Fanfic: Prazer Misterioso *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Ele tentou-me para assinar um contrato e entregar a minha alma e salvar você! Ele disse que era o único caminho! Ele disse que vocês trabalham juntos! — Anahí gritou e se virou.

— Anahí, não somos nada iguais! — Alfonso pegou-lhe no ombro e forçou-a a encará-lo. — Ele foi criado no inferno, um descente de demônio! Eu mantenho minha alma, lutando tanto para não ser corrompido! Eu não sou nada como ele, e eu nunca vou ser!

Anahí podia ver a sinceridade de suas palavras em seu rosto.

Ela precisava saber tudo.

— Como você... caiu da graça?

— Há muito tempo atrás, quando o mundo ainda era jovem, eu vi uma injustiça que pensei que deveria ter sido punida. Uma mulher apedrejada por suas convicções e sua fé no Todo Poderoso. Pedi ao Pai para não deixar que isso acontecesse, mas ele disse que deveria ser feito para que o mundo entendesse. — Alfonso virou o rosto para não olhar Anahí, de vergonha.

Ela chegou as mãos em concha em sua face, trazendo de volta o rosto para o dela.

— Meu coração encheu de vingança, e dia após dia, ficou pior até que eu não podia mais suportar isso. Eu levei a minha vingança contra aqueles que a apedrejaram. Tomei suas vidas, e por isto, eu fui expulso.

— Mas por quê?! Todo mundo deve ter o perdão!

— Eu estava me concedendo o perdão, mas não podia mais viver no céu... Você vê, eu era uma criação pura, um ser feito pelas mãos de Deus. Pelo meu pecado, eu fui punido há mil anos em serviço a Lúcifer. Este é o ultimo ano, amanhã é o último dia, e você é minha salvação.

Anahí balançou a cabeça.

Isto foi muito para tomar tudo de uma vez.

— Como posso ser a sua salvação, Alfonso?!

— Eu caí do céu, e depois de mil anos, eu posso cair mais uma vez, deixar o reino dos anjos e demônios e tornar-me humano. Você tem que estar lá para me pegar quando eu cair, Anahí, para me salvar da morte eterna.

— Pegar-lhe?! Como?! Posso ficar debaixo de uma árvore e o segurar em minhas mãos?!

Alfonso sorriu gentilmente.

— Não, meu amor... Quando eu cair, eu vou deixar minha imortalidade para trás. Vou ser humano, ferido, e no precipício da morte. Seu amor, seu coração, e sua voz, enquanto você estiver lá comigo, me trará de volta.

— E se eu não puder? — Anahí queria saber.

Ela podia sentir o medo em torno da questão.

— Eu acredito que você possa.

— Mas e se eu não puder?!

— Então, minha querida Anahí, estarei perdido. Vou morrer como qualquer outro ser humano faria. E mesmo assim é melhor do que estar no inferno com os gostos de Beliel.

Alfonso afastou-se dela e deixou seu eu verdadeiro aparecer.

Asas explodiram de suas costas na gloriosa beleza, espalhando contra o vento que acariciava cada pena.

Anahí ofegou quando lembrou a pena que encontrou no corredor do hospital.

“Era sua!”, ela pensou, observando quando a luz refletia a asa preta do seu anjo caído.

— Este é quem eu sou... Você pode me aceitar? — ele perguntou.

Seus olhos se encontraram com os dela seriamente.

— Oh Deus, Alfonso, isto é tanta coisa para tomar, um fardo tão grande para colocar nos meus ombros... — Anahí gemeu e cobriu o rosto com as mãos.

Alfonso pegou a mão dela nas suas e olhou em seus olhos.

Ela podia sentir-se cair no olhar de verde jade.

— Eu cobro almas para o diabo, Anahí. Demônios, como Beliel conseguem inocentes para assinar sua posse mais valiosa para Lúcifer. Deram-me esse dever, porque sabiam que ia comer fora em minha própria alma, vendo os seres humanos irem para a condenação eterna como nada mais do que bugigangas. Os poucos que assinam pelo amor a família, bem, esses são os que me destroem. Eu vi você pela primeira vez na feira de verão de Merry, usando aqueles shorts amarelos e a camisa branca que tinha recortes em forma de flor. Você estava rindo com sua amiga, e eu estava lá para coletar uma alma.

Alfonso sorriu quando mostrou novamente a lembrança, e Anahí engasgou, porque sabia exatamente de quando ele estava falando.

Ele continuou a falar quase melancólico.

— Eu continuei a voltar para esta cidade cada vez que eu podia por sua causa. Eu vi você no hospital e em seu escritório quando chorou mais pelas crianças em que trabalhou. Eu sabia que você era a única, Anahí. Meu coração se apaixonou por você, mesmo quando estava fora girando em torno de você como as folhas caindo. Nunca vi nada tão bonito em mil anos. Mesmo que eu ainda fosse um anjo e eu visse você em minhas viagens, eu teria caído só por você.

Nenhuma palavra pode transmitir o que Anahí sentiu naquele momento.

No topo de uma montanha, no meio de uma floresta tropical, ouvindo um anjo caído com uma alma expressar seu amor por ela.

Beliel estava errado... Alfonso não era nada como ele.

Ela iria salvá-lo ou dar seu último suspiro tentando!

— Eu vou pegar você, Alfonso... Quando você cair, eu estarei lá. — Anahí apertou-se contra ele e falou sério. — É melhor você lutar, você me ouviu?! É melhor lutar, porque eu não vou perder você! Não agora!

— Eu vou lutar, meu amor, por você. Vou batalhar com todos os demônios do inferno só para estar com você.

— Eles não vão tentar pará-lo? Beliel e os outros demônios? — Anahí questionou.

— Não tenho dúvida que vão, mas eu pretendo ser humano e estar seus braços antes mesmo deles saberem. — Alfonso sorriu e mexeu em seu nariz.

— Bom, porque eu não quero ter que ir para o inferno para encontrá-los e chutar suas bundas. — Anahí disse com firmeza.

— Você não terá, doçura. — Alfonso levou seus lábios em um beijo suave que sacudiu seu núcleo.

Este era o amor na sua forma pura.

— Quando nós faremos isto? — Anahí perguntou quando o beijo terminou.

— Amanhã, meu amor, no último dia dos meus mil anos é quando eu cairei.

— Bem, amanhã, eu estarei lá para te amar, para o resto de sua vida humana. Até então, vamos para casa e fazer amor como se não houvesse amanhã. — Anahí deixou seus  lábios trilharem em seu pescoço.

Alfonso envolveu-a na segurança de seus braços, e ela descansou a cabeça contra seu peito.

Ele os tirou da montanha e voltaram para Merry, com ambos os corações cheios de pensamentos sobre o futuro.