Fanfics Brasil - Capítulo 1 Dangerous - Portiñón

Fanfic: Dangerous - Portiñón | Tema: Rebelde, Portiñón


Capítulo: Capítulo 1

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Tenho alguns avisos importantes para dar. Espero que leiam com atenção.


Primeiramente, eu queria que vocês soubessem que eu estou apostando todas as minhas fichas nessa história. A ideia está muito bem organizada na minha cabeça e eu só preciso colocá-la em prática. Se me derem esse voto de confiança, eu irei honrá-lo.


Também estou fazendo uma versão Camren dessa história, mas postarei em outro site depois.


Ao contrário de tudo que já escrevi, Dangerous não é uma fanfic romântica. Se você pretende ler uma história em que o casal principal se apaixona no segundo capítulo, se casa no terceiro e jura amor eterno no quarto, aqui está > muito < longe de ser o seu lugar. Aprenda a valorizar o amadurecimento de Portiñón e a maneira como o amor delas vai sendo (re)construído. Isso vai ser notório no decorrer dos capítulos.


INDEPENDENTE DE QUALQUER COISA, O ALFONSO É MUITO GOSTOSO.


Christopher é meu apeguinho, foi difícil colocá-lo na história da forma que coloquei. Me perdoem se eu foder o psicológico de vocês através desse homem.


Por fim, eu não sei se eu sou mais apaixonada pela Dulce ou pela Anahí.


Desejo do fundo do meu coração que vocês amem o que eu estou planejando assim como eu. Estou muito empolgada! Hahahaha


Agora vamos lá, não é? Boa leitura!


~~~~~~~~~~~~~~


Anahí Portilla Point of View.


Enquanto o meu coração palpitava dentro do peito, os meus pés eram forçados por mim mesma a caminharem até o barraco que a Dulce insistia em chamar de casa. Isso poderia soar irônico para alguns, já que ela estava extremamente rica devido ao seu êxito no mundo da máfia, mas como eu convivia com esse meio, eu sabia o porquê da farsa. Gangster iniciante, como o seu companheiro Christopher Uckermann, precisava viver em um cubículo caso não quisesse ser encontrado pela polícia local. Um gesto inteligente, Dulce e Christopher. Ponto pra vocês. Infelizmente, o meu marido e eu ainda tínhamos que lidar com pessoas que, ao contrário deles, pareciam não entender que o sigilo era importante para quem estava só começando. Por que nem todo mundo nasce sendo esperto?


Eram poucos os que esbanjavam luxo e poder. Esses podiam ser contados a dedo e se resumiam a mafiosos que já haviam comprado todo mundo ao redor, inclusive políticos e os próprios policiais do país. Sendo assim, eles não tinham nenhum problema com a exposição.


Era a primeira vez em dez anos que eu retornava à Miami. O mais surpreendente nisso, além do fato de eu ter voltado, é claro, era o motivo. Eu vim por ela. O meu intuito era vê-la.


De todas as causas significantes que eu imaginei que podiam me trazer para cá, Dulce Espinosa nunca foi vista nem como a última opção. Apesar de sermos amigas de infância, ela simplesmente não se encaixava na minha lista.


Tinha uma parte minha que estava ansiosa por esse reencontro. Ter o privilégio de encarar aquele par de olhos castanhos novamente não poderia ser de todo ruim.


Mas sempre que o motivo na qual eu estava em Miami me vinha à mente, qualquer resquício de ansiedade ou carinho pelas lembranças recorrentes que essa merda de cidade me trazia de Dulce e eu simplesmente desaparecia. Mais do que nunca, eu sabia que ela e a sua corja de mini-demônios, que, aliás, era bastante mal composta, necessitavam de uma prensa. Caso não obedecessem ao mandato da Sra. Herrera, eu os trataria como baratas que precisavam sentir o poder dos meus saltos finos.


Bati na porta. Uma. Duas. Três vezes. Tive que bufar, irritada e impaciente. Ninguém me fazia esperar. Ninguém.


Estava prestes a bater na porta pela quarta vez quando uma mulher apareceu.


Ok, talvez fisicamente a corja não seja tão mal composta assim, mas ainda sim, não passam de uns inúteis.


