Fanfic: Destinos Cruzados AyD | Tema: Portiñón, Anahí e Dulce María

Anahí precisou viajar na semana seguinte, havia alguns documentos que precisavam ser analisados antes de uma audiência e ela fora a única que poderia ir atrás disso. Os outros estavam muito ocupados, ela fora a única opção.

Luna teria ficado com qualquer um da família – como sempre ficava quando ela viajava. Dessa vez, porém, ela fizera uma tremenda birra e estava decidida a lutar por sua decisão. Ela escolhera ficar na casa de Dulce María.

Anahí,  obviamente, não queria isso. Dulce María era sua secretária apenas. Ela não tinha obrigação alguma de cuidar da filha dela, ela não era babá. Ela era a secretária!

Mas Luna fizera um drama e tanto até conseguir o que queria.

- Você vai ficar na casa da vovó. – Anahí lhe disse.

- Mas eu não quelo.

- Filha, você sempre fica lá. Sua avó já esta te esperando. – ela insistia enquanto preparava sua mala com as roupas que levaria. Luna estava sentada com as pernas dobradas em forma de índio sobre a cama dele.

- Mas eu quelia fica em oto lugar.

- A tia May não vai poder cuidar de você. Ela vai estar trabalhando muito no escritório da mamãe. E a tia Angel tem que cuidar da Allicia que é pequeninha ainda, ela precisa descansar.

- Mas eu não quelia fica na casa delas. – o beicinho surgiu em seu rostinho.

- Quer ficar aonde então?

- Na casa da Candy.

- De quem? – ela praticamente gritou.

- Da Dulce. – ela disse baixinho, com um beicinho enorme, mas revirando os olhos ao perceber a surpresa da mãe ao ouvir o que ela disse.

- Filha, - Anahí passou a mão pelos cabelos e suspirou antes de continuar – Dulce não pode cuidar de você.

- Puquê não? – seus olhinhos lacrimejaram.

- Ela vai estar trabalhando no escritório também, igual a tia May.

- Não tem pobema. – ela deu de ombros – Eu fico na casa da vovó e dumo na casa da Candy.

- Filha, escuta... – Anahí largou as roupas e sentou em frente a ela – Ela trabalha pra mamãe, ela não tem a obrigação de cuidar de você. Ela tem bastante coisa pra fazer no escritório e quando chegar em casa, vai estar cansada e vai querer descansar.

- Mas eu quelo fica com ela mesmo assim.

- Não dá, Luna Sophia. Eu não posso pedir isso pra ela.

- Eu peço, Mommy. – seus olhinhos imploravam – Eu falo com ela, eu ligo e peço se posso dumí lá.

- Isso não é uma boa idéia, filha.

- Puquê não? A Dul é minha amiga. – o choro surgiu baixinho – Ela me disse que eu podia dumí lá quando eu quisesse.

Anahí já havia voltado a organizar suas roupas enquanto ela falava. Mas ao ouvir que Dulce María havia dito que Luna poderia dormir lá, ela congelou. Que conversa era aquela?!

- Como é que é? – ela olhou para Luna.

- O que? – ela abriu as mãozinhas com a palma para cima em sinal de confusão.

- Dulce María disse que você poderia dormir na casa dela?

- Sim. Ela sempe me diz. – Luna deu de ombros de novo – Eu convidei ela pa dumí aqui, mas ela disse que não podia. Então ela sempe diz que eu posso i dumí na casa dela.

- Quando ela te disse isso?

- Ela sempe diz, Mommy. – os olhinhos reviraram de novo.

- Ah. – foi a única coisa que ela conseguiu pronunciar no momento.

Anahí nunca ouvira Luna falar de Dulce daquela forma. Claro que ela sabia que as duas se tornaram grandes amigas e tal... Mas jamais imaginara que a situação estava nesse ponto.

E Dulce se recusara vir a casa delas, em contra-partida, oferecera sua casa para que Luna fosse ficar lá. Em que ponto ela perdera o controle da situação?!

- MOMMY! – Luna gritou.

- Hã? – ela franziu a testa e voltou a prestar atenção na filha.

- Eu pedi se você deixa eu dumí lá. Você não me disse se deixa.

- Eu... Eu tenho que... Que... Falar com a Dulce María primeiro. E com sua avó também, ela vai ficar triste quando souber que você não vai dormir na casa dela.

- A vovó já sabe que eu vô dumí na casa da Dul. – falou como se fosse óbvio o que disse.

- Ah, sua avó já sabia?!

- Sim, né.

- Bom, agora é hora da senhorita dormir. Amanhã eu falo com elas e veremos onde você vai dormir.

