Fanfic: A Lenda do Dragão | Tema: Original
Vou em direção aos jovens, pronto para brigar.
- Se não pararem, terei que mostrar o que é briga de verdade
Ambos começam a rir, principalmente da diferença de tamanho e perguntam:
- O que você pode fazer como essa pouca altura? E ainda contra 2? Vai chutar minha canela?
Em meu momento heroico, digo a primeira coisa que vem em minha mente
- Não importa se é 2 contra 1, pois essa única pessoa tem a determinação de um mundo - Mesmo eu sabendo que não é verdade
Marco sorri levemente, mas, antes de eu poder tomar qualquer atitude, uma forte lâmina de vento atravessa em minha frente, acertando um dos jovens que provocava, me viro e vejo uma linda jovem, de cabelo azul escuro e olhos brilhantes como o mar, tento manter o foco, mas, acabo fixado naquele lindo olhar, ela se aproxima, coloca as mãos sobre o meu punho já fechado e diz:
- Terá mais momentos que você precisará dessa coragem, não a perca - Levando Marco em sequência para a enfermaria
Impossível não refletir sobre essa frase, não foi essa mesma coragem que me colocou aonde estou hoje? Sigo para a sala e, após alguns minutos a jovem entra, indo em direção ao professor, aproveitando para me olhar de canto e sorrir, o que isso significa?
Depois de algumas aulas Marco retorna para a sala, porém, entra sem me dirigir o olhar, tento me aproximar para perguntar o que ouve, mas, sou levemente ignorado
Retorno para casa ainda com dúvidas sobre o ocorrido, mas, devido a não ser comigo, resolvo ignorar, já tenho problemas demais para pensar
No dia seguinte, com os ânimos mais calmos, resolvo ir até Marco e perguntar se ele está bem depois de tudo, e, sua resposta, com lágrimas nos olhos é de certo ponto, bem surpreendente
- Não queria bancar o indefeso na frente de um estrangeiro, é sempre assim, sabe? Sou humilhado antes de entrar na escola quase todos os dias -
Após escutar isso, me direciono até o meu lugar, afinal, não é comigo, fui apenas me certificar, até que...
- Obrigado Sashihiro, vi que você teria me ajudado se não fosse por aquela bola, fez mais por mim do que muitos aqui -
Eu? Sendo um herói? Ou quase... Não pude evitar de sorrir levemente e responder “Se não pode evitar problemas, deveria arrumar amigos de verdade para te proteger” Com o rosto mais sério que pude.
- Já arrumei um, não para me proteger é claro, mas, para tudo além disso - Disse o jovem, sorridente e com a mão estendida para me cumprimentar
Apenas me virei e segui para o meu lugar, o deixando sem entender, não posso ajuda-lo, eu iria causar mais e mais problemas para ele
- Sashihiro, posso te perguntar uma coisa? -
Não! Não pode!
- O que era aquela luz vermelha em volta em volta de você àquela hora? -
Fico em choque, um filme passa em minha cabeça após essa frase, o que fazer? Bem... apenas dei a desculpa que poderia ser a luz do sol ou algo do tipo refletido em mim e me retirei, indo em direção ao banheiro
- Estranho, isso não me pareceu ser sol... -
Após o fim das aulas vou para casa, extremamente nervoso, será que ele pode ter descoberto? Tenho que me acalmar ou acabarei me revelando, acho que irei tentar me aconselhar com ele.
Entro em casa e vou em direção a meu pai, o indagando com a seguinte pergunta
- Pai, o que pode acontecer se descobrirem sobre mim? -
Sou atingido pelo olhar perfurante dele, já esperava, porém, ele não me direciona nenhuma palavra, insisto
- O que eu devo fazer? Devo usar isso novamente se alguém correr perigo? -
Dessa vez, o olhar muda, para desprezo e ele, resolve falar
- Se descobrirem sobre essa sua fúria inútil simplesmente eu irei te mandar de volta para o Japão como castigo, você não deve usar isso nunca mais! Já não me causou problemas demais com isso? Tive o maior trabalho para te trazer para cá! Se o fizer estará sobre sua conta e risco, não me interessa o motivo, você já feriu muita gente com esse seu poder - Palavras perfurantes demais para mim
Simplesmente termino de ouvi-lo e subo para o meu quarto, arrasado, então Marco tiver descoberto eu irei perder tudo novamente? Não terei minha vida de volta? Resolvo abrir a gaveta e pegar meu maior tesouro, talvez ele me ajude a pensar melhor!
