Fanfic: Corações Sangrando - Trendy | Tema: Trendy, HOT

Alfonso

Houve momentos ao longo dos anos, durante a ascensão da minha carreira, em que eu precisava de um homem sem muitos escrúpulos. Embora eu preferisse moer a maioria dos eixos, algumas coisas no mundo dos negócios simplesmente não foram feitas dessa maneira. Havia todo um livro de regras invisível que se deve respeitar. Envolveu bandwagon, fogo e enxofre, bocas de cavalo e assim por diante. Todas as coisas muito secretas do tipo sociedade. Eu não aborreceria você com os detalhes e você provavelmente não acreditaria em mim.

Mas da próxima vez que você encontrar um CEO mais rico que Deus, você o olha nos olhos e me diz se ainda sente o mesmo. Era um mundo cruel, e eu estava vivendo nele. A competição foi acirrada e, se você pensou que as coisas que eu fazia eram ruins, deveria ver alguns dos outros caras. Eu parecia a porra da virgem Maria em comparação.

Não havia um pingo de prazer em táticas comerciais ocultas. Sinceramente, eu prefiro sobreviver com algo que construí nas minhas próprias costas. Que orgulho poderia haver em algo que não se ganha através do sangue, suor e lágrimas? Essas noções eram muito boas em teoria. Mas a partir do momento em que lancei minha empresa, tive um espinho gigante ao meu lado com o nome de Alex Burton. Ele estava querendo me sabotar desde o início. Você pensou que eu era um idiota? Espere até conhecer este.

De qualquer forma, meu argumento era que houve momentos em que ele me apoiou em um canto e tentou me entregar a vaselina. Alex Burton não lutou de forma justa. E, como expliquei antes, eu tinha um lema inteiro sobre foder com outras pessoas antes que elas fodessem com você primeiro.

Mas este era astuto e, francamente, ele me superou várias vezes. Não porque ele era mais inteligente, por qualquer meio. Não porque ele lançou sorrisos smarmy como balas de hortelã em um buffet que você pode comer. Não, era porque Alex era filho de Robert Burton. Também conhecido como o mestre das práticas comerciais enganosas. Michael tinha me ensinado muito sobre negócios, e quase tudo isso não me deixou nem um pouco boa. Eu aprendi tudo sozinho na escola de pancadas fortes.

Eu não estava prestes a deixar um nariz ranho super privilegiado entrar e tirar de mim. Então foi aí que Mick entrou.

Onde eu encontrei o gigante gigantesco de seis pés e seis, você pode perguntar?

Boa pergunta.

Você acreditaria em mim se eu lhe dissesse que o encontrei tentando ligar meu carro depois que ele o invadiu?

Eu não fodo você. Lá estava ele, sentado tão suavemente na porra do meu Jaguar como se ele fosse o dono da coisa maldita.

Fiquei realmente bastante impressionado com as bolas dele. Não que eu já os tenha visto, mas você entendeu. Ainda mais impressionante foi o fato de ele ter conseguido entrar sem acionar o alarme. Sim, eu sei... Parece tão fácil nos filmes. Mas na verdade não é. Não há um preço de cem mil dólares nessas bestas apenas para serem equipadas com sistemas de segurança infantil.

Então, Mick me intrigou.

Era óbvio que ele era um sem-teto, então eu o convidei para morar no meu sofá. Não me confunda agora com um filantropo, foi apenas para meu benefício. Vi algo em Mick que poderia ser útil para mim. E logo, eu sabia exatamente o que era aquilo.

Ex-forças especiais, Mick havia conquistado mais medalhas e elogios do que uma rainha do baile em um anuário do ensino médio. Erguido nas ruas de Detroit, ele saiu da sarjeta e fez tudo o que um bom soldado deveria fazer. Ele fez uma vida para si mesmo diante da adversidade. Foi só quando ele estava servindo seu país glorioso no exterior que chegaram as notícias que mudariam para sempre seu curso.

