Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Eram dez e oito, e a loja agora estava oficialmente fechada. O assistente de varejo continuava me dando olhares sujos enquanto Alfonso digitava em seu telefone. No entanto, ela insistiu que estava mais do que feliz em manter a loja aberta até tarde para ele.

Eu olhei para outro preço e franzi a testa.

"Alfonso", eu sussurrei.

Ele piscou para mim como se não pudesse entender qual era o problema.

“Eu não posso comprar nada aqui. Isso é loucura."

Esta pequena declaração me rendeu outra carranca de Patricia com seu cabelo perfeito e terno de saia sob medida.

Não foi que eu não gostei da roupa. Eu não tinha sonhado com nada além de usar esse tipo de roupa desde que me lembrava. Foi por isso que colecionei todas as revistas de moda que eu poderia comprar com minha pequena renda. Foi a razão pela qual eu aprendi a costurar. Eu queria projetar minhas próprias criações e ter algo grande em vez de outra especial de barganha. Mas permitir que outra pessoa me compre esses tipos de roupas me fez sentir barato de alguma forma.

Alfonso simplesmente grunhiu com a minha declaração quando ele me puxou para o lado e deu ordens para Patricia.

“Ela precisa de uma variedade de roupas para durar o final de semana. Tamanho oito. Maquiagem, produtos de banho, o que mais as mulheres geralmente precisam. E sapatos. Consegue lidar com isso, Patricia, nos próximos dez minutos?”

"Claro." Ela deu-lhe um sorriso felino. "Eu ficaria encantado, Sr. Herrera."

"Obrigado." Ele balançou a cabeça, passando por cima de seu cartão de crédito preto brilhante. "Vamos esperar a frente."

Patricia foi pontual, tive que dar isso a ela. Ela chegou exatamente nove minutos depois, carregada com três outros assistentes de loja e mais sacolas do que eu poderia contar.

Eu engoli o nó na garganta e olhei para o chão enquanto Alfonso assinava toda a transação. Eu não conseguia ver essa quantidade e ainda olhava para o meu rosto no espelho todos os dias, então decidi fingir que não estava acontecendo.

Uma vez que estávamos de volta no meio-fio, eu entrei no Jaguar preto em que ele nos guiara. Eu não sabia muito sobre carros, mas este era todo linhas suaves e poder silencioso. Tinha uma beleza inesperada, e você podia dizer que Alfonso se orgulhava disso enquanto passeava pelas ruas de São Francisco. Ele mencionou que este modelo foi completamente personalizado para ele, e foi o único no mundo como este.

Quando perguntei como ele conseguiu adquiri-lo, ele me deu um sorriso de lobo que cheirava a sarcasmo por duas razões. Um, ele nunca me disse, e dois, eu deveria ter sido inteligente o suficiente para não perguntar em primeiro lugar.

Afundei-me nos assentos macios amanteigados e observei as luzes piscando enquanto passávamos em direção ao mar. A experiência não poderia ser entorpecida. Pelo menos agora eu poderia dizer que eu tinha andado em um carro esporte de luxo com um dos mundos de um por cento. Minha mãe engasgaria com o cigarro se me visse agora.

Quando entramos na marina, lancei um olhar interrogativo para Alfonso, mas ele simplesmente retirou todas as minhas malas do porta-malas. Ted estava pronto para pegar o carro e sair correndo na Alfonso.

Segui-o com as pernas bambas pelas docas até chegar ao que eu tinha certeza que devia ser uma piada.

"Lá está ela." Alfonso gesticulou para um pequeno navio balançando no mar.

Eu também não sabia muito sobre barcos, mas este era velho e desgastado e bastante pequeno. Foi o oposto do carro que ele dirigia e eu não consegui ver a comparação.

É claro que peguei sua mão estendida depois que ele descarregou as malas e pisou a bordo. Eu não estava prestes a ser esnobe sobre o tipo de passeio de barco que eu aceitaria, especialmente quando eu nunca tinha estado em um para começar.

