Fanfic: Destinos Cruzados AyD | Tema: Portiñón, Anahí e Dulce María

CAPÍTULO 06. 

Os dias foram se passando normalmente. A vida de Anahí tornara-se bem mais fácil desde que Maite contratara Dulce María para trabalhar em seu escritório. Ela era uma mulher esperta, rápida e muito eficiente.

Fazia todo o seu trabalho normalmente, não se metia onde não era chamada, passava toda a agenda dela diariamente pra que não se esquecesse de nenhum compromisso e ainda se dava bem com todos na empresa. Aos olhos de Anahí  se Alice pudesse ser substituída por alguém a sua altura, este alguém seria Dulce María.

---

Luna tinha horário marcado com o médico para saber o resultado dos exames de sangue feitos na semana anterior. Só que Anahí estava em reunião com todos os advogados da empresa, Maite estava fora assinando uns papéis no cartório e Marichelo estava com enxaqueca e um resfriado fortíssimo.

Anahí ausentou-se da reunião apenas para pedir se Dulce poderia lhe fazer um favor.

- Dulce María.

- Sim, senhora Portilla.

- Eu vou demorar pelo menos mais quinze minutos na reunião. Luna tem uma consulta daqui vinte minutos. Se eu esperar até o fim da reunião, nos atrasaremos muito. Será que você poderia buscá-la pra mim na casa da minha mãe e levá-la até o consultório do médico?

- Claro que posso.

- Vá com o meu carro. Depois peço o de Christian emprestado. Vou direto para o consultório, encontro vocês lá.

- Ok. Só preciso do endereço de onde devo buscá-la.

- Pegue na minha mesa, tem um papel com o endereço e o telefone da minha mãe e também do consultório do médico. As chaves e o documento do meu carro também estão lá. Qualquer coisa me ligue.

- Ok. Nos vemos no consultório.

Anahí voltou à reunião e Dulce foi até a sala dela em busca de tudo o que precisaria. Ela foi até a garagem do edifício e adentrou no Volvo da chefe. O carro tinha o cheiro exatamente igual ao que ela exalava, muito suave. A única coisa que suavizava a aparência escura do carro era a cadeirinha de criança no banco traseiro e dois ursinhos de pelúcia, itens estes que fizeram Dulce sorrir mesmo que involuntariamente.

Dulce seguiu até a casa de Marichelo e Henrique. Estava preocupada com o horário da consulta. Se chegassem atrasadas, perderiam a vez? Ela não queria nem pensar nisso. Não havia chance de achar outro horário na agenda de Anahí  que pudesse ser usado para essa consulta!

- Olá. – Marichelo atendeu e espirrou em seguida – Desculpe, querida. Posso ajudá-la? – Ela não a conhecia pessoalmente ainda.

- Olá. Sou Dulce María Saviñón, a secretária da Dra Anahí Portilla.

- Ah, seja bem vinda. – Marichelo sorriu e deu espaço para que ela entrasse na sala – Por favor, entre.

- A Dra Anahí está numa reunião e vai se atrasar um pouco. Pelo que ela me disse a senhora não está muito bem, então pediu que eu levasse Luna na consulta.

- Sim, claro. Eu estou com uma enxaqueca muito forte e ainda com resfriado, me surpreendo de ainda estar de pé. – Mari riu baixinho – Vou chamar Luna ela já estava pronta esperando pela mãe.

- Ok.

Mari saiu e Dulce pôde admirar a bela decoração da casa. Ouvira bons comentários da parte de Maite e Poncho sobre Mari. De fato, a casa tinha um ar aconchegante e era muito bem decorada.

Luna entrou na sala correndo e sorrindo. Mas estacou no lugar ao ver que não era a mãe quem estava ali para levá-la ao médico. Dulce a encarou por alguns segundos e sorriu. Luna permanecia imóvel e de olhos arregalados olhando para ela.

- Oi, gatinha. – ela disse e se ajoelhou pra ficar na altura da menina, sentia um desejo imenso de ser amiga daquela pequena menina – Sua mãe está ocupada e pediu pra mim levar você ao médico. Ela vai encontrar a gente lá. Tudo bem?

- Tá. – ela deu de ombros e se atirou nos braços de Dulce.

- Luna Sophia! – Marichelo a repreendeu – Não faça isso. Dulce María não está acostumada com crianças.

- Tudo bem, pode deixar. – Dulce disse suavemente  e sorriu – Acho melhor irmos antes que cheguemos atrasadas.

- Qualquer coisa é só me ligar. Se cuidem. – Mari despediu-se de Dulce e depois de Luna– Tchau, amorzinho. Vejo você amanhã.

- Tchau, vovó.

Dulce pegou a bolsa com as coisas da menina e caminhou com a pequena garota pendurada em seu pescoço até o carro. Largou sua própria bolsa no assento da frente, e prendeu a menina  na cadeirinha no banco traseiro.

