Fanfic: Além da disputa | Tema: Vondy

Christopher

Dulce é muito teimosa, não quero machucá-la, mas ela tem que me ouvir. Decido não ser tão sutil, da última vez fiz com que um dos funcionários usasse o perfume que ela me deu e guardo desde aquele dia. Dessa vez com a ajuda de Paulina, a secretária dela que encontrei e com quem conversei ontem na festa, farei novas tentativas nada sutis. Claro que não contei toda a história para Paulina, ela não precisa saber.

— Tem certeza de que ela não ficará brava comigo? Eu acho tudo isso muito romântico, você querer reconquistá-la... Mas, ela é uma leoa e não estou querendo ser despedida. — Paulina diz temerosa.

— Só deixar isso sobre a mesa dela, diz que entregaram. Não vai ser culpa sua, em absoluto. — explico.

— Ok, vou ajudar porque sou uma apaixonada em histórias de amor do tipo novela e acho que a de vocês é uma dessas. Mas só em coisas que não arrisquem meu cargo. — ela avisa.

— Tudo bem, também não quero te prejudicar, muito obrigado pela ajuda. — agradeço.

— Ok, já estou quase atrasada, preciso deixar o café da senhorita Saviñón pronto. — ela diz e vai em direção à entrada da empresa. Intrigante, Dulce se tornou uma dessas empresárias viciadas em café? Só posso esperar que meu presente cause os efeitos esperados.

***

Anahí

Decidi fazer uma visita na parte da empresa onde se produzem os cosméticos, é muito legal ver o laboratório. Quem trabalha na parte de cima onde fica o escritório nem imagina como as coisas são aqui, nada de roupas formais todos com jalecos brancos e outras vestimentas que promovem a segurança no trabalho. Sou distraída por uma notificação do meu celular. É uma mensagem de Alfonso.

“Minha querida esposa, saiu cedo hoje de manhã.“

Leio a mensagem e posso sentir sua ironia pelo modo que usou para se referir a mim. Envio uma resposta retribuindo o joguinho.

“Sabe como é, vida de uma mulher trabalhadora, querido.”

Ele responde imediatamente.

“Definitivamente, perdi você para a Chérie!”

Rio da mensagem, nunca pensei que ele podia ser tão bem humorado por trás da carranca e suas rotineiras respostas monossilábicas.

“Perdeu, nos vemos mais tarde.”

Mando uma mensagem breve, pois tenho que sair daqui em breve e cuidar de outros negócios. E de repente o que mandei volta a minha mente “nos vemos mais tarde”, mas o que foi que eu escrevi? Dou um tapa na minha testa, o que foi que quis sugerir com isso? Quero vê-lo mais tarde?  Droga!        

***

Christopher

Meu celular toca e o nome escrito na tela me faz dar um soco no ar de empolgação, parece que o plano vai de vento em popa. Lembro de quando peguei o número dela no celular da minha mãe na última vez em que a visitei, falando nisso faz um tempo desde que não vejo a minha mãe.

— Sim? — atendo.

— Oi, é a Dulce. O que quis dizer com isso? — Dulce questiona tentando esconder sua irritação.

— O que eu quis dizer? — provoco me fazendo de esquecido.

— A coisa toda sobre covardia. — ela explica.

— Só vou falar com você quando entender o recado. — provoco.

— Ah, quando eu entender o recado? — ela retruca.

— Exatamente, você é bem esperta. Creio que será rápida em desvendar o mistério. — caçoo.

— Eu entendi o recado, entendi tão bem que nos veremos hoje as nove no El Cardenal. — ela convida num tom ameaçador.

— Ótimo. — respondo e ela desliga na minha cara. Como é rude essa minha garota.

Me lembro da frase que mandei “Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez - William Shakespeare” E embaixo ainda assinei meu nome, o bilhete acompanhava uma caixa de bombons que eram seus favoritos. Não sei se ainda são e não tive tempo de investigar sobre isso, a frase só tinha a função dela vestir a carapuça de covarde e me desafiar. Foi até melhor que eu imaginava que ela me convidou para jantar.

...

Estou com a cabeça fritando, mas estou aqui escrevendo para vocês. Tem que me amar muito mesmo kkkk. Saí ontem, deixei vocês sem capítulos e aqui estou eu para compensar.