CAPÍTULO 22.
Dulce entrou na sala de Anahí preocupada. Ela estava falando com Enrique, mas ao ver a preocupação no rosto da namorada, esqueceu-se do pai ali.
– Pai, nós podemos terminar essa conversa depois? – pediu sem desviar os olhos de Dulce.
– Claro, Annie. – Enrique se levantou e ficou ao lado de Dulce – Está tudo bem, querida?
– Não sei. – ela sussurrou.
Enrique beijou-lhe a testa e saiu, fechando a porta em seguida. Assim que fez isso, Anahí se aproximou dela e tocou gentilmente a ruga que se formava na testa dela.
– O que houve, amor? Por que está com essa cara de preocupada?
– Luna. – foi só o que ela disse.
– O que ela tem? – uma ruga se formou na testa dele – Ela está bem? Minha mãe ligou?
– Sua mãe ligou agora, disse que estão no hospital. – Dulce começou a chorar.
– Por quê? O que aconteceu? – ela colocou Dulce sentada numa das cadeiras e ajoelhou-se a sua frente.
– Não sei direito. – dizia em meio aos soluços – Parece que ela caiu da escada. Marichelo não soube me dizer se era alguma coisa mais grave, só pediu que eu te avisasse.
– Eu vou pra lá agora mesmo. – ela levantou e foi até a primeira gaveta de sua mesa pegar as chaves do carro e a carteira.
– Posso ir com você? Por favor. – Dulce ficou de pé, temerosa de que ela dissesse pra a mesma ficar na empresa.
– É claro que pode ir comigo. – abraçou-a – Você não é a mãe dela? – encarou-a e sorriu em meio à dor – As mães precisam estar junto quando o assunto é os filhos.
– Obrigada. – ela a beijou nos lábios e voltou a chorar.
– Vamos. Ligamos do caminho para Maite. – ela a pegou pela mão – Nenhuma de nós vai aguentar esperar pra ver a nossa menina.
O caminho até o hospital não foi demorado, mas ambas tiveram a sensação de que passara uma eternidade – típica sensação que se tem quando você mais tem pressa de chegar em determinado lugar.
A recepcionista do hospital informou que Luna já estava num quarto e que estava bem. Elas seguiram até o quarto e encontraram Mari parada ao lado da imensa janela, Luna estava dormindo.
– Mãe. – Anahí foi até ela e a abraçou. Dulce se dirigiu a cama onde sua pequena bonequinha estava deitada e dormia tranquilamente.
– Filha, - Mari a abraçou – não se preocupe. Não foi nada tão preocupante.
– O que houve?
– Ela estava elétrica hoje. – Mari riu ao lembrar-se da neta correndo pela casa toda – Passou o dia inteirinho dizendo que a Candy dormiria na casa dela um dia dessa semana. Ela subiu até o quarto dela pra buscar uns brinquedos e, quando estava descendo a escada, tropeçou na corda que carregava. Caiu e eu não tive nem tempo de segurá-la.
– Por favor, mãe, não venha se culpar por isso. – ela pediu.
– Eu sei que não é minha culpa, mas eu estivesse lá poderia tê-la ajudado. Enfim, o médico disse que o tombo não foi grave. Ela está bem, apesar de ter fraturado a perna.
– Pelo menos ela está bem. Isso é o que importa.
Anahí abraçou a mãe e foi até a maca onde a pequena garotinha estava dormindo. Dulce estava ao lado dela, segurando sua mãozinha macia, e chorando.
– Fique tranquila, amor. – Anahí a abraçou – Minha mãe disse que ela caiu da escada e está bem agora. O médico disse que ela só fraturou a perna, nada mais grave.
– Só fraturou a perna, Annie? E você acha que isso é pouco? Ela é pequena demais pra fraturar alguma coisa.
– Dulce, - Anahí a colocou de pé e a abraçou, acariciando seus cabelos até que ela se acalmasse – não precisa ficar assim. Sei que você ama muito ela, mas crianças se machucam. A vida é assim mesmo. Não foi nada grave. Ok, é uma perna fraturada. Mas quem nunca fraturou alguma coisa? – ela riu baixinho – Aposto que você já fraturou alguma coisa também. Você não é tão coordenada assim pra nunca ter fraturado nada.
