Fanfics Brasil - Capítulo 32 - As Recordações - Parte 2 - Capítulo Extra O Cálice do Desejo e o Sabor Amargo da Traição - 4ª Temp [+18] [Hot] (Saint Seiya) - Finalizada

Fanfic: O Cálice do Desejo e o Sabor Amargo da Traição - 4ª Temp [+18] [Hot] (Saint Seiya) - Finalizada | Tema: Saint Seiya


Capítulo: Capítulo 32 - As Recordações - Parte 2 - Capítulo Extra

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Três anos antes


 


* * * Santuário de Atena – Arredores de Atenas, Grécia * * *


 


Casa do Grande Mestre, Sala do Mestre


                    


-Atena- 


                    


E em segundos senti braços fortes me segurando, me impedindo de ir ao chão. Eu o olhava sem acreditar! Eu o vi morrer! Não podia ser!


(Kanon) – Você está bem?


Só podia ser fruto da minha imaginação! Levei a minha mão ao seu rosto e pude sentir o calor da sua pele.


(Atena) – Pelos deuses, você está mesmo aqui... Saga!


Ele fechou os olhos e respirou fundo.


(Kanon) – Lamento, mas o meu irmão está morto! Eu sou o Kanon, o irmão gêmeo do Saga.


Pisquei várias vezes olhando para aquele rosto tão familiar, eram idênticos!


(Atena) – Kanon? O irmão gêmeo de Saga...


Ele me ajudou a ficar de pé.


(Kanon) – Sim, Atena...


Levei a minha mão a nuca e respirei fundo.


(Atena) – Me desculpe, é que vocês são idênticos!


Kanon abaixou a cabeça.


(Kanon) – Queria eu, ser parecido com o meu irmão, não só na aparência mas no caráter também. 


Ele se afastou de mim, assim que notou que eu não cairia novamente.


(Atena) – Por que diz isso?


Ele olhou para mim e seus olhos estavam tristes, cheios de culpa.


(Kanon) – Atena, eu fui o responsável por despertar o deus dos mares, Poseidon!


Fiquei surpresa com a notícia.


(Atena) – Como isso foi possível?


Kanon então me relatou toda a história desde as desavenças com o irmão. Ele tentava convencer o Saga de assumir o santuário e de me matar nesse processo para assumir o poder. Saga vendo a maldade do irmão o aprisionou nas rochas, no Cabo Sunion, onde ninguém jamais saiu. Kanon por acaso tentando sair do calabouço ao mover uma rocha, achou o tridente de Poseidon que estava com o meu selo, ao mover o tridente ele foi sugado para o mundo submarino de Poseidon e lá achou também a minha ânfora que estava com o deus dos mares aprisionado. O libertou e ganhou a confiança de Poseidon.


(Kanon) – Então no meu plano, vocês dois se destruiriam e eu poderia controlar tanto os mares como a Terra.


Eu andava de um lado para o outro processando toda a informação recebida, Kanon era realmente muito inteligente e sagaz, mas principalmente tinha sangue frio para executar o seu plano, que quase deu certo!


Ele em posição de reverência e sem me olhar, falou em tom de tristeza:


(Kanon) – Eu disse que era diferente do meu irmão... achei que todos esses anos presos naquele calabouço eu devia a minha vida ao meu ódio, que a minha vontade de ter minha vingança contra o meu irmão e a você me alimentavam nas noites em que o mar tomava conta daquela prisão...


Parei de andar e fiquei de frente para ele. Ele levantou a vista e me disse:


(Kanon) – Mas na verdade, era você quem me mantinha vivo noite após noite...  


Passei a mão na minha nuca, eu estava confusa com tanta informação. Voltei a me sentar no trono. Kanon me olhou com os seus lindos olhos azul-esverdeados.


(Kanon) – Sei que o que eu fiz não tem perdão, que o que eu fiz a você, Atena, é digno de morte! Então tenho um único pedido: Me permita lutar por você, até a morte! Prometo usar todo o meu poder para destruir cada inimigo que se levantar contra você, prometo ainda que eu não morrei, não antes de liquidar seus inimigos, um a um. É o mínimo que eu posso fazer depois de tudo o que fiz.


Ele falava com toda convicção me olhando nos olhos.


