Fanfics Brasil - Capítulo 18 - Confissões - Destinos Cruzados AyD

Fanfic: Destinos Cruzados AyD | Tema: Portiñón, Anahí e Dulce María


Capítulo: Capítulo 18 - Confissões -

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CAPÍTULO 18.


O fim de semana foi rápido e divertidopara uns, e devagar e torturante para outros...


Para Dulce e Ucker fora extremamente rápido e muito divertido. O almoço no sábado foi bom e aproveitaram a tarde para passear e conversar, já que domingo pela manhã ele retornaria à cidade do seu pai.


Então, no domingo Dulce despediu-se de seu amigo com um abraço carinhoso e uma promessa de que iria ao casamento dele em Londres. Ela tinha três meses para se programar para a viagem.


Já, para Anahí, o fim de semana foi o mais lento, tedioso e torturante que ela já teve. O sábado na casa dos pais, os carinhos de sua filha e até mesmo a eletricidade de Maite, não foram capazes de desviar por muito tempo os pensamentos dela de Dulce María.


Anahí pensou nela durante todo o sábado e domingo!


Sentimentos intensos tomavam conta dela. O desejo corria pelas suas veias e, junto com o desejo, havia também um ciúme que a fazia enxergar tudo escuro na sua frente.


Ela não soube muito sobre o tal “Ucker”. Luna não fora capaz de lhe dar detalhes. Ela apenas disse que ele era bem legal, o que deixara Anahí ainda mais enciumada. O safado do Christopher foi capaz de conquistar Dulce María e ainda conquistara a própria filha dela! Anahí tinha certeza que seu ‘rival’ era um cara muito esperto, sabia jogar muito bem e era um homem!


---


- Filha, como foi a sua semana? – ela perguntou enquanto a levava para o banheiro para tomar banho naquele sábado.


- Foi bem legal. – ela disse enquanto tirava a blusa e a calça.


- E você e Dulce María se divertiram bastante? Comeu muita porcaria?


- A gente se divetiu batante. – a pequena sorriu ao lembrar-se – Jogamos um monte de joguinho e bincamo de boneca tabém. A Candy me deixô comê pocalia, mas não todo dia. Ela disse que eu pecisava comê comida boa tabém, não só pocalia.


- E ela estava certa. Você sabe que precisa comer coisas saudáveis, não só besteiras.


Anahí iria aos poucos com a conversa... Até chegar ao assunto desejado.


- E ela saiu pra passear com você ou ficaram só no apartamento?


- A gente saiu batante. – ela terminou de soltar os cabelos e entrou na banheira, molhando o pequeno corpo distraidamente – A gente foi no shopping, no cinema, no paque, até no mecado eu fui com a Candy. – Luna olhou para Anahí com os olhos brilhando – Mommy, esqueci do meu shampoo! A Candy me deu um shampoo igual o dela! Eu quelo usá.


- E onde está o shampoo?


- Tá na minha mochila. Eu esqueci de tilá de lá.


- Vou pegar. Enquanto isso, lave seu rosto e seu corpo.


- Tá.


Ela saiu à procura do shampoo e bufou ironicamente ao ler o rótulo e ver que se tratava do maldito shampoo de morango que Dulce María usava. Ela só podia estar pagando por erros passados!


 - Achou, Mommy?


- Sim, aqui está. – Anahí mostrou pra ela – Vamos lavar esse cabelo lindo.


- Vai ficar com o cheilinho igual o da Candy. – Luna sorriu de olhos fechados.


- Hã, então... O Ucker ficou seu amigo? Você gostou dele? – perguntou enquanto espalhava o shampoo nos cabelos longos e loiros.


- Sim, ele tabém é bem legal. É bem engaçado, me fez rí um montão. – ela riu levemente – Ele come um monte, Mommy. A Dulce teve que fazê um montão de comida pa ele. E ele papou tudinho. Ela disse que eu devia comê igualzinho ele.


