Fanfics Brasil - 💌 Capítulo 8 💌 A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada

Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época


Capítulo: 💌 Capítulo 8 💌

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Christopher sabia que sua noiva não esperava receber meia dúzia de soldados para o jantar. Contudo, ele não pediria desculpa por incluí-los. Ele precisava mostrar para seus homens que o casamento era real, independente do que tinha acontecido, ou não, dentro do quarto na noite passada. O salão de jantar do castelo era largo o bastante para acomodar aquele clã improvisado. Mesmo Christopher, com seus cinco homens, Dul e a tia dela não bastavam para ocupar toda a mesa. Acima de tudo, os homens mereciam aquilo — sentar-se em uma mesa de verdade, posta com porcelana e prata, e serem servidos cortes de carne assada, gelatina de frutas, ostras, molhos deliciosos e muito mais. Aquela era a recepção farta que ele tinha lhes prometido no campo de batalha. 


E Christopher não fazia promessas que não poderia cumprir. 


Aqueles homens — ainda que esgotados e desanimados — eram a coisa mais próxima de uma família que Christopher tinha conhecido. Ele não os decepcionaria. Durante os primeiros dois pratos, eles apenas comeram, mantendo um silêncio maravilhado. Alfonso, claro, arruinou aquilo assim que a fome aguda passou. 


— Devo dizer, Sra. Von Uckermann, que o que o capitão nos disse sobre você... bem, não lhe faz justiça. 


Dul lançou um olhar preocupado para o soldado. 


— Oh? — tia Thea fez. — O que foi que o Capitão Von Uckermann disse a respeito dela? 


— Muito pouco, madame. Mas, se eu tivesse a mesma sorte, todos os homens do regimento ficariam cansados de ouvir eu me gabar. 


Eddy bufou. 


— Mesmo assim — ele disse —, todos os homens do regimento se cansaram de ouvir você se gabando. 


Com um sorriso envergonhado, Dul depositou sua taça de vinho sobre a mesa. Ela levou a ponta de um dedo à clavícula, onde ficou deslizando para cima e para baixo pelo osso delgado. Christopher tinha percebido que ela fazia aquilo quando estava nervosa. Infelizmente, esse pequeno gesto que era calmante para ela não tinha efeito similar nele. Pelo contrário, inflamava cada um de seus desejos mais guardados. Ele engoliu em seco, incapaz de tirar os olhos daquele dedo solitário e delicado que subia e descia. E subia e descia. Era como se ele pudesse sentir aquele toque leve e provocador em sua própria pele. Ou em seu... 


— Então, capitão — Christian disse, cortando uma fatia de carneiro. — Agora que estamos todos juntos, conte a história completa. Comece do começo. Como você a cortejou? 


Christopher se chacoalhou e se voltou para o prato. 


— Do modo usual.


— Como eu lhe disse, madame — Alfonso disse —, ele é um homem de poucas palavras. 


— Um homem de poucas palavras? — disse a tia Thea. — Mas não é possível. Este é o mesmo homem que escreveu tantas cartas lindas para a nossa Dulce? 


— Cartas? 


— Ah, sim. Ele enviou resmas de cartas de amor para nossa Dulce. Tão eloquentes e bem redigidas. 


O que diabos era aquilo? 


Christopher deu um olhar inquisitivo para Dul, mas ela mordeu o lábio e fixou o olhar no copo de vinho. 


— Tenho certeza de que ela guardou todas. Dulce, por que você não vai buscar as cartas, para que o capitão possa reler algumas? Eu sempre quis ouvir aquelas palavras com esse encantador sotaque escocês. 


— Isso não é necessário — Christopher disse.


 — Talvez não seja necessário — a tia disse —, mas será um gesto muito amável da sua parte. 


Aquela palavra de novo. 


Amável. 


— Ninguém quer me ouvir lendo as cartas. 


Na outra ponta da mesa, sorriu. 


— Oh, mas eu gostaria de ouvir. 


Esse desejo foi apoiado por todos os outros homens na mesa, exceto Grant. 


