Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época
Durante o café da manhã, no dia seguinte, Alfonso arqueou a sobrancelha para ele.
— Nenhum progresso, ainda, na batalha da cama?
Christopher continuou olhando para a frente. Ele resolveu ignorar a pergunta.
— Imagino que isso signifique não.
— Tem certeza de que está se esforçando? — Christopher perguntou.
Christopher olhou feio para ele.
— Você tem que ser o herói da imaginação dela. Você já experimentou chamá-la de "princesa do meu coração"? As inglesas se derretem quando ouvem isso.
— O que você entende de derreter o coração de inglesas? — Christopher perguntou.
— Ele tem razão — Alfonso interveio. — "Princesa do meu coração" funciona. "Princesinha do meu coração", então, é melhor ainda.
— "Princesinha e dona do meu coração" — disse Christian, aprimorando o galanteio um pouco mais. — Inclua também palavras em gaélico e carregue no sotaque.
Alfonso meneou a cabeça.
— Vocês estão todos ignorando a solução óbvia.
— E qual é? — Eddy perguntou.
Christopher gostou que Eddy tivesse perguntado, porque ele próprio, com certeza, não perguntaria. Mas para dizer a verdade, a paciência de Christopher estava começando a se esgotar. Se ele não a possuísse logo, ficaria doido de desejo. Àquela altura ele estava disposto a ouvir qualquer ideia, não importava o quão ridícula fosse, nem que a sugestão viesse de Alfonso.
Este se curvou para suspirar.
— Ela tem que ver o capitão sem roupa. Camisa, kilt... sem nada.
Uma risada grosseira se elevou dos homens. Christopher revirou os olhos e espetou a carne com sua faca.
— Não, eu estou falando sério — Alfonso disse, ficando em pé. — É assim que funciona: você levanta cedo um dia, capitão. Escolha um dia com névoa, quando estiver parecendo que o vale foi coberto com um cobertor.
Alfonso acenou a mão espalmada diante deles, como se fosse um artista pintando uma paisagem.
— Você tira toda a roupa, fica nu, e então mergulha no lago. Espere até que ela apareça à sua procura. Porque ela vai aparecer. Elas sempre aparecem. Mas finja que não percebeu a presença dela. E então, quando ela estiver bem perto para ver, e depois que ela estiver observando por algum tempo, você sai da água de repente. Como um golfinho. Ou uma sereia. Rompendo a névoa e jogando o cabelo para trás com as duas mãos — Alfonso passou as mãos pelo cabelo para demonstrar —, deixando escorrer as gotas de água pelos ombros e peito. — Ele tamborilou os dedos no corpo. — Assim.
Eddy bufou.
— Então ele deve mergulhar no lago ao raiar do dia e ficar nadando na água gelada por uma hora ou duas para então aparecer? Estou achando difícil de acreditar que ela vai conseguir enxergar alguma coisa que a impressione.
Todos riram. Até Grant.
— Vocês podem rir — Alfonso disse —, mas escreva o que eu digo, capitão. Tire a roupa. Da próxima vez que a tiver nos braços, ela não vai conseguir resistir.
— Eu já fui casado — disse o normalmente silencioso Sebastián. — Vou lhe dizer o que ela quer. Os seus segredos. Sua alma. Você tem que se abrir ao meio e encontrar aquele pedacinho todo quebrado que chama de coração e esconde de todo mundo e até de Deus, se conseguir. E então sirva-o para ela em uma bandeja. Elas não aceitam menos que isso.
O clima do grupo ficou mais sério.
— Bem, eu prefiro a minha ideia — disse Alfonso, piscando para Christopher. — Experimente a minha primeiro.
— Pode ser — Christopher murmurou.
Mesmo que ele estivesse disposto a se abrir ao meio, não encontraria muita coisa para oferecer a ela.
— Vocês todos estão complicando isso demais — Eddy disse. — Ela é uma jovem. Dê flores, leve-a para dançar, arrume uma desculpa para ela colocar um vestido bonito. Só precisa disso.
— Mas Dulce é diferente. Ela não gosta dessas coisas — Christopher disse.