- E você comeu como ele?


- Não. – ela encarou a mãe apavorada – Eu ia expodí se comesse igual ele!


As duas riram das explicações dela.


- Mas eu comi batante, não igual o Ucke, mas comi. E depois a gente cuidô da Dulce puquê ela tava cholando e domiu bem tiste. – ela concluiu séria.


- Ela estava doente? Por isso chorou? – ela se preocupou.


- Não tava doente. O Ucke só disse que ela tava tiste e pecisava que a gente cuidasse dela. A gente deu água pa ela, depois domimos. E daí você chegou hoje.


- E o que ela te disse hoje de manhã?


- Disse que já tava bem e que você já tinha chegado. Daí o Ucke quis passeá na cidade e ela me disse que iam me levá lá na casa da vovó pa mim vê você.


- Seu cabelo está pronto. – ela torceu os fios dourados – Já lavou seu corpo todo?


- Lavei.


- Vamos te secar, então.


Anahí a tirou da banheira e colocou de pé. Enrolou-a na toalha e foi até a cama dela para secá-la e vesti-la para dormir.


- E o tal Ucker dormiu aonde? – ela perguntou.


- Na cama, mãe . – ela revirou os olhos como se a sua resposta fosse óbvia.


Ela até queria ter perguntado se foi na cama da Dulce María ou em outra cama, mas tinha até medo da resposta. Acabou desistindo do interrogatório, Luna não iria ajudar em muita coisa.


Depois de pronta, Anahí a levou para escovar os dentes e secar os cabelos dela. Quando pronta, levou-a para o quarto dela. Como fazia uma semana que não se viam, Anahí  queria tê-la ao seu lado para dormir; Luna estava com saudade dela e concordou.


Enquanto Luna assistia um desenho no canal da Disney, ela tomou o próprio banho e escovou os dentes.


Ao voltar ao quarto, percebeu que Luna ainda não tinha dormido completamente, mas estava bem sonolenta. Ela deitou-se ao lado dela, cobriu-os devidamente e beijou o rostinho de anjo dela.


- Boa noite, filha. – ela disse e se ajeitou.


Luna virou-se para o lado dela e acariciou o rosto de Anahí com a pequena mãozinha.


- Boa noite, mamãe. – ela disse e entregou-se ao sono.


Anahí ficou em choque! Que história era essa de “boa noite, mamãe”? Ela estava sonhando? Estava ouvindo coisas? Ou Luna realmente disse o que ela pensou ouvir? E se ela disse, estava se referindo a Sarah? Ou estava falando de Dulce?


Ela demorou a dormir. E durante esse tempo, sua mente visualizava a cena de sua filha dizendo-lhe “boa noite, mamãe”... Até que ela caiu na inconsciência e dormiu extremamente bem, do jeito que não dormia há uma semana. Talvez tenha dormido bem pela junção de dois fatores: primeiro, sua filha estava ali ao seu lado; segundo, o cheiro dela estava impregnado em seu quarto, através do cabelo de sua filha.


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A segunda-feira começou normal como qualquer outro dia de trabalho.


Anahí chamou Dulce à sua sala assim que ela colocou os pés na empresa. Dulce a seguiu em silêncio, já prevendo o que ela diria.


- Dulce María, eu quero acertar com você a semana que Sophi ficou na sua casa. – ela disse ao sentar-se em sua cadeira.


Dulce  estava calada, mas sorrindo imensamente.


- Por que está sorrindo? – ela perguntou sério.


O final de semana não foi nada agradável para ela. O ciúme ainda estava num nível elevado e seu humor, obviamente, estava péssimo.


- Nada demais. Apenas fiquei feliz em ouvi-la chamar a Sophi pelo apelido, é a primeira vez que a senhora faz isso desde que estou trabalhando aqui.


