Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Dulce

Quando desci ao meio-fio uma hora depois, fiquei chocado como o inferno ao ver Ted parado ali, como se ele estivesse me esperando.

"O que você está fazendo aqui?" Olhei em volta, desconfiada.

"Senhor. Herrera não está aqui." Disse ele rapidamente, e obviamente sob instrução. "Mas ele me enviou para que você seja escoltado até sua mãe em segurança."

"Desculpe?" Eu estremeci. "Mas como..."

O cartão de crédito.

Claro que ele sabia para o que eu estava reservando o voo. E se ele não tinha meu endereço antes, eu apenas o entreguei em uma bandeja de prata. Estúpida, estúpida, estúpida.

"Onde ela está?" Eu exigi.

Ted levantou as mãos em falsa rendição. "Posso garantir que ela está sã e salva. Estou aqui apenas para levá-la, Srta. Espinosa. Então, por favor, entre no carro..."

Eu cruzei meus braços e olhei. "Como eu sei que posso confiar em você para me levar até ela?"

O pobre Ted não teve chance contra meus hormônios ou minhas emoções hoje.

"Acho que você não sabe ao certo." Ele admitiu. "Mas eu dou minha palavra, se isso faz alguma diferença."

Ele parecia tão perturbado que eu o agredi e me senti um pouco mal. Com tanta relutância, entrei no carro.

“Tudo bem, mas juro a você, Ted, se eu ver Alfonso, tenho a polícia na discagem rápida.”

"Eu não duvido disso, senhorita." Ele abaixou a cabeça e fechou a porta.

Como as outras vezes em que ele me levou, ele tocou uma música clássica suave. Não fez nada para me acalmar quando eu bati meu joelho para cima e para baixo no banco de couro, impaciente. Dirigimos pela cidade e começamos a entrar em uma área mais suburbana, onde as casas ficavam cada vez menos distantes. Isso estava me deixando nervosa, e eu agarrei meu telefone enquanto chamava Ted.

"Este não é o caminho para o aeroporto".

"Não, senhorita Espinosa, não é." Ele respondeu calmamente. “Sua mãe está aqui na Califórnia. Por favor, seja paciente.”

Ser paciente era a última coisa que eu queria fazer. E Norma na Califórnia? Eu teria que ver para acreditar. Mas aguentei um pouco mais, pelo menos até chegarmos a uma área fechada de algum tipo de mansão nas colinas.

"O que é este lugar?" Eu perguntei.

Ted não me ouviu quando falou no interfone. O que ele disse fez com que o portão se abrisse e ele seguiu em frente. O carro parou em um caminho circular cercado por vegetação e uma fonte de água ornamentada na frente. Qualquer que fosse esse lugar, era grande demais para ser uma casa, mas também não parecia um hotel. Ted saiu para abrir minha porta e me apontou para as grandes portas de vidro no topo da escada.

"Estarei aqui esperando por você, senhorita."

"Mas... Eu nem sei o que é esse lugar", protestei.

Uma mulher estranha passou e me deu um pequeno aceno, seguido por algumas outras pessoas que eu não reconheci. Eles estavam todos vestidos com roupas bonitas, mas havia uma vibração estranha em todo o lugar que me fez hesitar.

"Estou instruído para deixá-la aqui." Explicou Ted. "E esperar o tempo que você precisar."

Claramente, ele também não sabia o que estava acontecendo. Então enrolei meu cardigã em torno de mim com um bufo e subi as grandes escadas de pedra, abrindo a porta de vidro. Parecia um hotel de luxo no interior, com uma grande recepção bem na frente. Eu andei nervosamente e uma mulher com cabelos loiros e um sorriso amigável me cumprimentou.

"Posso ajudar?"

"Hum, eu não tenho muita certeza." Eu disse. "Estou aqui para ver Norma-Jean Richmond."

"Ah, claro." Ela bateu de frente no computador. "Vou chamá-la para você."

Fiquei desajeitadamente ao lado, sem saber direito o que esperar enquanto esperava. Ao olhar em volta, vi mais rostos que não reconheci, mas, eventualmente, houve um que fiz. Era uma celebridade de verdade de um reality show.

Tentei evitar que minha boca se abrisse quando ele piscou para mim e passou por mim.

"Ele é bonito, não é?" A voz de Norma foi interrompida atrás de mim. "Um cara muito legal também."

Eu me virei em choque e pensei que o chão estava prestes a ceder em mim. Porque lá estava na minha frente minha mãe, mas eu mal a reconheci.

No lugar de seus olhos fundos, duas esferas vibrantes me encaravam. Sua pele tinha um brilho estranho, e eu quase podia jurar que até algumas de suas rugas haviam desaparecido. Seu cabelo era brilhante e, em vez de ser modelado no ninho de rato habitual, caiu em ondas suaves em volta dos ombros. Mas foram as quinze libras extras adicionadas ao seu corpo que realmente me fizeram dar uma olhada dupla.

Sem mencionar as roupas que ela estava vestindo. Longe estavam os saltos brancos baratos e jeans muito grandes. Não havia folhos no suéter bege ou na calça cáqui. Ela parecia uma... Bem, como uma mãe.

"O que aconteceu com você?" Eu soltei.

"Qual é o problema?" Ela riu. "Não reconhece sua mãe antiga?"

Havia uma gentileza em seus olhos que eu não via há anos, e uma uniformidade em sua voz que eu nunca ouvia. Abri minha boca, mas nada saiu. Ela entendeu que eu estava em choque quando ela me agarrou pelo braço e gentilmente me levou para longe.