Coloco no pescoço, a última lembrança da minha mãe, o dragão safira, um pingente que ela usava antes de falecer e coincidentemente antes de tudo isso acontecer, sempre me perguntei se ela estaria do meu lado hoje, antes que eu perceba, uma pequena lagrima escorre pelo meu rosto, como se eu sentisse aquelas palavras perfurando meu peito novamente, mereço mesmo ser julgado pelo resto da minha vida? Aproveito para sair de casa e ver aquela linda praça e seu pôr do sol novamente
Chegando lá, para minha surpresa, encontro novamente a jovem que salvou Marco, seus lindos olhos azuis não apresentavam o mesmo brilho de antes, me aproximo
- Algo de errado? - Tom um pouco ríspido, não sou muito bom em puxar assunto
- Você é a garota daquele dia, não sabia que morava por aqui - Um leve sorriso triste
Já comentei o quando eu odeio ser parecido com uma mulher? Se não, comentei agora!
- Garoto! Sashihiro Kazekawa, sou novo na cidade -
- Kazekawa? Você é estrangeiro também, prazer! Sou Umika Mikishi -
Umi? Mar? Realmente combina esse nome
- Desculpa minha intromissão, você parece triste, algo de errado -
Ela aparenta um pouco de incomodo
- Amo o verão, sabe? O lindo pôr do sol dessa praça é meu lugar favorito desde criança, mas, esse ano ele não me trouxe uma boa notícia -
Acho que estou me intrometendo demais, mas...
- Quer conversar? - Quem sabe não a ajudo com um pouco disso
- Não irei vê-lo daqui a algum tempo, tenho medo dessa mudança na minha vida -
Por causa de um pôr do sol? Ou será...
- Sei que ficará tudo bem, mesmo que o pôr do sol se vá, você terá ele eternamente guardado no seu coração, lembrará disso para sempre, ele sempre aquecerá suas lembranças, se não puder vê-lo novamente, lute até conseguir, se não for possível, aproveite ele até o último dia, para que tudo o que você viu jamais seja em vão, seja para sempre, seja seu tesouro eternamente - Acho que fui bem poético agora, mas, ao olhar para a jovem, vejo ela levemente corada, talvez eu tenha ajudado
- Você é estranho -
É... Não ajudei
- Aproveitar como se fosse o ultimo dia? Gostei... posso tentar fazer isso -
Essa curta frase vem com um leve sorriso de Umika, acho que ainda sei fazer as pessoas sorrirem
Conversamos por mais alguns minutos, até o pôr do sol acabar e a noite chegar
- Então... te vejo na escola amanhã? - Junto com um belo sorriso, foi o que ganhei com minhas palavras
- Sim, Umika, estarei lá -
Nos despedimos e eu volto para casa, fiz uma boa ação, né? Acho que ajudei uma pessoa hoje
No dia seguinte chego na escola e vejo enormes cartazes espalhados pela mesma, “Torneio juvenil nacional”, está na época do campeonato de futebol, nostalgia e tristeza para mim, chance de se tornarem profissionais para os outros jogadores, nossa escola tem um dos times mais fortes pelo que sei, então, boa sorte para eles, não pretendo sequer assistir, seria doloroso demais.
Andando pelo corredor, me deparo com Umika, fico sem jeito, acho que é a primeira vez que me sinto assim perto de alguém, me aproximo e sou sabatinado pela curta pergunta
- Sashihiro, você joga futebol? - Tom sério, me assusto, será que ela sabe de algo?
Dou de ombros e recuso friamente, perguntando o motivo
- Precisamos de jogadores urgentemente, depois do último campeonato, muitos jogadores foram embora e estamos desfalcados -
O desespero tomava conta da jovem, porém, em nada posso ajudar, meu medo não irá me deixar
Me despeço vendo ela correr pela escola atrás de novos membros para participar, fico pensativo pelo resto do dia, será que não posso ajudar de outra forma?
Bem, antes que notasse, ela retorna e me pede se posso ajudar a listar novas pessoas para a equipe, bem irônico, já que eu pretendia ficar no anonimato pelo resto da minha vida!
Nem preciso falar que foi um desastre, né? Pessoas gritando, reclamações, expulsão de certos lugares, parecia que eu estava tentando vender algum produto com defeito, admito que meu jeito não ajudou, mas, queria o que? Não tenho culpa de nada, eles que são os culpados.
Tive tempo de conhecer um pouco mais sobre a jovem, que ela nasceu aqui mesmo e que possui o sobrenome de fora e que é integrante do time de futebol em conjunto com o clube do jornal da escola (o que me deixou um pouco desconfiado por eu ter um segredo do tamanho do mundo para esconder)
Depois de alguns dias de busca, encontramos alguns interessados, Umika os levou para a time, eu pude voltar a ter minha paz a tranquilidade e na semana seguinte, o torneio é iniciado com uma cerimônia belíssima
A primeira partida começa... tento ir embora, mas, uma mistura de nostalgia e medo me prendem a arquibancada
- E começa o jogo, com o centenário tentando ir para o ataque com García - O narrador grita ferozmente
Me surpreendo com a velocidade do futebol, com a raça, com a entrega de ambos os times
- Defensores rouba a bola, um forte passe para Stratori, que chuta! E olha o gol! -
Levemente previsível, Stratori comemora fazendo sinal de silencio para a torcida do centenário, impossível não se irritar
Apesar da entrega, a diferença técnica é absurda, não demora até a defensores aumentar o placar, perto do final do primeiro tempo
Me direciono a saída, já tinha visto tudo o que queria, o final do jogo já estava escrito, descendo para a saída, encontro Umika, com lagrimas nos olhos, afinal, era uma partida muito importante para todos do time e para os novos membros
- Pode ficar comigo até o final do jogo? Irei precisar de ajuda, sei que não joga, mas, já me ajudou uma vez, posso pedir de novo? - Quase em lagrimas, ela se esforça para me pedir, não pude deixar de me emocionar, se não entrar em campo, não terei problemas, no caminho, para a subida do gramado, vejo os jogadores cabisbaixos, aceitando a derrota, menos um... Marco!