Anahí não comentou nada. Nem ela se dera conta de que fizera isso. Mas não havia como lutar contra algo tão natural quanto chamar alguém pelo apelido, ainda mais se tratando de Luna Sophia.


- Bom, quero saber todas as despesas que teve com ela. – Anahí voltou ao assunto.


- Não tive nenhuma despesa. – Dulce sorriu e deu de ombros – Ela era minha convidada. Onde come uma pessoa, comem duas. A senhora não me deve nada, senhora Portilla.


- Tem certeza? Não quero ser inconveniente.


- Por favor, não faça tal coisa. Sophi ficou comigo e a senhora não me deve nada, foi um prazer cuidar dela. – Dulce sorriu.


- Ok. Mesmo assim, obrigada.


- De nada. – Dulce ouviu o telefone de sua mesa tocando – Eu vou atender a ligação. Com licença, Senhora Portilla.


Anahí apenas acenou e ela seguiu para sua mesa em silêncio...


Durante todo o dia tudo ocorreu normalmente. Dulce fez o seu trabalho e Anahí fez o dela. Mesmo assim, ela aproveitou algumas brechas para observar Dulce María.


Como ela podia dominar seus pensamentos de tal foma a fazê-la perder o raciocínio do mundo à sua volta? Como ela podia deslumbrá-la apenas com sua presença e, ao mesmo tempo, atormentá-la a ponto de fazê-la ficar com raiva de si própria?


Por outro lado, Dulce estava estranhando a chefe. Ela estava esquisita. Parecia perdida em pensamentos, cansada e irritada com alguma coisa que ela não sabia o que era.


Nesses momentos, ela gostaria de ter a liberdade de uma namorada ou esposa e poder consolá-la e pedir-lhe o que houve para chateá-la tanto. Mas não tinha esse direito e, por isso, tentou concentrar-se em seu trabalho.


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Maite perambulava pela empresa, feliz da vida porque seu casamento estava perfeito. Lembrou-se com carinho do grande dia da sua vida quando uniu-se ao homem que ama e lembrou-se da forma como seu marido fizera o pedido meses antes. Jamais esqueceria que ele contratou músicos e decorou uma pequena parte do Central Park com balões para pedir-lhe a mão. Até hoje as borboletas em seu estômago reviravam ao lembrar-se disso.


Sem ter mais nada para fazer, ela decidiu ‘cutucar a onça com vara curta’. Sua irmã não havia expressado nenhum interesse em sua amiga Dul, mas May bem sabia que ela estava apaixonada. Prometera a ela mesma que não iria interferir na vida das duas e deixaria que as coisas andassem por conta própria; se fosse para Anahí e Dulce ficarem juntas, tudo se resolveria no seu tempo.


Sendo assim, já que não podia ‘agir’, não custava nada ‘cutucar’. E lembrando-se do seu papo com Luna pela manhã na casa de Mari, ela achou uma forma de incomodar a irmã.


- Anyzinha do meu coração... – ela adentrou na sala saltitando.


- Já disse que não gosto que me chame assim. – ela a encarou séria.


- E eu não sei disso? – ela colocou as mãos na cintura e revirou os olhos.


- Então por que insiste em me chamar assim? Gosta de me ver irritada, né?


- Às vezes gosto. – ela admitiu e sentou-se na cadeira em frente à mesa dela – Se bem que você parece ter feito isso sem mim, está irritada. O que houve?


- Nada. Precisa de alguma coisa? – ela desviou os olhos do notebook e a encarou.


- Não, só vim te dar um oizinho. Você chegou de viagem e nem me ligou pra dizer que estava bem. – ela fez cara de ofendida – Mas tudo bem, não sou tão importante assim na sua vida.


- Deixa de drama, Maite. Eu cheguei no sábado e tive um fim de semana não muito agradável, só esqueci de te ligar. – ela tentou se justificar.