 (Kanon) – Porém, se não for da sua vontade que eu lute em seu nome, então peço que me condene, que leve a minha vida, assim estarei cumprindo minha penitência por tudo o que fiz.


Sei que depois de tudo o que eu ouvi, a última coisa que eu deveria era confiar nele, mas não sei porque, mas eu confiava plenamente nele, do seu arrependimento, ele estava sendo sincero.


Me levantei do trono e me aproximei mais dele. Kanon me olhava esperando a minha resposta.


(Atena) -  Kanon, pensei em tudo o que me falou e minha conclusão é que: será de extrema ajuda tê-lo ao meu lado! Aceito o seu pedido para se juntar aos meus cavaleiros.


Ele ficou surpreso com a minha resposta.


(Kanon) – Vai mesmo permitir que eu lute em seu nome, Atena?


(Atena) – Sim, Kanon, permitirei, não é isso que quer?


Kanon se levantou e me olhou nos olhos.


(Kanon) – Sim, é o que mais quero... me desculpe, Atena, é que eu não esperava que aceitasse... ou no máximo aceitaria a segunda opção... depois de tudo o que eu fiz.


Sorri docemente.


(Atena) – Kanon, consigo ver no seu olhar que está arrependido, que tudo o que está me falando é verdade.


Ele abaixou a fronte e começou a chorar, estava cheio de culpa.


Toquei no seu rosto, fazendo com que ele olhasse para mim.


(Atena) – Kanon, eu te perdoo por tudo o que fez! Claramente é outro homem agora!


Ele com os olhos cheios de lágrimas, balançava a cabeça em negativa.


(Kanon) – Atena, eu não sou merecedor do seu perdão!


Enxuguei suas lágrimas.


(Atena) – Para mim é sim! Você está aqui agora! No momento em que mais preciso da sua ajuda! Isso não tem preço, Kanon! Sei que posso contar com você! 


 


* * * Mansão Kido – Atenas, Grécia * * *


 


Área Externa, Jardim dos Fundos


 


Kanon, sentando na grama, olhou para o Pólux, enquanto enxugava uma lágrima e sorriu.


(Kanon) – Dá para acreditar? Ela acreditou em mim, amigão! Me deu uma segunda chance!  


Pólux começou a lamber o rosto do Kanon que começou a sorrir.


(Kanon) – É, eu sei que você também acredita em mim!


Pólux voltou a se sentar na frente do Kanon.


(Kanon) – Eu nunca tinha ficado tão determinado com uma coisa, como fiquei em lutar por ela! 



 Três anos antes


 


* * * Santuário de Atena – Arredores de Atenas, Grécia * * *


 


Casa do Grande Mestre, Sala do Mestre


 


-Atena- 


 Ele falou firme me olhando nos olhos:


(Kanon) – Farei sua confiança em mim valer a pena, não importa o que virá pela frente, a defenderei com a minha vida! Eu prometo!


Sorri.


(Atena) – Acredito em você, Kanon! Seus olhos me dizem isso! Gostaria que cuidasse da Casa de Gêmeos.


Ele me olhou surpreso mais uma vez.


(Kanon) – Quer que eu cuide da casa do meu irmão?


(Atena) – Sim, você agora é um Cavaleiro de Ouro, e como o seu irmão, é merecedor de cuidar daquela casa! O que me diz Cavaleiro de Ouro de Gêmeos?


Ele abaixou a cabeça e enxugou as lágrimas.


(Kanon) – Sei que não sou merecedor, mas defenderei aquela casa, por você, Atena! Mas eu tenho um pedido: Gostaria de estar aqui, ao seu lado, ter certeza que ninguém chegará perto de você! Assim como o meu irmão, eu consegui desenvolver as habilidades de luta dele. Consigo mesmo desta distância, proteger a Casa de Gêmeos.


Fiquei impressionada.


(Atena) – Isso é incrível, Kanon! Vai ser muito bom tê-lo aqui comigo!


Toquei no seu rosto e disse do fundo do meu coração.


(Atena) – Obrigada, Kanon! Obrigada, por estar aqui!


(Kanon) – Obrigado, Atena, por me ajudar a expiar os meus pecados.


Sorri.


(Atena) – A mim, você não deve mais nada, Kanon!


