Fanfics Brasil - 💌 Capítulo 14 💌 A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada

Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época


Capítulo: 💌 Capítulo 14 💌

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Dul  não acreditava que Christopher tivesse sido tolo o bastante para deixar as cartas longe dele, mas se estivessem em algum lugar do castelo, ela estava decidida a encontrá-las antes que ele retornasse. Dul estava começando a gostar muito dele, de um modo ingênuo demais. Ela não poderia repetir o mesmo erro que cometeu aos 16 anos. Jogar aquelas cartas no fogo era sua única esperança, se não quisesse passar o resto da vida presa em uma mentira que ela mesma criou. Infelizmente, após muitas horas de busca empoeirada, ela não tinha encontrado nem uma pista. 


Ao longo dos últimos dois dias havia aberto cada gaveta em cada peça da mobília — além de também verificar embaixo e atrás dos móveis. Naquela tarde, ela voltou a vasculhar a Grande Galeria, uma sala no piso mais alto do castelo que ocupava toda a extensão da torre. Havia um vão entre o teto e os painéis de carvalho que revestiam as paredes. De onde Dul estava, a falha não parecia ter profundidade suficiente para esconder um pacote de cartas... mas não era possível ter certeza sem verificar. Ela empurrou uma cadeira até a parede e subiu nela, ficando na ponta dos pés para enfiar os dedos na fenda empoeirada e cheia de teias de aranha. 


Nada... Nada... Ela se esticou em um esforço para alcançar o canto. Nad... 


— O que significa isso? 


Dul quase caiu da cadeira. Ela se segurou no revestimento de madeira e firmou o pé, então se voltou para encarar o intrometido. 


— Oh! Boa tarde, Grant. 


— Como você sabe meu nome? — Ele examinou a galeria, desconfiado. — Que lugar é este? 


Ele levou a mão à cintura, como se quisesse pegar a arma que deveria estar ali. Dul se deu conta, de repente, de como ele era imenso, e ela, em comparação, minúscula... E como eles estavam sozinhos naquele momento. O coração dela começou a bater um pouco mais rápido. Se ela não conseguisse acalmá-lo, aquela situação poderia ficar perigosa. Dul ficou parada no mesmo lugar e ergueu as duas mãos vazias — e empoeiradas. Ela repetiu as palavras que ouviu Christopher e seus companheiros dizer tantas vezes. 


— A guerra acabou, Grant. Você está na Escócia. Este é o Castelo de Lannair, onde está há quase uma semana. Christian, Alfonso, Eddy, Sebastián... estão todos trabalhando lá fora, pegando pedras. 


Ele franziu a testa. 


— Quem é você? 


— Sou Dulce. A namorada do Capitão Von Uckermann, que escreveu todas aquelas cartas para ele. Nós estamos casados, agora. — Ela fez um gesto indicando sua faixa xadrez e o luckenbooth


— Estão mesmo? 


Ela concordou e o rosto do homenzarrão relaxou. 


— Ele é um vagabundo de sorte, então. 


— Obrigada. E você é minha pessoa favorita. 


— Então eu também sou um vagabundo de sorte. — Ele sorriu. 


Dul só pôde retribuir o sorriso. Aquele homem devia ter sido muito charmoso quando era saudável de corpo e mente. O olhar dele passeou, agitado, pela sala. 


— Você sabe onde estão meus pequeninos? Nós já estivemos em Ross-shire? Eu queria muito ver as crianças. 


Ela meneou a cabeça. 


— Desculpe, eu não sei. 


— Vou perguntar para o capitão se nós podemos ir amanhã. 


Dul sentiu o coração apertar. Uma vez após outra ele emergia daquela névoa que turvava sua mente querendo saber dos filhos. E todas as vezes Christopher mentia para ele. Bem, Dul não podia levá-lo para Ross-shire. Mas talvez pudesse ajudá-lo de outro modo. Ela desceu da cadeira e bateu as mãos para tirar o pó. A busca das cartas teria que ficar para outra hora. O mais provável era que Christopher as tivesse levado consigo naquela mochila preta, que Dul também não encontrou. Ela atravessou a sala e pegou Grant pelo braço. 


— Seus filhos gostam de biscoito? 