Só que Maite não estava chhateada de verdade, ela entendia que Any devia ter chegado cansada e louca para dormir. Entendia também que ela tinha coisas mais importantes pra fazer, como lidar com o ciúme que devia estar sentindo ao ver Dulce e o amigo dela. Mas May aproveitou para criar um drama e poder entrar no assunto.


- Enfim, - ela suspirou – Sophi me disse que a semana dela foi muito boa no apartamento da Dulce.


- Ela também me disse isso. – Anahí disse naturalmente, sem desviar os olhos do notebook.


- E ela mesma disse que se divertiu imensamente quando Ucker chegou. – Maite riu levemente.


Com prazer ela viu Anahí fechar as mãos e travar o maxilar, mas decidiu que poderia ir mais a fundo na provocação.


- Sophi disse que ele é hilário. – ela ria de suas palavras – Dul me disse antes que eles se divertiram bastante. Pena que não deu tempo para mim conhecê-lo, mas não faltarão oportunidades.


- Sophi disse mais alguma coisa? – ela tentou perguntar sem muito interesse, mas May percebeu tudo.


- Não. – se colocou de pé – Dul comentou alguma coisa sobre cinema e passeio no shopping depois que deixaram a Luna na casa da mamãe no sábado, mas não sei de mais nada. Preciso marcar com a Dulce para sairmos os quatro juntos um dia desses, quem sabe Chris  e Angel poderão ir conosco. – ela encarou ele, quase não conseguindo segurar o riso – Se quiser pode ir com a gente também.


- Não, obrigada. – ela disse rapidamente.


- Bom, vou indo. – ela foi até a porta e sorriu inocentemente pra Anahí– Maninha, se cuida. Bom trabalho.


Saiu de lá rindo e Anahí ficou tão enciumada que não conteve suas ações. Levantou-se, andou alguns passos pelo escritório, pegou um enfeite que tinha na imensa estante e arremessou na parede.


Dulce ouviu o barulho do lado de fora do escritório e arregalou os olhos, nunca vira Anahí agressiva desse jeito. Maite estava por perto e também ouviu o barulho, concluindo que seu joguinho dera certo.


- Tem alguém irritadinha hoje. – ela piscou para Dulce e foi para sua sala.


Ela ficou tão assustada que não sabia o que fazer. Ligava para Marichelo? Chamava Enrique? Ou Christian para ver o que houve? Ou deveria entrar lá?


Movida pelo medo de que talvez Anahí tivesse se machucado, ela não pensou duas vezes e entrou na sala dela. A encontrou com a testa escorada na imensa janela de vidro, os ombros caídos e as mãos fechadas em punho.


- Senhora Portilla? – ela disse ao se aproximar.


Ela travou o maxilar e suspirou, isso não passou despercebido por Dulce.


- Está tudo bem? – ela analisou o escritório e encontrou o enfeite espatifado no chão – A senhora precisa de alguma coisa?


- Estou bem. – Anahí murmurou numa voz triste – Vou ficar bem.


- Por favor, olhe pra mim. – ela insistiu.


Ela lentamente olhou e se arrependeu disso porque viu a dor nos olhos dela. Ela queria sofrer sozinho, não queria ninguém com pena... Muito menos que esse ‘alguém’ fosse ela!


Assim que os olhares se encontraram e Dulce constatou que Anahí estava parcialmente bem, ela desceu os olhos analisando-a por inteiro. Ao olhar para as mãos dela, viu que uma delas estava sangrando.


- Céus! O que houve com sua mão? – ela aproximou-see pegou a mão machucada – Precisa lavar isso aqui e fazer um curativo. Eu já volto.


Ela saiu correndo da sala dela e foi em busca do kit de primeitos socorros. Anahí continuou imóvel até que ela retornasse à sala.


- Aqui está. – ela disse ao entrar – Sente-se, vou cuidar disso para a senhora.


