Fanfic: Destinos Cruzados AyD | Tema: Portiñón, Anahí e Dulce María

CAPÍTULO 10. 

Seis meses se passaram desde que Dulce começara a trabalhar como secretária de Anahí Portilla na Portilla`s Advocacia.

Ela tivera o privilégio de conhecer a pequena filha de Christin quando esta nasceu, era tão linda quanto Angelique! Estava agora com três meses de vida e se chamava Allicia. Anahí não gostara muito do nome de início porque o fazia lembrar se sua ex-secretária, mas desistiu de reclamar quando percebeu que a filha não era dela e que Angelique estava irredutível na sua decisão. Por insistência de mesma, Dulce ia todas as semanas visitá-las para conversarem enquanto as duas paparicavam a pequena garotinha.

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Durante esses seis meses de trabalho, Dulce se inteirou de todos os afazeres de Alice, a secretária anterior, e realizara todas as suas obrigações com grande responsabilidade e gosto.

Todo esse trabalho muito bem feito não passou despercebido aos olhos de nenhum dos Portilla...

Maite e Poncho estavam admirados com a capacidade de Dulce em adaptar-se ao novo trabalho dado há seis meses. Enrique estava encantado com a graciosidade com que ela atendia a todos os clientes, fossem estes antigos ou novos. Marichelo e Angelique a amavam como se fosse da família, de fato, Dulce era uma jovem cheia de vida e muito querida. E Christian torcia internamente para que essa jovem adorável fosse a mulher capaz de trazer de volta à vida sua irmã Anahí, embora ele não tivesse comentado sobre esse desejo a ninguém mais além de sua esposa.

Porém, os maiores elogios e atenções foram feitos por parte de Anahí Portilla e Luna Sophia Clark Portilla ...

Luna apegara-se à Dulce como se esta fosse sua mãe. A pequena garotinha, apesar dos poucos três anos e meio, tinha plena consciência de que sua verdadeira mãe se chamara Sarah Clark Portilla e a amava muito apesar de nada lembrar-se dessa mãe.

Mas Luna desenvolvera o mesmo carinho que se destina à mãe por Dulce María Espinoza Saviñón. E sempre que conseguia convencer sua avó, ela ia para a empresa para poder passar alguns minutos que fossem ao lado de Dulce María ou melhor, ao lado de Dul; a pequena garotinha se dera essa liberdade de chamá-la assim pelo apelido. E mesmo nas ocasiões em que seus beicinhos e olhos lacrimejantes não eram capazes de convencer sua avó de ir até a empresa, ela ligava para o escritório da Portilla`s Advocacia apenas para ouvir Dulce atender ao telefone e conversarem animadamente como velhas conhecidas por vários minutos.

E, claro, Dulce ra também digna dos elogios de sua chefe. Mas tais elogios quase nunca eram expressos por ela. Anahí era uma mulher de poucos sorrisos no que dizia respeito à Dulce María. De uma forma que Anahí mesmo não sabia explicar,  Dulce exercia um controle doentio e poderoso sobre ela. Diversas vezes se deu conta de que a admirava, mas não apenas a admiração visível nos olhos dos demais. Ela a admirava como profissional, isso era verdade... Mas também existia uma admiração mais intensa, mais perigosa. E era essa admiração que a mantinha longe daquela mulher!

Anahí ainda lembrava-se da esposa falecida, ela rondava seus pensamentos todos os dias. E quando ousava ficar sem lembrar-se dela, Luna aparecia na sua frente como a lembrança viva da mulher que um dia ela circundou a cintura bem definida com seus braços. Sarah fazia tanta falta a ela!

E ela ainda tinha em mente que devia respeito a Sarah, Anahí ainda não tivera nenhum tipo de relacionamento sério por respeito a ex mulher. E agora, por seis meses, estava atormentada por uma mulher que era totalmente o oposto do que ela julgava ser a perfeição feminina.

Por anos, para ela, a beleza feminina não se resumia simplesmente a um par de seios fartos e corpo extremamente curvilíneo. Ela não era adepta desse tipo de “beleza comprada numa clínica estética”. Ela gostava das coisas lindas e atraentes, não era idiota quanto a isso! Mas também adorava as coisas mais naturais, mais verdadeiras...

Sarah era assim. Era uma mulher exuberante, de fato. Tinha longos cabelos loiros que se emolduravam por seu rosto e corpo como se estivessem ali apenas para destacar a beleza dela, apenas para adornar o rosto de traços definidos e únicos. Os olhos eram o que mais Anahí adorava, um tom de verde capaz de fazê-la sentir o brilho da mais pura jóia.

Embora o físico de Sarah fosse uma característica que merecia a atenção de Anahí, eram os sentimentos dela, o tipo de pessoa que Sarah era que a deixava mais apaixonada por ela.

Sarah era dona de uma extrema sensatez e disposição em ajudar. Sabia ser séria, divertida, caridosa, profissional e uma amante apaixonada quando o momento exigia cada uma dessas atitudes. Seu carinho com os próprios pais, o gosto pelo trabalho, o amor direcionado aos Portilla e, em especial, a Anahí... Tudo isso fazia dela a mulher perfeita para Anahí Portilla.

