posso? — eu balancei a cabeça positivamente. Eu a deixaria fazer o que quisesse. — Ótimo, porque eu já não aguento mais.


— Mãe, me desculpe por isso. Me desculpe por não perceber toda essa situação e o quanto você precisava de mim...


— Tudo bem, meu amor. Não tinha como você perceber. Eu não queria e o seu pai muito menos. — ela forçou um sorriso e suspirou. — Mas olha, quero que me prometa uma coisa. Você promete?


— Claro, o que quiser.


— Quando você estiver casada com o Alfonso, prometa-me que vai se separar dele quando e se começar a notar que as brigas estão constantes demais e que vocês podem acabar sendo infelizes. Faça isso por mim, querida. Por favor. — ela voltou a chorar. Meu corpo arrepiou. — Não faça como eu. Não deixe que o seu casamento termine assim, de uma forma nada amigável. Não permita que o amor que hoje vocês sentem um pelo outro se transforme em ódio. Por favor, me prometa, Anahí. Só prometa.


— Eu prometo, mãe. Eu prometo. Agora vem cá. — aproximei-me dela novamente e a abracei pela segunda vez naquela manhã.


Novamente, eu estava chorando com ela. E faria tudo que ela me pedisse.


Final do flashback.


— E quase um ano depois do divórcio dos pais dela, quando a Tisha havia encontrado um novo amor e estava plenamente feliz, ela sofreu um acidente de carro e... faleceu. — Dulce lembrou, com os olhos marejados.


Eu já estava chorando. Chorava baixinho para não chamar a atenção, mas chorava. Doía lembrar da minha mãe. Oh, eu sentia tanta falta! Tudo seria mais fácil se ela estivesse aqui.


— Eu sinto muito, Any. De verdade. — Ucker, mostrando seu lado sensível que quase nunca ele deixava transparecer, também se encontrava com os olhos repletos de lágrimas. Essa história mexeu muito com todos nós. — Mas admito que ainda não entendi o que isso tem a ver com você e com o Alfonso.


— Tem tudo, Ucker. Essa promessa que eu fiz a minha mãe foi um dos motivos que me fizeram acabar com o meu casamento. — assim que concluí, Alex voltou com os nossos “pedidos”. Ele, percebendo que o clima estava pesado, não ousou falar nada. Apenas entregou os 3 chocolates quente junto com os brownies e se retirou. — Alfonso e eu estávamos indo de mal a pior nesses últimos meses. Brigávamos muito, por tudo. Mas eu não queria largá-lo, sabe? Eu o amava e ainda o amo. Acho, inclusive, que não honrei a promessa como deveria. Talvez a minha mãe quisesse que eu tivesse me separado antes, não sei. Não tenho como saber, afinal, ela morreu antes de me ver casando. — mais lágrimas escaparam. — Mas o fato é que o meu amor era tão forte que pensar na possibilidade de ficar sem Alfonso era como se eu estivesse me condenando a própria infelicidade pelo resto dos meus dias. E realmente foi o que aconteceu. Eu sou infeliz sem ele. — fechei os olhos, sentindo a dor me invadir. — Só que...


— Só que? — Ucker me incentivou a continuar.


— Foi na última briga entre Alfonso e eu que eu percebi que também não dava para ficar com ele, Ucker. Se continuássemos casados, nós iríamos acabar nos odiando, assim como aconteceu com os meus pais. E eu não queria odiá-lo. Eu não queria e não podia. Apesar de todos os erros que ele e eu cometemos, 7 anos do amor mais puro do mundo não poderia acabar com algo tão ruim como o ódio. — eu já chorava mais alto, sem me importar com quem pudesse me ver ou me ouvir.


Flashback on.