- Vamos lá. – ela disse mais pra si mesma do que pra menina.

Seguiu até o endereço do consultório que estava anotado na folha que pegara na mesa do chefe. Ao chegar lá, percebeu que Anahí ainda não havia chegado; sem dúvida, ela se atrasaria.

- Cadê minha Mommy? – Luna disse já no colo de Dulce.

- Ela já deve estar vindo, bonequinha. – Dulce foi até a recepção – Boa tarde, ela tem consulta hoje.

- Qual o nome dela, por favor?

- Luna Portilla .

- Só um minuto. – a secretária analisou a agenda e olhou com um sorriso para Dulce – Luna Sophia Clark Portilla aqui está. Vocês chegaram bem na hora. O doutor está terminando a consulta, vocês são as próximas.

- Ok. Obrigada.

Dulce sentou-se em uma das cadeiras na sala de espera e Luna ficou no seu colo. Ela não parecia muito feliz por estar ali, mas Dulce não comentou nada disso. Intimamente ela rezava para que sua chefe chegasse logo.

Claro que isso não aconteceu. O médico despediu-se da paciente que estava em sua sala e anunciou o nome de Luna. Dulce assustou-se porque não sabia se devia entrar com a menina ou pedir para esperar mais alguns minutos. Mas lembrou-se que Anahí disse que seria difícil conseguir remarcar a consulta, então entrou na sala do médico.

- Olá, Luna. – ele cumprimentou a garotinha.

- Oi. – ela balbuciou e apertou-se ao pescoço de Dulce

- Muito prazer, sou o doutor Marcus Viloubth. – ele disse a Dulce

- O prazer é meu, sou Dulce María, secretária da Dra Portilla.

- Ok. Podem sentar-se.

Ele lhes indicou as cadeiras. Dulce teria sentado Luna numa delas se a menina não estivesse tão presa a ela. Parecia assustada, mas não disse nada além de dar um oi para o médico.

- Então, onde está sua mãe, Luna?

- Tabaiando. – ela disse baixinho.

- Trabalhando, ok. Dulce, ela encarregou você de receber os exames dela?

- Não, na verdade ela só pediu que eu a trouxesse porque estava numa reunião e iria se atrasar alguns minutos. Era para ela já estar aqui. – Dulce consultou o relógio.

- Bom, vou adiantando pra você o resultado dos exames.

- Ok.

- Luna não tem nenhuma anomalia sanguínea; o resultado dos exames foi normal, ela está saudável, não tem alterações nos níveis de glóbulos ou ausência de plaquetas e etc. Tudo permanece como da última vez.

- Ok.

- Eu gostaria de refazer todos os exames daqui seis meses como de costume. – ele anotou alguma coisa na agenda – Vou deixar anotado na minha agenda para preencher um formulário de exames daqui seis meses. Deixarei ele devidamente pronto e com minha secretária, assim não precisarão marcar uma nova consulta. Se nesse período perceberem qualquer mudança ou Luna se queixar de alguma coisa, não hesitem em me procurar.

- Ok. Obrigada, doutor.

- De nada. – ele pegou os exames e entregou para Dulce – Aqui estão todos os exames, acho bom deixá-los arquivados com os anteriores.

- Aham.

- Era só isso. – ele se pôs de pé – Acho que Anahí nem precisará vir pra cá. Você pode passar tudo o que eu lhe expliquei para ela depois.

- É, acho que não precisa mesmo ela vir. Vou ligar pra ela assim que sair daqui.

- Faça isso. – ele a cumprimentou e voltou sua atenção a Luna– Vejo você daqui seis meses, criança. Até logo.

- Tchau, doutor. – Dulce despediu-se e saiu.

Depois de ajeitar a menina cadeirinha, ela ligou para Anahí.

- Dulce María? – ela perguntou assim que atendeu.

- Doutora Portilla, só estou ligando para avisar que já estamos saindo do consultório médico.

- Já? Nossa, que rápido. Quer dizer que está tudo bem?

- Sim, ele disse que ela está bem. A senhora ainda está no escritório?

- Estou na garagem. Já estou indo buscá-la.

- Não precisa. Eu volto com Luna para a empresa, assim a senhora já pega seu carro de volta.

- Ok. Estou esperando vocês.

- Até logo - desligou o telefone e ficou pensando em tudo o que o médico dissera a ela. O que Luna poderia ter para que se exigissem exames semestrais? Ela queria ter perguntado, mas ficou com vergonha, afinal não dizia respeito a ela a vida de sua chefe ou de sua filha.

Dulce ligou o rádio e colocou numa música animada. Luna gostou. Começou a cantar partes da música, mesmo que errasse algumas palavras pelo caminho. Dulce sorriu ao vê-la mais animada...

Chegaram ao prédio da empresa em poucos minutos. Anahí as esperava na garagem.