Após a morte de Sarah, Anahí julgara nunca mais ser capaz de amar alguém da forma como a amava.

E, no entanto, cá estava ela... Babando pela secretária que surgira a seis meses em sua vida!

Dulce María Saviñón . O novo padrão de perfeição aos olhos de Anahí , embora ela mesmo tentasse convencer-se de que isso fosse mentira.

Dulce era dona de uma beleza tão exuberante quanto Sarah, porém de um ângulo diferente.

Dulce María tinha cabelos escuros, num caramelho queimado e brilhantes que ao serem contrastados com a luz do sol ficavam avermelhados. Seu corpo era pequeno; nada de exageros ou grandes curvas, apenas um corpo nem magro nem gordo e curvas delicadas bem distribuídas que a tornavam menina e mulher ao mesmo tempo. E seus olhos?! Ah, seus olhos eram um deleite para Anahí! Nunca esqueceria da primeira vez em que vira aqueles lindos olhos castanhos claros se apaixonara por aquele rio de doçura que fazia jus ao seu nome.

E Anahí vivia um conflito interno por causa de tudo isso. Ela por vezes queria se deixar viver de novo, se permitir ser feliz. E por outras vezes queria arrancar o próprio coração do peito e para de sofrer tanto! Ela não aceitava a idéia de que estava desejando outra mulher a não ser Sarah! Isso era certo, desejar outra mulher? Ela se culpava todas as noites por ficar pensando em Dulce María!

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O que nenhum dos Portilla sabia é que Dulce também nutria sentimentos por todos eles. Ela era tímida e não tinha o hábito de ser dada a expressar-se com facilidade no que dizia respeito a ela. No trabalho, era muito fluente, falante a ponto de entreter muitos clientes e assombrar-lhes com seus conhecimentos sobre o mundo dos negócios e de todo o resto. Mas na vida pessoal, ela era reclusa, não costumava expressar o que sentia.

Amava Enrique e e Marichelo como se fossem os pais dela que há muito tempo se foram. Alfonso  e Christin se mostraram homens encantadores, encontrou neles dois irmãos que ela nunca teve, adorava estar ao lado deles para conversar e trocar idéias. Um era sempre brincalhão, o outro era mais sério; ambos faziam a combinação perfeita para ela e ela os amava por serem exatamente do jeito que eram.

O que ela poderia falar sobre Angelique e Maite?! Angel era dona de uma beleza extrema, porém, seu coração era ainda mais belo. Sempre era prestativa e agora se transformara na mãe mais dedicada que Dulce já conhecera. A pequena garotinha, Allicia estava com três meses e Angel não media esforços para criá-la da melhor forma possível. Já Maite continuava do mesmo jeito que Dulce a conhecera. Maite em tudo via graça, de tudo ria, de tudo fazia alarde e de tudo cuidava com carinho e satisfação. May era sempre prestativa e muito impulsiva para colocar suas idéias em prática, mas Dulce a adorava desse jeito.

Talvez a Portilla que mais tenha roubado sua atenção nesses últimos seis meses tenha sido Luna Sophia. Dulce ainda não se conformara com a idéia de que a pequena perdera a mãe quando ainda era um bebê de um ano! Ela se apegou de tal forma a criança que chegava a doer seu coração.

Ela tinha um desejo intenso de proteger a pequena garotinha do mundo cruel lá fora. Ela queria poder dar-lhe a garantia de que estaria todos os dias ao lado dela, sempre pronta para consolá-la quando sofresse ou ajudá-la quando tivesse algum problema em sua vida que estava apenas começando.

Mas Dulce internamente chorava ao dar-se conta da realidade da situação. Ela não era nada de Luna Sophia Clark Portilla! Era apenas a secretária da mãe da pequena florzinha que conhecera. Nunca poderia prometer estar todos os dias ao lado dela porque ela não era parte da família... Ela era apenas uma empregada que cedo ou tarde iria partir e deixar a pequena garota triste e chorosa. E isso acabava com o coração de Dulce antes mesmo que tudo isso se tornasse realidade.

Já sobre a chefe, Dulce suspirava ao lembrar-se dela. Como a vida pudera ser tão injusta com tal mulher boa, honesta, educada e trabalhadora?!

Ela a cada dia se impressionava mais com a chefe que tinha! Nunca vira uma mulher trabalhar com tanta garra quanto Anahí.  Ela era jovem, poderia ter sucumbido aos seus desejos pessoais e aproveitado a vida enquanto sua mãe cuidava da filha para ela. Mas não, ela mesmo desempenhara a função de pai e mãe para Luna! Ela não se negou a seguir sua vida depois de perder a esposa que tanto amava.

E agora Dulce se via apaixonada por ela de tal forma que ela sabia que nada mudaria seus sentimentos por Anahí. Ninguém que ela conhecesse despertaria nela tamanha admiração e amor. A única a ocupar seu coração com tanta força.

E ao mesmo tempo em que isso a deixava nas nuvens, também a trazia à triste realidade de que Anahí unca lhe pertenceria!

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