— Acredite em mim. Toda mulher gosta dessas coisas.
Mulheres são mulheres, Christopher. Toda jovem precisa de cuidados e a chance de se sentir bonita de vez em quando.
Não era disso que tratavam as cartas dela?
Dul achava que nunca faria sucesso em uma festa ou reunião. E seu sonho era um homem que a quisesse mesmo assim. Christopher não queria ser o homem dos sonhos dela. Mas talvez ele pudesse interpretar esse papel por uma noite. Talvez tudo o que Dulce Saviñón precisasse era ser cortejada um pouco. Receber o mesmo tipo de atenção que toda mulher da idade dela recebe.
E ela merecia isso e muito mais.
E Christopher sabia exatamente o que precisava fazer.
— Maldição — ele exclamou. — Nós vamos ter que ir ao Baile dos Besouros.
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— Você quer ir ao baile de Lorde James? — Ela recolocou a caneta no tinteiro e se virou para ele. — Christopher, não podemos.
— Por que não?
— É impossível, por uma dúzia de razões.
Ela cruzou os braços sobre o vestido de trabalho manchado de tinta e escondeu o lábio inferior debaixo dos dentes. E aquele dedo solitário foi de novo até a clavícula, deslizando para cima e para baixo. Deixando-o louco de desejo. Ele cruzou os braços e enfiou as mãos debaixo das axilas. Esse era o único modo de evitar agarrá-la.
— Diga-me quais são essas razões. Uma de cada vez.
— Em primeiro lugar, nós já declinamos o convite. Eu disse a Lorde James que nós não iríamos.
— Isso é fácil de consertar. Você só precisa escrever uma mensagem dizendo para ele que mudamos de ideia. Eu vou enviar um homem para entregá-la esta tarde. Próxima...
— Eu... eu não tenho nada para vestir. — Ela gesticulou para o próprio vestido. — Tenho vestido meio-luto há anos. Todos os meus vestidos são de lã cinza.
— Vamos encontrar um vestido pronto para você amanhã, em Inverness. Próximo problema.
— Eu imagino que você possa vestir seu melhor uniforme. Uma roupa de oficial é sempre um traje aceito. Mas você convidou todo mundo para vir aqui no Beltane, e agora faltam menos de quinze dias para a festa.
— Mais um motivo para encontrarmos um vestido novo para você e levá-la para passear. A lady do castelo não pode receber seus convidados de vestido cinza de lã.
Ela suspirou.
— Lorde James mora em Perthshire. É longe demais para nós irmos.
— Ouvi dizer que estão construindo umas novidades chamadas estalagens. Ficam perto das estradas. Nós vamos encontrar uma para passar a noite.
Christopher estava começando a gostar da ideia. O Baile dos Besouros, em si, parecia uma forma de tortura, mas a ideia de passar a noite com Dulce em um quartinho de estalagem, em uma caminha ainda menor, longe de seus homens e da tia dela... isso parecia valer algumas horas de esforço. Também parecia o modo perfeito de, finalmente, tornar aquele casamento real.
— Mas é um baile. — Ela se virou para sua escrivaninha, que continuou a arrumar. — Eu não frequento bailes. Passo mal nesses eventos. Não sei dançar.
— Eu também não. Pelo menos não esse tipo de dança. — Ele parou atrás de Dul e colocou as mãos de leve na cintura dela. — Nós não temos que dançar, mo chridhe. Nós só vamos até lá para ouvir Lorde James falar de besouros. O mais importante é que você estará lá para ver seu trabalho ser apresentado.
— Eu não quero esse tipo de atenção. — Ela bateu um lápis no mata-borrão sobre a mesa. — Mas eu confesso que gostaria da oportunidade para conhecer um homem que vai estar lá.
Isso chamou a atenção dele.
— Um homem?
— Christopher, não fique com ciúme.
Ele apertou as mãos na cintura dela.
— Você gosta quando eu fico.
