Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Quando saí do hospital, Norma-Jean estava me esperando, pronta para atacar. Ela andava de um lado para o outro em seus saltos baixos e brancos, um cigarro pendendo de sua boca enquanto a fumaça subia ao redor dela. Ela tinha sido bonita uma vez, mas olhando para ela agora era difícil dizer. Seus olhos tinham entorpecido a um tom velho de verde enquanto sua pele tinha couro e seu cabelo se transformou em palha.

Ela inclinou a cabeça para o lado e me deu um sorriso condescendente enquanto seus olhos percorriam minha roupa. Eu estava vestindo um par de jeans e um suéter de cashmere rosa Alfonso me comprou, e de repente, eu desejei que não estivesse.

"O que há com as roupas?"

"Foi tudo o que eu tive em curto prazo", eu forneci.

"Eles parecem caros", ela respondeu, farejando o ar como se ela pudesse sentir o cheiro de dinheiro saindo de mim. Norma-Jean sempre virara o nariz para qualquer coisa que parecesse cara.

"Olha, mãe, você quer saber como Christopher está indo ou não?"

Ela estreitou os olhos para o termo que ela odiava, mas eu não me importei. Eu estava muito cansada para suas travessuras.

"Eu já sei", ela retrucou. “Só porque você vem aqui parecendo toda extravagante e eles te dizem, você acha que isso te torna especial? Bem, adivinhe, conheço meus direitos e eles também precisam me dizer. Eu sou sua mãe no caso de você ter esquecido. Você pode mudar suas roupas e a maneira como anda, como se você fosse uma grande figura, mas lembre-se de que a maçã não cai longe da árvore. Você vai voltar aqui um dia. Marque minhas palavras. E você será tão humilde quanto todos os outros, quando você ver como o mundo realmente funciona.”

Eu aprendi há muito tempo que era melhor escolher minhas batalhas com Norma. E normalmente, eu não teria piscado duas vezes em seu tom ou em suas observações maliciosas. Mas hoje foi a última gota. Eu estava cansada dela me empurrando. Eu estava cansada de todos me empurrando. E então eu abri minha boca e deixei todo o ódio que eu estava acumulando por duas décadas.

"Eu nunca vou ser como você", eu rosnei. "Você é uma maldita bêbada e viciada em drogas, Norma. Quando você vai perceber? São apenas quarenta e seis anos. Não é tempo suficiente para descobrir?”

Eu sabia que estava chegando. Eu senti o peso disso muitas vezes na minha juventude. Ainda me chocou quando a palma da sua mão colidiu contra o lado da minha bochecha. Mas eu não era mais uma garotinha e não tinha que aguentar isso. Para o inferno com o que eu prometi a Christopher, e para o inferno com ela.

Quando olhei de novo para o arrependimento em seu rosto enrugado, senti simpatia por ela. Esse era o caminho de um viciado. Eles atacariam as únicas pessoas que poderiam amá-los, alimentariam seu ódio a si mesmos com mais de seu vício escolhido. Foi um ciclo vicioso, que eu duvidava que Norma-Jean fosse capaz de quebrar.

Eu não precisava puni-la mais do que ela já estava se punindo. Eu simplesmente precisava ir embora. Então foi o que eu fiz.

Mas quando me virei, vi Alfonso caminhando na minha direção. E pelo conjunto de sua mandíbula, eu estava adivinhando que ele tinha visto toda a interação. Seu pescoço estava amarrado e seus olhos queimavam com ódio enquanto ele andava em direção a minha mãe.

Eu tinha que admitir, isso me assustou um pouco. Eu nunca o vi tão desequilibrado. Então, cheio de raiva. E eu tive que pará-lo antes que ele fizesse o que a raiva estava dizendo a ele.

Eu entrei em seu caminho e empurrei contra seu peito, sentindo o peso do músculo arfando com cada respiração irregular. Ele não tirou os olhos de Norma-Jean, e eu podia sentir a volatilidade crescendo a cada momento que passava.

"Alfondo?" Agarrei seu rosto e inclinei-o para baixo em direção ao meu, para que ele pudesse me ver. "Hey, estou bem. Estamos bem. Vamos sair daqui.”

"Que diabos você está fazendo com ele, Dulce?" A voz da minha mãe acusou por trás de mim.

Como ela sabia quem era Alfonso Herrera, eu não sabia dizer. Ela provavelmente o viu em uma revista e trancou-o em sua categoria mental de bastardos ricos que ela odiaria até o dia em que ela morresse.

"Saia, Norma", eu gritei. "Por favor. Você já fez o suficiente aqui hoje. Apenas vá para casa.”

Houve uma batida de silêncio em que eu me certifiquei de segurar o olhar de Alfonso. Ainda havia uma tempestade furiosa em seus olhos, mas o que quer que eu estivesse fazendo parecia estar ajudando, pelo menos um pouco. Norma-Jean ainda estava resmungando atrás de mim, mas parou no momento em que ele falou.

"Se você a tocar de novo, eu mesmo vou te matar."

Tudo ao meu redor ficou quieto, e eu tentei ver suas palavras ameaçadoras pelo que elas eram. Uma ameaça vazia. Norma não respondeu bem às ameaças, e eu me preparei para ela voltar com algo igualmente desagradável.

Mas, em vez disso, tudo o que ouvi foi o recuo de seus calcanhares enquanto eles a levavam embora. Eu estava oficialmente estupefato.

Alfonso me puxou para seus braços e fechou os olhos enquanto ele beijava minha bochecha ardendo.

"Ninguém te machuca assim", ele murmurou. "Nunca."

"Você faz às vezes", eu o lembrei em um esforço para aliviar a tensão.

"Isso é diferente." Ele grunhiu.

"Por quê?"

"Porque você gosta disso."

Eu sorri e balancei a cabeça, e Alfonso até sorriu um pouco também.

"Você está bem?"

"Estou bem", eu sussurrei contra ele. "O que você está fazendo aqui?"

"Eu queria estar aqui", disse ele. "Por você. Mas então eu vi o que ela fez...”

Sua raiva estava retornando, então tentei acalmá-lo.

"Eu posso imaginar como deve ter parecido para você", eu disse. “Mas ela é viciada. E ela ainda é minha mãe.”

Parecia que ele queria discutir, mas pensou melhor. Em vez disso, ele me beijou na testa e me pegou pela mão enquanto me guiava pelo estacionamento.

"Onde estamos indo?" Eu perguntei.

"Casa", afirmou com firmeza. "O mais longe possível deste lugar."