Eu cheguei em casa depois de ter passado à noite toda com Bernardo, meu melhor amigo de infância. Ele era um homem adorável. Desde pequena, eu me sentia bem ao lado dele.
Infelizmente, quando eu me casei com Alfonso, nós perdemos totalmente o contato. Por isso, ter conversado com ele, descoberto sobre sua vida e seus feitos, ah... isso me deixou nas nuvens. A conexão que existia entre nós quando éramos crianças ainda existia. Posso até dizer que mesmo depois de tanto tempo, ele continuava sendo o meu melhor amigo.


— Onde você estava? — ao passar pela porta da sala, a primeira imagem que eu tive foi de um Alfonso extremamente rabugento me esperando no sofá de braços cruzados. Tremi.


— Te mandei uma mensagem avisando, amor. Eu estava com o Bernardo...


— Até essa hora? Mas são 23:00, Anahí. — ele reclamou, enfurecido. — E você me avisou apenas que sairia com ele, não disse aonde iriam. Onde vocês estavam?


— Em um restaurante.


— Qual?


— Z-Zuma. — respondi nervosa. Céus! Ele me mataria.


— UM RESTAURANTE AONDE SÓ VAI CASAL? VOCÊ FICOU MALUCA, PORRA?


— Alfonso, acalme-se. Não precisa disso. — falei aproximando-me do sofá em que ele estava. Seus olhos castanhos esverdeados estavam mais escuros devido a raiva e eu me sentia aterrorizada, com medo de falar ou fazer alguma coisa que o deixasse ainda mais bravo. — Amor, é o restaurante preferido dele...


— E por que você ficou com ele até essa hora? QUAL A NECESSIDADE DE FICAR COM ELE ATÉ 23:00, ANAHÍ?


— Para de gritar, que saco. Eu não estou gritando com você.


— Claro, porque eu não fiz merda pra te deixar com raiva, você sim.


— O quê? Alfonso, eu só saí para reencontrar um amigo. O que há de mal nisso? — surpresa, eu o olhava com os olhos arregalados. Alfonso não tinha moral para reagir assim. — Diana também é a sua melhor amiga de infância, não? Você sai sempre para vê-la e eu nunca reclamo.


— É diferente, Anahí.


— É diferente porque é com você, né? — ri sarcástica. — Você é um hipócrita, Herrera.


Alfonso me olhou por um instante e depois levantou-se do sofá rapidamente. Ele me agarrou pelos braços e nos deixou cara a cara. Em seu olhar eu via fúria, raiva, ciúmes e... posse.


— NÃO ME CHAME DE HIPÓCRITA, ANAHÍ! EU NUNCA SAÍ COM A DIANA E VOLTEI ESSE HORÁRIO! EU NUNCA DEIXEI DE ATENDER UMA LIGAÇÃO SUA POR ESTAR COM ELA!


— Você me ligou? Eu não vi...


— E O QUE ESTAVA FAZENDO QUE NÃO VIU? — ele apertou meus braços e eu grunhi de dor.


— Alfonso, está me machucando. — falei baixinho, com a voz embargada.


Percebendo o que estava fazendo, ele me largou. Afastou-se completamente, passando as mãos pelos cabelos em total agonia. Agora, ao invés de raiva, ele sentia culpa. Eu sabia, eu o conhecia muito bem. Ele estava se sentindo culpado pela maneira que me segurou.


— Eu vou pegar um cobertor e um travesseiro para dormir aqui na sala. — ele falou em um fio de voz e saiu apressadamente.


Final do flashback.


— Foi aí. Foi aí que eu percebi que nós estávamos a ponto de destruir a coisa mais linda que já tivemos, que no caso é o nosso amor. — eu passava as mãos pelos olhos, limpando as lágrimas. Nem Ucker, nem Dul e muito menos eu havíamos sequer encostado nas coisas que Alex trouxe. Só chorávamos.


— Porra, eu não sabia que as brigas de você eram... assim...


— Mas eram. E o pior: eram constantes. Não vou dizer que a culpa é só do Alfonso, porque não, não é. Eu também fiz muita merda. Teve um dia que eu...


Flashback on.


