Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Alfonso

Para ser terrivelmente franco, havia apenas uma solução que me deu o que eu queria nesse cenário. Envolveu sacrifício. E se você estava familiarizado com minhas travessuras e tinha um pouco de senso sobre você, certamente já supôs que eu era um bastardo egoísta agora. Você estaria certo. Um homem como eu não fazia sacrifícios. Não mais. Homens como eu pegamos. E o mundo se curvou e desistiu sem lutar, porque, bem, nós éramos tão charmosos, certo?

Eu fui criado em uma boa família. Praticamente sair do útero com uma colher de prata na minha boca super privilegiado. Michael me preparou para ser um homem de negócios estimado como ele, enquanto minha mãe me adorava e me disse como eu era bonito e doce. Eu fiz.

Mas era uma ilusão, você vê. Eles entenderam tudo errado. Eu não era doce. E eu nunca faria negócios como meu pai.

Quando eles estavam mortos e enterrados no chão, eu abracei um novo lema na vida. Foda-se com qualquer um que atrapalhar antes que possa te foder primeiro. Cruel. Essas eram minhas práticas de negócios. Eu governei com um punho de ferro na minha vida pessoal e profissional. Eu estava acostumado a conseguir o que queria agora e não tinha vergonha disso. Por que eu deveria ter? Afinal, todo mundo secretamente quer que as coisas sigam seu caminho. Poupe-me as besteiras hipócritas e apenas reconheça que é uma verdade fria e difícil.

Eu sempre tive um lado sombrio. Fantasias sombrias. Quando minha dor era tão espessa que eu quase podia sufocá-la, usei-a como uma desculpa para me entregar. Um beliscão aqui, uma marca de cinto ali, uma surra um pouco áspera de vez em quando. Foi tudo brincadeira de criança até Dulce entrar na minha vida.

Ela fez a fera erguer sua cabeça feia. Fantasias agitadas em minha mente, eu nunca teria entretido. Possuí-la não era suficiente. Controlá-la não apagou o inferno ardendo dentro de mim. Não, eu precisava mais dela. Eu precisava de tudo. Corpo, mente, alma.

Cruel?

Você seria o juiz nisso. Era cruel se alguém pedisse? Implorasse por isso, mesmo? Ela sempre implorou. Mesmo agora, eu podia ouvi-la choramingando por mim. Cristo, aqueles barulhos que ela fez. Um bilhete de ida para o céu.

Se íamos com metáforas bregas, Dulce era sem dúvida um anjo. Aquela pele leitosa, aquelas bochechas rosadas... A maneira como seus lábios se abriram exatamente quando eu a toquei nos lugares certos. E onde isso me deixou por querer corromper algo tão puro? Certamente, isso seria o diabo.

Eu a matei. A degradei. E eu aproveitei cada momento disso. Eu não mentiria sobre isso. Minha bússola moral estava quebrada, com certeza. Mas havia algo ainda intacto. Algo que eu meio que desejava desapareceria. A maioria das pessoas chamaria isso de consciência. Para mim, não passava de um obstáculo.

Mas isso não estava aqui nem ali.

Verdade seja dita, nada disso fazia mais diferença. Bom, ruim, certo, errado. Tudo desapareceu e se misturou em um buraco gigante de escuridão desde que ela se foi.

Eu tinha uma teoria sobre Lúcifer. Sobre suas verdadeiras intenções. Mas como eu mencionei antes, eu não era do tipo de filosofar. Então, em vez disso, gostaria de pular para a pergunta mais importante. Os caídos poderiam realmente ser redimidos?

Os últimos cinco anos foram uma série de eventos cuidadosamente orquestrados. Cada movimento, toda estratégia havia sido derramada em minuciosos detalhes antes de ser acionada.

Peças em um tabuleiro de xadrez.

Uma colisão de destino e circunstância. Eu planejei para todos os problemas. Toda contingência. Exceto aquele que me cegou como um barril de ácido no rosto.

Eu me apaixonei por ela.

Se houvesse alguém mais falando tão absurdo, você provavelmente não teria pisado em um olho. Mas para um homem que já tinha tendências obsessivas, era uma receita para o desastre. Foi, de fato, a razão pela qual eu estava sentado nesta boutique de luxo em uma tarde de quarta-feira, quando deveria estar trabalhando.