— Quem é você? — cruzei os braços na altura dos seios, demonstrando superioridade. Não que eu precisasse me esforçar para isso. Ser superior a iniciantes era mais fácil do que tirar doce da boca de uma criança. — Ah, esquece. Isso não importa. Onde está a Dulce? — questionei ainda impaciente, sem fazer questão de olhá-la nos olhos.


A mulher deu uma gargalhada histérica, quase irônica. Mediu-me dos pés à cabeça para então me responder:


— Eu posso não importar pra você, mas você importa e muito pra mim. Quem é você e o que quer com a Dulce? Aliás, como se atreve a pisar em território alheio? Eu poderia te m...


Antes que ela ousasse concluir, retirei abruptamente uma arma da cor prata da cintura para poder mirar em sua testa. Ela arregalou os olhos, denunciando que eu a peguei de surpresa.


— Se você se atrever a pronunciar o resto dessa frase, eu juro que acabo com a sua raça agora mesmo. — falei sincera, trincando os dentes. — Nunca mais nessa sua medíocre vida volte a me ameaçar.


— Vo-você...


A interrompi.


— Mesmo achando que você não precisa saber, eu vou te dizer quem eu sou. — esbocei um sorriso cínico, quase diabólico. Notei que a mulher cujo nome eu desconhecia engoliu em seco. Bom. Muito bom. — Sou Anahí Herrera, esposa de Alfonso Herrera. — foi nessa hora que os olhos dela quase saltaram. — Vou precisar dizer o que isso significa também? — passeei a arma por seus lábios, vendo-a respirar fundo e fechar ainda mais a boca. — Acho que sim, não é? Pois bem. Eu sou a rainha, dona de um império. Você acha que deve obediência a Dulce? — perguntei com a voz rouca, transparecendo a minha fúria por sua tamanha ousadia há alguns minutos. — Responda!


— Si-sim... — falou em um fio de voz.


— Então saiba que a mim você deve o dobro.


— Desculpa, Sra. Herrera. Eu não queria irritá-la. — pediu em uma súplica, alargando o meu sorriso. — A senhora pode entrar se quiser.


— O que eu quero é que você vá chamar a Dulce. — guardei a minha arma. — Agora! — aumentei o tom de voz, soando prepotente. A desconhecida assentiu e sumiu do meu campo de visão mais rápido do que eu imaginava. Quase gargalhei diante do seu nervosismo.


Quase.


Preferi morder o lábio inferior e adentrar no recinto. Do lado de dentro, pude notar que chamar essa casa de barraco foi um tremendo elogio. Como alguém conseguia morar nessa espelunca?


Dei pequenos passos por ali para não correr o risco de encostar em nada. Não quero imaginar o que pode ter sido tocado nesses móveis velhos e enferrujados.


Que nojo.


Isso me fazia pensar em até que ponto uma pessoa podia chegar para se tornar alguém importante. Não que eu me interessasse pelas atitudes alheias, muito pelo contrário, por mim o mundo poderia explodir se no final das contas Alfonso e eu permanecêssemos vivos e juntos. O problema estava contido nessa mediocridade. A pobreza me deixava tão nostálgica que me fazia lembrar de tudo que precisei efetuar para conquistar o lugar que hoje me pertence. Ter levado adiante um casamento sem amor podia ser citado como um exemplo.


No começo do meu relacionamento, eu não amava o meu atual marido. Apesar de o Alfonso ser uma boa pessoa, me tratar bem e ainda estar disposto a me oferecer uma vida digna de uma rainha, faltava algo entre nós. Por muito tempo acreditei que isso podia envolver a parte sexual, já que ele e eu não transávamos com frequência. Chegávamos cansados dos nossos afazeres e íamos dormir. Era quase repetitivo.


Mas devo admitir que quando eu me entregava para Alfonso, era inadmissível que eu dissesse que nós não tínhamos uma química admirável na cama, porque sim, nós não só tínhamos como ainda temos. Então, se o problema não era esse, qual era?


Sempre que eu o olhava ou era tomada por seus braços, eu percebia que não importava o que ele fizesse, naquele momento eu não conseguiria me entregar de corpo e alma para ele como ele queria e merecia.


