Fanfic: Destinos Cruzados AyD | Tema: Portiñón, Anahí e Dulce María
CAPÍTULO 05. SURTO
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Ao chegar à casa dos pais, ela foi recebido por sua filha.
- Mommy! – ela gritou ao se atirar nos braços dela.
- Oi, estrelinha. – ela a abraçou e beijou seu rosto – Como você está?
- Tô bem.
- Se comportou hoje?
- Sim.
- Vamos pra casa agora?
- Aham. A vovó já me deu banho.
- É? Então vamos pra casa jantar e dormir. Cadê a sua avó?
- Lá na cozinha fazendo o papá do vovô.
- Mãe... – Anahí disse um pouco mais alto.
- Aqui na cozinha, filha. – ela respondeu.
Ela seguiu até a cozinha com Luna em seus braços. Marichelo estava preparando uma lasanha para esperar Henrique que chegaria em poucos minutos.
- Achei que seu pai chegaria junto com você. – ela comentou ao beijá-la no rosto.
- Não. Acho que saí um pouco antes da empresa.
- A gente vai papá aqui, Mommy? – Luna pediu.
- Não, vamos pra casa.
- Não mesmo. – Mari disse – Fiz comida demais pra duas pessoas, vocês jantam conosco hoje.
- Eba! – Luna disse no colo do mãe– Eu vou comê papá na casa da vovó!
- É isso aí. – Mari beijou ela, depois a filha e foi arrumar a mesa de jantar.
Ficaram por mais uma hora e meia lá até jantar e ajudar a arrumar tudo na cozinha.
Depois foi pra casa com sua filha pra descansar.
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- Mommy, - Luna dizia num sussurro enquanto ela a cobria – eu sonhei com a mamãe ontem.
- É? E o que você sonhou?
- Que ela botava a cobetinha em cima de mim pa dumi. – ela suspirou ao ouvi-la dizer isso.
- Eu sinto muito que ela não possa fazer isso pra você. – ela disse suavemente – Mas ela amava muito você, nunca se esqueça disso.
- Não vou quecê. – ela sorriu – Mas eu tabém gosto que você me bota a cobetinha.
- Eu também gosto de fazer isso. – ela a beijou e passou a mão em seus longos cabelos loiros – Te amo. Agora dorme porque amanhã eu vou trabalhar e você vai ficar na casa da vovó. Depois vou te buscar porque você tem médico.
- Ota veiz?
- Sim, outra vez. É só pra pegar um pouquinho de sangue pra fazer os exames que você precisa.
- Tá bom. – ela fez beicinho e Anahí apertou os lábios dela entre os dedos.
- Nada desse beiço lindo aqui. Boa noite, anjinho.
- Boa noite, Mommy.
Ela apagou a luz, deixando apenas o pequeno abajur ligado e foi para seu próprio quarto.
Essas consultas periódicas e todos os exames que Luna era obrigada a fazer não eram o que Anahí mais gostava. Doía nela vê-la chorar porque enfiaram uma agulha em seu braço para coletar duas, às vezes três, seringas cheias de sangue. Mas ela sabia que isso era necessário. Luna sendo filha de Sarah, que morrera vítima de um câncer maligno, era uma séria candidata a ter o mesmo problema.
E Anahí já perdera muito na sua vida. Já perdera a única mulher que amou na sua vida. Não estava disposta a perder a filha também. Esse era o único motivo que ainda lhe dava forças para suportar a dor de ver sua filha chorando em cada novo exame realizado.
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O dia seguinte deu-se de modo normal. Dulce chegou pontualmente na empresa e realizou seu trabalho tão bem quanto Alice faria.
Em meio a alguns relatórios e telefonemas, Dulce recebeu a visita de Christian. Achou que ele queria falar com Anahí.
- Olá, doutor Christian. – ela disse sorridente.
- Oi, Dulce.
- A Dra Portilla está numa ligação, gostaria de falar com ela? Terá que esperar alguns minutinhos.
- Não, não. Na verdade, vim ver você.
- Eu? – Dulce franziu o cenho. Até onde sabia Christian Portilla era casado, e muito bem casado; aliás, sua esposa estava grávida! Estaria ele flertando com ela? – O que deseja, então?
