Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Eu me joguei em meus projetos nas últimas duas semanas, passando horas a fio na sala de costura.

Alfonso parava de vez em quando, tentando encontrar alguma aparência de conversa no oceano entre nós. Não estava funcionando. Desta vez, eu não sabia como consertar a distância. Eu nem sabia se podia.

Eu estava com raiva. Então com raiva. Para ele, em Christopher, na Norma-Jean... E todos os outros que já haviam mentido para mim. Eu nunca senti tanta raiva em minha vida e, francamente, eu não sabia o que fazer com isso.

Então eu fiquei deslumbrada. Rasguei o tecido com uma tesoura e costurei-o novamente. Então eu fiquei mais deslumbrada.

"Eu tenho que ir a um jantar de negócios." A voz de Alfonso saiu da porta. "Eu estou supondo que você gostaria de ter um passe em se juntar a mim?"

Eu não respondi. Eu não conseguia nem olhar para ele, e eu estava grata por ele não ter tentado me tocar também. Porque ele sabia. Ele sabia que eu estava prestes a implodir. Então ele me deixou sozinha. Eu queria ir a um jantar de negócios com ele? Inferno, porra não, eu não queria.

Ouvi-o suspirar enquanto se afastava e o clique da porta da frente alguns instantes depois. Ele ressoou pelo apartamento como o som de uma porta da prisão se fechando. Fechando-me. Porque é onde eu estava. Preso em um jogo em que eu não conhecia as regras. Onde eu não sabia mais em quem confiar. Onde eu perdi todos que eu amei.

Eu ainda sentia pena de mim mesma uma hora depois, quando Nicole bateu a cabeça e me surpreendeu.

"O que é tudo isso?" Ela perguntou quando entrou.

Eu não tinha dito a ela que eu estava costurando porque eu estava muito envolvida nas minhas emoções para ter uma conversa real com alguém.

"É apenas um lugar para mim por perto", eu disse.

"Isso é muito legal..." Sua voz vacilou quando seus olhos caíram sobre a máquina de costura preta na minha frente. Por um momento, ela parecia estar com dor.

"Nicole?"

Ela endireitou a coluna e caminhou de volta para a porta. "Eu te trouxe um jantar."

"Oh." Eu pisquei. "Obrigada?"

"Alfonso me disse para trazer", ela admitiu. "Mas eu queria verificar você mesmo e ver como você estava."

Eu me levantei e dobrei a peça em que estava trabalhando, decidindo que tinha castigado o suficiente por uma noite.

Eu segui Nicole até a barra de café da manhã e sentei-me enquanto ela pegava os recipientes de Sushi. Ela me entregou uma e eu mastiguei um rolo da Califórnia em tempo recorde, sem saborear uma única coisa.

"Eu não sei o que fazer", eu soltei, meus olhos ardendo com lágrimas não derramadas. "Eu não aguento mais isso, Nicole. Tem coisas que eu quero te contar...”

Seus olhos se arregalaram e ela tossiu enquanto tomava um gole de água.

"Mas eu não posso", eu continuei. "Ou pelo menos, eu não deveria."

Ela pesou minhas palavras com cuidado antes de chegar à mão para mim.

"Dulce, há coisas que eu quero te dizer também..."

O telefone residencial de Alfonso soou, assustando as duas. Eu nunca tinha ouvido isso antes. Ele geralmente lidava com tudo no celular.

“Ele deve ter desviado suas ligações aqui por acaso,” disse Nicole, nervosa.

Deixei soar seis vezes no total antes de a máquina atender. Uma voz estridente veio na outra linha, ecoando pelo apartamento.

"Estou um pouco sem dinheiro este mês", Norma-Jean gritou pelo alto-falante. "Eu tenho meu filho em casa agora, então eu preciso de alguns dos pagamentos do próximo mês com antecedência."

Ela fungou no telefone, sua voz ficando mais agitada e desesperada no momento.

"Eu preciso disso agora. É realmente importante que eu tenha agora”, ela persistiu. "Ou eu poderia ter que perguntar a Dulce, e você não iria querer isso?"

Houve barulhos abafados e um clique antes de o tom de discagem soar.

Levantei-me e corri para a máquina, e Nicole me lançou um olhar preocupado. Apertei o botão, tentando obter uma reprodução, mas a máquina continuava me pedindo um código de segurança.

"Ela disse meu nome", afirmei, como se eu precisasse da confirmação de Nicole. “Essa era minha mãe e ela ligou para Alfonso. Porque ela disse meu nome.”

Minhas palavras não estavam saindo como eu queria ou precisava delas, mas Nicole entendeu. Ela se aproximou e me puxou para seus braços. Ela me deixou abraçar ela de volta, usando sua força para me apoiar enquanto eu tentava entender o que isso significava.

"Por que ele está dando dinheiro para minha mãe?" Eu murmurei. "Eu não entendo."

Andei de um lado para o outro na cozinha enquanto Nicole me observava cansada. Ela não estava me fazendo nenhuma pergunta, e eu não sabia o porquê. Eu precisava dela para me fazer perguntas. Eu precisava dela para me ajudar a entender essa bagunça.

Mas então me ocorreu. O único lugar que eu sabia com certeza tinha a informação que eu queria. E estava sentado em uma casa na Ilha Belvedere.

Eu corri para a caixa na cozinha onde Alfonso guardava suas chaves extras, verificando cada etiqueta antes de encontrar as que eu precisava.

“O que você está fazendo?” Nicole perguntou.

"Estou indo para a Ilha Belvedere", respondi. "Eu vou conseguir as respostas que preciso."