E eu estava certa, para variar.


O meu matrimônio ocorrera há cinco anos, mas apenas há um ano eu o amava, e o amava muito. Eu não teria voltado à Miami se o meu amor por ele não fosse maior do que a minha repulsa por essa cidade.


— Anahí Portilla?


Uma voz feminina soou baixinha atrás de mim. Não sei o porquê, mas todos os pêlos do meu corpo se arrepiaram ao ouvi-la. A voz era forte, impactante e um tanto envolvente. Não foi difícil descobrir a responsável por isso. A forma que ela me abordou entregou todos os pontos. Os únicos que me chamavam de Anahí Portilla eram os meus pais e algumas pessoas que me conheceram antes de eu me tornar Anahí Herrera, a milionária que era esposa de um mafioso.


Eu sabia. Era ela.


Fui obrigada a me virar para encarar os seus olhos castanhos. Eu não me lembrava de muitas coisas relacionadas à Dulce, até porque há anos eu não a via nem recebia notícias suas, mas os seus olhos tão impactantes e sedutores nunca seriam esquecidos. Jamais poderiam.


— Quase não acreditei quando me contaram que você estava aqui. — se aproximou e me ofereceu o seu melhor sorriso. — Pensei que nunca teria coragem de voltar à Miami.


Dulce estava diferente, e muito. Eu não sabia dizer se isso era bom ou não. Quando criança, ela era alegre, divertida e sonhadora. Um anjo em forma de gente. Sua pureza era tanta que me causava uma inveja saudável, um pouco levada para o lado da admiração. Eu queria ser exatamente como ela, queria iluminar o mundo de todos ao meu redor assim como ela fazia.


Mas agora, vendo o seu rosto com essa expressão tão ousada, indiferente e desafiadora, era como se eu nunca a tivesse conhecido. Sei que também mudei bastante. Uma parte de mim não sabia mais o que era ter humanidade. O que havia de bom em meu coração eram os meus sentimentos por algumas pessoas, principalmente por Alfonso. O resto era resto.


Só que ao contrário de Dulce, eu nunca fui flor que se cheirasse. Mesmo sabendo que não dá para comparar o que eu fazia antes e o que eu faço atualmente, eu sou capaz de garantir que o errado sempre me pareceu mais interessante do que o certo.


— Eu não tinha nenhuma pretensão de voltar, mas as circunstâncias me trouxeram até aqui.


— Circunstâncias? Que circunstâncias?


Eu a olhava seriamente, com as sobrancelhas arqueadas. Se o meu autocontrole não me ajudasse tanto, eu já teria gargalhado. Por mais que pareça incrível, a Dulce se parecia - e muito - comigo. Era extraordinária a maneira como isso se tornava natural aos meus olhos.


Por mais que muitas mulheres tentassem se igualar a mim, correndo o risco até de virarem chacota nas redes sociais, eu sabia que com a Dulce isso era diferente. Ela não estava forçando ser quem não era. Era difícil admitir, mas a pose da ruiva me lembrava demasiadamente a minha. Parecíamos estar disputando qual de nós era a mais poderosa.


Dulce sabia o motivo pelo qual eu estava aqui. Todos sabiam. Foi Christopher que com o consenso de Alfonso decidiu organizar uma reunião.


Mas se ela queria jogar, nós iríamos jogar.


— Voltei por sua causa. — respondi vagamente, tendo a imagem da mulher mordendo o próprio lábio inferior como resposta. Inferno. — E por Christopher Uckermann também. Aliás, onde ele está?


— Teve que sair para resolver alguns negócios. Acho que você entende, não?


Me chamando de você, Dulce? Mas que errado. Talvez você não tivesse se dado conta de que os anos se passaram e algumas intimidades já não existiam mais entre nós.


— Me chame de Sra. Herrera. — pela primeira vez desde que a olhei, eu lhe lancei o mesmo olhar que ela estava me dando. Desafiador, intrigante e, ao mesmo tempo, sério. Estava na hora de tomar as rédeas da situação. — Meus submissos não costumam demonstrar tanta informalidade, sabe?


— Oh, é claro, senhora. Me perdoe por isso. — ao mesmo tempo em que esbanjava ironia, ela também esbanjava sensualidade. — Deseja esperar por Christopher?