Ela obedeceu sem pestanejar. Sentou-se em sua cadeira e Bella ajoelhou-se na sua frente para cuidar da sua mão. Ela tratou de limpar a mão com um pano limpo umedecido e depois passou água oxigenada no local do corte. Não era um corte grande, na verdade foi apenas um pedacinho do vidro do enfeite que escapou e cortou a mão, mas o suficiente para fazer um acúmulo de sangue que quase a fez chorar de tanto pavor. Dulce era exagerada quando se tratava de machucados, cortes e sangue.


Ela continuou concentrada cuidando do ferimento. E Anahí a observava apaixonadamente e, ao mesmo tempo, morrendo de ciúme.


“Ela era uma mulher incrível, mas não era dela” – era isso o que Anahí pensava.


Dulce finalizou o pequeno curativo com um band-aid. Ao tentar levantar do chão, ela apoiou-se na mesa. E Anahí, de forma cavalheira, ofereceu a mão boa como apoio. Sem darem-se conta, a situação os deixou com os rostos muito próximos.


Dulce ficou hipnotizada pelos olhos verdes e os lábios dela. Sua respiração passou a ficar mais acelerada à medida que ela imaginava seus próprios lábios colados...


Anahí estava tão perdida na imensidão chocolate daqueles olhos que não notou quando começou a se inclinar na direção de Dulce.


Ela viu o que iria acontecer e umedeceu os lábios em expectativa. Anahí se contorceu de desejo ao vê-la fazer isso. Sem ter tempo de raciocinar sobre o certo e o errado, ela começou a chegar ainda mais perto de Dulce, as respirações já se confundiam, os corações palpitavam em expectativa pelo contato...


Quando apenas um centímetro os mantinha separados, o celular de Anahí tocou. Dulce respirou fundo e colocou-se rapidamente de pé.


Assustada ao perceber o que quase aconteceu ali, o terrível erro que ela teria cometido, ela pigarreou e juntou o kit da mesa.


- Com licença.


Dizendo isso, saiu porta afora e foi até o banheiro para chorar, extravasar seus sentimentos reprimidos e se recompor.


Anahí atendeu a ligação furioso e só não matou quem estava ao outro lado da linha porque tal pessoa não tinha culpa de ter ligado em um momento mais inoportuno.


---


Quase no fim da tarde, Anahí estava numa reunião com os outros advogados para decidir sobre um novo caso que Enrique aceitara cuidar. Enquanto isso, Dulce organizava alguns documentos que precisavam ser assinados por Anahí.


Ela encaminhou-se à sala da chefe para deixar tudo pronto para assinar. Como de costume, empilhou os papéis sobre a mesa dela e deixou uma caneta sobre a pilha.


Ao passar ao lado da mesa para ir em direção à sua própria mesa, ela tropeçou no canto da mesa e caiu.


- Droga! – ela praguejou.


Como derrubou sua agenda e caneta, antes de levantar-se ela pegou tais itens. Distraída do jeito que estava, ainda praguejando, ela não percebeu que Anahí chegara no exato momento em que ela caiu.


Ela a olhava da porta, sorrindo ao ouvi-la praguejar e atraído pela visão de seu belo corpo coberto por aquela blusa vermelha e saia preta. Anahí não soube dizer se foi o ciúme causado pelo cara no apartamento dela, se foi o acontecido quando ela fizera o curativo na mão dela, se foi o desejo que sentia por ela ou ainda o decote na blusa que a fizera aproximar-se dela e agir seguindo seus instintos.


Anahí passou pela porta, a fechou e trancou silenciosamente. Quando Dulce levantou-se do chão, Anahí já estava a apenas três passos dela, e ela sobressaltou-se de susto.


- Senhora Portilla! – ela quase gritou, colocando a mão sobre o peito, movimento seguido pelos olhos atentos de Anahí – Desculpe-me, eu vim trazer alguns documentos, estão na sua mesa.


