CAPÍTULO 23.
…Elas foram direto para a casa de Anahí. Luna só não estava pulando de alegria porque sua perna estava engessada e não lhe permitia tal atitude. Mas a alegria era bem visível em seu rosto e no de Anahí também.
Ao chegarem em casa, Dulce desceu e pegou a pasta de Anahí, a bolsa dela mesma e a bolsa onde tinha algumas coisas da Luna; Anahí pegou a menina no colo.
– Mamãe, - a pequena disse sorrindo. – eu tô palecendo uma pincesa assim com a Mommy me calegando.
– Aham. – Dulce dizia enquanto subiam as escadas – Tô até com inveja de você.
– Mas você tabém é pincesa, mãe.
– Obrigada, Estrelinha.
Ao chegarem em frente à porta, Anhaí deu a chave da casa pra que Dulce abrisse. Depois de entrarem, Luna quis descer dos braços dela.
– Eu quelia podê colê. – fez um beicinho fofo.
– Nada de correr por enquanto. – Annie disse – Você está com a perna machucada, vai ter que esperar pra fazer bagunça quando tirar o gesso.
– Tá bom. – o beiço aumentou – O que a gente vai comê?
– Eu pensei em fazer o jantar pra nós. – Dul disse.
– Tem certeza? – Annie perguntou carinhosamente – O dia foi agitado hoje, não prefere encomendar uma pizza?
– Você decide, mas não me importo de cozinhar. – ela deu de ombros.
– Mommy, pede pizza. – Luna sorriu.
– Minha comida é tão ruim assim que você prefere pizza? – Dul lhe perguntou fingindo estar brava.
– Não, mamãe. Só quelo que a mommy pedisse pizza puquê daí você pode me dá banho.
– Ok, entendi. É uma boa ideia. – Dulce fez cócegas nela e a beijou, depois beijou o rosto de Annie – Você pede a pizza e eu dou banho nela.
– Tá bom.
As duas foram para o quarto de Luna e Anahí foi para a cozinha pegar o telefone da pizzaria que estava fixado na porta da geladeira.
Meia hora depois de fazer o pedido, a pizza chegou. Como as duas mulheres ainda não tinham decido para comer, ela resolveu ir chamá-las. Ficou escondida assim que ouviu as duas conversando no quarto.
– E você fatulou a mão?
– Não foi bem a mão, foi o pulso.
– O que é pulso?
– É isso aqui. – houve um segundo de silêncio no quarto – Fraturei o pulso jogando vôlei na escola. – Anahí ouviu um suspiro vindo de Dulce – Depois fraturei uma perna.
– Na escola tabém?
– Não, no prédio onde eu moro.
– O que você fez, mãe? – Luna parecia assustada.
– O elevador estava quebrado e eu estava atrasada para o trabalho, então tive que descer correndo pelas escadas.
– E caiu na escada igual eu caí na escada lá na casa da vovó?
– Sim, desci rolando as escadas e fraturei a perna.
– Coitadinha, mamãe. – Annie espiou e viu Luna a abraçando – Eu e a Mommy vamo cuidá de você agola, você não vai mais se machucá.
– Obrigada, princesa. Você sabe que te amo, não sabe?
– Sei. E eu tabém amo você.
Annie contou um minuto e entrou no quarto.
– A pizza já chegou. Posso comer tudo sozinha? – disse divertida.
– Não. A gente já ia descer. – Dulce disse sorrindo.
– Mommy, a mamãe me ajudou a tomá banho e eu não molhei o gesso. – Luna disse vitoriosa.
– Parabéns. – ela a pegou no colo – Agora vamos comer antes que a pizza esfrie.
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Depois do jantar, Luna começou a dar sinais de que dormiria logo, mas se negou a ficar longe de Dulce.
Por esse motivo, as três subiram para o quarto para dormir e dormiriam juntas na cama de Annie.
Por falta de suas próprias roupas, Dulce teve que vestir um shorts de algodão e uma camiseta de botão da namorada, o que ficava quase um vestido pois Anahí era bem mais alta.
– Nunca mais vou lavar essa roupa. – ela disse quando a viu.
– Por quê?