— Quem sabe outra hora, tia Thea — Dul disse. — Nós estamos no meio de uma refeição. As cartas estão na minha penteadeira, lá em cima na torre. Como anfitriã, não posso abandonar nossos convidados. 


— Está fora de questão — Christopher concordou. 


— Claro que sim — a tia respondeu. — Você pode ficar bem aqui, Dulce. Eu mesma irei buscá-las. 


Dizendo isso, tia Thea se levantou e saiu da sala antes que Christopher e seus homens pudessem se levantar de seus lugares em sinal de respeito. Assim que a outra sumiu de vista, Christopher se aproximou de sua noiva. 


— Do que ela está falando? 


Dul murmurou sua resposta com a boca dentro da taça de vinho: 


— Bem, eu tive que inventar seu lado da correspondência, não é mesmo? Do contrário, ninguém acreditaria na minha história. 


— E o que foi que essa versão de mim disse? 


Um brilho de divertimento fumegou dos olhos castanhos dela. 


— Talvez você devesse ter investigado isso antes de me forçar a aceitar um casamento apressado. O que quer que haja naquelas cartas, agora são palavras suas. 


Santo Deus. 


Christopher estremeceu ao imaginar que tolices absurdas uma pirralha romântica de 16 anos como Dulce Saviñón poderia ter inventado como palavras de um oficial das Terras Altas. Aquilo poderia ser ruim. 


Muito ruim. 


— Talvez nós possamos fazer um acordo — ela sussurrou. — Eu lhe devolvo suas cartas se você devolver as minhas. 


— As cartas na sua penteadeira não são minhas. 


— As cartas que eu enviei também não eram suas. Mas você se apropriou delas. Nem tudo pode ser como você quer. 


Ela pestanejou fingindo recato. Então era naquilo que ela se transformava ao conseguir uma migalha de poder sobre ele. Uma provocadora. Maldito fosse ele se não gostasse daquilo. Confiança faz mais para aumentar a beleza de uma mulher do que qualquer delineador ou ruge. Fagulhas vindas das profundezas dos olhos dela cintilaram na direção de Christopher. Mas a admiração dele diminuiu rapidamente quando tia Thea voltou para o salão de jantar. 


— Aqui estão. 


Ela deitou uma enorme pilha de envelopes sobre a mesa. Christopher ficou espantado. Devia haver pelo menos uma centena. Elas estavam presas por uma fita de veludo vermelho que a tia começou a soltar. Christopher gemeu por dentro. Aquilo não iria ser ruim. Seria um maldito desastre. Alfonso ficou em pé e pigarreou. 


— Eu ficaria contente de oferecer meus serviços para uma leitura dramática. 


Christopher sentiu vontade de atirar um garfo na direção de Alfonso. 


— Isso não vai ser necessário. 


— Então você vai ler? — Dul perguntou.


 — Vou. 


Para falar a verdade, havia poucas coisas no mundo que Dul queria fazer muito menos do que ler em voz alta qualquer coisa que saísse daquela pilha ameaçadora de cartas, e quase todas elas envolviam aranhas e tripas. Mas ele não parecia ter muita escolha. Christopher não podia deixar que nenhum de seus homens examinasse aquelas cartas muito de perto, ou poderiam ver que elas não tinham a caligrafia dele. Dul tinha razão. O que quer que estivesse escrito naquelas missivas, ele não poderia negar sem ao mesmo tempo rejeitá-la, e isso significava abrir mão das terras que seus homens tanto precisavam. Perdido por um, perdido por mil. 


— Dê as cartas para mim, tia Thea — Dul disse. — Eu vou escolher a minha favorita. 


— Uma — Christopher disse. — Apenas uma. 


Depois ele iria queimar aquelas páginas e garantir que ninguém nunca mais falasse disso. Sob pena de punição física. Mas a julgar pelo sorriso divertido que se ergueu os cantos dos lábios de Dul enquanto ela examinava os envelopes, Christopher começou a desconfiar que tinha cometido um erro ao permitir que ela escolhesse a carta a ser lida. Quando a jovem puxou um envelope da pilha e a entregou para ele, sorrindo, Christopher já não desconfiava mais. 