- Obrigada. – Anahí disse e aproximou-se mais dois passos dela, já podendo sentir a respiração acelerada de Dulce.


Dulce sentia seu sangue correr pelas veias num ritmo frenético, desesperado. Por vezes sonhara estar tão próxima dela, mas nunca imaginara que tal proximidade fosse tão eletrizante como estava sendo.


Anahí estava inebriado com tamanha beleza, doçura, sensualidade e perfume. O maldito cheiro de morango estava presente no ar. Os olhos dela a encaravam sérios, quase pedintes. E ela podia ver o peito de Dulce subindo e descendo devido à respiração rápida.


E ao lembrar-se de Christopher, seu sangue ferveu em seu corpo. Ela estava morrendo de ciúmes imaginando que as mãos daquele homem passearam pelo corpo dela e que os lábios dele desfrutaram da maciez que os dela deveriam ter. E esse ciúme estava a cegando, ela não conseguia mais controlar!


Sem esperar por palavras, aceitação ou rejeição, Anahí acabou com a distância que o separava dela. E possuído pelo desejo que havia nutrido por ela, Anahí enterrou suas mãos nos cabelos castanhos e colou seus lábios aos dela.


Dulce estava assustada e ao mesmo tempo hiperventilando. Ela estaria sonhando agora? Não podia ser, parecia real demais!


Ela permaneceu por alguns segundos em choque, sem retribuir o beijo. Anahí afastou o rosto do dela para encará-la.


E foi nesse momento que as duas se perderam nos olhos um do outro... Dulce viu o desejo, o ciúme, a fome nos olhos dela... E ela viu nos de Dulce o amor e desejo intensos.


Anahí suspirou feliz ao ver a aceitação nos olhos dela e voltou a colar seus lábios, dessa vez sendo recebido com total aceitação.


Anahí permitiu-se desfrutar do amor contido ali. Permitiu-se desfrutar de tal sensação esquecida por ela há mais de dois anos... Ela permitiu-se ser feliz e desejar uma mulher de novo!


Sem conseguir se conter, passou as mãos pelos cabelos dela, pelos lábios, pelo pescoço... E tais carícias eram muito bem aceitas por Dulce que ainda temia estar num sonho.


As duas estavam entregues, perdidos no momento. Quando, por fim, se separaram, ambas estavam ofegantes e satisfeitos. Dulce estava de olhos fechados, temendo voltar à realidade. Anahí a observava calada, apenas aproveitando o momento para admirar o lindo rosto dela e recuperar o controle de sua própria respiração.


- O que foi isso, Senhora Portilla? – ela pediu num sussurro entre a respiração falha.


Eu te amo. – Anahí disse, simples e sinceramente.


E Dulce obrigou-se a abrir os olhos e encará-la. Não encontrou nada além da verdade nos olhos verdes.


- O que? – perguntou apenas para ter certeza de que ouvira direito.


- Eu disse que eu te amo, Dulce María. – Anahí segurou o rosto dela em suas mãos – Eu não sei por que, nem como, nem quando... Mas eu só sei que descobri que eu te amo. Você vem me enlouquecendo desde que começou a trabalhar aqui.


Dulce franziu a testa diante de tal afirmação. Ela nunca fizera nada para a chefe, como poderia tê-la ‘enlouquecido’?


E Anahí estava tão entregue aos seus sentimentos, que colocou tudo isso para fora, sem dar chance a ela de dizer algo.


- Você fica andando pra lá e pra cá nessa empresa com essas roupas provocantes e fazendo com que eu perca a linha de raciocínio... Depois passa por mim mexendo esses cabelos maravilhosos e macios, espalhando seu perfume no meu escritório... Se isso já não bastasse, agora deu o mesmo shampoo pra minha filha só pra me fazer lembrar de você em casa também... Como se eu já não fizesse isso o tempo todo! – ela passou a mão pelos cabelos nervosa – E a Sophi? Como conseguiu conquistá-la tão rápido? O que fez com ela? Ela só sabe falar de você! ‘A Candy isso’, ‘a Candy aquilo’, é você o tempo todo! – ela a encarou, e Dulce a viu o negro nos olhos dela agora – E então, eu chego no seu apartamento e dou de cara com aquele ‘armário ambulante’!