"Vamos para o jardim." Sugeriu. "Pegue um pouco de ar fresco."

Eu a segui silenciosamente, as rodas girando no meu cérebro enquanto eu tentava lidar com qualquer coisa horrível que Alfonso tivesse feito com minha mãe. Mas não importa como eu girei, não consegui processá-lo.

Norma me ajudou a sentar em uma espreguiçadeira antes de me sentar em uma na minha frente. O cheiro de flores e água fresca invadiu minhas narinas, e eu tinha certeza de que o jardim era bonito, mas não conseguia tirar os olhos de Norma.

"Estou limpa." Ela começou, cruzando as mãos sobre o colo como uma dama. "Um mês. Sei que não é muito, e ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas é um começo."

"É aqui que você esteve no último mês?" Olhei em volta novamente, finalmente entendendo que era um centro de reabilitação. Um que, pelo que parece, deve ter custado uma fortuna.

"Com certeza é." Ela riu. "Você acredita nisso? Eu morando entre os ricos e famosos?”

"Mas como?"

"Alfonso." Disse ela calmamente.

"Você deve estar me cagando."

"Língua." Ela repreendeu.

"Oh, vamos, Norma." Respondi. "Não comece a agir como mãe agora."

Ela se encolheu com as minhas palavras e eu me dei um tapa mental, me sentindo a pior filha do mundo.

"Sinto muito." Eu disse. "É só que... Eu não esperava isso e estou um pouco confuso".

"Está bem." Ela assentiu. "Uma das coisas que eles nos ensinaram aqui é aceitar a responsabilidade por nossas ações. E não vou negar que fui uma mãe menos que estelar para você e Christopher.”

Mais uma vez, minha boca estava fazendo isso. Abrindo e fechando, mas nenhum som estava saindo.

"Mas eu amo você." Continuou ela. “E quero fazer parte da sua vida, Dulce. Você e Christopher são mais importantes para mim do que as drogas ou a bebida, e Alfonso precisou me ajudar a ver isso.”

"Mas como?" Eu perguntei novamente.

"Ele se abriu para mim." Ela encolheu os ombros. “Disse-me a verdade fria e dura. E eu me senti tão idiota por jogar direto nas mãos dele. Eu me senti fraca. Eu estava fraca. Mas quando ele me contou o que aconteceu à família dele e a quantidade de dor que sentia, nunca quis que você ou Christopher se sentissem assim. Ele me deu uma escolha. Ele me entregou uma passagem só de ida para este lugar e uma agulha com remédios suficientes para derrubar um cavalo. Ele disse que era minha decisão, mas que não ia mais me ver machucá-la.”

"Jesus, Norma." Eu cuspi.

"Ele estava certo." Disse ela. "Tudo o que tenho feito é machucar as pessoas que amo. Por tantos anos, porque eu não conseguia ver além da minha própria miséria. Perder Frankie, e depois pensar que ele viria levar vocês dois para longe de mim sempre que quisesse, bem, isso me assustou muito. Acho que tentei me desconectar de tudo isso da melhor maneira que sabia.”

"Então você realmente... Você desistiu de tudo." Eu disse.

"Estou tentando o meu melhor, Dulce." Ela olhou para os dedos entrelaçados com os olhos lacrimejantes. "Mas eu não vou fazer outras promessas além de dizer que vou continuar tentando. Alfonso é um bom homem por me ajudar desse jeito, embora ele não queira admitir isso sozinho. Ele está cheio de tanta dor que eu me preocupo. Eu me preocupo com você com ele. Mas ele veio me ver algumas vezes, e parece que ele está tentando também."

"Ele tem?" Eu perguntei. "Ele veio visitá-la?"

Ela assentiu, enxugando as lágrimas dos olhos. “Ele parece solitário. Ele sente muita falta de você.”

"Oh." Olhei para os meus sapatos. "Bem, estou muito feliz que você esteja aqui e que ele esteja ajudando você dessa maneira, mas isso não muda nada entre mim e Alfonso."

"Ele me disse que é isso que você diria". Ela sorriu. “Mas ele quer Dulce. Ele quer que você o ouça.”

"Então é disso que se trata?" Cruzei os braços e comecei a me fechar novamente, pensando que tudo tinha sido algum tipo de truque.

"Não." Norma balançou a cabeça. "Eu não deveria dizer nada de qualquer maneira. Mas você sabe que nunca fui boa em segurar minha língua.”

Eu pisquei para ela e segurei um soluço quando ela se inclinou para frente e apertou minha mão na dela. Foi o mais perto que ela chegou do carinho materno, desde que me lembrei.

"Sou a última pessoa a dar conselhos." Disse ela. “Mas se posso lhe dizer uma coisa, Dulce, é que Alfonso te ama de todo o coração. Ele te ama tanto que deixou de lado seus sentimentos por mim para fazer o que ele pensava que faria você feliz. E acho que isso fala por si.”

Eu sabia que Norma não conhecia todos os detalhes do que havia acontecido, mas também não os abordaria.

"Mas e ele e Christopher?" Eu perguntei. "Ambos estão sendo completamente loucos. Não aguento mais."

"Eu não sei." Ela encolheu os ombros. "Você terá que resolver isso com eles. Tudo o que estou dizendo é que você deve ouvir Alfonso. Veja o que ele tem a dizer.”

"E ele não colocou você nisso?" Eu perguntei desconfiada.

"Não." Ela balançou a cabeça. “Ele disse que queria fazer as coisas do seu jeito. Ele é um verdadeiro maníaco por controle, esse bastardo."

Eu ri apesar de mim. "Você não tem ideia."