- Tá bom, Mommy. – ela se colocou de pé na cama dela e sorriu em expectativa.

- O que foi? Por que essa carinha? – Anahí tentava segurar um riso.

- Já que você viaja amanhã, selá que eu posso dumí com você hoje?

- Claro que pode, amorzinho. – Anahí beijou ela – Vamos escovar os dentes e dormir. Amanhã eu termino de arrumar essas malas.

- Tá bom.

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No dia seguinte, Anahí levantou cedo e arrumou o que faltava nas suas malas. Luna demorou para acordar, mas estava mais feliz do que nunca. Segundo ela, iria dormir na casa da Dulce. Só não sabia que isso ainda não era certo. Faltava Anahí dar sua palavra final.

Quando chegou a casa de Marichelo, Luna entrou correndo porque viu Angelique e a pequena Allicia na sala. Anahí aproveitou a oportunidade para falar com sua mãe a sós.

- Mãe, que história é essa da Luna ir dormir na casa da Dulce María?

- Ah, ela te contou! – Marichelo sorriu.

- Me contou?! A senhora sabia e não me disse nada, deixou eu enfrentar aquela garotinha sozinha. – Anahí fez um drama para enfatizar a situação dela como mãe, o que só fez Mari sorrir mais ainda.

- Filha, nem eu sabia disso. A Luna voltou do escritório essa semana e repetiu o que ela sempre diz, que a Dulce a convidou pra dormir na casa dela. Então, agora que você precisa viajar, a Luna viu a chance de ir dormir lá. Ela mesma me disse isso essa semana, eu simplesmente esqueci de te avisar.

- Mãe, esse tipo de coisa a gente não pode esquecer de avisar. – ela mexeu nos cabelos e suspirou profundamente – O que eu faço agora? O que eu digo pra Luna? Ela vai fazer um tremendo alvoroço, bem no estilo da tia dela.

- Não fale assim da Maite, você sabe que ela é uma boa pessoa. – Marichelo disse rindo da careta que Anahí fizera, ela sabia que elas se adoravam apesar das pequenas briguinhas bobas – Fale com a Dulce e veja se essa conversa da Luna ir dormir com ela é mesmo verdade. Se for, pergunte se a Luna pode ficar lá durante essa semana. Ela fica comigo durante o dia e a noite vai dormir com Dulce. Se precisar, eu estarei aqui para ajudá-la.

- Eu não sei. Acho tão estranho pedir isso. Mãe, ela é minha secretária, não a babá da minha filha.

- Elas são amigas, não esqueça disso. – Mari acariciou o rosto dela e sorriu mais uma vez – Se Dulce convidou Luna para dormir na casa dela foi porque ela quis convidar. É uma oportunidade para as duas se conhecerem melhor.

- Eu não sei. Vou pensar nisso.

- Ok. Depois me diga o que decidiu.

Anahí se despediu da mãe, da cunhada, da sobrinha e, por último, da filha. Seguiu até a empresa e trabalhou o dia todo direto, com uma pausa mínima para um lanche apenas.

O último compromisso do dia foi desmarcado pelo cliente e foi quando ela aproveitou para falar com Dulce María. Chamou-a até sua sala e foi direto ao assunto.

- Luna disse ontem que a senhorita a convidou para dormir em sua casa. É verdade?

- Sim. – Dulce sorriu – Eu convidei.

- Por que fez isso?

- Ah... Eu gosto muito da Soph, senhora Portilla. – ela olhou para as próprias mãos, evitando os olhos verdes hipnotizantes – Mas quase não consigo vê-la, a não ser quando ela vem até a empresa. Então, ela me convidou para... ela disse que eu... bom, ela me convidou para dormir na casa dela e ficou chateada quando eu disse que não podia. Daí eu disse que ela poderia ir dormir na minha casa, caso a senhora deixasse.

- Isso aconteceu faz tempo?

- Desde a última vez que ela foi ao médico ela tem me convidado pra dormir na casa de vocês.

- Dulce María, - respirou fundo e disse o que tinha que dizer – eu sei que isso não faz parte do seu trabalho e vou entender caso a senhorita diga não. Também já quero avisar que pagarei um extra caso aceite fazer o que vou lhe pedir. Estou viajando daqui três horas e Luna me pediu se poderia ficar na sua casa. A senhorita acha que ela poderia ficar lá?

- Claro que pode.

Dulce respondeu isso sorrindo e sem pensar. Anahí surpreendeu-se com sua felicidade e rapidez em dar sua resposta.

- Ela fica com minha mãe durante o dia e a senhorita a pega a noite para levar para sua casa. Minha mãe pode preparar a comida para ela e já dar um banho, assim a senhorita não terá trabalho algum.