- Apenas gostaria de saber como andam as coisas por aqui? Você é nova nesse emprego, achei que talvez estivesse meio perdida. – ele estava sendo gentil, mas Dulce sempre duvidava de homens muito gentis.
Ela concluiu que ele estava querendo alguma coisa. Deixou sua postura educada e profissional de lado e passou a ser ríspida com ele, deixando claro que as coisas não funcionariam dessa forma com ela.
- Doutor Portilla, eu acho que... – ela começou a dizer, mas ele a interrompeu.
- Doutor Portilla? – ele disse divertido – E cadê o Doutor Christian ?! A senhorita nunca me chamou pelo sobrenome!
- Eu acho que o senhor está confundindo as coisas aqui. – ela disse e respirou fundo – Eu achei que o senhor era uma boa pessoa e que valeria a pena tratar-lhe como amigo, mas acho que me enganei. Sei muito bem lidar com homens abusados e sem escrúpulos e acho que o senhor sabe o prejuízo que isso pode lhe render. – ela estava tão nervosa que não parava mais de falar, Christian estava se segurando para não explodir numa gargalhada – Sei também que o senhor, Doutor Portilla, é um homem casado. Muito bem casado, aliás. E está prestes a ser pai. Então, eu acho que podemos deixar esse papinho de lado e cada um cuidar da sua vida. Respeitarei o senhor desde que faça o mesmo comigo. Agora, se me der licença, tenho mais o que fazer.
Ela voltou sua atenção para o computador e tirou o telefone do gancho. Mas Christian tirou o telefone da mão dela, colocou-o no gancho e sorriu para ela.
- Dulce María, acho que você me entendeu errado. – ele sorriu – Eu sei que sou casado e eu amo a minha esposa. Meu Deus, eu sou louco por aquela mulher há mais de dez anos! E estou extremamente feliz por saber que vou ser pai em breve. Eu não pensei em flertar com você, eu acho você uma mulher muito bonita, mas isso não é pecado. – ele sorriu mais ainda pra ela diante do rubor que viu surgir no rosto dela – Eu quero apenas que saiba que posso ser um amigo aqui dentro da empresa caso você queira. Por isso, eu volto a perguntar, Dulce María: “Como andam as coisas por aqui?”, “Está conseguindo se achar no meio de tanto serviço acumulado?”
Christian esperou pacientemente pela resposta. Dulce María corou violentamente, fizera um papelão na frente de Christian Portilla! Como pode ser estúpida a ponto de achar que ele a estava paquerando quando, na verdade, só estava sendo educado e gentil?! Ela se achou uma idiota naquele momento. E diante do silêncio dela, Christian falou.
- Eu quero que saiba que nesta empresa somos todos profissionais. – ele disse tranqüilo, mas sério – Sabemos a importância do que fazemos aqui e valorizamos a competência dos funcionários. Pelo que minha irmã disse, você tem trabalhado muito bem. Mas antes de sermos profissionais, somos humanos. E pessoas precisam de amizade, precisam de alguém com quem conversar. Estarei aqui caso queira um amigo. – ele olhou na direção da sala de Christian e apontou pra lá – Será que eu posso entrar agora?
- Só um instante. – Dulce saiu do seu estado de choque e pegou o telefone para ligar para Anahí – Senhora Portilla, o doutor Christian gostaria de falar com a senhora.
- Pode pedir que entre.
- Certo. – ela desligou e pela primeira vez depois de muitos minutos encarou Christian– Ela está lhe esperando.
- Obrigado, madame. – Christian brincou com ela – Não esqueça do que eu lhe disse, estarei aqui se precisar.
Ela ficou estática. Será que conseguiria ser engolida pela terra? Estava morrendo de vergonha do surto que teve a poucos minutos na frente dele. Ele queria apenas ser amigo dela e ela pirou geral. Tinha horas que Dulce realmente queria ser engolida pela terra!
Christian entrou na sala da irmã sorrindo, o que não foi despercebido por Anahí.
- O que foi? Viu um passarinho azul, Chris? – perguntou rindo.
