Fanfic: Prazer Misterioso *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo Sete

A cara de Beliel continha toda a diversão do mal que um demônio poderia reunir em suas características.

Alfonso sabia que tudo isso foi por causa do que ele disse a Caim.

O demônio que estava ao lado de seu protegido tinha fogo em seus olhos e as chamas do inferno na respiração pelo nariz.

— Vejo que você correu para casa e delatou como a cadela que você é. — Alfonso disse com indiferença que contradizia o tumulto dentro dele.

— Não há lealdade no inferno, Alfonso, só pisando uns nos crânios dos outros para obter maiores níveis. — Beliel sorriu enquanto falava.

— Será que isso te tira da piscina de secretariado, Beliel? — Alfonso pediu.

— Fica mais alto na cadeia alimentar do que você, mesmo quando você virar demônio.

— Saiba disso, Beliel. Se isso acontecer, vou gastar meu tempo fazendo a sua vida um inferno. Minha vingança não será saciada. — Alfonso respondeu.

Sentiu-se satisfeito quando viu o lampejo de dúvida que filtrou no rosto de Beliel.

— Pare com essa conversa, porra! — Caim rosnou, pôs os olhos no rosto de Alfonso. — Você acha que seria tão fácil escapar deste reino?!

— Eu pensei que ia simplesmente sair, Caim... Meu tempo acabou. — Alfonso respondeu placidamente.

— Cachorrinho insolente! Mil anos é um flash apenas na extensão de minha imortalidade! Você acha que eu iria apenas deixar você ir embora?! Eu não desisto de demônios para se tornarem seres humanos! — Caim bradou.

— Essa foi à natureza da minha frase: “Uma chance de redenção.” A cláusula estava lá.

— Você acha que nós seguimos os contratos nesse mundo?! Seu criador sabia que não haveria chance de você sair daqui. É por isso que ele o enviou! — Caim sorriu, um sorriso mal. — Ele sabia que nunca iria manter o nosso lado do acordo. Vamos, ele é o sabe-tudo...

— Como você disse, Ele é o meu criador. Ele também sabe da minha força. Ele sabia que eu iria encontrar meu caminho para libertação. — Alfonso disse suavemente.

— A menina humana, a chamada Anahí... Eu deveria enviar Beliel agora para quebrar seu pescoço magro. — Caim respondeu.

Essas palavras enviaram medo e raiva através do coração de Alfonso.

O pensamento de Anahí ser tocada e prejudicada por Beliel era quase demais para suportar.

Ele tinha que saciar a raiva em seu coração, antes que ele desse um ponto de apoio para a essência demoníaca em torno dele se permitisse e tomasse posse.

— Se Beliel pode estar caminhando em solo sagrado, que assim seja. Ela está segura, onde mesmo eu, não posso ir. — Alfonso sorriu friamente para os dois demônios na frente dele.

Caim assentiu.

— Muito sábio mandá-la para a terra santificada... Leve-o.

Alfonso não teve a chance de virar para ver com quem Caim estava falando.

Ele sentiu a agonia do chicote em suas costas que rasgou sua carne e enviou-o de joelhos.

Qemuel!

Outra chicotada enviou-o para o chão, e o grito de angústia foi arrancado de seus lábios.

Uma e outra vez, o chicote embebido em enxofre e fogo do inferno rasgou na sua carne e enviou seu veneno puro em suas veias.

Ele estava fraco contra as rochas quentes que compunham o piso. Sentiu os grilhões, forjados do fogo do inferno, inquebrável, mesmo para demônios, sendo colocado em suas mãos e pernas.

Ele foi pego.

Qemuel arrastou-o para seus pés. Ele podia ouvir o riso doentio vindo dos lábios de Beliel na sua captura.

Caim teve seus cabelos em suas mãos, puxou a cabeça de Alfonso até o rosto dele, e disse baixinho:

— Você rebateu o meu plano de fazer ver como Beliel a matou... Mas eu tenho um plano novo melhor para você. O chicote de Qemuel vai mudar-lhe para sua nova forma. Não mais caído, mas demônio puro! Qual será o seu primeiro gosto de desvio de sua nova vida? Ele será o sangue de sua Anahí quando você matá-la por si mesmo!

— Não!

