Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Alfonso evitou-me todo o dia seguinte no trabalho e fiquei grata.

Eu não estava com vontade de sorrir para meus colegas de trabalho, então fiquei na minha mesa a maior parte do dia. Quando deixei o trabalho às cinco horas, estava exausta. Mas eu precisava ir à loja para comprar alguns mantimentos. O apartamento tinha muito pouco, e eu estava com vontade de comer algo com carboidratos.

Sentindo-me um pouco rebelde, entrei no primeiro teleférico que vi e apenas o rodei por um tempo. Eu ainda estava me acostumando com o sistema de transporte público em São Francisco, e na maioria das vezes eu ficava perto do apartamento. Mas desde que eu precisava tirar minha mente das coisas, eu percebi que explorar a cidade era uma maneira de fazer isso.

Eu estava ciente de que estava quebrando as regras de Alfonso, não mandando mensagens de texto para ele. Meu telefone queimava na minha mão quanto mais eu ia, e isso ameaçava estragar a experiência. Eu não queria mandar uma mensagem para ele hoje. Eu queria um dia onde eu pudesse fingir ser normal e aproveitar a minha vida sem todas as regras que pairavam sobre mim. Então eu desliguei meu telefone e coloquei na minha bolsa. E antes que eu pudesse realmente pensar nas consequências, arranquei a pulseira de GPS e joguei-a pela janela também.

Eu me senti um pouco culpada por jogar lixo, mas foi ofuscada pela minha nova liberdade. Eu tinha certeza de que haveria punição mais tarde, mas naquele momento eu não me importava.

O teleférico parou cerca de trinta minutos e o operador anunciou que era o fim da linha. Quando olhei para fora da janela, franzi a testa, não tendo ideia de onde estava. Ainda assim, saí junto com todos os outros e comecei a andar.

Eu perguntei a um homem idoso agradável se havia qualquer lugar de compras nesta parte da cidade e ele me apontou alguns blocos na direção oposta. Eu fiz a estada nos meus calcanhares, para o meu desconforto, e acabei na China Town.

Meu nariz me levou a um lugar que servia Dim Sum, que acabou sendo meu jantar. Depois de parar na padaria para levar alguns cupcakes a Nicole, tive a minha sorte lida por uma máquina na rua. E pela primeira vez o dia inteiro, eu na verdade fiz um sorriso.

Isso me avisou que as coisas nem sempre eram o que pareciam.

Eu ri e depois estremeci quando a brisa do mar soprou e as ruas começaram a diminuir. Estava ficando tarde e eu precisava voltar para o apartamento.

Quando achei o ônibus certo e fiz outra conexão, já passava das nove quando cheguei ao prédio.

Quando entrei, encontrei Alfonso andando de um lado para o outro no chão do saguão com o telefone no ouvido. Ele caiu no chão e quebrou em vários pedaços quando ele caminhou em minha direção sem hesitação.

Eu estava esperando raiva, mas o que eu vi foi outra coisa. Seu rosto estava branco, seus olhos cheios de angústia quando ele me puxou contra seu peito.

O homem da porta ignorou estoicamente nossa pequena vitrine e deslizou para fora enquanto Alfonso me esmagava em seu aperto. Ele estava tremendo e eu não conseguia entender o porquê.

"Onde você estava?"

Sua voz era quase um sussurro, e eu não tive tempo para responder. Porque ele repetiu a pergunta várias vezes, sua voz ficando mais alta quando ele me sacudiu em seus braços.

Fiquei tão confusa com a reação dele que achei difícil falar. Porque o que eu estava vendo não era raiva, mas terror. Puro e não diluído.

"Eu fui fazer compras", eu falei.

Ele puxou a pulseira que eu tinha tirado do teleférico e me mostrou os pedaços quebrados.

"Eu pensei que você estivesse morto." Ele se afastou e cerrou os punhos. "E você está me dizendo que você fez isso de propósito?"

"Por que você acha que eu estava morto?" Tentei recuperar a distância entre nós, sentindo a necessidade de consolá-lo.

Ele não me deixou.

"Essas regras não são para o meu divertimento", ele retrucou. "Eles são para sua segurança. Eu pensei que tinha deixado claro, Dulce. Você quebrou nosso acordo.”

Seus olhos estavam frios e sua voz estava vazia. O medo borbulhava dentro do meu peito enquanto eu corria em direção a ele.

"Foi um erro", eu gritei. "Por favor, não quebre o contrato. Eu só... eu precisava de um dia, isso é tudo. Um dia. Você pode me punir a cada dois dias pelos próximos cinco meses, eu ficarei feliz em aceitá-lo.”

Ele ergueu o olhar e olhou além de mim como se eu tivesse deixado de existir. Tentei tocá-lo e ele afastou minha mão.

“Por favor, Alfonso.”

Ele fechou os olhos e se virou, saindo pela porta.

Eu não segui. Isso só pioraria as coisas. Mas pela primeira vez desde que começamos a jogar este jogo, vi outro lado dele. E me arrependi do que fiz. Porque ficou claro que eu tinha o meu desejo. Eu o machuquei.