Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Alfonso levou uma semana inteira para declarar que estava pronto para voltar ao trabalho. Qualquer pessoa sã teria tentado argumentar com ele, mas eu sabia que não havia raciocínio com ele quando ele era assim.

Era um lado dele que eu nunca tinha visto antes. Ele estava no limite e enlouquecendo trancado em seu apartamento. Ele esteve tentando realizar negócios com seu laptop e telefone celular a semana toda, e todos os seus funcionários estavam sofrendo o impacto de sua frustração.

Eu me tornei escasso e deixei que ele fizesse o que ele precisava fazer enquanto eu me trancava na sala de costura. Eu me joguei em projetos aleatórios aqui e ali antes de me sentir inquieta. Mas então vi alguns rolos de tule e as rodas do meu cérebro começaram a girar.

Folheei os padrões e desenhos enquanto procurava inspiração. E então isso me atingiu. Como um caminhão.

Não sei o que me inspirou a pensar que era uma boa ideia, mas não consegui me conter. Comecei com uma saia, depois fiquei meio louca. Agora eu tinha cerca de dez variações, junto com um punhado de collants. Eles eram únicos com padrões e desenhos divertidos, e eu não tinha ideia do que faria com eles. Mas, pela primeira vez em muito tempo, tive orgulho de algo que havia realizado.

Até Alfonso abrir a porta e uma onda de culpa inundou-me. Eu não queria que ele visse. Eu não sabia como ele lidaria com isso. Então, corri até ele e o ajudei a ajustar a gravata enquanto ele tentava olhar ao redor da sala.

"No que você está trabalhando aqui?" Ele me olhou desconfiado.

"Ainda não terminei." Puxei sua mão e o puxei da sala. "E além disso, está uma bagunça lá, você odeia."

"Isso não me incomoda."

Eu ri e revirei os olhos. "Claro que não."

"Eu quero dizer isso." Ele passou os braços em volta da minha cintura e me puxou contra ele. "Eu amo suas pequenas bagunças."

As palavras escaparam de seus lábios inesperadamente, e eu pude perceber que o surpreenderam também. Desde aquele dia no hospital, ele não me disse que me amava de novo. Foi uma admissão honesta e que o deixou vulnerável. Algo que Alfonso nunca gostou de ser.

"Eu tenho que ir", disse ele rapidamente, limpando o momento da existência.

Eu fiz uma careta e comecei a me mexer, me sentindo estranha com toda essa situação. Agora que ele estava melhor, eu não sabia o que fazer.

"Eu preciso encontrar um emprego", eu soltei.

Alfonso se inclinou e beijou minha bochecha como se esperasse uma explosão dessas. Então ele puxou um cartão preto brilhante da carteira. Sabendo melhor do que tentar entregá-lo imediatamente, ele o colocou no balcão e me deu um momento para chegar a um acordo.

"Não quero que você se preocupe com o trabalho", disse ele. "Quero que você se concentre na sua costura por enquanto."

"Alfonso..."

"E passar um tempo com Nicole", acrescentou. "Matt tem que voltar ao trabalho hoje também, então ele a deixará aqui em breve".

Eu olhei para ele com desconfiança, me perguntando se isso era um ardil para me manter ocupada, então não tive tempo de me perguntar o que ele estava fazendo. É claro que eu queria cuidar de Nicole, mas conversava com ela todos os dias no telefone, e ela parecia muito melhor.

Alfonso caminhou até a porta e minha oportunidade estava se esvaindo. Isso tinha que ser dito. Não havia como dizer isso.

"O que você vai fazer com Christopher?"

Ele se virou e seus olhos se voltaram para gelo novamente.

"Eu não quero que você se preocupe com essas coisas, Dulce."

Uma risada seca saiu da minha garganta enquanto eu o encarava, incrédula. "Você está brincando comigo? Eles são minha família, Alfonso. Claro que preciso me preocupar com essas coisas.”

"Você não é como eles", argumentou.

"Sim, eu sou." Eu fiz uma careta. "Sou do mesmo estoque, Alfonso. Não sou melhor nem diferente. O sangue deles corre pelas minhas veias, e isso não é algo que jamais mudará."

Minhas palavras endureceram sua mandíbula, e ele desviou o olhar. Eu não mentiria, doía.

"Essa é a única maneira que você pode estar comigo? Fingir que não sou um deles?"

Ele fechou a distância entre nós em três longos passos, me esmagando contra ele.

"Claro que não." Ele acariciou meu cabelo e beijou minha testa. "Eu não vejo dessa maneira. Não te vejo assim.”

Suas palavras foram feitas para me confortar, mas não foram. Porque eu sabia que era verdade. Na sua opinião, ele nos colocou em caixinhas bem organizadas. Ele separou a verdade da situação da realidade. Ele pode querer acreditar que eu era outra pessoa para aliviar sua própria consciência, mas isso não mudou nada.

"Você não contou à polícia o que ele fez", eu disse, voltando ao assunto em questão. "Então isso significa que você deve estar planejando alguma coisa."

Ele se afastou e me deu uma expressão de mágoa como se eu estivesse defendendo o outro time.

"Eu sei o que ele fez estava errado." Eu o puxei de volta para mim. “Mas, Alfonso, isso precisa parar agora. Estou aqui, não estou? Eu cuidei de você. Isso mostra como me sinto por você. Estou aqui. Não quero perder você, mas também não quero perdê-los."

"Esse é o objetivo do jogo, Dulce." Ele me deu um sorriso triste. "Alguém tem que perder."