— É claro que gostam. Nunca vi uma criança que não gostasse de biscoito. 


— Então vamos até a cozinha. Acho que a cozinheira preparou uma fornada esta manhã, e eu estou precisando de uma xícara de chá. Vou adorar ouvir histórias dos seus filhos enquanto nós comemos.


💌


Fazia horas que a noite havia caído quando Christopher, afinal, chegou ao vale. Ele não pretendia viajar de noite, mas a lua estava quase cheia e a ideia de acampar no mato molhado não era muito atraente. Não quando havia uma cama quente esperando por ele no Castelo de Lannair. 


Ele tinha dado tempo para ela. 


Dul teve condições de descansar. 


Naquela noite ele não iria dormir no maldito chão. 


Um criado de olhar cansado abriu a porta lateral para Logan, que se sentia tão cansado quanto o criado parecia estar. Em vez de ir direto para a cama, contudo, ele parou no primeiro patamar e observou o salão principal. Dali, ele contou em silêncio os homens dormindo. Esse era um velho hábito, do tempo em que ele cuidava de gado e ovelhas na juventude, um hábito que não abandonou quando se transformou em comandante de tropas. Ele nunca perdeu uma ovelha nem um filhote, e também nunca deixou um soldado para trás. 


Um, dois, três, quatro... Ele contou duas vezes e continuava faltando um. 


Faltava Grant. 


Cristo! 


Seu coração preocupado acelerou o ritmo e ele atravessou toda a extensão do salão. Quando descobrisse quem tinha cochilado em serviço naquela noite, a pessoa levaria um chute no traseiro. Mas na verdade Christopher não podia culpar ninguém a não ser ele mesmo. Ele nunca deveria ter deixado os homens por conta própria. A partir daquela noite, ele sempre colocaria alguém de sentinela. Aquilo era uma droga de castelo, afinal. Uma fortaleza militar. Talvez fosse melhor começar a administrá-lo dessa forma. 


Enquanto procurava nas salas próximas, ele fez uma oração silenciosa. 


Grant não podia ter ido longe, podia? 


Christopher esperou que o outro não tivesse saído vagando pela noite. Se ele se perdesse no pântano e sua cabeça desse um branco... Um ruído abafado alcançou suas orelhas. Uma voz, murmurando. Uma voz não... vozes. Ele seguiu o som do burburinho baixo até o fim do corredor e chegou a um lance de escada. As vozes vinham da cozinha. Enquanto ele descia os degraus, os murmúrios foram ficando mais distintos e o nó de preocupação em seu peito começou a se desfazer. Ele reconheceu a voz de Grant. 


— Guinche mais alto, moça. Guinche mais alto. 


E então, uma risada feminina suave. 


Quando ele chegou à entrada, viu os dois ali. 


Grant e Dul. 


Sentados juntos à mesa, diante de duas canecas e uma vela. Christopher se apoiou na arcada e as emoções o assaltaram. Ele ficou aliviado e irritado ao mesmo tempo. Ele tinha se preocupado que Grant pudesse fazer mal a si mesmo. Então se deu conta de que a situação poderia ser pior — ele poderia ter machucado Dulce. 


— Boa noite — Christopher disse. 


Ela levantou a cabeça de súbito. 


— Christopher. Você está em casa. 


Deus. Aquelas palavras fizeram o mundo girar. Ela parecia quase feliz por vê-lo. E aquelas palavras. Christopher. Você está em casa. Ele nunca imaginou que as ouviria. Não em toda sua vida. E, diabos, como ela estava linda. Dul usava apenas um robe bem fechado por cima da camisola. O cabelo estava preso em uma trança grossa caída sobre um ombro. Algumas mechas soltas emolduravam o rosto dela. Mas outra coisa chamou e prendeu sua atenção. A trança dela não estava presa com uma fita qualquer de musselina, mas com uma tira de tecido xadrez. 


O xadrez dele


Aquilo tudo era demais. 


A sensação de alívio de encontrar os dois em segurança. A doçura nos olhos dela, a voz calorosa. A tira no cabelo. 


Ele tinha forçado o ritmo da viagem para chegar nessa noite, e a situação toda fez com que sentisse estar a ponto de desabar. 


