Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Seis dias agonizantes haviam passado desde que eu senti a presença de Alfonso perto de mim. Ele continuou a me mandar uma mensagem, para me dizer que isso não tinha acabado. Que ele precisava de mim. Que ele viria me pegar se eu não respondesse em breve.

Havia correios de voz também. Eu não consegui ouvi-los. Mas eu mantive minha pulseira de GPS ligada. Eu queria uma razão para me sentir perto dele porque ele não estava lá. Eu olhava para isso todos os dias, imaginando se ele também pensava sobre isso. Se soubesse onde eu estava, ficava longe dele. E se eu fosse tirá-lo, ele apareceria na minha porta?

Era muito doloroso pensar nisso, então eu fiz parar. Eu realmente não estava lidando com nada, eu estava apenas sobrevivendo no piloto automático. Eu fiquei tentada a pegar uma página do livro de Norma e afogar minha dor no álcool, mas eu ainda queria acreditar que eu era mais forte que isso.

Além disso, Christopher estava fazendo o suficiente para nós dois. E eu estava pisando em cascas de ovos enquanto pensava em como trazer isso para ele. Eu era uma estranha em minha própria casa, morava com duas pessoas que nem olhavam uma para a outra, mas diziam viver segundo algum código familiar.

Eu não podia falar com Christopher do jeito que eu costumava. Ele era um homem mudado. Eu tinha medo de nunca mais saber de novo. Depois da nossa conversa no primeiro dia, mal nos falamos. Eu ainda tinha que falar sobre o assunto de Norma, embora eu estivesse tentando o meu melhor para mantê-la em casa o máximo possível. Ela já estava cansada de mim também, perguntando quando eu planejava voltar para a Califórnia.

Minha presença não era mais um conforto para ninguém, e eu me afundava na autopiedade. Comecei a dormir. Sentada no sofá e pondo pizza na boca enquanto Christopher observava o Discovery Channel. Norma desmaiou na mesa de laminado em um prato de espaguete gelado. Fazia cinco anos e nada havia mudado. Eu não tinha ideia do que estava fazendo mais. Mas eu não poderia ficar aqui neste ambiente venenoso cheio de fumaça. As paredes estavam se fechando em mim e eu não conseguia respirar. Então eu me levantei e comecei a andar.

"O que diabos está errado com você agora?" Christopher resmungou.

"Isso!" Eu balancei meus braços ao redor da sala. “Como você pode viver assim? Como você pode ficar aqui o dia todo e ver sua vida passar nesta existência de merda?”

"Bem, desculpe o fora de mim", ele retrucou. "Eu não percebi que era tão horrível aqui. Você vê, eu passei os últimos cinco anos atrás das grades... Então para mim, esta é a porra da mãe do paraíso!”

"Não coloque isso em mim de novo!" Eu apontei um dedo trêmulo para ele. “Eu sei o que você pensa de mim, Christopher. Eu sei que você se ressente comigo por isso.”

"Porra reta eu me ressinto de você." Ele olhou. “Eu fui embora para que você pudesse ter uma vida melhor e o que você faz? Você corre direto para os braços do único homem que eu desprezo. Você se apaixona pelo bastardo sádico, então volta aqui com o rabo entre as pernas, esperando que eu tenha pena de você. Bem, isso não vai acontecer. Então, se você não gosta daqui, sente falta de algo grandioso e poderoso, volte para o seu castelo em São Francisco. Eu não vou parar você desta vez.”

"Eu não posso", eu retruquei.

Meus olhos ardiam de lágrimas porque eu odiava lutar com ele. Eu odiava que eu atacasse em vez de dizer a verdade. Então, finalmente, desabei no sofá e me aliviei.

"Ele está enviando dinheiro à Norma."

Christopher piscou como se minhas palavras não estivessem registradas. Mas um olhar para a forma caída de Norma na cozinha era tudo o que ele precisava para montar o quebra-cabeça.

A veia na testa latejava quando ele virou o olhar para mim. "Quanto dinheiro?"

"Chega." Eu olhei para o chão. "Tudo o que ela pede, eu acho."

Ele se levantou e balançou a cabeça em descrença. "Droga."

"Ele está esperando por ela... Overdose, eu acho. Ou morrer de insuficiência hepática. O que quer que seja mais rápido.”

Christopher olhou para Norma novamente, seus olhos se enchendo de uma raiva que eu nunca tinha visto nele antes. Ele fracassou um momento depois quando ele desabou de volta no sofá ao meu lado.

"Não podemos competir com isso", disse ele. "Que porra nós vamos fazer?"

"Eu não sei", eu admiti. "Mas eu pensei que talvez pudéssemos conversar um pouco sobre ela, juntos."

Uma risada seca apertou seu peito quando ele descartou minha sugestão completamente. "Ela não vai nos ouvir, Dulce. Você está se ouvindo agora mesmo? Quando ela nos escolheu alguma vez sobre qualquer maldita coisa?”

"Bem, eu não sei o que mais nós deveríamos fazer", eu disse. "Nós não podemos forçá-la a ir para a reabilitação. E eu não posso cuidar dela pelo resto da minha vida. Eu vou ter que conseguir um emprego em breve.”

Uma estranha calma tomou conta do rosto de Christopher quando a cabeça dele caiu no sofá e ele fechou os olhos.

"Deixe-me pensar nisso por um tempo", disse ele. "Isso é o que vamos fazer."