Anahí estava tão nervosa e enciumada que começou a andar de um lado para o outro, quase arrancando os próprios cabelos.


- E ele estava quase pelado! Quando eu pensei que não iria ficar pior, você aparece com aquela maldita roupa, se é que aquilo pode ser chamado de roupa! – ela olhou pra Dulce– Imagina como eu fiquei?! Você parece ter jogado um feitiço em cima de mim desde que colocou seus pés nessa empresa! Você enfeitiçou a Sophi, enfeitiçou a minha família inteira! Só não enfeitiçou meu cachorro porque eu não tenho um cachorro!


Dulce teve que rir ao ouvi-la dizer isso, mas Anahí não percebeu a risada porque ainda estava eufórica andando de um lado para o outro.


- Aí, você fica chamando todos pelo nome. É Enrique aqui, Marichelo ali, Maite pra lá, Christian pra cá... Mas e eu? Eu não! Eu sou a ‘senhora Portilla’, a ‘doutora Portilla’ e a ‘doutora Anahí ’. – ela a encarou de novo - Sabe quantas vezes eu sonhei com o meu nome sendo dito de forma íntima pelos seus lábios? Sabe quantas noites eu desejei ouvir você gemendo meu nome? – Anahí suspirou e se aproximou dela, mas ficou uns dez passos longe - Então, enquanto eu estou viajando e ligo pra você, você me chamou de Anahí. Nada de ‘senhora’ ou ‘doutora’, apenas ‘Anahí’. Eu quase peguei um avião e voei pra cá só pra te ver depois disso! Agora que eu voltei, esperando vê-la mais receptiva, eu ouço você me chamando de novo de ‘senhora’ e ‘doutor’a. Mas o tal Christopher você chama pelo apelido, ele você chama de ‘Ucker’!


O ciúme nublava a visão de Anahí e ela não via mais nada a sua frente.


Maite passava pela sala dela logo que ela fechou a porta. Tentou abri-la, mas não conseguiu. Quando pensou em sair à procura de Dulce, ouviu os primeiros gritos de Anahí e colou-se à porta.


Christian passou por ali e a viu. Assim que Maitr explicou o que acontecia, ambos se abraçaram e colaram os ouvidos na porta.


Dulce começou a chorar... Mas Anahí estivera tão ocupada gritando que não percebeu isso. Só viu as lágrimas dela quando parou de falar para tomar fôlego. E assim que a viu chorando, seu coração amoleceu.


Ela a puxou para os seus braços e enterrou o rosto nos cabelos dela. Dulce apenas aceitou tal consolo e passou os braços ao redor da cintura dele.


Ficaram assim por quase dez minutos, até que o choro cessou e ela ergueu o rosto para Anahí.


- Por que isso tudo agora? – ela perguntou num fio de voz.


- Porque eu fui idiota demais em não perceber isso antes. – ela passou o polegar na última lágrima que escorria pelo rosto dela e sorriu levemente – E porque eu tive medo dos meus sentimentos, eu não estava pronta para isso.


- Ah, céus! – ela gemeu.


- O que foi? – Anahí estava preocupada.


- Sophi vai enlouquecer quando souber. – Dulce disse e as duas riram.


- Vai mesmo. – ela disse – Mas não vai enlouquecer mais do que eu enlouqueci todo esse tempo. – Anahi segurou o rosto dela entre suas mãos – Dulce María , eu preciso saber o que você tem com aquele cara e se sente alguma coisa por mim?