— Você está conversando com quem? — perguntei a Alfonso ao notá-lo focado demais no celular quando deveria dedicar esse momento a mim. Alfonso e eu trabalhávamos demais, portanto, quando tínhamos tempo para ficar juntos, era para aproveitarmos ele completamente. Ou será que estou errada?


— Ninguém importante, amor. — ele falou baixinho e mexeu-se na cama, sem nem sequer me olhar.


— Se não é importante, por que você não larga a porra desse celular? — indaguei-o visivelmente incomodada. Ele apenas me olhou, sorriu e voltou a focar no aparelho. A raiva me dominou. Peguei o celular de suas mãos e olhei com quem ele tanto conversava. — BELINDA? QUEM É BELINDA?


— Anahí, me devolve...


— ENCONTRO COM ELA AMANHÃ ÀS 15:00? QUE PORRA É ESSA, ALFONSO? VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO? — olhei-o com o ódio correndo pelas minhas veias.


Alfonso ergueu as sobrancelhas, impressionado com a minha desconfiança.


— O quê? Ficou louca?


— NÃO, EU NÃO FIQUEI. EU SOU LOUCA, ALFONSO! COMPLETAMENTE LOUCA! — joguei o celular em seu peito. Ele me olhou assustado. — RESPONDA, PORRA! VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO?


— Claro que não, Anahí. Pare com isso.


— E POR QUE VAI SE ENCONTRAR COM ELA AMANHÃ? — questionei sem controle. — QUER SABER? VOCÊ É UM MENTIROSO, ALFONSO. ESTÁ ME TRAINDO SIM.


— Amor, ela é do meu tr... — sem querer ouvi-lo, eu transferi um tapa em seu rosto. Sim, em um impulso eu bati nele. Bati no meu amor. No amor da minha vida.


— Você... — ele não conseguiu falar, estava em choque demais pra isso. Eu também não consegui dizer nem uma palavra sequer. Apenas saí correndo desesperada e me tranquei no quarto de hóspedes. Chorei muito, absurdamente. A raiva me transformou em um monstro. O que eu fiz? Meu Deus! Me perdoa, Alfonso...


Me perdoa, minha vida...


Final do flashback.


— Any, eu...


O interrompi.


— Você não acredita que eu cheguei a esse ponto, não é? Acredite, eu também não. — admiti, decidindo beber um gole daquele chocolate quente que já não tinha mais nada de quente. — Isso foi uma semana antes da briga por causa do Bernardo. Não sei como não percebi naquele dia que a bati que eu precisava dar um basta. Talvez, por ter sido ele o ciumento com relação ao Bernardo, foi mais fácil de eu abrir os olhos. — respirei fundo. Estava sufocando por ter todas essas lembranças. — Está vendo, Ucker? Tem noção do porque eu me separei agora? Meu casamento não estava em uma crise qualquer, ele estava caminhando para o fundo do poço.


— E eu achando que você estava usando drogas... — Ucker confessou e eu fiz careta. —  Ah, desculpa, mas eu sempre achei um absurdo você não querer ficar com o Alfonso por causa de orgulho.


— É orgulho também. — retruquei-o apressadamente. — Eu sou muito orgulhosa. Desde que eu conheci o Alfonso, esse orgulho diminuiu um pouco, mas agora, depois de tudo isso... Ele tomou uma proporção gigantesca, sabe? — limpei a última lágrima que descia pelo meu rosto. — Eu amo o Alfonso e sou insuportavelmente infeliz sem ele, como você pode notar. Mas mesmo com 100% de certeza que se nós voltássemos a ficar juntos as coisas voltariam a ser como no início, eu não sei se conseguiria. O meu orgulho me impede.


— Eu entendo... — Christopher sussurrou com os olhos fechados. Ele parecia abalado com essa história. Normal, não? Ninguém sabia que o meu casamento estava assim. As pessoas sabiam que brigávamos, mas não sabiam que era com constância, nem que era tão grave. — Não entendo porque o Alfonso nunca me contou isso.