E o que ele iria fazer? 


Pegá-la nos braços e dizer que tinha sentido falta dela durante todos os momentos em que esteve fora? 


Dizer que sentiu ciúme de Grant porque o homenzarrão conseguiu fazê-la rir com aquela piada boba, algo que Christopher ainda não tinha conseguido? 


Claro que não. 


Porque todas essas coisas teriam sido sensatas, e ele não conseguia fazer nada que fosse sensato perto dela. Porque quando alguém lhe oferecia, com tanta alegria, a única coisa que lhe foi negada a vida toda, e que ele jurou nunca almejar, seu primeiro impulso era de desconfiança. 


E raiva. 


Uma raiva estúpida e irracional. 


— O que está acontecendo aqui? — ele perguntou.


— Só estamos conversando — Dul respondeu. — Você está com fome? Eu posso pegar uns... 


— Não. 


— Ela está fazendo um desenho das minhas crianças. — Grant levantou o papel e mostrou para ele, orgulhoso. — Veja só isto. Estão como no dia em que eu me despedi deles com um beijo. Devem estar bem maiores agora. 


Christopher pegou o papel e examinou o desenho. Ele não estava com os óculos, mas mesmo assim conseguia perceber a habilidade dela. Duas crianças de cabelos claros, um garoto e uma menina, de mãos dadas debaixo de uma sorveira. 


— Capitão, nós podemos ir a Ross-shire amanhã? — Grant perguntou. — Eu quero muito ver os pequenos. 


— Claro, mo charaid. Amanhã, porque agora está na hora de dormir. Vá, então. Os outros estão logo depois daquele lance de escada. 


Grant o cutucou com o cotovelo ao passar. 


— Você sabia que está casado com ela? — ele perguntou, inclinando a cabeça na direção de Dul. 


— Sabia. — Christopher olhou para ela. 


O homenzarrão esticou a mão e remexeu o cabelo do capitão. 


— Seu vagabundo sortudo. 


Depois que Grant saiu, Dul lavou as xícaras de chá e as deixou escorrendo. Ela pendurou a lanterna em um gancho e limpou a mesa com um pano, que pendurou para secar. Tudo em silêncio. Ela o estava evitando. Muito bem, então. Christopher podia esperar. Ele tinha a noite toda. Quando Dul afinal se virou, ele mostrou o desenho dos filhos de Grant. 


— O que significa isto? 


— Como? — Ela franziu a testa. — Eu dei isso para o Grant. É dele. 


— Ele vai esquecer em dez minutos. Não vai sentir falta. 


— Talvez não, mas ele sente falta das crianças. São os filhos dele. 


Christopher sacudiu o papel enquanto se aproximava dela. 


— Isso não irá ajudá-lo. Que bem isso pode fazer? Só vai deixá-lo mais nervoso, fazendo com que se pergunte onde estão. 


— Talvez, se conversarmos sobre as lembranças dele, isso possa ajudá-lo a melhorar. 


— Faz mais de um ano. Ele não vai ficar melhor. Grant precisa de uma rotina. Um lugar seguro e familiar onde não vá ficar agitado o tempo todo. 


Dul deu a volta na mesa e apoiou o corpo na beirada. Ela cruzou os braços à frente do peito e o encarou com aquela expressão solene, curiosa. Procurando seus espaços vazios. 


— Então é por isso que é tão importante para você — ela disse — que nós dois mantenhamos as aparências. Que estejamos casados de verdade. Não é só por causa da terra. Se Grant acreditar que você conseguiu voltar para sua namorada na Escócia, aquela que lhe enviava cartas, você poderá mantê-lo acreditando que a felicidade dele próprio está logo ali. Que você irá levá-lo para ver a avó e os pequenos em Ross-shire. Mas sempre amanhã. Nunca hoje. 


Christopher não tentou contestá-la. Ele não parecia estar envergonhado.


— Eu só quero que ele tenha paz. O máximo que for possível. 


— Mas você não pode mentir para sempre, Christopher. O que vai acontecer quando ele ficar mais velho? Quando vir que todos ao seu redor estão grisalhos, que suas mãos estão com manchas de idade e que todos os amigos estão casados e com filhos... e até mesmo netos? 