Sua jovem e bela esposa havia sido estuprada e assassinada em sua própria casa. Vou poupar os detalhes sangrentos de tudo o que aconteceu a seguir, mas não é difícil adivinhar. O sistema de justiça maluco falhou com Mick, então ele tomou o assunto por conta própria. Embora eles nunca pudessem provar isso, ele estripou o estuprador de sua esposa como um peixe.

Disse que tínhamos algo em comum, não? Ok, talvez eu nunca tenha tirado uma vida. Mas Mick e eu nos entendemos. A única diferença era que, depois de tudo dito e feito por ele, ele se encontrava no fundo de uma garrafa. Você já sabe como me senti sobre isso. Então eu prontamente o enviei para a melhor das reabilitações e disse a ele para montar sua merda. Eu tinha um novo propósito para ele.

Mick embarcou sem resistência alguma. Quando ele soube da minha família, estava ansioso por ajudar. Foi bom esse senso de camaradagem. A ideia de que éramos apenas dois vigilantes para resolver as antigas carnes. Mas ele chamou a linha quando se tratava de machucar as mulheres, compreensivelmente. Ele era a coisa mais próxima que eu tinha de um amigo, embora eu fosse tecnicamente seu empregador. Ainda assim, estávamos em terreno instável desde a noite horrível em que ele descobriu Dulce no carro. Também não sabia como reparar isso. Porque enquanto eu dava a ordem, Mick era o seguidor. Ele era a consciência que tinha que viver com suas ações, embora eu duvidasse que ele pudesse se sentir pior do que eu.

Eu tinha muito poucas pessoas na minha vida que me responsabilizavam por minhas ações, mas Mick o fez. Eu o respeitava por isso. Eu respeitava que ele tivesse moral suficiente para não cruzar certas linhas e me dar as doses adequadas de repreensão verbal quando eu precisasse delas. Eu falhei com ela, era verdade. No entanto, o que Mick não viu foi que todos os meus passos a seguir eram impedir que isso acontecesse novamente.

Seu rosto estava impassível enquanto eu o estudava. O peso do papel de mármore navegava de um lado para o outro em minhas mãos, o fluxo e refluxo de sua massa me ancorando. Mick apareceu todo bobo à primeira vista, mas havia muito mais à espreita abaixo da superfície do que você esperaria. Ele era um gigante gentil, mas também mortal. Eu não inspirava uma lambida de medo nele, mas ele se curvou para mim mesmo assim. Havia certas coisas que ele sentia que devia, mas não foi por isso que ele ficou por aqui.

Tivemos um relacionamento estranho, eu seria o primeiro a admitir. Duas almas vagas em um buraco de pia desolado. Ele me respeitou. Pelo menos eu tinha isso para mim. Ele não queria decepcionar o homem que o tirou da beira da autodestruição. Mas ele também estava escondendo coisas de mim. O que eu te disse sobre o tamanho das bolas dele?

Antecipação era um motivador tão poderoso quanto o medo, na minha humilde opinião. Hum. Retiro o que eu disse. Humilde, eu não era. Eu era uma merda arrogante que só queria uma coisa maldita neste mundo, e agora o homem na minha frente era um obstáculo para isso, não importa quão justas fossem suas intenções.

"Você vê, Mick..." Eu retirei as palavras, mantendo minha voz firme e sob controle, para que ele soubesse que eu estava sendo completamente racional. "O problema é que eu não gosto de tocar minha própria buzina. Mas eu me destacava em matemática. Ainda sim, de fato. Isso vem facilmente para mim. Algumas pessoas, nem tanto. É um presente."

Mick se mexeu na cadeira e arqueou uma sobrancelha para mim. "Não tenho certeza do que você está recebendo chefe."

"O que estou dizendo é que a merda que você está me vendendo não se soma, sua história tem mais buracos do que queijo suíço e é melhor deixar sua fumaça e espelhos para as crianças."

Seu rosto empalideceu e ele teve a decência de parecer um pouco arrependido.

"Eu sei que ela é uma garota bonita." Pousei o peso do papel e me inclinei para a frente nos cotovelos. "Doce. Engraçada. Encantadora como o inferno.”