— Porque assim como eu, ele não quer que isso venha à tona. Ainda há muito amor entre nós, Ucker. Muito, muito amor. E eu prefiro que as pessoas só saibam disso. — esfreguei as mãos suadas nas coxas. — Você sabe que tem muita gente que pensa que nós nos separamos porque eu simplesmente não quis mais ficar com ele, né? — ele assentiu. — Prefiro mil vezes que pensem que eu sou uma cretina destruidora de família do que saibam que por trás do meu divórcio tem muito além disso. Quero preservar a imagem do Alfonso de bom marido, porque apesar dos pesares, ele é um marido maravilhoso sim, o melhor de todos. Mas talvez, se souberem tudo que aconteceu, as pessoas não reconheçam isso. Assim como podem achar que eu também sou uma péssima companheira. Porém, nesse caso não seria uma mentira absoluta. — ri sem vontade.


— Para, Any. Você é uma boa companheira sim. Não é à toa que o Alfonso te ama e mesmo com todos os “mas”, ainda quer ficar com você. — Dulce, depois de ter ficado quieta durante todo esse tempo, finalmente se manifestou.


— Alfonso parece não guardar mágoa de nada, né? Nem mesmo do tapa que levou. — disse Ucker, sem jeito.


— Ele não guarda porque é precioso... — meu coração deu uma pontada ao lembrar-se dos momentos bons que nós passamos juntos. Ah, Alfonso... Por que eu tenho que te amar tanto? — E eu também não guardo. Quer dizer, até guardo, mas não dele. Guardo de mim. Eu deveria ter agido diferente. Eu deixei que a gente chegasse aonde chegamos...


— Não se culpe, Anahí. Por favor. — Dulce pediu, segurando uma das minhas mãos.


— É verdade, Any. Não adianta mais chorar pelo leite derramado. O que você tem que fazer agora é conversar com ele, explicar tudo e procurar uma forma de vocês se entenderem. Porra, vocês não podem ficar separados. Vocês não funcionam longe um do outro. — Ucker proferiu.


— E também não funcionamos juntos. — declarei emocionalmente destruída. — Não posso ficar com o Alfonso. Meu orgulho me prende, você não vê? Ele diz que se eu voltar a ficar com ele, eu irei fazê-lo sofrer. E eu não posso fazer o amor da minha vida sofrer, Ucker. Também não posso falhar com a minha mãe, porque sei que onde ela estiver, ela vai me cobrar promessa que eu fiz a ela.


— Mas, Any...


O interrompi novamente.


— Eu já decidi. Terei que aprender a ser infeliz sem ter a presença e o amor de Alfonso Herrera.



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Autor(a): Rebeldesfic

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • anaylleaya Postado em 12/11/2018 - 00:18:56

    Ah fala sério, que coisa ridícula essas razões da Anahí, depois vai ser tarde demais e o Poncho vai está na razão dele de encontrar outra, desculpa, mas só pq os pais dela se separaram por brigas não quer dizer que ela vai também, ela tá precisando é de tratamento psicológico

  • hittenyy Postado em 11/11/2018 - 00:05:16

    Não estou entendendo essas atitudes da Anny 😪

    • Rebeldesfic Postado em 11/11/2018 - 22:03:46

      Dei a explicação hahahaha

  • Guiovanna Postado em 10/11/2018 - 17:38:59

    Adorei a web!! Continue por favor!!!

  • hittenyy Postado em 09/11/2018 - 01:19:33

    A Anny foi idiota por ter terminado com o Poncho se fossw por traição beleza ,agora só pq eles brigavam como qualquer casal isso não é um grande motivo para terminar e não quero mais Meu baby com a vaca da Belinda ,cnt

  • ponnyyvida Postado em 07/11/2018 - 20:49:52

    Aaaaa não para aí não menina. Que goniaaaaa, continua logo <3 Tô adorando a fanfic ;)


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