Ele sabia... Tinha cometido um erro grave. 


— Leia esta — ela disse, a voz carregada de falsa inocência. — É aquela em que você me escreveu uma poesia.


💌


Dul observava o rosto de Logan com atenção, esperando a reação dele às suas palavras. 


— Uma poesia — ele repetiu. 


Espantoso. Ele falou sem mexer o maxilar. 


— Ah, sim. Duas estrofes inteiras. — Ela bebericou o vinho e saboreou a expressão de pânico dele. 


Finalmente, ela possuía um instante de triunfo. Aquele escocês das Terras Altas podia ter aparecido do nada e a encurralado, deixando-a sem opções que não fossem adversas ao restante de sua vida... Mas tinha conseguido aquela pequena vitória sobre ele. Uma vitória que pretendia comemorar. Alfonso soltou uma risada com a boca cheia de comida. 


— Nunca soube que você era um poeta, capitão. 


— Não sou. 


— Oh, não seja tão modesto — disse tia Thea. — Sim, ele mandou alguns versos para nossa Dulce. Alguns deles até eram bons. 


— Estes são meus favoritos — Dul sorriu. 


Com um suspiro forçado, Christopher desdobrou a carta. Então ele colocou o papel sobre a mesa e levou a mão à sua bolsa, de onde retirou algo inesperado. Um par de óculos. Quando ele ajustou a armação despretensiosa no rosto, a mudança em sua aparência foi imediata e profunda. 


Profundamente excitante. 


Suas feições continuavam sendo tão fortes e rústicas quanto antes, como se esculpidas em granito com ferramentas imprecisas. Como sempre, seu maxilar apresentava a sombra da barba feita há muito tempo — parecia que ele poderia se barbear duas vezes ao dia e ainda assim não conseguiria apagar a imagem de bárbaro. Mas os óculos acrescentavam um quê de refinamento à sua aparência masculina. Não apenas refinamento, mas civilidade também. 


Humanidade. 


Estranhamente, os óculos deixaram Dul ainda mais ciente da natureza essencialmente animal dele. Se um leão fosse treinado para andar ereto e vestir uma casaca, ninguém conseguiria esquecer que, por baixo daqueles modos, continuava existindo um animal perigoso. Enquanto Christopher passava os olhos pelo conteúdo da carta, Dul imaginou poder senti-lo ansiando por violência. Na outra ponta da mesa, os soldados começaram a provocá-lo. 


— Vamos logo, capitão. 


— Por que tanta demora? 


— Que tal passar a carta para nós? Nós mesmos podemos ler. 


— Não me importaria se eles lessem — Dul disse. 


Ele a fuzilou através dos óculos. Ela sentiu que aquele olhar fez levantar todos os pelos dos seus braços. Afinal, Logan pigarreou. —


 "Minha querida Dulce" — ele leu com um tom de voz frio e entediado. — "As noites que passo em campanha são frias e longas, mas pensar em você me mantém quente". 


Os homens tamborilaram na mesa sua aprovação. 


— "Com frequência penso nos encantos do seu belo rosto. Seus olhos escuros. E sua macia e clara..." — ele inclinou o papel para a luz. O suspense engrossou o ar — "...pele".


Alfonso assobiou. 


— Isso me deixou empolgado, por um instante. 


— Emendou bem, capitão — Christian acrescentou.


Ele continuou, obviamente ansioso para acabar logo com aquilo. 


— "Quando esta guerra terminar, vou envolvê-la em meus braços e nunca mais soltá-la. Até lá, meu amor, ofereço-lhe estes versos." 


— Bem...? 


Dul teve que cobrir a boca com a mão para não rir em voz alta. Ela nunca tinha ficado tão contente de que seu talento era desenhar e não fazer poesia. Cada verso que ela escreveu na adolescência era banal e insípido. Adulta, ela nunca associaria seu nome àquelas coisas horrorosas. Para sua própria felicidade, Dul tinha associado o nome de Christopher Uckermann a todas elas. 


— "Para o meu amor mais verdadeiro" — ele começou. 


— Vá em frente — ela o estimulou. 