— Aqui? — apontei com incredulidade para o ambiente, o que foi o suficiente para fazê-la gargalhar.


— Algum problema?


— Todos, eu diria.


— Como eu imaginava. — Dulce colocou os óculos escuros um pouco antes de seu celular vibrar dentro do bolso da calça jeans. Analisei atentamente o instante que ela o pegou. Era preciso que eu tomasse cuidado com cada mínima reação que ela esboçasse. Estar do lado inimigo era um chamado para a morte. — É o seu dia de sorte, Puente. — o jeito cínico que ela pronunciou o sobrenome que pouco fora utilizado por mim em vinte e cinco anos de existência me fez suspirar. Eu deveria puni-la por estar me afrontando, mas não podia. Tinha algo maior envolvido. — Christopher já chegou ao nosso apartamento e está nos esperando.


— Vocês não moram aqui?


— Uma mulher como eu jamais se permitiria viver em uma casa tão medíocre. — respondeu sem me olhar, prestando bastante atenção no aparelho. — Apenas duas pessoas da minha confiança moram aqui. — voltou a conectar os seus olhos nos meus. — E é por vontade própria. Christopher comprou um prédio que suportaria a estadia de todos os nossos aliados.


— Como alguém pode querer morar aqui?


— Lealdade, senhora. Lealdade.


Agora eu entendia a preocupação constante do meu marido. Além de Alfonso, ninguém teve um início tão poderoso assim.


— Vamos no meu carro. Você dirige. — joguei à chave para ela que rapidamente capturou. Olhou-me com o cenho franzido para então se manifestar:


— Quanta confiança, Sra. Herrera. — falou de um jeito debochado para depois caminhar porta a fora, obrigando-me a segui-la. Dulce só parou de andar quando alcançou o veículo. — Que engraçado.


Para não ter que responder, fiz apenas um som nasal que significava que eu queria que ela continuasse.


— Quando criança, você me falava que se tivesse um carro, ele seria vermelho. Acho que não cumpriu com a sua palavra.


Uma revirada de olho foi o bastante para que ela entendesse que nada do passado me interessava.


Entrei no carro sem respondê-la e coloquei o cinto, esperando que ela fizesse o mesmo. E ela fez. Sentou no banco do motorista com os óculos levantados, no topo da sua cabeça.


Tomamos o nosso rumo sem que nenhuma dissesse uma única palavra, apesar de que vez ou outra eu a pegava me comendo com os olhos. Acho que nem tudo mudou por aqui.


— Eu tenho muitos. — me permiti falar baixinho, concentrada na visão que a janela me proporcionava.


— O quê? — Dulce perguntou confusa e eu a olhei, esboçando um sorriso com a língua entre os dentes. Ela pareceu ficar hipnotizada com o gesto. Até achei que precisaria obrigá-la a voltar à atenção para a pista, mas não foi necessário. Ela foi mais rápida.


— Tenho muitos carros, Espinosa. Esse deve ser o quinto ou o sexto que eu comprei e deixei aqui em Miami para que os meus pais usufruíssem. — a vi arregalar os olhos. Bingo. — E a cor do primeiro, assim como um dia eu te falei que seria, é vermelha. Sou uma mulher de palavra, sempre fui. Saiba disso. — ela não falava nada, então vi como uma oportunidade para continuar. — Quando nos conhecemos, lembro de ter repetido várias e várias vezes que iria sair daquela vida de merda que nós tínhamos. Veja só? Eu cumpri.


— É verdade. — soltou um suspiro longo e pesado. — Você só se esqueceu de cumprir uma coisa.


— O quê?


— A promessa de que nunca me abandonaria.


Enchi o meu pulmão de ar ao ter a sua resposta. Nunca pensei que a ouviria falando isso. Senti os meus batimentos cardíacos um pouco acelerados, denunciando como ela havia mexido comigo. Eu até abria a boca para rebater por alguns instantes, mas como não via nenhuma justificativa plausível ao meu favor, eu simplesmente me fechava. Pela primeira vez alguém conseguiu me deixar sem argumentos.


Mas que porra.