- A Soph jamais iria me dar trabalho. – Dulce balançou a cabeça – Mari pode ficar tranqüila. Eu levo a Luna pra casa, dou banho nela e preparo comida para nós duas.

- Bom, se isso for atrapalhar algum programa que tenha feito, a senhorita pode deixá-la com minha mãe.

- Não vai atrapalhar em nada. Pode ficar tranqüila.

- Ok. Quando eu voltar de viagem nós acertamos as despesas.

- De forma alguma, eu não quero nada! – Dulce disse firme – Luna é minha amiga e é minha convidada para ficar na minha casa. Não aceito um centavo por ter que ficar com ela.

- Certo. Depois decidimos isso. Eu vou passar na casa da minha mãe pegá-la, passo na minha casa buscar minhas malas e levo a Luna até o seu apartamento.

- Ok.

- Dulce, obrigada por isso. – ela suspirou – Não sabe como fico tranqüila ao saber que cuidará dela. E mais tranqüila ainda por saber que não vou ouvi-la chorar desesperadamente e ainda me odiar porque teve que ficar na casa da minha mãe.

Anahí revirou os olhos e as duas riram juntas. Luna colocara na cabeça que ficaria com Dulce e nada a faria mudar de idéia. Em último caso, ela até ficaria com a avó, mas era bem possível que adoecesse de tristeza.

- Eu vou terminar de organizar algumas coisas. – ela foi em direção a porta – Conte comigo quando precisar, SenhoraPortilla.

- Mais uma vez, obrigada.

Dulce não conseguia conter sua felicidade. Ela queria ter pedido a Anahí se ela deixava Luna dormir no apartamento dela, mas ficou com medo que ela não deixasse ou até ficasse brav com ela por tal idéia.

No entanto, ela mesmo pedira se Dulcs poderia cuidar da pequenininha. Ela não podia estar mais feliz! E sem se conter, ligou para a casa de Mari.

- Mommy? – o telefone foi atendido por Luna, que aguardou o dia inteiro por notícias de Anahí.

- É a Dul, Soph.

- Candy! Oi! – a pequena sorriu – Você falou com a Mommy?

- Sim.

- E ela disse que eu posso dumí com você?

- Sim! – Dulce sorriu ao dar tal resposta e ouvir um gritinho de Luna do outro lado da linha.

- Vedade? Jura juradinho?

- Sim, é verdade. Falei com ela agora. Você fica com sua vó enquanto eu estiver trabalhando e eu passo aí pegar você pra dormir na minha casa.

- Eba!

- Agora escute, ela vai buscar você e te levar lá em casa antes de ir pro aeroporto. Comporte-se e obedeça. De noite a gente conversa.

- Tá bom. Eu vou conta pa vovó. Tchau, Candy. Beijo.

- Tchau, florzinha. Beijos.

Ambas desligaram, ambas estavam imensamente felizes.

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A noite, Anahí chegou na casa dos pais e contou para Marichelo  sobre a conversa que tivera com Dulce María. Pegou Luna e foi para a sua própria casa buscar suas malas. Seguiu na direção do apartamento de Dulce, quase não conseguindo conter a euforia da filha.

Ela as recebeu com um sorriso imenso. Já havia tomado banho e estava com uma regata preta e um short jeans quase na altura das coxas. Uma roupa decente e simples, mas nela ficara perfeita. Anahí  não pode evitar observá-la e só não se distraiu mais porque Luna começou a gritar.

- Candy, eu cheguei! – a pequena correu para os braços de Dulce.

- Eu tô vendo. Você chegou, que coisa boa! – deu-lhe um beijo estalado na bochecha e pegou-a no colo.

Endireitou-se para falar com Anahí sorriu.

- Desculpe, senhora Portilla. – riu levemente – Eu espero que faça uma boa viagem.

- Obrigada. Eu trouxe uma mala com algumas roupas e coisas dela. Caso falte alguma coisa, minha mãe tem uma cópia da chave da minha casa. Pode pedir que ela vá até lá ou pode pegar a chave e ir você mesma. Qualquer problema é só me ligar.

- Ok. Pode ficar tranqüila. Ela vai ficar bem.

- Eu sei que vai. – Anahí sorriu de lado – É mais fácil ela ficar bem do que eu.

Dulce teve que rir do comentário dela. As duas passavam bastante tempo juntos. E Dulce tinha que admitir que era mais fácil Luna ficar bem durante essa semana do que Anahí.

- Bom, eu preciso ir. – ela aproximou-se e abraçou a filha – Filha, obedeça a Dulce María, senão você não vem mais na casa dela.

