Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Saí das portas do elevador antes que elas se abrissem completamente, lutando em direção à porta de Alfonso com calma forçada.

Eu não sabia o que diria a ele quando ele respondesse, completamente bem. Eu parecia uma lunática, tinha certeza, e lhe daria falsas esperanças onde ninguém morava. Mas bati na madeira de qualquer maneira, esperando impaciente por ele atender.

Ele não atendeu.

Eu já sabia que ele não estava no trabalho desde que liguei novamente para a recepção no caminho. A temperatura no telefone me disse que nem ele nem Nicole entraram no trabalho naquele dia, e essa era toda a informação que ela tinha. Era meio da semana, então ele não estaria na Ilha Belvedere.

Isso só saiu do apartamento dele.

Eu cavei no fundo da minha bolsa, recuperando o chaveiro que nunca pensei que usaria novamente. Só que faltava a chave que eu precisava.

Christopher.

Eu peguei a maçaneta de qualquer maneira, esperando que ela estivesse trancado. Mas não estava. Eu a abri e quase desmaiei de vista.

Sangue.

Muito sangue. Manchado no chão, na barra de café da manhã, nas paredes. Eu não conseguia entender.

O telefone estava quebrado no ladrilho da cozinha. Os bancos do bar não passavam de uma pilha de madeira lascada, espalhada pelo chão da sala. Havia vidro e móveis por toda parte.

O sangue era de uma cor vermelha opaca, o que significava que estava seco por um tempo. Coloquei a mão em cima da boca enquanto procurava freneticamente o resto do apartamento. Lágrimas escorreram pelo meu rosto enquanto eu checava todos os quartos, notando que minha sala de costura estava trancada e se transformou em um santuário como os membros de sua família mortos.

Porque Alfonso pensou que ele tinha me perdido também.

E se ele estivesse morto, eu também morreria. Sabendo que eu nunca disse a ele o quanto eu o amava. Sabendo que não o ajudei tanto quanto deveria. Sabendo que minha própria carne e sangue fizeram isso.

Meu coração parou de funcionar. Eu não conseguia respirar. Eu estava hiperventilando. Um som chiado estranho vinha dos meus pulmões toda vez que eu tentava puxar um pouco de ar. Caí de joelhos no quarto dele, arrastando sua camiseta para o meu rosto.

Oh Deus. Cheirava a ele.

Alfonso.

Outro soluço soltou meu peito, e ecoou pela sala enquanto eu repetia seu nome repetidas vezes. Eu queria me enrolar em uma bola e morrer. Ele se foi. Eu tinha tanta certeza que não conseguia me mexer. A dor havia me paralisado.

Mas então a porta da frente bateu, e algo como esperança despertou vida dentro de mim. Eu me arrastei para a cozinha, onde Nicole estava com uma expressão vazia e sem vida no rosto. Não houve choque, confusão... Apenas aceitação.

"Nicole?"

Foi meu pedido para ela negar o que eu temia. Negar que eu tinha o direito de me sentir como naquele momento.

Ela não respondeu. Ela estava meio em coma quando me encarou.

"Onde ele está?" Eu balancei seus braços. "Onde está Alfonso?"

"Ele está... No hospital." Ela caiu contra o balcão. "Eu não consegui ficar lá. Eu não conseguia mais sentir o cheiro da morte ao meu redor. "

"Morte?" Eu balancei minha cabeça. “Não, não morte. Ele está bem."

Ela abriu a boca, mas nada saiu, e eu a sacudi com mais força.

"Ele está bem, Nicole." Eu não estava mais perguntando. Eu estava dizendo a ela. Porque não pude aceitar nenhuma outra opção.

"Eu... Eu não sei", ela sussurrou.

"Eu tenho que ir até ele", eu disse, correndo para a porta.

"Eles não me disseram."

Foi a última coisa que ouvi antes de sair do apartamento.