— Chegamos. — Dulce se limitou a dizer isso antes de sair do carro apressadamente. A rapidez foi tanta que se eu lhe desse um tiro, nem à bala a pegaria.


— Esse é o prédio? — perguntei ao me pôr ao seu lado.


— Sim. O que acha?


De fora, era encantador, luxuoso, sofisticado e merecedor de donos poderosos.


— Acho que nós precisamos iniciar a nossa conversa urgentemente.


Ela gargalhou.


— Venha comigo. — pediu educadamente, parecendo bem distante da mulher frívola que demonstrou ser no primeiro momento.


Interessante.


Ela começou a caminhar e eu a segui. Fomos para o elevador e paramos no último andar. Claro, como não?! Era óbvio que Christopher e ela ficavam na cobertura.


— Você e o Christopher moram juntos? — perguntei sem nenhum interesse, apenas para me certificar que estava sabendo de boa parte sobre eles.


— Sim. Christopher precisa de mim, eventualmente. É bom estar por perto quando isso acontece.


Em outras palavras: há dias que ele quer transar e eu estou lá para satisfazê-lo. Que vadia!


Dulce abriu a porta do apartamento e gesticulou com as mãos, pedindo para que eu entrasse. Entrei imediatamente. Senti-me de volta a minha zona de conforto quando me deparei com a riqueza.


— Christopher? — Dulce o chamou ao notar a sala vazia.


— Aqui. — um homem apareceu todo sorridente. Merda. Ele também era bonito. Muito bonito. Dulce e ele fariam um belo casal. Ou não. — Olá, Sra. Herrera. É realmente um prazer poder conhecê-la. — veio até mim e trouxe consigo o seu perfume inebriante. Ótimo, ainda era cheiroso.


Demos um abraço rápido, mas que fora o bastante para que eu me certificasse de uma vez por todas que ele era mesmo muito cheiroso.


— Venha, sente-se. — apontou para o sofá e eu não me fiz de rogada, até porque eu não era. — Deseja tomar alguma coisa? — perguntou educado, sendo totalmente o oposto de Alfonso e dos demais traficantes que eu já tive o desprezar de conhecer.


— Não, obrigada. Só quero ir direto ao ponto. — falei sincera e ganhei um sorriso irônico. Não foi só dele, a Dulce também sorriu. — Que merda você está planejando?


— Perdendo a compostura antes da conversa sequer ser iniciada, senhora? Que previsível. — Dulce deu uma gargalhada e eu a fuzilei com os olhos.


— Cale a porra da sua boca antes que eu acabe com você.


— Fique quieta, Dulce. Não é momento para gracinhas. — Christopher falou sério, olhando de Dulce para mim. — Não sei se o seu marido lhe contou, mas nós estamos querendo uma parceria com vocês, Sra. Herrera.


— Parceria? Que tipo de parceria?


Christopher começou a colocar uma boa quantidade de champanhe em duas taças. Uma era dele e a outra de Dulce.


— Está nítido que alguns dos seus aliados estão ficando insatisfeitos com a maneira que o Alfonso está lidando com os nossos negócios.


— De onde você tirou uma loucura dessas? — perguntei devassa. — Alfonso cuida de tudo muito bem.


— Sra. Herrera, a senhora sabe tanto quanto nós que isso não é verdade. Não mais, pelo menos. — bebericou o espumante. — Da senhora, particularmente, ninguém tem nada a reclamar. Sei que faz o seu dever de forma correta. Se não fosse pelo seu comando em boates e hotéis, as drogas não continuariam sendo vendidas com tanta frequência, Alfonso não seria mais o mesmo e perderia ainda mais a credibilidade.


— Diga logo o que pretende, Uckermann.


— Eu já falei. Dulce e eu queremos uma parceria. — segurou a mão da ruiva. — Podemos comandar o império ao lado de vocês.


— Por que iríamos nos aliar a iniciantes?