Christopher suspirou fundo e passou as duas mãos pelo cabelo. 


— Nós temos anos antes que isso aconteça. 


— Mas vai acontecer. Você está querendo acreditar que pode mantê-lo em segurança. Mas não pode. — Ela tirou o desenho da mão dele e o colocou de lado. — Eu sei o que é viver em um mundo feito de mentiras, Christopher. Pode ser qualquer coisa, menos pacífico. É necessário estar sempre alerta. A qualquer momento, o menor detalhe pode fazer tudo ruir. Isso não é bom para o Grant nem para você. 


— Não cabe a você decidir isso. 


— Claro que cabe a mim. Este ainda é o meu castelo. E comecei a ver Grant como um amigo. Você pode tentar me dizer o que vestir, aonde ir e o que servir de jantar. Mas não pode me proibir de me importar com ele. 


A simples menção ao fato de se importar com Grant fez o coração de Christopher disparar em direção a um lugar desconhecido. 


— Eu posso e é o que vou fazer. 


Ela bufou para manifestar sua discordância. Ele se aproximou e apoiou as duas mãos na mesa. 


— Você não deveria ficar sozinha com ele. Grant é um homem grande, com temperamento imprevisível e o raciocínio prejudicado. Não dá para sabermos o que ele pode fazer. Quando eu parei à porta e vi vocês dois juntos... 


Ela inclinou a cabeça para o lado e o fitou através dos cílios compridos. 


— Você ficou preocupado comigo. Eu sei. É tão amável. 


Ele crispou os dentes. 


— Não é amável. Eu vi uma situação perigosa e reagi. 


Ela baixou os olhos e tocou na lapela do casaco dele. 


— Eu também fiquei preocupada com você. Nós o esperávamos ontem, Christopher. É por isso que fiquei a noite toda com Grant. Para passar o tempo. 


Santo Deus. Os dedos dela tocaram um botão do casaco. 


— Era natural que você estivesse receoso. 


— Eu não estava receoso. Estava bravo. 


— Estou vendo isso. — Ela ergueu os olhos para os dele. — Mas não entendo o porquê. 


Christopher também não entendia. 


Da mesma forma que não entendia por que tinha pensado tanto nela nos últimos três dias. Ele estava perdendo o controle e odiava quando isso acontecia. E como ele não parecia ter qualquer esperança de recuperá-lo, decidiu que faria com que Dulce também se descontrolasse. 


Ele se inclinou para frente e capturou aquela boca rosada e exuberante com um beijo possessivo. Ela não precisou de muita coisa para corresponder. Os lábios de Dul se abriram sob os seus e, quando a língua dele mergulhou, a dela foi recebê-la. Isso. Deus, como ele a queria. 


Christopher pôs os braços ao redor dela e a puxou para si, passando as mãos pelo veludo do robe e puxando o nó do cinto. 


— O que você está fazendo? — ela perguntou, mas ele não respondeu. 


Apenas continuou o que estava fazendo, na esperança de que suas intenções fossem muito claras. Ele soltou o cinto e deixou a faixa de tecido cair no chão. Então deslizou as mãos para dentro do robe para sentir o algodão frio da camisola — e o calor macio e rosado do corpo por baixo dela. Ele sorriu de encontro à boca de Dul. Ela só estava usando uma camisola essa noite. Com um grunhido baixo e cansado, ele inclinou a cabeça e começou a traçar uma linha de beijos por seu pescoço. Christopher levou a mão à curva firme da coxa dela, segurando a musselina e puxando-a para cima. 


— Christopher — ela gemeu. 


Se Dul queria que ele parasse, estava fazendo tudo errado. Ele adorava ouvir seu nome saindo dos lábios dela. Isso fazia seu sangue correr com mais força. Seu membro logo despertou, endurecendo debaixo do peso do kilt. 


— Você disse que me daria tempo — ela sussurrou. — Tempo para encontrar outra solução. Não posso deixar isso acontecer. 