- Oi. - ela disse assim que ela estacionou o carro – Como foi lá?

- Foi tudo bem. – Dulce disse ao pegar Luna no colo.

O estranho foi que Anahí estendeu os braços para ela com a intenção de que Luna pulasse para o colo dela; em vez disso, ela apertou os braços em volta do pescoço de Dulce e escondeu seu rosto nos cabelos dela. Anahí franziu a testa um pouco confusa com tal atitude e também surpresa. Luna mal conhecia Dulce María!

- Eu acabei me atrasando aqui. – ela se desculpou – Já estava saindo na hora em que você ligou.

- Tudo bem. Não tem problema. – Dulce sorriu pra ela– Eu achei que ela fosse chorar, mas se comportou muito bem.

- Que ótimo. Bom, você veio de carro?

- Meu carro está na oficina, vim de ônibus hoje. – ela deu de ombros.

- Então vamos levá-la pra casa. Entre no carro e me diga seu endereço.

- Não há necessidade, não é incômodo algum voltar de ônibus.

- Você levou minha filha ao médico e ainda participou da consulta dela, o mínimo que posso fazer é levá-la pra casa, Dulce María. Por favor, entre no carro.

- Ok.

Ela preferia ir de ônibus, a presença de sua chefe, às vezes a atormentava. Mas como negar a carona já que Anahí faria isso em forma de agradecimento pelo que ela fizera?

Ela colocou Luna na cadeirinha de novo e, num gesto involuntário, beijou-a no rosto antes de sentar-se no banco da frente. Tal gesto da parte dela fora analisado silenciosamente por Anahí.

Dulce passou o endereço e ela saiu do prédio em direção a casa dela. Sentindo-se livre para fazer isso, ela ligou novamente o rádio e Anahí não reclamou, apenas a observava discretamente. Para surpresa e felicidade de Dulce, a programação de fim de tarde estava reprisando as músicas mais pedidas durante o dia. Então, a música que tocara antes - a qual Luna cantara - começou a tocar de novo.

E Dulce sem perceber conversou animadamente com Luna sobre isso.

- Luna, ouça! – ela disse ao se virar para o banco traseiro – É a música que nós cantamos antes.

Luna sorriu pra ela e bateu palmas. Dulce voltou a se sentar virada para a frente, mas começou a cantar a música baixinho. Luna sabia quase toda a letra, mas estava com vergonha de cantar. Embora ela e Anahí tivessem uma relação bem achegada, ela sabia que sua mãe não era muito adepta a escutar música enquanto dirigia, e apesar da pouca idade ela aceitava isso na mãe.

Dulce percebeu que Luna estava quieta. Voltou a olhar para a menina que balançava os pés no ritmo da música apesar de não pronunciar uma única palavra.

- Sophi?! – Dulce a chamou por um apelido que ninguém lhe dera autorização para usar, mas ela não se preocupou com isso, gostava tanto da pequena que não notou que usara de muita intimidade chamando-a assim – Por que não canta? Você cantou a música toda antes!

- Não quelo cantá. – ela disse baixinho.

- Por quê? Vai me deixar cantando sozinha? – Luna mexeu a cabeça em sinal positivo e Bella abriu a boca em sinal de surpresa – Tudo bem, vou cantar sozinha então.

Voltou a se sentar normalmente e ergueu um pouco do volume, nada exagerado. Anahí continuava analisando a cena calada. Não era do costume dela andar com mulheres em seu carro. As únicas que ainda entravam no Volvo eram Marichelo, Angelique e Maite, além da própria filha é claro. Também não era do costume dela ouvir música num volume um pouco mais alto que o normal e muito menos enquanto dirigia.

E, no entanto, ela estava fazendo as duas coisas agora por causa da sua secretária! Ela nem entendia direito por que estava permitindo aquilo!

- “I’ve had the time of my life… - Dulce prosseguia cantando a música. Até que Luna se rendeu e começou a cantar baixinho a acompanhando. Era impossível não acompanhar a empolgação de Dulce.

Anahí observou pelo espelho retrovisor boquiaberta sua filha cantando! Apesar de errar algumas palavras pelo caminho, ela sabia a música inteira!

Dulce percebeu que Luna estava cantando e olhou para ela com um enorme sorriso de orgulho em seu rosto.

- Isso! – ela elogiou – Está ótimo. Eu disse que você sabia essa música!

As duas continuaram cantando juntas. dava algumas olhadas para Luna apenas para incentivá-la a continuar. E Luna mexia o corpo no ritmo da música como se fizesse aquilo há anos.

Anahí viu os olhos da filha brilharem por estar feliz e por receber elogios de Dulce. E a própria estava feliz, sorrindo de uma forma que até então Anahí não a vira sorrir no escritório.

Ela não ousou interrompê-las em nenhum momento.

---

---

Gente Desculpa Pelo Sumiço Prometo Recompensar Vocês