- Tá, Mommy. Eu te amo. – a pequena o abraçou com um dos braços já que o outro estava preso no pescoço de Dulce.

- Também amo você, meu amor. Tchau. – olhou para sua secretária agora – Obrigada pela ajuda, não hesite em me ligar. Boa noite.

- Boa noite. – Dulce apertou a mão que ela estendera para cumprimentar – Boa viagem e bom trabalho.

- Obrigada.

Ambas ficaram sozinhas. Anahí seguiu até o carro e foi seguir sua viagem. Embora não quisesse admitir, estava tranqüila por deixar Luna com Dulce, sabia que elas se dariam muito bem.

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Dulce levou Luna para dentro e largou as coisas dela sobre o sofá.

- Você não comeu ainda, né?! – a mais velha  perguntou.

- Mais ou menos.

- Como assim mais ou menos? – Dulce teve que rir.

- Ah, eu comi bolo na casa da vovó, mas não comi comida.

- Ok. Então você vai jantar comigo. Você gosta de massa com bacon?

- Acho que sim. – Luna franziu a testa.

- Bom, você prova e depois me diz se gosta. Pode ser?

- Pode.

As duas seguiram até a cozinha e Dulce serviu as duas. Luna não se opusera a comer a massa, na verdade comera tudo o que Dulce lhe serviu sem reclamar.

Depois que comeram, ela lavou a louça e Luna só não ajudou porque Dulcenão permitiu. Enquanto ela lavava a louça, Luna foi dar uma passeada pelo apartamento para conhecer a sua casa provisória por uma semana.

Dulce terminou de organizar tudo e foi atrás dela...

- Soph? – ela chamou um pouco mais alto da sala.

- Oi? – a pequena gritou de algum lugar.

- Onde você está?

- Aqui no quarto.

Dulce foi até lá e encontrouLuna sentada na cama dela, olhando a foto que estava num porta-retrato. Era uma foto de Dulce e seus pais que foi tirada há dois anos.

- Quem são essas pessoas, Candy?

- São meus pais. – Dulce sentou-se ao lado dela e ficou olhando para o porta-retrato.

- O seu pai tem bigode? – Luna fez uma cara feia e Dulce teve que rir dela.

- Sim, ele tinha bigode.

- E a sua mãe é bem linda, igual você.

- Obrigada, florzinha. Você também é linda e sua mãe também era.

- Ela não mora mais na minha casa.

- É, sua Mommy me contou o que aconteceu.

- Ela me disse que mamãe foi embora puquê ela tava dodói. Disse que ela é uma pincesa e tá dumindo pa sempe.

- Eu sei. – Dulce sorriu e acariciou o rostinho fofo dela – Ela amava você, pode ter certeza disso.

- A sua mamãe também te ama, né?

- Sim, ela me amava. Mas ela também está dormindo como a sua mãe.

- Ela também morreu?

- Sim, ela e o meu pai morreram. Eles sofreram um acidente de carro.

- Você sente falta dela? – Luna perguntou realmente concentrada no assunto.

- Sinto, sinto falta dos dois. Mas daí eu lembro de tudo o que eles me ensinaram e todos os momentos que passamos juntos e lembro com carinho deles.

- Eu não lembo da minha mãe. – Luna fez um beicinho e deu de ombros – Eu era um bebezinho quando ela morreu. Mas a minha Mommy mostra as fotos dela e ela era linda. O cabelo dela era igual o meu, os olhos também.

- Eu sei. – Dulce sorriu – Eu vi uma foto de vocês na sala da sua Mommy lá no escritório. Sua mãe era linda igualzinha a você.

-  A minha mommy diz que eu faço beicinho igual ela. – Luna disse rindo porque bem ou mal ela nem sabia o real significado da palavra ‘beicinho’.

- Eu nunca vi sua mãe fazer beicinho, mas posso dizer que o seu é lindíssimo.

- Obigada.

- De nada. Bom, o que você acha de irmos dormir agora? Já esta ficando tarde e amanhã temos que levantar cedo porque você tem que ir pra casa da sua avó e eu tenho que trabalhar.

- Puquê você tem que trabalhar se a minha mamãe não vai tá lá?

- Porque o telefone vai tocar e eu preciso estar lá para atender.

- Hum.

- Agora vamos escovar os dentes, colocar o pijama e dormir.

- Tá bom.

Dulce ajudou Luna, a qual achara maravilhoso ter a companhia dela para fazer tais tarefas. Ela dormiu junto com Dulce na sua cama e dormira tranquilamente sem sonhos ou pesadelos durante toda a noite.