– Tem seu cheiro nela agora, não posso tirar.
– Boba – ela se aproximou dela e a beijou seus lábios macios.
Luna já estava deitada na cama e quase totalmente inconsciente por causa do sono. Então, Anahí aproveitou o pouco tempo que tinha com sua namorada.
– Vou começar a ficar com inveja da minha própria filha. – Ela disse enquanto cheirava os cabelos de Dulce e a pele exposta do pescoço.
– Por que, amor?
– Ela toma toda a sua atenção quando está com ela. – Annie franziu a testa – Vou ficar com inveja por causa disso.
– Não seja boba. – Dulce riu baixinho para não acordá-la – Agora ela está dormindo e eu estou aqui com você. Não pode reclamar de nada.
– Tem razão. Mas precisa me dar carinho agora, estou carente.
Anahí fez uma cara de coitadinha, seus olhos brilhando em expectativa… Dulce não pôde resistir. Beijou-a furiosamente enquanto seus pulmões permitiram. Quando se afastaram, estavam ofegantes e desejosas de muito mais.
– Vem cá. – ela a puxou pela mão até o corredor.
Anahí entendeu o que ela queria e atendeu seu pedido silencioso prontamente. Prensou-a na parede e beijou de forma descontrolada seus lábios, pescoço e colo. Suas mãos ganharam vida própria e passearam desavergonhadamente por seu cabelo macio, suas costas, sua cintura e suas coxas.
– Annie. – Dulce ofegou quando ela ergueu uma perna dela, segurando-a firmemente em sua mão.
– Diga que está tão louca quanto eu, Dulce. – Annie sussurrou sem deixar um minuto sequer seus lábios afastarem-se dela.
– Sim. – ela disse debilmente.
– Diga que sente esse fogo todo correr pelo seu corpo, diga que sente esse calor insuportável e prazeroso…
– Sim, Annie, eu sinto. – ela agarrou os cabelos e a puxou para um beijo longo e vibrante.
– Eu quero tanto estar com você. – a loira sussurrou – Quero você, quero seu amor, seu corpo de uma forma que chega a me assustar, Dul.
– Eu te entendo, amor. Também te desejo assim. – Dulce a beijou mais uma vez e depois a encarou sorrindo, ainda ofegante – Mas hoje não podemos. Não com a Soph dormindo na sua cama e aqui do nosso lado.
– Eu sei. – ela fechou os olhos, seu rosto aparentava estar em dor – Céus! Como é difícil me segurar estando tão perto de você.
– Minha batalha é igualmente difícil, amor. – Dulce segurou o rosto dela em suas mãos para olhar dentro de seus olhos verdes – Te desejo da forma que nunca desejei estar com outro alguém. Te amo de modo que morreria por você. Eu te quero muito, chega a ser absurdo, mas é isso o que sinto.
– O que eu faço com você? – Annie perguntou mais para si mesma do que para ela – Você foi a única mulher que conseguiu despertar meu interesse depois de muito tempo. – passou os dedos levemente pela bochecha dela – Eu te amo e você sabe disso. E o que eu mais quero é estar com você. Demorei tempo demais pra amar alguém de novo; agora que te tenho aqui em meus braços, não vou te deixar fugir.
– E quem disse que eu quero fugir? – ela perguntou sorrindo.
– É bom saber disso. – Annie aproximou-se e a beijou mais uma vez.
– É melhor irmos dormir, a Soph vai ficar chateada se souber que a deixamos sozinha. E eu estou decidido entre te largar ou te agarrar. É melhor irmos dormir enquanto minha razão ainda está dominando meus desejos.
– Tem razão. – ela abraçou-a fortemente e a soltou – Hoje você está livre de mim, mas não me escapa da próxima vez.
– Vou cobrar isso que você acabou de dizer.
As duas riram e voltaram para o quarto. O desejo era extremo e altamente perigoso. Queriam estar juntas como um casal; mas as situações não permitiam isso no momento. Luna estava dormindo na cama e elas não fariam nada enquanto ela estivesse ali.
Restava-lhes dormir com sua filha por esta noite… E deixar para se amarem plenamente numa outra ocasião…