- Qual cara? O ‘armário ambulante’? – ela riu levemente – Ucker é meu amigo desde que éramos crianças. Crescemos juntos. Depois que meus pais morreram, foi a família dele que me ajudou. Ele chegou de Londres semana passada e veio ao meu apartamento para me convidar para o casamento dele.


- Casamento?


- Sim, ele conheceu uma mulher em Londres há um ano e vão casar daqui três meses. – ela sorriu.


- Então você não sente nada por ele? Eu pensei que ele fosse seu namorado.


- Não. Ucker é como um irmão pra mim.


- Graças a Deus! – ela riu nervosamente e encarou-a de novo – E por mim, o que você sente?


- O que acha que eu sinto? – Dulcr sorriu e passou uma das mãos pelo rosto dele – Acha que eu teria correspondido ao seu beijo se não sentisse nada?


- Não sei. Vou fazer o teste agora.


Sem dar tempo a ela, ela colou os lábios de ambas de novo. Dessa vez, tendo tudo em pratos limpos, as duas entregaram-se ao desejo e amor reprimidos há tempo. E tudo foi ainda melhor e mais intenso do que antes.


May e Chris se abraçaram e resolveram dar privacidade ao casal. Estavam mais felizes do que nunca por finalmente ver as duas juntas.


Na sala de Anahí, um novo batalhão de sentimentos tomava conta do ambiente. As duas queriam prolongar o beijo, aprofundar a situação, mas não queriam correr tanto no tempo.


Elas fariam tudo no tempo certo... Por hora, bastava saber que se amavam mutuamente.


- Eu te amo, Dulce María . – Anahí disse ao desgrudar os lábios dos dela – Nem sei explicar direito o que sinto e tenho até medo disso, mas eu te amo.


- Também te amo, Anahí.


E o nome dela, novamente, nunca pareceu tão bonito quanto vê-lo ser pronunciado pelos lábios macios e carnudos dela.


- Você aceita ser minha namorada? – Anahí pediu esboçando um sorriso torto que era capaz até de convencer qualquer pessoa.


- É o que eu mais quero. – ela disse – Não faz idéia de como estou feliz.


- Eu também. – selou os lábios aos dela num beijo cheio de carinho – Tô muito feliz.


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GENTE ENTÃO NÉ, UM CAPÍTULO MUITOOO ESPERADO PPR VOCÊS!!!!!!!!


 




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Autor(a): DreamPortinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 175



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  • tryciarg89 Postado em 05/11/2022 - 17:05:12

    Oiii não sei se vc ainda entra nesse site,mas se entrar,por favor continue essa fic,ela é linda,gostaria muito de ver o final dela

  • NoExistente Postado em 28/01/2021 - 17:14:19

    Queria tanto achar essa fanfic que tinha me encantado. Espero que retorne em algum momento, eu amo ela

  • leticiaklyn Postado em 22/12/2019 - 20:21:16

    Volta pfvr

  • suzyrufino Postado em 15/09/2019 - 22:30:34

    Voltou... Urhuu... Continua

  • Lene Jauregui Postado em 15/09/2019 - 19:01:33

    Que máximo, você voltou linda. Já estava cm mó saudade. Estava louca pra ler sua viciante história de novo. Nosso casal são tão perfeitas. Tenho certeza de que essa tormenta do passado da Annie vai passar. E nossa ruiva será a responsável por isso. E a Sophia, tão linda ela.

  • suzyrufino Postado em 10/09/2019 - 02:12:44

    Maratona. Urhuuu

  • Lene Jauregui Postado em 08/09/2019 - 12:01:20

    Não abandonamos vc não linda. Pode voltar a postar. Já to ansiosa...

  • siempreportinon Postado em 07/09/2019 - 12:35:07

    Continua!!!

  • raylane06 Postado em 07/09/2019 - 01:22:38

    Presente, pode continua

  • Lene Jauregui Postado em 11/07/2019 - 10:57:55

    Voltaaaaaaaa


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