Alfonso ouviu com angústia pura e de cortar o coração, a dor que vinha de seus gritos ecoando pelo corredor quando ele foi arrastado, do modo mesmo que as almas que ele levou para o inferno foram.

— Anahí, por que você está aqui? — a voz suave de Camila veio das portas da capela.

Anahí virou-se para ver a pequena figura de sua amiga.

Ela limpou as lágrimas dos seus olhos e tentou dar um sorriso.

— Eu estou bem, querida... O que você está fazendo está trabalhando hoje?

— Oh, eu tive que cobrir o turno. Você sabe alguém sempre fica doente por aqui... — Camila deu um sorriso, mas não fez nenhum movimento para entrar na sala. — Saia... Nós vamos caminhar para o refeitório, e eu vou comprar-lhe uma xícara de café quente.

Camila sabe que eu não bebo café.

A dúvida e suspeita começou a se formar na mente de Anahí.

— Obrigada pela oferta, mas eu só quero sentar aqui por um tempo. Eu tenho um monte de coisas em minha mente, e eu estou procurando alguma clareza divina. Que tal você vir e sentar-se comigo por um tempo? Eu posso ter a minha melhor amiga, companheira!

Camila limpou sua garganta, desconfortável.

— Não, não penso assim...

— Por que não?! Você ama este lugar! Você disse que pode pensar sempre aqui... — Anahí se levantou e andou poucos passos a distância do limite da capela para o salão.

— Hoje não, eu me sinto bem. — ela estendeu a mão para Anahí no convite. — Vamos, querida... Deixe-me consolá-la. Eu sei que Alfonso deixá-la deve ser duro.

— Como você sabia que Alfonso me deixou? Eu não lhe disse. A menos que você não seja Camila em tudo... Você acha que eu sou ingênua, Beliel?! — Anahí perguntou com desdém.

O corpo e a aparência de Camila nunca mudaram, mas um sorriso de puro, puro mal, formou no rosto do demônio fingindo ser sua amiga.

— Você não é ingênua em tudo, Anahí... Mas Alfonso foi. Ele pensou que poderia sair do inferno, e agora ele está lá, acorrentado à parede de Qemuel, sendo torturado, por você.

Anahí não conseguia sufocar a exclamação de horror que escapou de sua boca.

— Você não pode... Ele disse que você não pode mudar as regras!

— Oh, nós não mudamos as regras. Estamos apenas mantendo-o por um tempo, até que seu tempo passe e então ele será como eu, em todos os sentidos. Talvez ele possa estar disposto a compartilhar você...

— Nunca! — Anahí disse enfaticamente, um tremor de repulsa percorreu o corpo dela.

— Eu lhe dou mais uma chance para salvá-lo... Assine o meu contrato. Eu vou mesmo jogar em um bônus adicional e a extensão de anos. Sua alma não será coletada até que você esteja velha e cinza.

Anahí balançou a cabeça vigorosamente.

— Eu nunca vou fazer isso! Alfonso tem meu amor, e ele vai encontrar um caminho! Eu sei que ele vai! Eu estarei lá para pegá-lo quando ele cair, e por Deus, se você tentar impedi-lo ou a mim, eu vou te matar eu mesma!

O riso desagradável de Beliel fez querer cobrir seus ouvidos.

— Ele será um demônio, Anahí, e ele vai matar. Eu quero estar lá para ver quando ele arrancar a cabeça de seu corpo.

Com isso, Beliel, ainda à imagem de Camila, deu uma onda confiante e desapareceu.

Em pé instável, Anahí virou-se e voltou a sentar nos bancos da pequena capela do hospital.

Ela olhou para a pequena janela de vidro manchada e enviou um apelo para o céu.

— Ele ainda é seu, você sabe... Mesmo quando você o sentenciou ao fosso, ele ainda é seu! Ele manteve aquela centelha de sua alma em vida, mesmo passando mil anos nesse lugar. Por favor, ajude-o... Dê a ele uma chance de ser humano! Eles não estão jogando pelas regras... Nós podemos fazer justiça? — Anahí colocou a questão, embora não esperasse resposta.

Ela só esperava que alguém lá em cima a estivesse ouvindo, porque agora, todos eles tinham Alfonso.

Seu amor estaria lá para pegá-lo quando ele caísse, mas ela não poderia salvá-lo do inferno...