Mas quando o barco balançou para a frente e para trás no balanço suave do oceano, agarrei o assento de couro com as juntas brancas e um certo olhar de terror no meu rosto. Ocorreu-me que estávamos nos aventurando na água aberta neste minúsculo navio. Eu nunca nadaria no oceano, mas sabia que havia criaturas à espreita lá muito maiores que isso. Eu tinha sido forçado a assistir ao canal Discovery quando Christopher conseguiu fazer um cabo livre. Tudo o que eu conseguia pensar agora eram baleias assassinas vindo abaixo de nós.

Alfonso me afivelou com um sorriso divertido antes de erguer minhas mãos dos lados do assento e colocá-las no meu colo.

"Primeira vez em um barco?"

"Nossa, como você adivinhou?" Eu brinquei.

"Você vai ficar bem", ele me assegurou. "Você está em mãos competentes."

Eu queria dizer a ele que ele soava arrogante, mas eu mantive minha boca fechada enquanto ele mexia com todos os doohickeys no volante. Eu imaginei que ele provavelmente precisaria de todo seu foco para não nos matar, então eu não queria dar a ele nenhuma distração.

O motor rugiu para a vida, e Alfonso ficou vivo enquanto nos empurrava para o mar. Foi a transformação mais estranha, toda a sua tensão e estresse saindo dele quando ele entrou no mar aberto.

Uma vez que me acalmei o suficiente para olhar em volta de mim, comecei a me divertir. A área da baía era um espetáculo para ser visto com as luzes cintilantes da cidade caindo no cenário e a ponte Golden Gate ao lado.

O ar salgado refrescou meu rosto e me refrescou de um jeito que eu não estava familiarizado. Fechei os olhos e inalei, adicionando outro primeiro ao meu banco de memória. Quando os abri novamente, vislumbrei Alfonso enquanto ele mexia nos botões antiquados do rádio. Para alguém tão experiente em tecnologia, eu não podia acreditar o quanto ele se encaixava nessa foto. Ele estava em seu elemento, e eu estava admirado com a visão diante de mim.

O luar brilhou na água aberta e refletiu as luzes de um lugar desconhecido à frente. Mas era o perfil de Alfonso que eu bebia, vendo um daqueles raros e sinceros momentos em que ele era simplesmente Alfonso. Não Alfonso Herrera, bilionário. Não Alfonso o empresário implacável. Nem mesmo Alfonso, o mestre de marionetes que controlava meu destino.

Este era o rosto do Alfonso que eu tinha visto pela primeira vez na minha varanda da frente. O homem que tinha um apelo a ele eu nunca pude entender. Ele era obviamente bonito, mas isso nunca foi o que aconteceu comigo. Com minha família, nunca tive muitas esperanças de atrair um namorado bonito. O melhor que eu poderia ter esperado era que ele fosse doce e pudesse lidar com o louco de Norma-Jean e um Christopher excessivamente protetor. Mas Alfonso não era nada disso. Ele era sombrio e misterioso e o tipo de homem que minha mãe me advertia era o pior para o coração de uma mulher.

Eu ainda podia ouvir sua voz grave na minha cabeça enquanto ela soltava uma risada amarga.

Esses homens são como seu pai. Bom para nada, vida baixa, escória da terra.

Um arrepio percorreu-me e fiquei surpresa quando Alfonso se ajoelhou e passou as mãos pelos meus braços. Nós paramos em um cais privado, e eu nem percebi.

"Você está com frio?" Ele perguntou, preocupação gravada em seu rosto.

"Não." Eu balancei a cabeça e deixei as memórias do passado desaparecerem. "Estou bem. Estamos aqui?”

"Sim", ele disse baixinho. "Este é o lugar."

Ele me desafivelou e, quando olhei para o rosto dele, pensei ter visto uma sugestão de nervos lá. Ele me ajudou a subir na doca antes de seguir com as malas.

Houve um pesado silêncio quando ele me levou até o cais e a uma pequena escadaria que parecia ser o comprimento da Grande Muralha da China. Só que, foi esculpida ao lado de um aterro íngreme.