Mick sorriu, mas sabiamente escolheu não responder.

"Ela é minha."

Não houve discussão sobre isso, e eu esperei pela reação de Mick. Eu duvidava que o grande peso tivesse realmente desenvolvido sentimentos por ela. Mas certamente havia algo errado, e era hora de dispensar o negócio dos macacos.

"Estou plenamente ciente disso, senhor." Ele me assegurou.

Seus olhos se enrugaram em diversão e me aliviou saber que isso não seria um problema. De um punhado de pessoas em quem confiei, Mick chegou ao topo da lista. Ainda menor era a lista daqueles que, além de mim, eu considerava capazes de proteger Dulce. Essa pontuação consistia em uma, e ele era. Ele se destacou no que fez, mas ter um calor difuso para a minha garota não ia voar.

"Então é a culpa, então." Comentei.

Mick desviou o olhar e bingo! Tivemos um vencedor.

"Ela não deveria estar no carro naquela noite." Ele murmurou.

"Você acha que eu não estou ciente disso até agora?" Eu agarrei.

"Eu sei que você está, chefe." Ele olhou para mim com preocupação. Eu odiava esse olhar. Exceto em Brighton. Minha pequena flor de lótus poderia preocupar seu lindo rosto por mim o dia todo. De fato, uma dose disso seria bem recebida agora. Muito melhor do que sua indiferença cavalheiresca ao saco inútil de ossos que eu estava me tornando.

Eu próprio fui um pouco masoquista, como evidenciado na minha próxima pergunta. "Você acha que eu deveria desistir dela?"

Mick piscou para mim e serrou os dentes sobre o lábio inferior antes de responder. “Eu sei que você a ama, chefe. Mas você não acha que danos suficientes foram causados?"

"Você sabe oque eu penso?" Atirei raios laser em seus olhos castanhos escuros. "Eu acho que não estou pagando para que você tenha uma porra de opinião."

Mick resmungou em resposta. Tão típico.

"Eu preciso de você nela o tempo todo." Eu falo. "Eu preciso saber que ela está segura, se nada mais. E se eu descobrir que você está escondendo o endereço dela de propósito...”

Meu e-mail pingou. Havia poucos assuntos dignos de atrapalhar essa conversa com meu velho amigo. A exceção, é claro, foi o investigador particular em Chicago. Nesse caso, nenhuma notícia teria sido boa.

Mick esqueceu, eu abri sem demora. Eu odiava estar certo. Fotos de Christopher ocuparam minha tela e exacerbaram minha animosidade em relação à metade mais escura do meu amor. Enquanto eu assinei cheques mensais para manter os gêmeos vivos, ele infundiu feridas antigas ao se familiarizar com o antigo bairro de Frankie.

Cristo.

Ele era ainda mais idiota do que eu acreditava, e isso estava prestes a complicar tudo que eu pensei que tinha enterrado.

Eu não fazia ideia de quando, quando fiz um acordo com o diabo, seis anos atrás, ele voltaria para me assombrar assim. Alfredo havia sido pago o suficiente para lavar as mãos do assunto até um momento mais adequado. Fora da vista, longe da mente. Mas não quando Christopher desfilava por todos os velhos terrenos de Frankie com um alvo vermelho gigante nas costas. Os dois caminhos colidiriam, mais cedo ou mais tarde.

Alfredo colocaria uma bala na cabeça sem pensar duas vezes, que se dane o dinheiro. E depois o que? Eles tentariam vir para Dulce também?

"Vamos pegar isso mais tarde, Mick."

Ele não disse uma palavra enquanto se esgueirava pela porta. Peguei a foto orgulhosamente exibida na minha mesa. O único toque pessoal no meu escritório, eu devo ter olhado para ele cem vezes por dia. Ela era tão adorável.

Meu pequeno raio de sol.

Ela não acreditou, mas ainda estava tão pura em minha mente como sempre esteve. E ninguém iria tirá-la de mim.

Ninguém.