— Eu me lembro de cor, caso a tinta tenha borrado. Avise, se precisar da minha ajuda. 


— Não vou precisar. 


Ela se inclinou na direção dele. 


— Começa assim, "Se eu fosse um pássaro..." 


Ele exalou como se aquele fosse o fim. Como se fosse uma lebre presa na armadilha sem escapatória, conformando-se em esperar sua morte. Então ele começou a ler em voz alta com aquele sotaque escocês profundo e ressonante.


— "Se eu fosse um pássaro, cantaria para ti. 


Se eu fosse uma abelha, ferroaria por ti. 


Se eu fosse um monte, elevar-me-ia por ti. 


Se eu fosse uma árvore, floresceria por ti. 


Se eu fosse uma flauta..."


A leitura foi interrompida quando Christian começou a tossir com uma violência alarmante. Alfonso deu um tapa vigoroso nas costas do camarada. 


— Preciso parar? — Christopher perguntou. 


— Você está morrendo? 


Christopher sacudiu a cabeça. 


— Porque eu não me importaria, se você estivesse morrendo. 


— Não, não. — Enfim, Christopher ergueu o rosto avermelhado e conseguiu falar: — Não ligue para mim. Continue, por favor.


— "Se eu fosse uma flauta, tocaria para ti. 


Se eu fosse um corcel, relincharia para ti."


Agora a tosse era contagiosa. Todos os homens tinham sucumbido. Até os criados estavam contaminados. Dul também lutava contra uma coceira poderosa em sua garganta. Christopher continuou, sem dúvida esperando matar todos os presentes. Assim não restariam testemunhas.


— "Se eu fosse fogo, queimaria por ti.


Mas como sou um homem, anseio por ti."


Ele jogou o papel na mesa e tirou os óculos. 


— Com todo o meu amor, etc. Esse é o fim. — Ela pensou que o ouviu murmurar com amargura: — O fim da minha dignidade. 


O silêncio reinou por um longo momento. 


— Eu tenho um tratamento excelente para tosse na minha caixa de remédios — tia Thea observou, enfim. — Capitão, creio que vários dos seus homens precisam de uma dose. 


Dul sinalizou para que os criados tirassem os pratos e servissem a sobremesa. 


— Só tem uma coisa que eu não entendo — Alfonso disse, apoiando os dois cotovelos na mesa. — De onde ela tirou a ideia de que você tinha morrido? 


Dul hesitou. Ela nunca tinha precisado pensar nessa parte. 


— Bem, eu... 


— Havia uma carta de despedida na minha bolsa — Christopher disse. — Para ser enviada no caso de eu morrer em batalha. Eu pensei que a tinha perdido, mas parece que eu a enviei por engano. 


Alfonso franziu a testa. 


— Mas isso só explica por que ela parou de lhe escrever. Por que você parou de escrever para ela? 


— Não é óbvio? — Christian interveio. — Ele pensou que ela havia perdido o interesse. Tantas das nossas namoradas perderam. 


— Ele deveria ter tido mais fé em mim. — Dul estendeu o braço e apertou a mão de Christopher. — Seu homenzarrão querido e bobo. 


Ele lhe deu um olhar severo: Agora você está começando a exagerar . Ela sentiu uma pontada de pânico. Dul não tinha dúvida de que, assim que os dois estivessem a sós, ele iria revidar.


💌


Mini Maratona: 3/5


 



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Autor(a): Aila

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De repente, o jantar pareceu breve demais. Foi com um pressentimento ruim que Dul deu boa-noite à tia e aos homens de Christopher. Enquanto os dois subiam juntos a escadaria, Dul sentiu que a tensão não declarada entre eles alcançava novos níveis.  — Eu pedi para a Becky preparar um quarto para você — ela lhe disse, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 91



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  • vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52

    Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei

  • jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16

    Linda história

  • capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24

    Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao

  • dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08

    Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤

  • rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47

    O meu deus que história perfeita morrendo de emoção

  • vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53

    Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!

  • anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07

    Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭

  • dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33

    Continua

    • Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56

      Continuei!:)

  • dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12

    Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍

    • Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55

      Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)

  • rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28

    Posta mais


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