— Muito bem, talvez eu goste. — Ele percebeu um sorriso na voz dela. — Lorde James me falou de um especialista de Edimburgo. Ele vai estar no baile. Parece que esse especialista está planejando fazer uma enciclopédia, Insetos das Ilhas Britânicas, em quatro volumes. Pode ser que ele precise de um ilustrador. Lorde James prometeu fazer a apresentação.
Ele a virou para si.
— Está vendo? Você precisa ir.
Ela não respondeu, mas não precisava. Agora que Christopher tinha removido as barreiras, uma cor bonita começava a aquecer as faces dela. Quando ele conseguisse colocá-la em um vestido de seda, tirando-a daquele traje de luto, meia batalha estaria vencida.
— Você só me deu seis razões até agora — ele observou. — Você me disse que eram uma dúzia. Vamos logo, então, para que eu possa solucionar as outras.
— Pensando bem, talvez só exista mais uma razão. Mas é a principal e não existe solução para ela.
— Experimente.
— Não posso abandonar as lagostas.
Santo Deus! Ela andou até o aquário e o examinou.
— Fluffy tem ficado mais ativa nas últimas horas. É um sinal de que ela pode estar pronta para mudar de carapaça. Eu tenho que ficar por perto ou posso perder o acasalamento. Estou esperando há tempo demais para deixar que isso aconteça. A propósito, Rex também tem esperado.
Diacho, será que ela não via que Rex não era o único macho frustrado naquele castelo?
Se a maldita lagosta satisfizesse suas necessidades naturais antes de Christopher, ele se sentiria tentado a subir na torre mais alta do Castelo de Lannair e se jogar lá de cima.
— Deixe que eu me preocupo com as lagostas — ele disse.
— Mas...
— Confie em mim. — Ele pôs as mãos nos ombros dela. — Eu sou um capitão, lembra? Eu sei como montar uma vigília, elaborar um plano, comandar tropas. Nós vamos colocar Rex em um aquário separado durante a noite. Meus homens vão se revezar para vigiar a lagosta. Se houver algum sinal de que Fluffy vai mudar a carapaça, Alfonso vai galopar feito um doido até a propriedade do Varleigh para avisar você, que vai voltar para casa com tempo suficiente para colocar Rex e Fluffy juntos e observar as fagulhas voando.
Ela olhou para o aquário de água marinha.
— Não sei se alguma fagulha vai voar.
— Observar as bolhas borbulhando. As antenas acenando. Seja o que for que aconteça quando lagostas fazem amor, juro sobre o xadrez do meu clã que você não vai perder. Não faço promessas que não posso cumprir.
Ela fitou Christopher com olhos de filhotinho.
Como sempre, ele pode sentir que um mundo inteiro de pensamentos girava atrás daquele olhar. Christopher não conseguiu mais se segurar. Ele passou o polegar pela clavícula dela, deslizando para cima e para baixo pelo osso estreito. Acalmando-a do mesmo modo que ela costumava se acalmar. A pele dela era tão macia. Ele estava morrendo para tocá-la em todos os lugares.
— Deixe que eu me preocupo com tudo — de repente, a voz dele ficou rouca. — Eu só quero que você se divirta. Você merece isso, Dul.
Ela inspirou fundo, e então soltou o ar.
— Tudo bem.
Tudo bem. Esse não era o aceite entusiasmado que ele esperava ouvir. Mas o aceitaria assim mesmo.
— Talvez seja melhor que "bem" — ela disse, erguendo a cabeça e olhando para ele. — Talvez seja perfeito.
Perfeito. Assim era melhor.
— Talvez esse seja o acordo que nós estávamos querendo.
Christopher pensou que ela poderia estar querendo um acordo, mas ele nunca esteve interessado em um.
— Eu quero o que eu quero, mo chridhe. Só isso.
— Eu sei. Compreendo. É isso que é perfeito. — Ela se soltou dele com um rodopio, como se impulsionada por sua própria empolgação. — Você tem um sonho.
— Já lhe disse, eu não...
— Você não tem sonhos. Tudo bem. Chame de objetivo, então. Você quer fazer uma vila para seus homens aqui, neste vale. Eu também tenho um sonho.
— Um sonho com insetos.