Pela primeira vez ele sorriu para mim. 



Templo de Atena


                    


-Kanon- 


 Saí a procura dela e a encontrei de joelhos no chão em volta de várias pétalas. Corri na sua direção.


(Kanon) – Atena! Você está bem?


Ela olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas, ela não conseguia falar. Apenas sussurrou:


(Atena) – Shaka...


(Kanon) – Seu Cavaleiro de Virgem... ele realmente... morreu?


Ela confirmou com a cabeça que sim.


(Kanon) – Eu sinto muito, não sei o que deu no meu irmão, não faz sentido o que ele está fazendo...


Ela enxugou as lágrimas e respirou fundo.


(Atena) – Shaka me enviou uma mensagem antes de partir... sei que ele está bem, mas mesmo assim, dói muito perde-lo...


Ela me mostrou umas pétalas escritas a sangue.


(Kanon) – Arayashiki? O que é isso?


(Atena) – O oitavo sentido, para lutar no submundo de Hades, é necessário despertar o Arayashiki. Com isso entendi o que o Shaka quis me dizer, preciso encontrá-lo!


(Kanon) – Você disse que ele estava morto!


Eu a ajudei a se levantar.


(Atena) – Sim, ele está!


(Kanon) – Perdoe-me, mas não estou entendendo...


Ela colocou as duas mãos macias no meu rosto e me olhou nos olhos.


(Atena) – O Shaka está me esperando, preciso me encontrar com ele, mas antes, preciso que entregue a adaga dourada para o seu irmão.


(Kanon) – Ele a matará se eu a entregar! É exatamente isso que ele quer!


(Atena) – Exatamente, preciso que ele faça isso, Kanon.


Eu balançava a cabeça em negativa. Era um absurdo!


(Kanon) – Eu prometi que a protegeria e é isso que eu vou fazer! Não posso permitir que ele a mate!


Ela puxou um sorriso.


(Atena) – Agradeço a preocupação, Kanon, mas prometo que vou ficar bem, mas a única forma de derrotar o Hades é fazendo desta forma!


Andei de um lado para o outro.


(Kanon) – Tem que haver outro modo... você não pode morrer!


(Atena) – Infelizmente não há...


Parei de andar e olhei para os céus, deveria ter outro jeito!


(Atena) – Kanon...


Ela me chamou para que eu olhasse para ela.


(Atena) – Não se preocupe, ficarei bem!


(Kanon) – Como pode ter certeza disso?


(Atena) – O Shaka me disse, e eu confio plenamente nele! Confia em mim?


Respirei fundo.


(Kanon) – Sim, confio.


Ela puxou um sorriso.


(Atena) - Você é de extrema importância, Kanon! Mas agora a nossa luta será no mundo de Hades! Para isso preciso que desperte o oitavo sentido.


Cheguei próximo dela.


(Kanon) – Se, para cumprir com a minha promessa a você, eu preciso despertar o oitavo sentido, então despertarei o oitavo sentido!


Ela sorriu para mim.


(Atena) – Sei disso, Kanon! Conto com você! Mas agora vou chamar o seu irmão aqui, preciso que ele faça o que tem que ser feito.


Confirmei com a cabeça que sim.



 * * * Mansão Kido – Atenas, Grécia * * *


  


Área Externa, Jardim dos Fundos


 


 (Kanon) – Ela me fez acreditar que eu poderia ser uma nova pessoa, e eu não iria decepcioná-la! Eu disse que não morreria, não antes de matar todos que se levantaram contra ela, a minha deusa!


Pólux latiu e balançou o rabo em concordância. Kanon sorriu.


(Kanon) – Eu matei todos os caras maus, amigão!


Pólux voltou a lamber o seu rosto. Kanon fez um carinho no pescoço do cão.


(Kanon) – Obrigado!  Cumpri a minha promessa e me senti redimido, senti uma vez na vida o que era a tão falada paz! Graças à Atena! E por mim, poderia ter terminado aqui a minha história, mas ela não quis assim, amigão!


 ♊


 


Três anos antes


 


* * * Santuário de Atena – Arredores de Atenas, Grécia * * *


 


Templo de Atena


                    


-Kanon- 


 


Ouvi uma doce voz me chamando ao longe.


(Atena) - Kanon? Consegue me ouvir?