- Não. – sorriu mais ainda – Vi uma princesa de olhos cor de mel e cabelos castanhos.
- Dulce María ? – Anahí estava confusa – O que você está dizendo?
- Fui conversar com ela, oferecer ajuda, tentar ser amigo dela... Essas coisas. – Christian deu de ombros e riu – Cara, ela é uma mulher forte, é corajosa. Achou que eu estava dando em cima dela e me jogou isso na cara. Ficou muito brava.
- O que você fez? Christian, ela não te conhece ainda, não sabe como você é. Está querendo que ela vá embora por sua causa e eu perca a única secretária competente que achei depois que Alice foi embora?!
- Deixa de ser boba. Só fui conversar, ela que pirou e achou que era outra coisa.
- Da próxima vez, seja mais discreto ou diga logo o que pretende, não a assuste mais. Você está avisado.
- Ok, irmãozinho. Não se preocupe.
Por fim, eles passaram a conversar sobre os processos e não tocaram mais no nome de Dulce María. Quando Christian saiu da sala de Anahí , olhou para Dulce e sorriu. Ela correspondeu, mas não sem ficar envergonhada e com o rosto corado.
Christian tinha certeza de que seriam bons amigos se ela permitisse. Ele tinha gostado dela, queria uma amizade com ela. E Dulce sentiu que Cristian fora verdadeiro no que disse, ela daria a si mesma a chance de ser amiga dele. Só precisava se recuperar da vergonha que ela própria causou a si mesma quando surtou.
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À tarde, Anahí saiu mais cedo para levar sua filha ao médico e fazer os exames necessários.
- Então, doutor, sabe me dar algum parecer? – ela pediu assim que entraram no consultório.
- É cedo para dar certeza em qualquer coisa, Anahí. O câncer de Sarah era forte, mas também se manteve praticamente invisível até atacá-la definitivamente. Sarah não teve chance porque não descobrimos antes. Luna, por outro lado, está tendo o acompanhamento que precisa, estamos de olho em qualquer alteração que ocorra em seu organismo. Saberemos quando for necessário agir.
- Não quero correr riscos, doutor. Se perceber qualquer coisa me avise logo.
- Farei isso. – o médico se pôs de pé – Luna, vamos tirar um pouquinho de sangue pro tio ver como você está?
- Não. – ela se espremeu nos braços de Anahí e começou a chorar baixinho.
- Filha, o que nós dissemos ontem? – Anahí a abraçou – É só pra ver se você está bem, vai ser rapidinho.
- Mas vai fazê dodói. – ela disse com o rosto escondido no peito de Anahí.
- Dói um pouquinho, mas logo passa. – Anahí lhe disse.
- Eu prometo que vai ser rápido, Luna. – o médico disse a ela – Depois vou te dar um balão feito com uma luva igual a que vou usar.
Ela afastou o rosto do peito da mãe para encarar o médico. Apesar de ainda estar com medo, ela aceitou coletar o sangue.
O fato de “aceitar” não quer dizer que ela “não sentiu dor” ou “ficou com medo”. Ela gritou horrores enquanto o médico coletava duas seringas de sangue. Mas Anahí a segurou durante todo o tempo.
Como prometido, o médico entregou o balão feito com a luva pra ela e isso a distraiu um pouco. O exame demoraria uns três dias a ficar pronto, então elas teriam que ter paciência.
Anahí a colocou na cadeirinha do carro e acariciou o rosto dela, dando um beijo logo em seguida.
- Você foi muito corajosa, meu amor. – ela lhe disse.
- Mas tá doendo.
- Eu sei, meu amor. Daqui a pouco passa.
- Tá.
Ela concordou, mas ainda chorava baixinho por causa do exame. Ter que fazer exames periódicos era uma tortura pra ela. Embora ela quase sempre se concordasse em fazer, mesmo assim ela chorava. E o choro durava por quase uma hora depois do exame. Não importa o que Anahí fizesse, ela sempre chorava por uma hora mais ou menos.
Elas iriam direto pra casa, mas Maite ligou pra ela enquanto ainda estava na estrada, ela atendeu a ligação no viva-voz.