- O que estão fazendo? Esse jogo é importante! Nosso torneio principal, se não vencermos o primeiro desafio, como podemos sonhar com algo? Como lutar por alguma coisa que nem nos esforçamos? Por que essas caras de choro? Entramos em campo para dar a vida! Lutar até vencer, as consequências medimos depois, entrega total! Eu não irei desistir, lutarei até o fim, se vencer, não me importarei com o que disserem amanhã! -
Fico surpreso, essa frase... enquanto o jovem pega a faixa de capitão do braço de um dos jogadores
- Eu posso apanhar todos os dias na entrada, posso ser jogado na lama, mas uma coisa eu sei, eu jamais desistirei! -
Essas frases, me irritam profundamente, fiquei a um passo de agarra-lo pela cola da camisa, sendo contido por Umika, com seu lindo sorriso
- A sua hora ainda não chegou, acalme-se -
Retorno ao banco de reservas, aguardando o início do segundo tempo, quero ver se aquela frase de efeito serve para algo além de ser apenas clichê.
O segundo tempo começa, Centenário no ataque, errando muitos passes, poucos chutes, até, que em um contra-ataque, os Defensores fazem 3 a 0, enterrando as palavras de Marco e seus clichês fora de moda. Faltando 30 minutos o que podia fazer era apenas olhar minha ideia que nada se muda com palavras valer
Marco pega a bola dentro do gol, torcida indo embora, olha para seu time desolado, olha para mim, abre um leve sorriso, disposto a lutar
Jogo recomeça e, para a minha surpresa, após cobrança de escanteio, Marco surge e marca de cabeça, apontando o número 1 para mim, apenas o ignoro
Para a revolta de muitos e alegria de poucos que ainda estavam no estádio, 15 minutos depois, Marco novamente surge marcando o segundo gol, novamente apontando para mim, dessa vez, o número 2.
Mas, a alegria acaba 3 minutos depois, Marco, em um lance extremamente arriscado, sobe novamente e toca para meio da área, onde García marca o gol de empate, porém, Marco se choca fortemente contra a trave, fazendo todos correrem em direção ao jovem ao chão. Me revolto!
- Por que fez isso Marco? - Só o que consigo dizer, sendo respondido com a frase mais idiota que eu poderia ouvir
- Não importa se é 11 contra 1, pois essa única pessoa tem a determinação de um mundo -
Não consigo ficar irritado, apenas sorrio e o ajudo a ser colocado na maca
- Está na hora desse um ir descansar, já fez muito hoje, agora tem mais 10 para te suprir -
Marco sorri e apenas diz:
- Não, está na hora do verdadeiro número 1 renascer! Para lutar contra os 11 sem determinação - me deixando sem entender
Retorno para o banco, depois do ato heroico de Marco, 3 a 3, nunca vi uma partida tão emocionante em anos, até que...
- Idiota, se jogou para salvar um time todo, seria engraçado se ele não jogasse mais por causa disso, não acham? - Comentário do goleiro dos defensores
Nisso, minha aura, inflada pela atitude do Marco, é alimentada por esse sentimento de raiva, ela começa a se liberar, sem mais controle, estou no meu limite!
- Umika, o que o Marco disse, foi em relação a ele ter me inscrevido no time, certo? -
A jovem, um pouco assustada, acena com a cabeça que sim, pego um uniforme, o número 20 dessa vez
- Vou entrar no lugar dele - Minha aura em chamas, não poderia deixar tudo o que ele fez ser em vão
Vou em direção ao jogador que comentou sobre o Marco, minha aura explode, perco o controle sobre mim, a última coisa que me lembro é a seguinte frase
- Irei te mostrar o quanto dói se sacrificar por algo -
Irei colocar tudo em jogo novamente... que eu não perca tudo igual a ultima vez...
Autor(a): greattechsoul
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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Claen Postado em 09/12/2020 - 13:15:43
Fiquei feliz ao ver uma fanfic com um tema diferente, que não seja esses tais vondy, ponny ou sei lá o que, por aqui. kkk Embora futebol não seja a minha praia, comecei a ler sua história e achei interessante. Continuarei acompanhando.
greattechsoul Postado em 10/12/2020 - 10:15:36
Muito obrigado por comentar, fico feliz que tenha gostado.