— Porque vocês não têm outra opção. — foi a vez da Dulce falar. — Qual é, vale à pena colocar tudo ladeira abaixo por causa de orgulho? É da sua fortuna que estamos falando, Anahí! — esbravejou. A amaldiçoei por me faltar com respeito outra vez. — Estamos querendo ajudar. Podíamos fazer parceira com todos os traficantes que estão insatisfeitos com vocês para detonar de uma vez por todas o seu maridinho arrogante e ainda levar você de bônus pro fundo do poço, mas não, nós estamos aqui solicitando a porra da nossa ajuda porque apesar dos pesares, nós sabemos que ninguém seria uma rainha tão boa quanto você. Então aceite o que estamos propondo. Você já viu que não somos dois iniciantes babacas, não é? Caso contrário não teria saído de Nova York a mando do Sr. Herrera para vir até aqui. Sabemos que você viria de toda e qualquer forma, Anahí. Até se não tivéssemos demonstrado interesse na sua presença, sabemos que você viria. Estamos à par de tudo. Seu marido estava preocupado com a nossa boa reputação e você veio para Miami nos espionar para garantir que vocês ainda têm o controle. Mas me deixe te contar um segredo, senhora. — nunca pensei que um "senhora" pudesse soar tão carregado de ironia. — O controle sumiu pelos dedos de vocês e vocês não viram.


Eu a olhava sem nem conseguir piscar, sabia que não esboçava nenhuma expressão e essa era justamente a minha intenção. Dulce, pela primeira vez desde que me reencontrou, parecia temerosa por alguma atitude minha, e eu estava adorando.


Levantei-me do sofá e caminhei lentamente até a ruiva. Sua respiração quase parou e eu sorri maquiavélica. Dulce estava sentada em uma poltrona, olhando-me fixamente. Apoiei as duas mãos nos braços da tal poltrona e coloquei o meu rosto próximo ao dela para sentir perfeitamente bem a sua respiração ficando cada vez mais descompassada. Eu sabia que Christopher assistia tudo e que não ousava desviar o olhar de nós. Isso me incentivava a continuar.


Eu iria mostrar quem mandava em tudo, quem podia dizer o que tinha ou não que ser feito.


Aproximei os meus lábios da orelha de Dulce e por pouco não sorri ao senti-la estremecendo.


— Me fala uma coisa. — falei com a voz suave, soltando a minha respiração quente em sua pele. — Você acha que só por que me conheceu na infância pode falar comigo da forma que quiser?


— Anahí, eu...


Tratei de interrompê-la.


— Não lembro de ter dito que você podia falar. — murmurei séria, mas com uma pitada de sensualidade na voz. — Já mandei você me chamar de Sra. Herrera, não?! Vai aprender a me obedecer por bem ou vai preferir que seja por mal?


— Me-me de-desculpe, eu...


— Se me interromper outra vez, eu não responderei por mim. — voltei a olhar para os seus olhos com o objetivo de me deparar com o medo explícito naquela imensidão castanha. — E isso também vale para caso volte a me confrontar. Como você mesma falou, eu sou uma rainha, e você deve respeito a mim. Você acha que está me respeitando, Espinosa? — passeei as minhas unhas por seu rosto, arranhando-o levemente. — Não foi uma pergunta retórica. Me responda!


— Não. — falou bem baixinho, em um fio de voz.


— Ótimo. Acho que estamos nos entendendo. — esbocei um sorriso sonso e tombei a minha cabeça para o lado, buscando olhar para Christopher. Por estar inclinada sobre Dulce, a minha bunda ficou empinada, possibilitando a ele uma imagem privilegiada. E então ele me secava. Se tivesse um lenço, eu o ofereceria para que ele pudesse limpar a baba. — Christopher?


— Oi? — ele subiu o seu olhar da minha bunda para os meus olhos e arregalou os seus ao notar que eu o olhava. Mordi o lábio inferior para evitar uma risada, mas isso pareceu ter sido mais sexy do que o previsto, pois ele não parou de encarar o movimento e ainda se engasgou com a própria saliva.


Afastei-me de Dulce, podendo vê-la finalmente soltar o ar pela boca.


— Temos um acordo. Se querem ajudar a mim e ao meu marido, vocês irão ajudar.


— Não é melhor comunicar primeiro ao seu marido, senhora?


— Não. Se Alfonso está recebendo tantas reclamações como vocês disseram, ele não está em condições de decidir nada. — respondi ao jogar o meu cabelo para um único lado. — Só tenho uma exigência a fazer.