- Fala, May.
- Anahí, eu preciso entregar os documentos pra contadora e falta sua assinatura em um deles. Você já saiu do consultório médico?
- Sim, saí há poucos minutos.
- Será que pode passar aqui na empresa pra assinar? Amanhã não vou vir trabalhar, queria entregar isso aqui ainda hoje.
- Claro, Luna e eu estamos indo aí.
- Ok. Espero vocês.
Ela seguiu para a empresa. Enquanto estavam no elevador, Anahí conversou com Luna.
- Parou de doer?
- Um poquinho.
- Que bom, daqui a pouco nem vai mais doer. A Mommy só vai falar com a tia May, depois nós vamos pra casa.
- Tá.
- Quer comer o que hoje?
- Um BigMac.
- Ok. Saímos daqui e vamos comprar um BigMac pra comer em casa.
- Tá.
Ela deitou a cabeça no ombro de Anahí. Seus olhinhos ainda estavam vermelhos e molhados por causa do choro. De tempos em tempos, ela ainda soltava algum suspiro por causa do choro recente, mas já estava mais calma.
O elevador se abriu e Anahí andou em direção a sua sala. Dulceestava atendendo uma ligação.
- Sim, Mai. – ela dizia – Ela acabou de chegar, está aqui na minha frente. – aguardou Maite falar – Ok, aviso sim.
Ela desligou o telefone e o cumprimentou.
- Boa tarde, senhora Portilla. A Maite pediu que vá até a sala dela pra assinar um documento que ela disse já ter lhe explicado do que se trata.
- Ok, Dulce María. – ela olhou para Luna – Filha, dê oi para a Dulce María.
- Oi. – Luna e disse escorada aa mãe, mas encarando Dulce profundamente.
Dulce a reconheceu por causa da foto na sala de Anahí. E então descobriu que Luna era a filha dela.
- Olá, bonequinha. – ela sorriu para a pequena menina – É um prazer conhecê-la.
- Bom, vou indo. – Anahí disse – Não vou demorar, mas se precisar de alguma coisa estarei na sala de Maite.
- Ok.
Anahí seguiu em direção a sala de Maite. Luna observou Dulce e quando os olhares de ambas se cruzaram, Lunasorriu e moveu as mãos se despedindo dela.
Dulce ficou impressionada com a beleza da pequena menina. Só não entendeu por que exatamente ela estava com os olhos avermelhados e a mãe dela não estava junto, mas isso não era assunto que fosse de seu interesse. Então, voltou a se concentrar em seu próprio trabalho antes de o expediente terminar.
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Autor(a): DreamPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 175
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tryciarg89 Postado em 05/11/2022 - 17:05:12
Oiii não sei se vc ainda entra nesse site,mas se entrar,por favor continue essa fic,ela é linda,gostaria muito de ver o final dela
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NoExistente Postado em 28/01/2021 - 17:14:19
Queria tanto achar essa fanfic que tinha me encantado. Espero que retorne em algum momento, eu amo ela
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leticiaklyn Postado em 22/12/2019 - 20:21:16
Volta pfvr
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suzyrufino Postado em 15/09/2019 - 22:30:34
Voltou... Urhuu... Continua
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Lene Jauregui Postado em 15/09/2019 - 19:01:33
Que máximo, você voltou linda. Já estava cm mó saudade. Estava louca pra ler sua viciante história de novo. Nosso casal são tão perfeitas. Tenho certeza de que essa tormenta do passado da Annie vai passar. E nossa ruiva será a responsável por isso. E a Sophia, tão linda ela.
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suzyrufino Postado em 10/09/2019 - 02:12:44
Maratona. Urhuuu
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Lene Jauregui Postado em 08/09/2019 - 12:01:20
Não abandonamos vc não linda. Pode voltar a postar. Já to ansiosa...
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siempreportinon Postado em 07/09/2019 - 12:35:07
Continua!!!
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raylane06 Postado em 07/09/2019 - 01:22:38
Presente, pode continua
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Lene Jauregui Postado em 11/07/2019 - 10:57:55
Voltaaaaaaaa