— Já está acontecendo. — Ele subiu a mão por baixo da camisola, acariciando a curva da perna e tocando a parte de trás do joelho dela. — Você quer isso, mo chridhe. Eu sei que quer. Ah, você pode tentar negar com palavras. Mas se eu a tocasse, neste instante, seu corpo também negaria? Ou eu a encontraria quente, molhada e trêmula sob meus dedos? 


Ele subiu mais a mão, escalando a pele sedosa da coxa. Dul suspirou e sua carne tremeu debaixo dos dedos dele. Tão macia. Tão deliciosamente quente. 


— Diga que você não sentiu minha falta — ele sussurrou. — Diga que não quer meu carinho. 


— Christopher, eu não posso... 


Quando a voz dela sumiu, ele a beijou, decidindo interromper a frase ali mesmo. Não, você não pode. Você não pode me dizer isso porque não é verdade. Você me quer tanto quanto eu a quero. Ele tinha que acreditar nisso ou ficaria louco. Christopher subiu o carinho pela coxa e parou a mão no cerne dela. Seus dedos deslizaram para cima e para baixo pela abertura. Dul estava pronta para ele, bem como ele sabia que estaria. Ela arfou e agarrou nos braços dele com as duas mãos. 


— Christopher... 


— Só isso, mo chridhe. Só tocando. 


Concordando, ela deixou a cabeça cair para frente e descansou no ombro dele. A respiração dela foi ficando difícil, carente. Ele a abriu com um toque gentil, enfiando um dedo no calor dela. Ela era tão apertada... Tão apertada e tão molhada. Dul soltou pequenas exclamações deliciosas de prazer enquanto ele trabalhava com o dedo, entrando e saindo, indo mais fundo a cada vez. Quando o dedo entrou por completo e a palma da mão fez contato com o lugar mais sensível dela, Dul arqueou os quadris. Christopher ficou parado, dando-lhe um momento para se adaptar à sensação, então começou a roçar a palma de encontro ao núcleo do prazer de Dul. E então ele parou, à espera.


Vamos lá. Você é uma jovem inteligente, sabe o que o seu corpo quer. 


Ela não demorou para começar a mexer os quadris. A cavalgar o dedo dele. A esfregar seu núcleo contra a palma da mão dele. Procurando o prazer, como ele sabia que ela faria. Ver Dul buscando o prazer, sem pudores, deixou-o louco. Seu membro latejava contra o tecido áspero do kilt. Cada contato mínimo provocava um tremor na base de sua coluna. Ele nunca ansiou tão desesperadamente pelo alívio em toda sua vida. Nem mesmo quando era um jovem excitado. A respiração dela acariciava seu pescoço em baforadas curtas. Dul ergueu a cabeça e o fitou com aqueles olhos escuros, sonolentos, mais excitantes que qualquer coisa. A língua tímida e rosada saiu para umedecer os lábios. Ele não conseguiu continuar em silêncio. Palavras começaram a jorrar dos lábios dele. Palavras carinhosas e grosseiras. Palavras que ele renegaria quando se lembrasse delas pela manhã. Todas em gaélico, ainda bem. Ela riria se o ouvisse confessar a frequência com que pensou nela durante a viagem. Ela duvidaria se ele dissesse que nenhuma outra mulher o deixou assim dolorido de tanto sentir prazer, tão duro. E se ela o ouvisse comparando seus lábios úmidos à flor da urze em uma manhã de verão na Escócia, tudo estaria arruinado. Mas ele não conseguia se segurar. Ela fazia seu sangue pegar fogo. 


Maddie a ghràdh. Mo chridhe. Mo bean. 


Ela ergueu os braços e entrelaçou os dedos na nuca de Christopher, e então o puxou para frente, afogando-o em seu beijo. Os quadris dela balançavam e ele se movia com ela, acrescentando um segundo dedo ao mergulhar de novo naquele corpo ávido. A língua dela se enroscou na dele, curiosa e desesperada. As unhas de Dul apertaram a nuca de Christopher. Ele pensou que iria gozar ali mesmo. Nem bem ele pensou nisso, Dul mudou de posição, apoiando as costas na mesa. A coxa dela entrou em contato com a curva latejante do membro dele. E mesmo com todas as camadas de veludo, algodão e lã entre eles, esse contato, mais o calor pulsante que envolvia seus dedos, foi suficiente para deixá-lo no limite. Ele lutou contra o impulso de se esfregar nela até chegar ao clímax. Christopher não gozava nas dobras do seu kilt desde que era um garoto de 15 anos e não o faria nesse momento. 