Eu andei para o exercício porque meu professor de ginásio do ensino médio me disse que era o mais próximo que eu poderia chegar ao esforço físico real, sem me machucar. Então, subir a encosta de uma montanha não estava na minha lista de coisas favoritas de todos os tempos, mas comecei a caminhada de qualquer maneira.

No meio do caminho, minhas coxas estavam queimando, e eu tive uma dor no meu lado quando agarrei o corrimão ao nosso lado.

"Este não é o mesmo lugar que você me levou na semana passada", eu bufei.

Alfonso sorriu e fez uma pausa para me deixar descansar.

“É, mas você veio de carro. Não barco.”

"E você prefere o barco?" Eu chiei.

Um olhar sombrio passou por seu rosto antes de ele balançar a cabeça firmemente. "É tradição."

Eu não tinha ideia do que isso significava, mas o olhar solene em seu rosto foi o suficiente para chutar minha bunda novamente em ação. Havia tão poucos momentos que ele estava feliz, e esta noite era um deles. Até que eu abri minha boca grande.

Mais uma vez questionei por que isso importava para mim, mas não havia lógica para minha loucura.

Quando finalmente atravessamos a grande selva e aterrissamos em terreno plano, fui recompensada com a vista mais deslumbrante que já vi. Sentado no alto do penhasco havia uma mansão de estilo vitoriano que definitivamente não era construída a qualquer momento neste século. Havia uma extensão real de relva e vegetação luxuriante ao nosso redor. Era tão privado quanto privado poderia chegar a São Francisco.

Quando me virei, fui novamente recompensado com vistas panorâmicas do horizonte da cidade e da Ponte Golden Gate. Eu não conseguia parar de absorver tudo, e foi só quando olhei para Alfonso que vi com que cuidado ele estava me observando.

"O que é este lugar?" Eu perguntei.

"Esta é a minha casa. Na Ilha Belvedere.”

"É tão bonito..." Essa palavra nem sequer fez justiça, mas era a única em que eu conseguia pensar.

Ele não respondeu. Ele me levou até outra escada e destrancou a porta dos fundos. Eu o segui para dentro, absorvendo todas as nuances do lugar. Cada quarto pelo qual passamos estava cheio de cortinas exuberantes e cores ricas e ousadas decoravam as paredes. Dourados e vermelhos, cremes e beges acentuavam o chão e os detalhes coloridos de mogno. A mobília era extravagante, tons de terra macios que pairavam acima da vida sob os tetos abobadados. Foi a casa mais linda que eu já vi.

Eu queria parar para tomar cada centímetro dele, mas Alfonso foi rápido para me levar até a grande escadaria de madeira que se enrolou em direção ao topo da casa.

Ele parou no segundo andar e desceu outro longo corredor antes de abrir um conjunto de portas francesas azul-claras para revelar a suíte principal.

Ele colocou minhas malas em uma otomana de veludo no canto da sala e se virou para mim. “Aqui é onde você vai dormir. O banheiro está lá, como você provavelmente se lembra.”

Quando olhei ao redor da sala, tentei me lembrar dos pequenos detalhes que peguei durante a minha última estadia. Era tão diferente vê-lo em cores.

"Você pode tomar um banho se quiser", ele sugeriu. "Está com fome?"

"Não." Eu sorri, gostando muito da primeira sugestão dele. Um banho soava bem agora.

"Certo." Ele facilitou em direção à porta como se estivesse aliviado. Talvez ele estivesse adivinhando a si mesmo por me trazer aqui afinal de contas. “Bem, eu tenho algum trabalho para fazer. Há uma biblioteca no corredor à direita, se você ficar entediada. E, claro, as televisões também funcionam.”

Eu balancei a cabeça e deixei-o escapar sem qualquer protesto, sentindo que ele precisava colocar alguma distância entre nós.

Eu fiz meu caminho até o banheiro e olhei para a banheira. Esqueça bibliotecas ou televisões. Este era o lugar onde eu passaria a próxima hora.