Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Dulce

O proprietário arqueou uma sobrancelha para mim com expectativa, enquanto eu dava outra olhada pelo apartamento. "Bem?"

Apertei minha bolsa um pouco mais apertada e dei-lhe um aceno duro.

"Eu vou levar."

Nicole torceu o nariz e apertou meu braço como se eu tivesse enlouquecido. "Dulce, você tem certeza disso?"

Eu dei um sorriso fraco para ela e dei de ombros. Claro que o lugar não era o melhor. As paredes tinham algumas rachaduras. E a tinta provavelmente foi baseada em chumbo. Cheirava a meia velha. Mas estava no meu orçamento, que era realmente o único fator determinante neste momento.

No último mês, Nicole e eu estávamos batendo na casa do primo de Matt. Foi muito generoso da parte dela oferecer, mas eu sabia que não poderia ficar lá indefinidamente. Eu tinha o suficiente nas minhas economias para viver por seis meses, se tivesse cuidado. E isso significava se contentar com um apartamento menos que estelar.

"Nicole, eu não posso ficar na casa de Misha. Preciso me estabelecer em algum lugar antes que o bebê chegue.”

"Sim, eu sei", ela sussurrou. "Mas tenho certeza de que esse bairro tem a maior taxa de homicídios de São Francisco".

O senhorio bufou e coçou as bolas. "Você vai pegar ou o quê? Eu tenho outras coisas para fazer.”

"Sim", eu disse novamente, um pouco mais resolutamente desta vez.

Nicole suspirou e virou-se para o proprietário, gesticulando entre nós. "Ela quer dizer que vamos aceitar. Como em nós dois.”

"Nicole..."

"Não." Ela levantou a mão e me deu uma expressão severa. "Eu vou contigo. De jeito nenhum eu vou deixar você morar neste bairro sozinha. E você está certa. Não estou mais trabalhando na Herrera Corporation, preciso começar a pensar de forma mais realista em termos de dinheiro".

Estendi a mão e a abracei antes que o proprietário desse um contrato. Eu sabia que Nicole só estava fazendo isso como um favor para mim, mas fiquei agradecida mesmo assim. Ela deixou o apartamento e o emprego quando descobriu o que havia acontecido e não falava com Alfonso desde então.

Eu não sabia como me sentia sobre isso, mas Nicole insistiu que já fazia um longo tempo. Ela me garantiu que teria desistido independentemente do acidente de carro e não queria um apartamento que não fosse dela por direito.

O senhorio pigarreou e nós dois rimos. Ele já estava ficando irritado conosco. Peguei a caneta e, com a mão trêmula, pairava sobre a linha pontilhada. A ironia não foi perdida para mim porque o contrato durou seis meses. Eu tive que engolir meus nervos enquanto empurrava a caneta para o papel. A última vez que concordei em um contrato por esse período de tempo, todo o inferno se abriu.