Perder o controle daquele modo... seria o mesmo que se render. 


Ele estava no comando. 


— Vamos, mo chridhe — ele sussurrou. — Preciso senti-la gozando para mim. 


O corpo dela ficou rígido, a não ser pelo tremor delicioso na coxa que o fez saber que ela estava perto do ápice. Ele manteve o ritmo contínuo, ignorando a dor no pulso e a sensação de desejo reprimido em sua virilha. Ela mordeu o lábio e fechou os olhos bem apertados. 


— É isso. Deixe vir. 


E então ele sentiu. O corpo dela se contraindo em volta dos dedos dele, estremecendo com o êxtase do orgasmo. Os gritos de prazer que ela soltou foram tímidos e abafados, mas não menos excitantes para ele. Quando ela desabou de encontro a ele, mole de prazer e úmida de suor, ele disse para si mesmo que o equilíbrio de poder tinha sido restabelecido. Ele tirou os dedos do corpo dela e lhe levantou a camisola acima dos joelhos. 


— No outro dia — ele disse, acariciando as costas dela —, você me disse que a Becky tinha preparado um quarto para mim. 


Ela concordou, lânguida, caída em seu peito. 


— Vou dormir lá esta noite. 


— Não, não — ela disse e levantou a cabeça. — Christopher, você não precisa ficar sozinho. 


— Você me disse que ainda precisava de tempo. 


— Não é isso que eu quis dizer. — Ela apoiou a mão no peito dele. — Existe mais de um modo de dar prazer e existe mais de um modo de amar. 


— Eu já lhe disse que... 


— E você mentiu. Você já amou alguém antes. O bastante para querer se casar com ela. O bastante para carregar uma lembrança dela com você durante anos, em batalhas e momentos terríveis. — Ela bateu no peito dele com o lado do punho. — Eu sei que aí dentro tem alguma coisa, sua criatura teimosa. Que por baixo desse exterior duro, você não é nada além de baba. Você não me engana. 


A voz dele se tornou fria. 


— Você é que está se enganando. 


— Talvez. — Ela deu de ombros e olhou para longe. — Acho que não seria a primeira vez. 


A verdade é que Christopher era um covarde. Com medo demais para admitir que o que restava de seu coração murcho e escuro estava  ficando cada vez mais envolvido. Ela estava errada em muitas coisas a respeito dele, mas talvez estivesse certa em algumas. Talvez Christopher não fosse tão vazio por dentro como ele queria que ela acreditasse. E pensar nisso o assustava. Ele não queria precisar dela, não daquele jeito. Se Christopher precisasse dela, isso daria a Dul poder sobre ele, que já tinha bancado o fantoche dela por tempo demais. 


Todas aquelas cartas, durante todos aqueles anos. Todo o desejo e o querer que ela alimentou nele... Apenas para dá-lo como morto. 


A raiva sem sentido se agitou dentro dele. 


Um impulso de abraçá-la, puni-la, dar-lhe prazer, possuí-la. 


Essa noite ele seria um perigo muito maior para ela do que Grant jamais poderia ser. Ele reuniu toda força de vontade que lhe restava e recuou. 


— Boa noite, mo chridhe. Vá para cama. E, quando chegar lá, tranque a porta.


💌


 


 



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Autor(a): Aila

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Durante o café da manhã, no dia seguinte, Alfonso arqueou a sobrancelha para ele.  — Nenhum progresso, ainda, na batalha da cama?  Christopher continuou olhando para a frente. Ele resolveu ignorar a pergunta.  — Imagino que isso signifique não.  — Tem certeza de que está se esforçando? — Chris ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 91



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  • vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52

    Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei

  • jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16

    Linda história

  • capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24

    Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao

  • dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08

    Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤

  • rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47

    O meu deus que história perfeita morrendo de emoção

  • vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53

    Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!

  • anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07

    Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭

  • dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33

    Continua

    • Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56

      Continuei!:)

  • dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12

    Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍

    • Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55

      Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)

  • rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28

    Posta mais


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