– Ah! – ela se afastou de Annie e abriu a boca espantada – Não acredito que você pensa isso de mim, Anahí Portilla!
– Estou errada? – arqueou uma sobrancelha.
– Não. – ela fez um beicinho e revirou os olhos – Já fraturei um braço e uma perna.
– Eu sabia. – ela disse rindo e Dulce acabou fazendo o mesmo – Está vendo, não é algo incomum se machucar assim. Ela vai ficar bem, ela é forte.
– Eu sei. – Dulce a abraçou de novo, deitando a cabeça no peito dela – Só tive um surto de proteção excessiva.
– Tudo bem. Isso acontece, faz parte de amar tanto alguém.
Marichelo apenas as observava emocionada. E teve plena certeza de que Anahí estava com a pessoa certa, e Luna acabou ganhando nessa história… Ganhou a melhor mãe que ela poderia ter.
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Mais tarde, quando Luna acordou, ela foi mimada pelos mães. Tanto Anahí quanto Dulce jamais suportariam perdê-la; ambas tinham consciência que estavam sendo exageradas em ficar com tanto medo, mas nenhum deixaria de ficar assim.
Luna contou-lhes como tudo aconteceu e fez uma careta ao lembrar-se da dor. Nesse instante, os demais entraram no quarto do hospital.
– Cadê a sobrinha mais linda desse mundo? – Christian entrou fazendo alvoroço e recebeu um olhar reprovador de Anahí e um beliscão de Angel.
– CHRISTIAN! – sua esposa disse – Isso aqui é um hospital, pelo amor de Deus.
– Desculpa, ursinha. – ela a beijou e foi até Luna– E aí, gatinha…Como você está?
– Tô legal. – a pequena sorriu.
– Dói muito?
– Agola não. Só quando eu caí.
– E o que o médico disse?
– Que eu vô ficá com gesso um mês. – ela disse feliz.
– Que legal! – Chris beijou a bochecha rosada e entregou um ursinho de pelúcia pra ela – Eu vou assinar meu nome nesse gesso depois. Trouxe esse presentinho pra você.
– Obigada, tio.
– De nada, gatinha.
Enrique chamou Anahí num canto do quarto e informou que o Doutor Marcus Viloubth estava ali quando Luna deu entrada no hospital.
– E ele disse alguma coisa? – Anahí perguntou preocupada.
– Ele aproveitou e solicitou os exames de sangue dela já que ela teria que fazer no mês que vem. Ele acabou de me informar que está tudo bem. Precisará refazer os exames daqui seis meses.
– Ok. Obrigada, pai. Ainda bem que tudo está normal.
– Ela está ótima, não se preocupe. – Enrique sorriu para a filha – E toda criança se machuca, fraturar uma perna é algo normal nessa idade.
– Eu sei disso. Quem não estava muito tranquila era a Dulce.
Os dois olharam na direção de Dulce e a encontraram acariciando o delicado rosto de Luna e conversando com ela.
– Você tem sorte de tê-la ao seu lado. – Enrique tocou-lhe o ombro – Não a deixe nunca, filha.
– Não vou, pai.
Por fim, todos brincaram com Luna e depois foram embora. Apenas Anahí e Dulce ficaram esperando a liberação do médico que veio depois de duas horas.
– Candy, - Luna disse ao saírem do hospital – a gente pode te levá pa casa.
– Eu vou mesmo precisar, amorzinho. Viemos direto da empresa e meu carro ficou lá.
– Na vedade, já que você já sem carro, podia domí na nossa casa. Você vai?
Apesar do choque de Dulce ao ouvir tal pergunta, até que era uma ideia tentadora. Ao olhar para Anahí, ela viu a esperança nos olhos dela, a mesma esperança que havia nos olhos de Luna.
– Ok. Eu vou. – ela revirou os olhos – Mas só se você prometer que vai jantar.
– Aham, eu pometo.
– Então vamos. – Anahí disse sorrindo.
Abriu a porta pra que elas entrassem no carro e depois seguiram até sua casa.