(Kanon) – A-Atena?


Ouvi um suspiro de alívio.


(Atena) – Graças aos deuses!


Senti duas mãos macias e quentes tocando o meu rosto.


(Atena) – Kanon, abra os olhos...


Senti minhas pálpebras pesadas, mas com esforço consegui abrir os meus olhos. Enxergava tudo embaçado, mas aos poucos minha visão voltou a focar e pude ver claramente o lindo rosto dela.


(Kanon) – Atena? Mas... como isso é possível?


Ela sorria para mim.


(Atena) – Me perdoe, mas eu não podia perdê-lo para a morte, Kanon! Preciso de você, aqui comigo, você é o meu cavaleiro, não é?


Como isso era possível?


(Kanon) – Estou nos Campos Elísios, é isso?


Ela sorriu e me ajudou a me sentar.


(Atena) – Lamento, mas não está, está aqui no santuário! Se sente bem?


(Kanon) – Sim, mas acho que... estou sonhando... delirando talvez...


Ela pegou a minha mão e levou ao seu rosto.


(Atena) – Sente? Sou real, assim como você também é! Não é um sonho é a realidade!


Eu a olhava, tentando acreditar em tudo o que acontecia ao meu redor.


(Atena) – Sei que está confuso, mas eu o ressuscitei, precisava de você aqui no santuário, é o meu cavaleiro de ouro, lembra-se?


Sorri.


(Kanon) – Atena, quanto mais você fala, mas tenho certeza de que estou sonhando.


Ela sorriu, se levantou, ficando de pé, e me ofereceu a sua mão.


(Atena) – Kanon, com você aqui, está tudo perfeito! Venha, quero te apresentar seus novos colegas de batalha.


Peguei na sua pequena mão, me levantei e a segui para dentro da Casa do Grande Mestre.


 



 


* * * Mansão Kido – Atenas, Grécia * * *


 


 Área Externa, Jardim dos Fundos


 


Kanon fazia carinho na cabeça do Pólux.


 (Kanon) – Acho que demorei horas para acreditar que realmente eu estava vivo e graças a Atena! Tudo que sou hoje, eu devo a ela... Ela foi a primeira pessoa que me confiou em mim, mesmo depois de saber tudo o que eu havia feito contra ela... E para a minha total surpresa, ela também me amou... me desejou... me mostrou todos os sentimentos bons que eu desconhecia, até então... mas eu sempre soube que não era merecedor de tamanho privilégio... ela é maravilhosa, perfeita, única... um sonho que ela me permitiu vivenciar, eu não a merecia, eu sempre tive total consciência disso, amigão...


Kanon encostou a sua testa no Pólux.


(Kanon) – Mas eu me apaixonei perdidamente por ela... ela é incrível, cada minuto ao lado dela, foram momentos únicos, maravilhosos... e quando dei por mim eu já a amava... ela já morava aqui dentro há muito tempo, sabe?... Mas era um amor à distância, um desejo guardado... mesmo sabendo que uma hora tudo isso poderia acabar, não foi o suficiente para me resguardar desses sentimentos que eu sentia...


Kanon olhou nos olhos castanhos escuros do Pólux.


(Kanon) – E esse dia chegou... não estamos mais juntos... ela decidiu por terminar... disse ser melhor para mim... que eu merecia alguém melhor...


Kanon enxugou umas lágrimas.


(Kanon) – Dá para acreditar nisso? Ela é única!


Pólux latiu.


(Kanon) – Eu sou grato por tudo que ela me permitiu viver, amigão... eu só tenho que aprender a viver sem tê-la novamente... essa é a parte difícil... mas eu tenho que ficar bem...  Por ela eu vou ficar bem... não quero ser uma preocupação para ela... ela já fez de tudo por mim... não seria justo se ela se sentir culpada por me ver assim... então...


Kanon se levantou da grama e ainda olhando para o Pólux, disse:


(Kanon) – Agora sabe o porquê de me encontrar nesse estado, amigão! Obrigado por me ouvir! Agora vou entrar, está quase na hora do jantar, tenho que me arrumar... principalmente essa cara!


Kanon passou a mão nos pelos macios do Pólux e voltou para dentro da mansão.


 


 *  *  *



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Autor(a): Kelly Tavares

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