— Exato. Um sonho com todos os insetos das Ilhas Britânicas. Se o Sr. Dorning me contratar para essa enciclopédia, vou ter uma renda pequena, mas regular, para me sustentar. E então vou me estabelecer como ilustradora, com perspectivas excelentes para mais trabalhos depois disso. Eu não precisaria nem mesmo morar aqui.
Christopher meneou a cabeça.
— Nós já discutimos tudo isso. Um arrendamento não vai servir e eu não posso comprar a terra.
— Talvez nós possamos fazer outro tipo de negócio. Uma troca.
— Uma troca? Que tipo de troca?
— Seu objetivo pelo meu.
Ele só olhou para Dul.
A conversa dela não fazia sentido.
— Eu nunca poderia pensar em ir a um baile sozinha — ela disse. — Sou tímida, desajeitada... Fico com vontade de fugir e me esconder. Mas pode ser que eu não fique assim se você estiver por perto. — Um sorrisinho brincou nos lábios dela. — É como se você me irritasse tanto que eu me esqueço de me preocupar comigo mesma. Se você me acompanhar ao baile do Lorde James, talvez possa me ajudar a causar uma boa impressão no Sr. Dorning. E se ele me der o trabalho na enciclopédia... — ela se virou para ele — ...eu lhe dou este castelo, e com muito prazer.
Quê?
Christopher não conseguia acreditar naquela oferta.
Claro que ele não acreditou naquilo.
— Eu não pedi e não quero isso — ele disse. — Ninguém nunca me deu nada. Eu sempre trabalhei para conseguir minhas coisas.
— Eu sei. E você vai trabalhar por isso. Talvez não pareça algo muito equilibrado, se pensar em termos de dinheiro ou terra. Mas, para mim, vai ser um negócio justo. Seu sonho pelo meu.
Ele não sabia o que dizer.
— Tem certeza?
— Tenho — ela confirmou. — Bem, tem uma outra coisa. — Ela mordeu o lábio. — Vou precisar ficar com aquelas cartas.
— Certo — ele disse. — As cartas. É claro.
Podia existir um probleminha naquele plano dela, mas Christopher decidiu que trataria disso quando chegasse a hora. Ele só precisava garantir que ela assinasse os papéis dela antes que ele lhe entregasse os seus. Ela envolveu o pescoço dele com os braços, balançando para frente e para trás numa espécie de flerte.
— E, se nós não estivermos jogando esse jogo de "vamos ou não vamos consumar", talvez possamos nos divertir com os prazeres carnais. — Aquilo conseguiu a atenção dele. — Você disse que os homens são mais criativos que as lagostas.
— Sim, mo chridhe, nós somos.
— E você disse que eu sou curiosa. Talvez você tenha razão sobre isso, também. Principalmente depois da noite passada.
Ela apoiou as mãos quentes e macias no peito dele.
Explorando.
Provocando.
Aquele plano dela... bem, parecia perfeito.
Perfeito demais, ele receou.
Ou pelo menos pareceria perfeito se não houvesse ainda um obstáculo significativo para ser transposto. Ele tinha acabado de prometer levá-la a um baile — um baile dado por um maldito conde, onde besouros seriam o principal tópico das conversas — e fazer dela um sucesso. Só que ele não tinha a menor ideia de como fazer isso. Talvez pudesse encontrar algo a respeito em um livro.
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Fofuríneas,
Sentiram minha falta!? Postei dois capítulos, se quiserem mais hoje é só pedir!
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Autor(a): Srta.Talia
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Dul se preparava para dormir naquela noite, atrás do biombo, quando saiu para se deparar com a visão mais assustadora. — Oh, sério, Christopher? Isso não é justo. Ele ergueu os olhos de onde estava, reclinado na espreguiçadeira do quarto, o rosto parcialmente escondido atrás de um livro encadernado em couro ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 91
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vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52
Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei
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jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16
Linda história
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capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24
Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao
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dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08
Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤
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rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47
O meu deus que história perfeita morrendo de emoção
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vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53
Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!
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anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07
Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭
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dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33
Continua
Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56
Continuei!:)
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dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12
Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍
Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55
Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)
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rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28
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