— Qual?


— Vocês nunca poderão esquecer quem é que manda. Eu sou a rainha e tem que se seguir assim até o fim. Estamos entendidos?


— Sim. — apenas Christopher respondeu.


Encarei a ruiva.


— Estamos, Dulce?


— Sim. Você sempre será a rainha, Anahí. — travei o maxilar ao ouvi-la. — Quer dizer, Sra. Herrera.


Tudo bem, eu deixarei esse gafe passar. Ouvi-la me chamando pelo meu próprio nome até que era estranhamente gostoso.


Talvez eu tivesse me precipitando em tê-los ao meu lado, mas que outra alternativa eu tinha? Não dava para organizar tudo sozinha. Se Alfonso não estava dando conta, alguém teria que dar. 



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Autor(a): j_herrera_portilla

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Dulce Espinosa Point of View. Sempre que eu olhava para a mulher que havia voltado a se sentar no sofá à minha frente com um sorriso cínico nos lábios, eu sentia as minhas pernas tremerem. Tive que agradecer aos deuses por também estar sentada agora, caso contrário eu iria de cara no chão. Todo mundo que a conheceu antes de ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 17



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  • tammyuckermann Postado em 30/04/2019 - 18:14:21

    Cadê!?? Não vai postar mais? :(

  • tammyuckermann Postado em 19/03/2019 - 16:45:52

    Preciso dizer que a tempoooos não leio uma fic tão bem escrita e maravilhosa, ainda mais portinon, to amando...

  • AnnieSilva Postado em 21/01/2019 - 23:17:20

    Demora pra postar não posha :(

  • ponnyyvida Postado em 16/01/2019 - 10:32:29

    Aaaa não creio que você parou nessa parte :0 Quero só ver como vai ser esse encontro com o Sr. Herrera :) Continuaaa <3

  • AnnieSilva Postado em 16/01/2019 - 00:41:01

    Ai, como vc me para agr?? Mdssss como vc me deixou curiosa!! Posta maisssss! Vibrando com essa conexão perigosa d anahi com a Dulce!!

  • AnnieSilva Postado em 12/01/2019 - 12:22:23

    Amandooo d+ !! Curiosa demais, pra saber pq a Anahí foi embora !!! Posta mais linda

    • AnnieSilva Postado em 16/01/2019 - 00:41:49

      <3

    • j_herrera_portilla Postado em 14/01/2019 - 11:50:24

      Hahahahaha, estou postando, linda. Obrigada por estar aqui acompanhando. <3

  • suzyrufino Postado em 12/01/2019 - 09:44:43

    Caramba.... to amando

    • j_herrera_portilla Postado em 14/01/2019 - 11:49:29

      Que bom. Espero que ame até o fim. <3 Ps: devo admitir que eu sou louca nessa história também. A escrevo com os olhos brilhando. Hahahaha

  • suzyrufino Postado em 12/01/2019 - 03:17:59

    Eita... caramba...meu.. Eu te amo anahi. :O

    • j_herrera_portilla Postado em 14/01/2019 - 11:48:43

      UMA DEUSA, NÉ????? CHEGO A ME TREMER ESCREVENDO SOBRE ELA, HAHAHAHA!

  • siempreportinon Postado em 09/01/2019 - 23:34:18

    Uau!!! Já pode continuar

    • j_herrera_portilla Postado em 12/01/2019 - 01:10:31

      Vou postando aos poucos, tá? Mas ó, já postei mais um, linda. <3

  • AnnieSilva Postado em 09/01/2019 - 22:12:43

    Eitaaaa!!! Já ameeei, Parabéns &#128525;&#128525; e já quero o próximo capítulo!!!

    • AnnieSilva Postado em 12/01/2019 - 12:23:45

      Com toda certeza, irei acompanhar até o final!!! Todo dia passo por aquui! Parabéns linda! Ja me deioud curiosa ainda mais

    • j_herrera_portilla Postado em 12/01/2019 - 01:09:47

      Opa, que bom que te agradou, linda. Vou postando aos poucos, tá? Inclusive, já tem outro aí. Espero que continue acompanhando. <3


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