A mulher do outro lado da mesa estava exibindo meus olhos nos últimos vinte minutos, enquanto eu olhava para o abismo vazio. Ela me informou que o conjunto de joias brilhantes expostas diante de mim eram todas pedras preciosas. Concluí que ela não sabia o significado da palavra.

Não me interpretem mal. As joias eram boas. Requintadas. Elas cheiravam a sofisticação e dinheiro. E, portanto, elas eram completamente inúteis. Qualquer coisa pretensiosa abafaria a própria vida da alma inocente de Dulce. Ela não usaria nada, e essa foi uma viagem desperdiçada.

Como eu pensei que isso era uma boa ideia? Eu balancei minha cabeça com nojo e empurrei a vitrine de veludo de volta para o atendente sentado à minha frente. Ela não ficou satisfeita com isso.

"Talvez se você me dissesse o que estava procurando, Sr. Herrera."

Fechei os olhos e tudo o que pude ver foi Dulce esmagada no metal. Sangue. Tanta porra de sangue. Respirações ocas. Fumaça e água. Suas lágrimas e meu medo, tão grossos que me sufocaram. Essas imagens me assombraram dia e noite.

Eu os mereço? Você provavelmente diria que sim e, novamente, você estaria certo. Eu sabia disso agora. Mas isso importava?

Tarde demais.

Eu precisava de uma bebida. Talvez um padre. Algo para entorpecer minha alma enegrecida e vencer esse pesadelo.

"O que alguém ganha pela mulher que quase matou?" Eu perguntei.

A cabeça da atendente chocou-se com uma risada nervosa, os olhos correndo. Ela pensou que eu estava brincando.

Eu não estava

"O que diz, eu realmente sinto muito e preciso que você acredite em mim?"

As risadas insuportáveis ​​persistiram, apenas para serem seguidas por uma agitação de cílios. Ela não entendeu, eu estava realmente perguntando a ela. O desespero me dominou.

Ela finalmente se controlou e apontou para o anel mais vistoso da vitrine. "Eu gosto de dizer que quanto maior, melhor neste caso."

Eu fiz uma careta para seu tom lascivo e realmente estremeci. Apesar de todas as minhas falhas, havia uma coisa que permanecia firme em minhas intenções. Eu só queria uma mulher, e não era aquela sentada à minha frente.

"Vou pensar sobre isso."

Afastei a cadeira e a atendente se levantou. "Deixe-me saber se há algo de especial que você gostaria. Eu posso encontrar, tenho certeza disso."

"Claro." Eu dei um sorriso fino para ela. O que eu precisava não estava nesta loja. Não foi possível comprar o resgate aqui.

Saí e encontrei Ted no meio-fio. Ele se esforçou para conversar enquanto me levava de volta ao trabalho, mas eu não estava de bom humor. Eu não estava com disposição para nada além de me afundar no meu próprio ódio no último mês.

Liguei para Mick, e ele atendeu no primeiro toque. Pela quantia arrumada com a qual preenchi sua conta bancária, não esperava nada menos.

"Sim, chefe?"

Eu fui direto ao ponto. "Como está minha garota hoje?"

"Tudo fica quieto na frente de casa", respondeu ele. "Não penso que ela saiu do apartamento."

Eu deveria estar contente com isso. Eu não estava. Como o demônio ganancioso que eu era, fiquei mais exigente com as fotos que precisava para me ver durante o dia. Era a única conexão que eu tinha com ela e sim, foi para isso que aconteceu. Eu não estava orgulhoso. Eu estava apaixonado. E o amor é uma puta.

"Quero uma atualização a cada hora", eu disse. "Mesmo que não haja nada a relatar."

Mick ficou em silêncio por um momento antes de murmurar seu acordo. Ele tinha suas próprias opiniões sobre toda essa situação. Opiniões que eu não tinha inclinação para ouvir ou dar a mínima.

"Certo, chefe."

Me mudei para desligar antes de pensar em outra coisa. "Ela recebeu minhas flores hoje?"

"Ela os enviou de volta, senhor", disse ele calmamente.

Como eu esperava. Era o mesmo todos os dias.